Ana Tânia Santos Gonçalves Estilos Parentais e o seu Impacto no ...

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deficiências escolares torna-se importante segundo Carvalho (2000) atender a alguns aspectos que envolvem o meio familiar e que influenciam o bom desempenho e a vida escolar dos alunos, designadamente o nível de escolarização dos pais e os recursos económicos disponíveis. Segundo Diogo (2006) os pais têm projetos e objetivos sob os quais orientam a educação dos seus filhos, condicionados pelos recursos e pela classe segundo a posição ocupada pela família na sociedade, influenciando desse modo as trajetórias escolares e socioprofissionais dos filhos. Ora, se assim é, pode-se colocar a hipótese de o nível de escolaridade dos pais e o nível socioeconómico influenciarem o desenvolvimento e o desempenho escolar dos filhos, constituindo-se para além dos estilos parentais em aspetos determinantes no que respeita ao desempenho escolar do aluno. Outro dado importante que contribui de certo modo para o desempenho escolar prende-se com a entrada acrescida da mulher no mundo do trabalho após a Segunda Guerra Mundial, resultando algumas implicações quanto ao envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos e provocando mudanças simultaneamente no comportamento do casal: aumento do número de divórcios, aumento de famílias monoparentais, menor tempo disponível para acompanhamento da vida escolar dos filhos e socialização familiar, entre outros aspectos (Souza, Wagner, Branco & Reichert, 2007; Glória, 2005). Para Glória (2005) a definição do sucesso escolar assume um caracter histórico conforma a época histórica em que se vive e o tempo escolar em que se obtém sucesso. Ainda de acordo com a autora devemos ter em conta o pluralismo cultural, pois o bom resultado escolar pode diferenciar de grupo social para outro. A organização da família assume-se também outro aspecto que parece trazer algumas implicações, o facto de ser filho de uma família tradicional (composta por pai, mãe e filhos que compartilhem uma residência), monoparental (em que apenas somente o pai ou a mãe se 74

encarrega do cuidado dos filhos) ou recomposta (quando após o divórcio ou separação a família é reconfigurada com a entrada de um novo elemento para o meio familiar), possivelmente não é a mesma em termos de impacto social e afectivo, recorrendo-se experiências com diferentes significados dentre as quais aquelas relativas aos processos de construção da escolaridade dos mais novos (Gloria, 2005). Sem negar o efeito da herança social por via da socialização familiar, torna-se necessário atender a complexidade de fatores que marca a escola de hoje e o desempenho dos alunos, fazendo sentido estudar toda a diversidade de dimensões que compõem tanto o ambiente familiar quanto o contexto educativo, e não apenas se restringir o tipo de estilos educativos parentais que cinge o criança. b) Estilos parentais mais característicos das mães e dos pais ou Encarregados de Educação A tabela 7 apresenta as frequências dos estilos parentais observadas para mães segundo a perceção dos alunos. A classificação dos estilos deriva dos valores obtidos (altos e baixos) nas subescalas de exigência e responsividade, conforme mencionado anteriormente. Assim, constata-se, que dos quatro estilos parentais, o estilo autoritativo e negligente são os mais frequentes. Por sua vez, o estilo indulgente é o menos frequente. Tabela 7 Frequências dos Estilos Parentais das Mães (n=132) Estilo Parental Mãe Frequência Percentagem Autoritativo 46 34,8% Autoritário 18 13,6% Indulgente 14 10,6% Negligente 42 31,8% Não Classificados 12 9,1% Total 132 100% 75

deficiências escolares torna-se importante segundo Carvalho (2000) atender a alguns aspectos<br />

que envolvem o meio familiar e que influenciam o bom desempenho e a vida escolar dos<br />

alu<strong>no</strong>s, designadamente o nível de escolarização dos pais e os recursos económicos<br />

disponíveis.<br />

Segundo Diogo (2006) os pais têm projetos e objetivos sob os quais orientam a educação<br />

dos <strong>seu</strong>s filhos, condicionados pelos recursos e pela classe segundo a posição ocupada pela<br />

família na sociedade, influenciando desse modo as trajetórias escolares e socioprofissionais<br />

dos filhos. Ora, se assim é, pode-se colocar a hipótese de o nível de escolaridade dos pais e o<br />

nível socioeconómico influenciarem o desenvolvimento e o desempenho escolar dos filhos,<br />

constituindo-se para além dos estilos parentais em aspetos determinantes <strong>no</strong> que respeita ao<br />

desempenho escolar do alu<strong>no</strong>.<br />

Outro dado importante que contribui de certo modo para o desempenho escolar prende-se<br />

com a entrada acrescida da mulher <strong>no</strong> mundo do trabalho após a Segunda Guerra Mundial,<br />

resultando algumas implicações quanto ao envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos e<br />

provocando mudanças simultaneamente <strong>no</strong> comportamento do casal: aumento do número de<br />

divórcios, aumento de famílias mo<strong>no</strong>parentais, me<strong>no</strong>r tempo disponível para<br />

acompanhamento da vida escolar dos filhos e socialização familiar, entre outros aspectos<br />

(Souza, Wagner, Branco & Reichert, 2007; Glória, 2005). Para Glória (2005) a definição do<br />

sucesso escolar assume um caracter histórico conforma a época histórica em que se vive e o<br />

tempo escolar em que se obtém sucesso. Ainda de acordo com a autora devemos ter em conta<br />

o pluralismo cultural, pois o bom resultado escolar pode diferenciar de grupo social para<br />

outro.<br />

A organização da família assume-se também outro aspecto que parece trazer algumas<br />

implicações, o facto de ser filho de uma família tradicional (composta por pai, mãe e filhos<br />

que compartilhem uma residência), mo<strong>no</strong>parental (em que apenas somente o pai ou a mãe se<br />

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