DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf
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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />
nos 1º e 3º Ciclos do Ensino Básico e no Ensino Secundário, com uma taxa de abandono<br />
média no Secundário da ordem dos 32,6%. Também Monteiro (2009) refere na sua<br />
dissertação de mestrado que o insucesso e abandono escolar têm penalizado<br />
especialmente aqueles alunos que são provenientes de meios económicos, culturais e<br />
sociais mais desfavorecidos e que a seleção continua a fazer-se sentir, uma vez que a<br />
escola não tem, até hoje, proporcionado oportunidades iguais de acesso e de uso das<br />
aprendizagens.<br />
Para conseguirmos intervir no abandono precoce da escola é imprescindível o estudo e a<br />
análise das suas causas, dos fatores que levarão a criança, o adolescente ou o jovem a<br />
abandonar precocemente a escola (Monteiro, 2009). Nesta sequência, Mendes (2006),<br />
afirma que o abandono escolar é um processo que não acontece de forma rápida ou<br />
imediata, tem causas que se vão arrastando ou agravando e que com o tempo acabam<br />
por provocar a saída do sistema de ensino.<br />
Não podemos deixar de pensar na qualidade do apoio familiar e na sua importância para<br />
o sucesso académico de uma criança, pois segundo o PNPAE (Plano Nacional de<br />
Prevenção do Abandono Escolar, 2004), a qualidade do apoio familiar condiciona o<br />
percurso académico da criança ou jovem. Referimo-nos, pois, a atividades e atitudes dos<br />
pais, como manifestações de interesse/desinteresse pelo trabalho escolar do seu<br />
educando, participação nas atividades escolares, bem como uma boa relação com a<br />
escola e com os professores. As expectativas, relativamente ao sucesso/insucesso<br />
escolar, poderão estimular a aprendizagem das crianças e jovens ou, pelo contrário,<br />
levá-los a um processo de desinteresse pela escola (Villas-Boas, 2001).<br />
É importante reforçar a ideia de que as baixas expectativas dos pais, assim como uma<br />
supervisão fraca ou inadequada, são variáveis que, segundo o PNPAE (2004), estão<br />
fortemente associadas ao abandono escolar. Amado e Freire (2002) referem como<br />
fatores fortemente associados ao desempenho escolar e, por conseguinte, ao abandono<br />
precoce da escola, a existência de um ambiente familiar negativo e a falta de apoio<br />
familiar. Nesta perspetiva, e com base nos muitos estudos sobre o abandono escolar<br />
precoce, podemos desenhar o perfil da criança ou jovem abandonador (Monteiro, 2009),<br />
como alguém proveniente de um meio socioeconómico e cultural desfavorecido e, por<br />
isso, com menores oportunidades de desenvolvimento físico, emocional e intelectual,<br />
com pouco ou nenhum apoio escolar em casa, demonstrando, por isso, uma baixa<br />
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