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DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf

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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />

elevada no 1º e 3º ciclo do ensino básico e ainda no secundário. Este acordo refere<br />

também que o insucesso escolar revelou-se um risco associado à saída precoce da<br />

escola, ou seja, os alunos que revelam insucesso escolar encontram-se em maior risco<br />

de abandonar o sistema de ensino. Importa, a este nível, referir que a retenção e o<br />

abandono escolar são fenómenos interligados e sistémicos. Embora ocorram casos de<br />

abandono sem repetências, absentismo e fracassos vários, a regra, segundo Benavente<br />

(1994), vai em sentido contrário, ou seja, o abandono escolar resulta de um processo<br />

mais ou menos explícito ou subterrâneo, sendo por isso possível identificar os alunos<br />

em risco e prevenir o abandono escolar.<br />

Nesta mesma perspetiva, e de acordo com a autora anteriormente referida o perfil dos<br />

alunos em risco de abandono escolar caracteriza-se por um atraso escolar significativo,<br />

ausência de ambições académicas, falta de interesse pela escola, pelas matérias e pelas<br />

aulas e ambições quanto ao mundo do trabalho… estes alunos são, geralmente, mais<br />

velhos que os colegas do mesmo nível de ensino, não são apoiados pela família, vivem<br />

num meio familiar intelectualmente desfavorecido e, consequentemente, têm um<br />

rendimento escolar insuficiente.<br />

Por outro lado, a falta de meios económicos expõe os sujeitos à incontrolabilidade, o<br />

que conduz à redução de respostas voluntárias perante os eventos e, em última instancia,<br />

ao “abandono aprendido” (Faria, 1999). Assim, a pobreza não se resume apenas à falta<br />

de meios económicos, sendo também um problema individual de mestria, dignidade e<br />

autoestima.<br />

“Os sujeitos de nível económico baixo quando comparados com os de nível sócio-económico<br />

médio e alto, apresentam experiências e resultados escolares, menos positivos, taxas de<br />

abandono escolar mais elevadas e percepções negativas da escola e das suas possibilidades de<br />

sucesso no contexto escolar.” (Faria, 1999, pp 267)<br />

Saavedra (2001, cit in Maning & Baruth, 1998), reforça a crença de que a associação<br />

entre insucesso escolar e os grupos económicos mais desfavorecidos não constitui<br />

novidade. A investigadora concorda que os alunos das classes sociais mais<br />

desfavorecidas têm uma atitude negativa face à escola, pouca motivação e dificuldade<br />

em realizar com sucesso as tarefas propostas. Seguindo esta lógica a classe social é<br />

frequentemente considerada como podendo criar situações de risco, quando é baixa,<br />

porque grande parte das crianças provenientes de meios socioeconómicos e culturais<br />

desfavorecidos têm ambientes familiares intelectualmente pouco estimulantes.<br />

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