DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf
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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />
“Quer dizer que, em termos de pobreza, pode-se considerar que esta se concentra particularmente<br />
em S. Miguel, quer em termos absolutos, quer em termos relativos. Assim, falar de pobreza nos<br />
Açores é, se não se especificar por ilha, falar da pobreza em S. Miguel, correndo o risco de<br />
obliterar completamente realidades provavelmente muito distintas. (Diogo, 2005, pp13)<br />
Na ilha de S. Miguel o elevado abandono precoce da escola, com uma escolaridade<br />
formal inferior ao mínimo exigido, ou seja, a escolaridade obrigatória, indicia, para<br />
além das dificuldades do sistema em proporcionar a estes indivíduos a escolaridade que<br />
possibilita, percursos futuros de relacionamento com o sistema de emprego, marcadas<br />
por atividades profissionais caraterizadas pela precariedade, pela escassez de<br />
rendimentos proporcionados e pelo baixo prestígio profissional (Diogo, 2009).<br />
“A questão central referente à escolaridade e ao seu impacto na pobreza respeita, então, não<br />
apenas à existência de baixas qualificações escolares, como à existência de indicadores de<br />
prolongamento desta situação entre gerações, no que concerne aos Açores”. (Diogo, 2005, pp. 9)<br />
Nesta região, as razões de pobreza segundo Balancho (2010), envolvem os baixos<br />
salários e a baixa produtividade, o desemprego ou inatividade, a baixa escolarização, o<br />
analfabetismo e a literacia.<br />
Nos últimos anos tem-se verificado uma significativa diminuição do número de alunos<br />
matriculados nas escolas açorianas devido à baixa natalidade. No entanto, verifica-se<br />
que a procura de ensino apresenta um inegável incremento que tem desequilibrado a<br />
composição sexual dos públicos escolares, pois são os contingentes femininos que mais<br />
vantagens relativas têm retirado da massificação do ensino (Palos, 2009, pp.10).<br />
“Mas a análise de outros indicadores estatísticos permite-nos sinalizar relevantes limitações no<br />
processo de democratização da educação: as elevadas taxas de repetência, a nível da escolaridade<br />
básica e secundária, ou as elevadas taxas de abandono precoce do sistema educativo, continuam a<br />
reiterar o insucesso da escola na promoção da igualdade de oportunidades (…)”.<br />
No entanto, e apesar do crescimento da procura da educação e das implicações futuras<br />
no aumento das qualificações académicas da população, afirma que não podemos deixar<br />
de refletir sobre outros indicadores que evidenciando os limites da edificação da escola<br />
de massas, dão conta das caraterísticas de que se reveste a massificação escolar na<br />
Região Autónoma dos Açores. Nos Açores, o abandono escolar ocorre muitas vezes em<br />
contextos sociais marcados pela existência de atividades económicas diversificadas, que<br />
se conjugam com situações sociais onde se intercetam: percursos escolares marcados<br />
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