DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf
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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />
dá como certa a relação entre uma maior escolaridade das mães e um melhor<br />
desempenho académico dos filhos. Resultados semelhantes são mencionados por<br />
Mendonça (2007), quando afirma que um défice cultural familiar pressupõe<br />
frequentemente a existência de uma distância entre o contexto sócio cultural do aluno e<br />
a cultura que a escola propõe.<br />
Quanto aos pais 50% estão desempregados e os empregados têm profissões de baixos<br />
rendimentos económicos como: mecânico; motorista; pintor; polícia e técnico de<br />
alarmes. Segundo a bibliografia, por nós consultada para este estudo, a população mais<br />
pobre não possui ou possui níveis baixos de educação e de formação profissional, é-lhe<br />
dificultada a sua inserção no mercado de trabalho. Em suma, poder-se-á dizer que o<br />
fenómeno da pobreza e da exclusão social pressupõe um ciclo: as pessoas não<br />
conseguem investir em si próprias pois têm poucos rendimentos e não conseguem<br />
auferir melhores salários porque não têm formação pessoal qualificada, o mesmo no<br />
relata (Clavel, 2004).<br />
Verificámos também que a maioria das famílias em estudo têm dificuldades económicas<br />
67% dos entrevistados vivem de prestações sociais como o RSI, abonos de família,<br />
subsídios de doença, pensões de sobrevivência e reformas: ESAQ 5 A gente vive dos<br />
Abonos deles e duns “garetos” do meu homem, é muito difícil, menina. Apenas 33%<br />
dos progenitores vivem dos seus salários. Se a frequência escolar for vista como uma<br />
obrigação pela família, como é o caso dos beneficiários de RSI, e o cumprimento de<br />
níveis de escolaridade mais elevados for percecionado como um investimento sem<br />
retorno, o aluno terá à partida, uma menor motivação intrínseca perante a escola,<br />
influenciando o seu desempenho. Dentro deste contexto também Jorge (2007), associa o<br />
baixo nível de participação parental e as realizações académicas dos filhos a famílias<br />
dependentes de subsídios sociais, onde o emprego é precário, o que não acontece com<br />
os alunos provenientes de famílias profissionalmente estáveis. Situação similar é<br />
referida por Balancho (2010), que defende que quem recebe subsídios pecuniários como<br />
o RSI fica em posição de especial fragilidade para ser escrutinado pela opinião pública.<br />
Constata-se que a maioria dos alunos, por nós entrevistados, vivem em habitação social,<br />
o que aponta para uma situação socioeconómica e cultural bastante desfavorável, uma<br />
vez, que estas habitações constituem grandes aglomerados, concentradas em vários<br />
blocos de apartamentos, afastados da restante sociedade, como se de guetos se tratasse.<br />
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