DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf
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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />
vindo a traduzir, na prática, a um direito que assiste a todos os alunos. Constatamos que<br />
a escolaridade básica não tem conseguido efetivar o sucesso de todos os alunos, nem tão<br />
pouco, manter as crianças, os adolescentes e os jovens no sistema de ensino, uma vez<br />
que, ao longo dos 9 anos de ensino obrigatório, se verificam casos de abandono.<br />
Verificamos com facilidade que, atualmente, embora as taxas de escolarização tenham<br />
já atingido valores bastante elevados para a população em idade escolar, é ainda<br />
acentuado o insucesso e o abandono escolares traduzidos por elevadas taxas de retenção<br />
e de abandono do ensino básico.<br />
Gaspar (2009) conclui no seu estudo sobre o abandono escolar que este fenómeno<br />
traduz e reproduz desigualdades sociais e responsabiliza a escola por muitos casos de<br />
abandono, pois, segundo apurou, esta não consegue manter os alunos motivados para os<br />
estudos, não sendo capaz de apreender as necessidades individuais de cada aluno. Por<br />
outro lado, afirma que o abandono escolar precoce é, em muitos casos, fruto de uma<br />
incompatibilidade entre o contexto escolar e os alunos, que se rejeitam mutuamente, e<br />
também fruto das expetativas das próprias crianças e adolescentes, que preferem uma<br />
afirmação e integração pessoais pela via do trabalho, não reconhecendo grande mérito à<br />
escola.<br />
Santos (2010) evidencia algumas características que influenciaram o abandono escolar,<br />
sendo a mais importante o “mal-estar” sentido pelos jovens provenientes de grupos<br />
socioeconómicos desfavorecidos que dizem sentir, por parte da escola, a existência de<br />
um ambiente de incompatibilidade, que põe em causa o seu estatuto de alunos. Santos<br />
(2010) faz notar que esta exclusão do sistema escolar é um processo que vai ocorrendo,<br />
não acontecendo de um momento para o outro. A escola não dá resposta às<br />
qualificações desejadas, não fomenta a autoconfiança e autoestima, não fornece<br />
habilitação especial para a criação de emprego próprio, nem incentiva especialmente a<br />
progressão escolar. Conclui ainda que os curricula, as estratégias, os recursos e a<br />
personalização do processo educativo centrado no aluno devem ser postos ao serviço da<br />
diferença, para que as competências básicas de vida sejam desenvolvidas por todos.<br />
Nos Açores, começam a ser realizados alguns estudos sobre absentismo e abandono<br />
escolar é o caso do estudo realizado por Gaspar (2009), focalizado em Vila Franca do<br />
Campo, ilha de S. Miguel. A autora refere que é notório e significativo o abandono<br />
escolar precoce de muitos alunos, principalmente no 2º ciclo de escolaridade. Foi-lhe<br />
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