DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf
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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />
ser tidos em conta e, pelo menos parcialmente, ultrapassados, então o abandono escolar é uma<br />
questão de responsabilidade política, social e institucional que interroga as políticas sociais.”<br />
(Benavente et al, 1994, pp 30)<br />
Segundo o Plano Nacional de Acão para a Inclusão, a educação formal constitui<br />
condição fundamental de partida para a inclusão social dos indivíduos, devendo<br />
começar desde os primeiros anos de vida. A escola constitui, assim, um espaço<br />
privilegiado, a partir o qual se podem detetar precocemente, prevenir e combater as<br />
situações de pobreza e de exclusão social. Porém, a escola tende a reproduzir as<br />
desigualdades económicas e sociais que a envolvem, sendo reflexo tradicional da<br />
incidência de níveis mais elevados de insucesso e abandono escolar precoce junto das<br />
crianças e jovens originários de grupos sociais mais desfavorecidos (PNAI, 2006). A<br />
UNESCO, por sua vez, aponta a pobreza como o principal fator responsável pelo<br />
abandono precoce da escola.<br />
1.3 Pobreza e abandono escolar nos Açores<br />
Diogo (2005) na sua Comunicação no Congresso de Cidadania, organizado pelo<br />
Ministro da República para os Açores, salientou o facto de nos Açores serem poucos os<br />
dados existentes, de modo que só permitem intuir a situação em vez de perceber<br />
realmente o que se passa, pois não existe nenhum estudo aprofundado, sistemático e<br />
extensivo sobre esta problemática na Região.<br />
Um dos instrumentos utilizados pelo investigador para compreendermos um pouco<br />
melhor as caraterísticas da pobreza nos Açores é o RSI (Rendimento Social de<br />
Inserção).<br />
“Em termos concretos, o que os dados do RSI trazem de novo a uma caraterização da pobreza<br />
nos Açores diz respeito a quatro aspetos essenciais: o trabalho como aspeto central na discussão<br />
da pobreza na Região; a maior vulnerabilidade das mulheres e a diversidade das estruturas<br />
familiares dos beneficiários, com consequências ao nível da forma como se relacionam com o<br />
trabalho.” (Diogo, 2005, pp 11 e 12)<br />
A ilha de S. Miguel é a mais populosa do Arquipélago e o seu peso demográfico é<br />
decisivo no contexto açoriano, sendo todas as tendências regionais muito dependentes<br />
das tendências micaelenses (Diogo, 2005). No caso específico do RSI, verifica-se que o<br />
maior número de famílias com RSI está em S. Miguel.<br />
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