Sónia Maria Duarte Melo Silva Victória CARACTERIZAÇÃO ...
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116 Caracterização e relações geométricas das unidades litológicas Caixa de falha Figura 4.20 - Caixa de falha – Achada Grande Frente. A caixa de falha observada é de grande dimensão e marca o contacto entre domos da unidade Mantos e filões básicos e ultra-básicos; apresenta-se preenchida por material argiloso (com cores avermelhadas e amareladas), com veios ferruginosos a preencher fracturas secundárias; observando-se ainda no caminho um corpo intrusivo (chaminé ou domo) fonolítico com forma cónica, bem como diversas outras fracturas menores. Na Chã de Areia/Prainha, com as coordenadas N14º54´30,8´´, W23º30´41,2´´, a uma altitude próxima de 5 m, observam-se estrias de deformação no contacto (figura 4.21), entre as unidades Mantos e filões básicos e ultra-básicos e as Brechas hialoclastíticas. O plano de falha apresenta direcção N-S e inclinação 45ºSW. Figura 4.21 - Estrias de deformação – Chã de Areia/Prainha. As observações agora apresentadas permitiram construir um sistema de orientações estruturais maiores, patente na carta de unidades litológicas apresentada na figura 4.1, estabelecendo relações geométricas e de representação entre unidades.
4.2 Descrição das unidades litológicas Capítulo 4 A ilha de Santiago, assim como a maioria das ilhas caboverdianas, são constituídas quase exclusivamente por rochas, estruturas e morfologias de origem vulcânica, aparecendo ainda representadas, com um volume relativo muito reduzido, rochas de natureza detrítica, cuja origem decorre sobretudo da meteorização dos vulcanitos que afloram. Neste capítulo procura-se fazer a caracterização dos dois tipos de rochas da área de estudo, sendo dada ênfase às de natureza vulcânica devido ao seu domínio na expressão das unidades litológicas consideradas. A definição de unidades litológicas baseou-se em critérios vulcanogenéticos (Azevedo, 2001), nomeadamente no tipo de vulcanismo – subaéreo ou submarino e emergente. Sendo óbvio que a maioria dos edifícios insulares de natureza vulcânica resultou de processos vulcanogenéticos inicialmente submarinos e posteriormente emergentes, e que nos domínios emersos daquele edifício nem sempre ocorrem registos de todas as fases do processo; a sua eventual ocorrência está condicionada pela evolução geomorfológica e geotectónica específica de cada ilha, bem como das variações eustáticas do nível médio da superfície da água do mar nos domínios envolventes. A evolução geomorfológica e neotectónica da ilha de Santiago, onde se inclui a área de estudo, bem como as variações do nível médio da superfície da água do mar no Atlântico Norte, possibilitou a presença nos domínios subaéreos actuais de vulcanitos resultantes das três formas de actividade vulcânica (Havaiano, Estromboliano e Pliniano), que compreendem todas as formações e estruturas vulcânicas formadas a partir do vulcanismo insular, ou seja, resultantes da actividade vulcânica subaérea. Estas formas de actividade também permitiram a formação de vulcanoclastitos que incluiem todas as formações e estruturas vulcânicas resultantes do vulcanismo proto-insular, isto é, resultantes de actividade vulcânica submarina e emergente. Este registo de formações e materiais vulcânicos permitiram a individualização de 30 unidades litológicas. A definição das unidades litológicas envolveu essencialmente os seguintes aspectos: 1º) Geocronostratigráficos relativos, baseados na cartografia geológica geral, na escala 1:25.000, e restrita, na escala 1:10.000, ou seja, na determinação das relações estratigráficas e particularmente na distribuição espacial, lateral e vertical, bem como nas relações geométricas entre unidades. 2º) Vulcanológicos, baseados fundamentalmente na interpretação da fácies vulcanogenética, que é inferida a partir da litofácies primária. 3º) Alterações supergénicas e pedológicas, assentes na interpretação da litofácies secundária. A caracterização das diversas litofácies primárias apresentadas pelas rochas vulcânicas, que constituem as Unidades, têm como primeiro objectivo a definição da fácies vulcanogenética de cada vulcanito. Efectua-se, fundamentalmente, segundo os seguintes níveis: (1) caracterização petrográfica e mineralógica (natureza litológica) (2) definição da estrutura litológica, indicando a estrutura ou disjunção, espessura, estratificação, 117
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4.2 Descrição das unidades litológicas<br />
Capítulo 4<br />
A ilha de Santiago, assim como a maioria das ilhas caboverdianas, são constituídas<br />
quase exclusivamente por rochas, estruturas e morfologias de origem vulcânica, aparecendo<br />
ainda representadas, com um volume relativo muito reduzido, rochas de natureza detrítica,<br />
cuja origem decorre sobretudo da meteorização dos vulcanitos que afloram. Neste capítulo<br />
procura-se fazer a caracterização dos dois tipos de rochas da área de estudo, sendo dada<br />
ênfase às de natureza vulcânica devido ao seu domínio na expressão das unidades<br />
litológicas consideradas.<br />
A definição de unidades litológicas baseou-se em critérios vulcanogenéticos<br />
(Azevedo, 2001), nomeadamente no tipo de vulcanismo – subaéreo ou submarino e<br />
emergente. Sendo óbvio que a maioria dos edifícios insulares de natureza vulcânica resultou<br />
de processos vulcanogenéticos inicialmente submarinos e posteriormente emergentes, e<br />
que nos domínios emersos daquele edifício nem sempre ocorrem registos de todas as fases<br />
do processo; a sua eventual ocorrência está condicionada pela evolução geomorfológica e<br />
geotectónica específica de cada ilha, bem como das variações eustáticas do nível médio da<br />
superfície da água do mar nos domínios envolventes.<br />
A evolução geomorfológica e neotectónica da ilha de Santiago, onde se inclui a área<br />
de estudo, bem como as variações do nível médio da superfície da água do mar no Atlântico<br />
Norte, possibilitou a presença nos domínios subaéreos actuais de vulcanitos resultantes das<br />
três formas de actividade vulcânica (Havaiano, Estromboliano e Pliniano), que<br />
compreendem todas as formações e estruturas vulcânicas formadas a partir do vulcanismo<br />
insular, ou seja, resultantes da actividade vulcânica subaérea. Estas formas de actividade<br />
também permitiram a formação de vulcanoclastitos que incluiem todas as formações e<br />
estruturas vulcânicas resultantes do vulcanismo proto-insular, isto é, resultantes de<br />
actividade vulcânica submarina e emergente.<br />
Este registo de formações e materiais vulcânicos permitiram a individualização de 30<br />
unidades litológicas. A definição das unidades litológicas envolveu essencialmente os<br />
seguintes aspectos:<br />
1º) Geocronostratigráficos relativos, baseados na cartografia geológica geral, na<br />
escala 1:25.000, e restrita, na escala 1:10.000, ou seja, na determinação das<br />
relações estratigráficas e particularmente na distribuição espacial, lateral e<br />
vertical, bem como nas relações geométricas entre unidades.<br />
2º) Vulcanológicos, baseados fundamentalmente na interpretação da fácies<br />
vulcanogenética, que é inferida a partir da litofácies primária.<br />
3º) Alterações supergénicas e pedológicas, assentes na interpretação da<br />
litofácies secundária.<br />
A caracterização das diversas litofácies primárias apresentadas pelas rochas<br />
vulcânicas, que constituem as Unidades, têm como primeiro objectivo a definição da fácies<br />
vulcanogenética de cada vulcanito. Efectua-se, fundamentalmente, segundo os seguintes<br />
níveis: (1) caracterização petrográfica e mineralógica (natureza litológica) (2) definição da<br />
estrutura litológica, indicando a estrutura ou disjunção, espessura, estratificação,<br />
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