DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf
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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />
pelo insucesso, dificuldades económicas, o espectro do desemprego e a ausência de<br />
expetativas de acesso a um mercado de trabalho estável referindo:<br />
“O contexto económico açoriano pode manifestar-se particularmente indutor de decisões desta<br />
natureza, uma vez que é muito dependente de atividades ligadas à agricultura e pesca, construção<br />
civil e turismo, áreas onde proliferam unidades económicas com estratégias produtivas<br />
fortemente apoiadas na existência de um mercado de trabalho “secundário”, tipicamente jovem,<br />
que propicia as piores relações salariais: recurso a trabalho clandestino, grande número de<br />
contratos a prazo, remunerações muito baixas, ausência de proteção laboral, entre outros.”<br />
(Palos, 2009, pp. 15)<br />
Por outro lado, começam a aparecer estudos relativamente ao envolvimento dos pais no<br />
processo educativo dos filhos e de valorização, ou não, da escola. Diogo (2009) afirma<br />
que nos meios socioeconómicos mais desfavorecidos os pais tendem a valorizar pouco a<br />
escola e a não acompanhar os filhos por não possuírem habilitações académicas<br />
suficientes e que um número considerável não sabe ler ou escrever.<br />
No 3º ciclo do ensino básico, na ilha de S. Miguel, verificamos que o envolvimento das<br />
famílias implica, frequentemente, a fratria, sobretudo nos casos em que os pais têm<br />
poucas competências escolares. Nestas famílias, o apoio ao trabalho escolar é<br />
efetivamente realizado entre irmãos, procurando-se compensar a falta de recursos<br />
académicos dos pais, muito embora a eficácia desta entreajuda pareça baixa (Diogo,<br />
2007).<br />
1.4 Tipologia do abandono escolar<br />
Janosz et al., (2000), sobre a identificação de preditores do abandono escolar<br />
apresentam uma tipologia do abandono, evidenciando quatro perfis de alunos<br />
desistentes: os discretos, os não empenhados, os com baixo desempenho e os<br />
inadaptados. Os alunos ditos “discretos” são aqueles que não apresentam nenhum<br />
problema de comportamento na escola, que evidenciam um nível de empenhamento<br />
elevado em relação à educação, mas cujo rendimento escolar é baixo. Estes são<br />
qualificados como discretos na medida em que correm o risco de passar despercebidos<br />
junto das autoridades escolares.<br />
Os alunos intitulados “não empenhados” são aqueles que, além de manifestarem um<br />
reduzido empenhamento face à educação, evidenciam, em termos de comportamento,<br />
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