Ana Tânia Santos Gonçalves Estilos Parentais e o seu Impacto no ...

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A literatura neste domínio também nos aponta para a importância de outros fatores, uma correlação entre envolvimento parental e sucesso escolar não nos permite inferir acerca da existência de uma relação causa efeito-efeito, não se podendo dizer se o envolvimento está na origem do sucesso ou do insucesso escolar, ou ainda, se influenciam mutuamente. As características da família (como por exemplo, a ordem de nascimento dos filhos, o número de elementos, as ligações sociais, o género, etc) também se apresentam como aspetos intrafamiliares que parecem influenciar a relação família escola. Letícia Marteleto (2002) ao pesquisar o papel do número de filhos na escolaridade dos jovens verificou uma relação inversa entre tamanho da família e o sucesso escolar. A autora concluiu que o facto de existir um menor número de filhos pode implicar maiores oportunidades por parte das famílias de oferecerem melhores níveis educacionais, em contrapartida refere, que um maior número de irmãos implica menor tempo e menor número de recursos familiares a serem investidos na educação de cada filho, o que influenciará consequentemente o desempenho escolar dos filhos entre outras situações. Marteleto (2002) chama atenção ainda para as disputas entre irmãos em famílias numerosas, pois o facto de o tempo disponível para cada um dos filhos e os recursos se tornarem mais escassos comparativamente às famílias menos numerosas pode desencadear comportamentos de disputa entre irmãos, no sentido de debaterem esse mesmo tempo e os recursos disponíveis em meio familiar gerando-se situações conflituosas e de adversidade. Segundo Glória (2005) o género da criança está ainda relacionado com o tipo de envolvimento parental bem como com o percurso e o desempenho escolar dos filhos. Segundo a autora os pais tendem a ambicionarem um nível mais elevado para as raparigas do que para os rapazes. Além disso e ainda de acordo com Glória (2005) o nível de educação em geral desejado parece se apresentar mais elevado para as meninas do que para os meninos, sendo visível uma superioridade escolar na maioria dos meios sociais no que respeita ao 72

género feminino, e quando o nível de escolaridade se apresenta mais elevado nos rapazes estes demonstram maior tempo investido para cumprirem o mesmo percurso que as mulheres. Entretanto, também se nota diferenças em termos de envolvimento parental por parte dos pais face à presença e cuidados prestados aos mais novos. Com base numa pesquisa de Keller e Zach (2002) a fim de se estudar efeitos da ordem de nascimento e género em função de diferentes contextos sociais verificou-se que existem algumas diferenças no tipo de envolvimento por parte dos pais. Na pesquisa mencionada os resultados evidenciaram uma preferência em função do género da criança no que concerne à presença e cuidados primários prestados pelos pais, isto é, as mães demonstram uma preferência pelas filhas e os pais pelos filhos. Em relação a ordem de nascimento dos filhos os resultados também apontam para algumas divergências em termos de envolvimento parental, demonstrando uma maior presença e suporte parental perante o primeiro filho face à sua fratria, o que poderá ser determinante em termos de desenvolvimento da criança e contextos em que a envolvem, inclusive no percurso e contexto educativo. Segundo Balarini e Romanelli (2011) uma explicação para isso pode prender-se com o facto de durante um período de tempo os pais se mostrarem mais empenhados e dedicarem mais tempo aos primogénitos, uma vez que, os primeiros filhos durante um período de tempo são filhos únicos recebendo maior atenção e presença parental, refletindo-se posteriormente em termos do desenvolvimento. Um outro estudo conduzido por Tavares, Fuchs, Diligenti, Abreu, Rohde e Fuchs (2004) também verificou-se de um modo geral uma associação entre o número de filhos com o desempenho escolar. Em seu estudo, estes mencionam que os filhos únicos apresentam melhores resultados comparativamente a outras crianças com irmãos. Contando o sucesso escolar com o envolvimento dos pais, em grande parte, de forma a prestar apoio direto e sistemático, compensando tanto dificuldades individuais quanto 73

género femini<strong>no</strong>, e quando o nível de escolaridade se apresenta mais elevado <strong>no</strong>s rapazes<br />

estes demonstram maior tempo investido para cumprirem o mesmo percurso que as mulheres.<br />

Entretanto, também se <strong>no</strong>ta diferenças em termos de envolvimento parental por parte dos pais<br />

face à presença e cuidados prestados aos mais <strong>no</strong>vos.<br />

Com base numa pesquisa de Keller e Zach (2002) a fim de se estudar efeitos da ordem de<br />

nascimento e género em função de diferentes contextos sociais verificou-se que existem<br />

algumas diferenças <strong>no</strong> tipo de envolvimento por parte dos pais. Na pesquisa mencionada os<br />

resultados evidenciaram uma preferência em função do género da criança <strong>no</strong> que concerne à<br />

presença e cuidados primários prestados pelos pais, isto é, as mães demonstram uma<br />

preferência pelas filhas e os pais pelos filhos. Em relação a ordem de nascimento dos filhos<br />

os resultados também apontam para algumas divergências em termos de envolvimento<br />

parental, demonstrando uma maior presença e suporte parental perante o primeiro filho face à<br />

sua fratria, o que poderá ser determinante em termos de desenvolvimento da criança e<br />

contextos em que a envolvem, inclusive <strong>no</strong> percurso e contexto educativo. Segundo Balarini<br />

e Romanelli (2011) uma explicação para isso pode prender-se com o facto de durante um<br />

período de tempo os pais se mostrarem mais empenhados e dedicarem mais tempo aos<br />

primogénitos, uma vez que, os primeiros filhos durante um período de tempo são filhos<br />

únicos recebendo maior atenção e presença parental, refletindo-se posteriormente em termos<br />

do desenvolvimento.<br />

Um outro estudo conduzido por Tavares, Fuchs, Diligenti, Abreu, Rohde e Fuchs (2004)<br />

também verificou-se de um modo geral uma associação entre o número de filhos com o<br />

desempenho escolar. Em <strong>seu</strong> estudo, estes mencionam que os filhos únicos apresentam<br />

melhores resultados comparativamente a outras crianças com irmãos.<br />

Contando o sucesso escolar com o envolvimento dos pais, em grande parte, de forma a<br />

prestar apoio direto e sistemático, compensando tanto dificuldades individuais quanto<br />

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