Ana Tânia Santos Gonçalves Estilos Parentais e o seu Impacto no ...

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Para tornar possível uma comparação de respostas dadas pelos filhos face a cada um dos pais, analisou-se igualmente a frequência de estilos observados para pais. A partir da tabela 8 é possível verificar que os alunos avaliam seus pais mais frequentemente como negligentes, contudo o estilo autoritativo também é seguidamente ao estilo negligente o mais frequente, permitindo observar que tanto no caso das mães como dos pais ambos os estilos (autoritativo e negligente) são os mais frequentes e o estilo indulgente o menos frequente. Tabela 8 Frequência de Estilos Parentais dos Pais (n=132) Estilo Parental Pai Frequência Percentagem Autoritativo 40 30,3% Autoritário 18 13,6% Indulgente 14 10,6% Negligente 41 31,1% Não Classificados 19 14,4% Total 132 100% Discussão da Questão de Investigação b) Pode-se interpretar que estes resultados apresentam dois estilos extremos, mais frequentes e que permitem retirar algumas ilações. Um estilo (autoritativo) é delimitado por altos níveis de exigência e responsividade parental, associado a características positivas e de melhores indicadores de desenvolvimento saudável, autoestima e sucesso académico e por outro lado, um estilo (negligente) determinado por baixos índices de exigência e responsividade parental, associados a aspetos negativos como menor desempenho em todos os domínios, sintomas depressivos e baixa autoestima. Weber et al. (2004), Magalhães, Alvarenga e Teixeira (2012), Teixeira e Lopes (2005), Falcke, Rosa e Thomazi (2012), Weber et al. (2003), são alguns dos 76

autores que demonstram esta associação entre os estilos parentais e aspetos positivos versus aspetos negativos anteriormente descritos. Estes resultados indicam que, na perceção de uma significada parte da nossa amostra de alunos, os seus pais são responsivos mas, ao mesmo tempo, também lhes impõem limites. No entanto, outro grupo igualmente numeroso, ocupando outra significativa parcela da nossa amostra vê seus pais como pouco envolvidos com eles e pouco preocupados em estabelecer qualquer tipo de controlo sobre o seu comportamento. Um alto índice de autoritatividade deve ser encarado de forma positiva, pois demonstra que muitos pais e mães conseguem, de forma adequada, executar práticas de controlo e disciplina com afetividade e respeito pelos filhos. Todavia, o alto índice de negligência torna- se alarmante e mostra que muitos pais não são capazes de cumprir com suas funções face ao processo de parentalidade, podendo significar alguma incapacidade em termos do equilíbrio das funções de controlo, proteção e afeto. Por vezes as práticas dos pais não vão de encontro às suas expectativas influenciando o seu envolvimento, e além disso, a interpretação feita pelos filhos deve ainda ser tomada em conta. Pois, segundo Shek (1998) na visão dos filhos as interações familiares, especialmente na fase da adolescência, tendem a ser percecionadas mais negativamente. Atendendo aos aspectos anteriormente discutidos, torna-se fundamental que haja uma maior comunicação familiar (Weber et al., 2004), em que haja uma explicação por parte dos pais para o seu comportamento concomitantemente a uma compreensão das expectativas dos filhos (Hutz & Bardazi, 2006). Porém as divergências encontradas em termos de estilos parentais permitem refletir, no entanto, de onde derivam estas diferentes formas de envolvimento parental e quais os fatores associados. A família e seus membros tomados separadamente são produto de múltiplas influências sociais pelo que origina a incorporação diferenciada de um conjunto de disposições para a 77

autores que demonstram esta associação entre os estilos parentais e aspetos positivos versus<br />

aspetos negativos anteriormente descritos.<br />

Estes resultados indicam que, na perceção de uma significada parte da <strong>no</strong>ssa amostra de<br />

alu<strong>no</strong>s, os <strong>seu</strong>s pais são responsivos mas, ao mesmo tempo, também lhes impõem limites. No<br />

entanto, outro grupo igualmente numeroso, ocupando outra significativa parcela da <strong>no</strong>ssa<br />

amostra vê <strong>seu</strong>s pais como pouco envolvidos com eles e pouco preocupados em estabelecer<br />

qualquer tipo de controlo sobre o <strong>seu</strong> comportamento.<br />

Um alto índice de autoritatividade deve ser encarado de forma positiva, pois demonstra<br />

que muitos pais e mães conseguem, de forma adequada, executar práticas de controlo e<br />

disciplina com afetividade e respeito pelos filhos. Todavia, o alto índice de negligência torna-<br />

se alarmante e mostra que muitos pais não são capazes de cumprir com suas funções face ao<br />

processo de parentalidade, podendo significar alguma incapacidade em termos do equilíbrio<br />

das funções de controlo, proteção e afeto. Por vezes as práticas dos pais não vão de encontro<br />

às suas expectativas influenciando o <strong>seu</strong> envolvimento, e além disso, a interpretação feita<br />

pelos filhos deve ainda ser tomada em conta. Pois, segundo Shek (1998) na visão dos filhos<br />

as interações familiares, especialmente na fase da adolescência, tendem a ser percecionadas<br />

mais negativamente.<br />

Atendendo aos aspectos anteriormente discutidos, torna-se fundamental que haja uma<br />

maior comunicação familiar (Weber et al., 2004), em que haja uma explicação por parte dos<br />

pais para o <strong>seu</strong> comportamento concomitantemente a uma compreensão das expectativas dos<br />

filhos (Hutz & Bardazi, 2006). Porém as divergências encontradas em termos de estilos<br />

parentais permitem refletir, <strong>no</strong> entanto, de onde derivam estas diferentes formas de<br />

envolvimento parental e quais os fatores associados.<br />

A família e <strong>seu</strong>s membros tomados separadamente são produto de múltiplas influências<br />

sociais pelo que origina a incorporação diferenciada de um conjunto de disposições para a<br />

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