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DISSERTACAO ABANDONO ESCOLAR MARIA - 2 (1).pdf

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<strong>ABANDONO</strong> E ABSENTISMO <strong>ESCOLAR</strong> NO CONCELHO DE PONTA DELGADA<br />

A noção de abandono escolar está geralmente identificada com a interrupção da<br />

frequência do sistema de ensino por um período considerado suficiente para que essa<br />

ausência possa transformar-se num afastamento praticamente irreversível. Porém, esta<br />

definição lata é geralmente enquadrada pelo carácter compulsório do ensino obrigatório<br />

e pelas consequências legais do seu não cumprimento (Justino, 2007). Nesta perspetiva,<br />

o abandono escolar reportado à interrupção prolongada da escolaridade obrigatória e à<br />

saída definitiva do sistema de ensino sem a ter concluído, tende a constituir-se como<br />

ilícito, independentemente da eficácia sancionatória ou da maior ou menor recriminação<br />

social que lhe estiver associada.<br />

Santos (2010), no seu estudo “Um Olhar Sobre o Abandono Escolar no Concelho da<br />

Trofa”, concluiu que o abandono escolar é um problema do domínio da conduta de um<br />

indivíduo e traduz-se na decisão de deixar a escola sem completar o nível de ensino<br />

desejado. Acrescenta também que esta não é uma decisão repentina, mas produto de um<br />

longo processo de tensões, desajustamentos, fracassos e desinteresse pela escola. A<br />

investigadora afirma ainda que a saída antecipada da escola põe em causa o valor<br />

instrumental da escola, como participante no desenvolvimento pessoal e de preparação<br />

para a vida ativa que o aluno se nega a reconhecer.<br />

Por outro lado, o aluno abandonador é em grande medida rejeitado pela escola que não<br />

conseguiu motivá-lo para a formação, e cujas consequências são muitas vezes o seu<br />

lançamento prematuro para a vida ativa, ociosidade ou mesmo marginalidade. “(…)<br />

torna-se imperativo mencionar que só uma abordagem multifatorial, multidimensional e<br />

sistémica pode ajudar a explicar o fenómeno do abandono escolar, e nas quais devem<br />

ter-se em conta as realidades em interação: sociedade, jovem e escola.” (Santos, 2010)<br />

Nesta sequência referimos outros autores que nos alertam para este problema e para as<br />

graves consequências económicas e sociais que tal fenómeno comporta (Benavente et<br />

al., 1994; Carneiro, 1997; Mata, 2000; Caetano, 2005; Mendes, 2006; Monteiro, 2009:<br />

Clavel, 2004).<br />

Há já alguns anos que inúmeros investigadores têm vindo a dedicar-se ao estudo do<br />

abandono escolar, procurando perceber quem são estas crianças, adolescentes e jovens<br />

que abandonam precocemente a escola, que razões as levam a tomar esta decisão e que<br />

consequências têm, a nível individual, social e económico (Monteiro, 2009). Estima-se,<br />

com base no relatório da UNESCO (2009), que cerca de 99 milhões de crianças em<br />

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