DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf
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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />
idade escolar em todo o mundo estejam em situação de abandono escolar, apesar de<br />
todos os esforços globais para tornarem a educação universal.<br />
Quando falamos de abandono escolar, inevitavelmente surgem várias questões ligadas à<br />
problemática, como as desigualdades sociais e a exclusão escolar (Monteiro (2009),<br />
questões estas importantes para o fenómeno em estudo até porque, segundo Nunes<br />
(2000), são os alunos das camadas menos favorecidas económica, social e culturalmente<br />
que engrossam as estatísticas da repetência e do abandono escolar.<br />
Ainda nesta linha de investigação sublinhamos os estudos que estão de acordo quanto<br />
ao facto de que os alunos que abandonam precocemente a escola são alunos que,<br />
geralmente, vivem em áreas desfavorecidas, em meios familiares desestruturados e com<br />
fracas ambições escolares. Importa, por isso, procurar entender o papel das<br />
desigualdades sociais e da exclusão escolar no abandono da escola (Justino, 2007;<br />
Amado & Freire, 2002; Benavente et al., 1994).<br />
O abandono escolar precoce, bem como o absentismo, podem conjugar na sua génese<br />
diversos fatores, os quais poderão ser de natureza individual, familiar e relacionados com o<br />
meio envolvente, associando-se, na maioria dos casos, a situações de pobreza (Ferrão, 2000).<br />
Esta observação reforça a noção de que os casos extremos de pobreza, isolamento e exclusão<br />
levam a que as famílias deixem mais rapidamente de investir no sistema escolar,<br />
encaminhando as crianças para tarefas, remuneradas ou não, do mundo do trabalho.<br />
Geralmente, a origem social é determinada pelo nível cultural e económico da família e,<br />
sendo indissociáveis, têm um papel determinante no percurso escolar. Neste<br />
seguimento, verificamos que, de um modo geral, os alunos com mais dificuldades<br />
escolares pertencem a grupos sociais mais desfavorecidos (Ferrão, 2000). No entanto,<br />
estudos mais recentes referem que, à medida que o jovem avança nos ciclos de<br />
escolaridade, esta influência sofre uma redução, o que nos sugere um aumento dos<br />
efeitos da socialização escolar (Ribeiro, 2011; Santos, 2010).<br />
Outros estudos porém, entre os quais os de Benavente (1994), são unânimes em afirmar<br />
que mais determinante do que o nível de vida económico da família é o seu nível<br />
cultural, pois é um condicionador muito importante no percurso escolar do aluno. Nas<br />
últimas décadas, retirou-se à escola a atuação na construção das identidades. A sua<br />
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