Ana Tânia Santos Gonçalves Estilos Parentais e o seu Impacto no ...

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01.08.2013 Views

1.1 Família CAPITULO I. FAMÍLIA E PARENTALIDADE 6 Acreditar que basta ter filhos para ser um pai é tão absurdo quanto acreditar que basta ter instrumentos para ser músico (Mansour Chalita) Há inúmeras definições de família, contudo o mais importante é visualiza-la na sua totalidade, ter essencialmente uma visão holística de toda a sua estrutura e fundamentalmente da complexidade relacional que a completa (Alarcão, 2006). Sampaio e Gameiro (1985, cit. in Alarcão, 2006, pp.39) definem família como “um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações, em contínua relação com o exterior, que mantém o seu equilíbrio ao longo do processo de desenvolvimento percorrido através de estádios de evolução diversificados”. Já Antoni e Koller (2000) interpretam a família como uma totalidade, sistema ou grupo formado por um conjunto de pessoas que interagem entre si, estas podem assumir algum tipo de parentesco ou sentimento de pertença a determinado contexto em comum. Os autores referem que estas interações são caracterizadas por uma união e por uma influência recíproca intensa e duradoura entre os elementos que completam o seio familiar. O dicionário de sociologia (Cabral et al., 2002) define ainda, família como um grupo social, em que conceitos como a residência, a cooperação económica e a reprodução estão instaurados de uma forma análogo a todos os elementos familiares em que as classes estão divididas a um nível parental e filial isto é, constituída pelos pais e pelos filhos (Pim, Ferreira, Rodrigues & Costa, 2006).

As alterações foram muitas no que concerne ao conceito de família, pensar na família como núcleo familiar e nos laços de consanguinidade tornou-se hoje desadequado, pois a variabilidade das famílias contemporâneas levou ao desenvolvimento de outras conceções e de outros modelos teóricos, incidindo sobretudo numa perspetiva sistémica, em que a família é considerada como um grupo social especial, caracterizado pela sua intimidade e pelas suas fortes trocas de relações, sendo entendida como um sistema complexo, composto por subsistemas integrados, interdependentes e em inter-relação com um contexto sócio- histórico-cultural (Dessen & Ramos, 2010; Dessen, 2010). Historicamente, a compreensão do indivíduo no seu contexto familiar ocorreu basicamente com a implementação dos trabalhos de Urie Bronfrenbrenner, na década de 70. Segundo este autor o desenvolvimento humano dá-se através de processos progressivamente mais complexos de interação e deve conter quatro características primordiais: os processos proximais (interações que promovem o desenvolvimento), as características pessoais, o contexto e ainda o tempo em que se encontra o indivíduo no seu processo de desenvolvimento (Böing, Crepaldi & Moré, 2008). A dinâmica familiar reflete-se a partir de processos interpessoais entre os elementos familiares, sendo um processo bastante complexo, em que muitos autores apontam várias componentes para o seu funcionamento adequado, entre os quais a adaptabilidade e a coesão familiar, referidos assim por Olson (1986, cit in Szimanski, 2004). Além disto, estas relações são delineadas por um carácter afetivo, social e cognitivo submersas nas condições materiais, históricas e culturais que um determinado grupo social apresenta (Dessen &Polonia, 2007). Atualmente a família é vista como um pilar básico na vida do indivíduo, constituindo-se num contexto primário, substancial ao desenvolvimento e formação do ser humano pela interação de múltiplas gerações, em função do desenvolvimento e das características pessoais que caracterizam cada elemento (Cruz, 2005). É através da intimidade, do respeito mútuo, da 7

1.1 Família<br />

CAPITULO I. FAMÍLIA E PARENTALIDADE<br />

6<br />

Acreditar que basta ter filhos para ser um pai<br />

é tão absurdo quanto acreditar<br />

que basta ter instrumentos<br />

para ser músico<br />

(Mansour Chalita)<br />

Há inúmeras definições de família, contudo o mais importante é visualiza-la na sua<br />

totalidade, ter essencialmente uma visão holística de toda a sua estrutura e fundamentalmente<br />

da complexidade relacional que a completa (Alarcão, 2006).<br />

Sampaio e Gameiro (1985, cit. in Alarcão, 2006, pp.39) definem família como “um<br />

conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações, em contínua relação com o<br />

exterior, que mantém o <strong>seu</strong> equilíbrio ao longo do processo de desenvolvimento percorrido<br />

através de estádios de evolução diversificados”. Já Antoni e Koller (2000) interpretam a<br />

família como uma totalidade, sistema ou grupo formado por um conjunto de pessoas que<br />

interagem entre si, estas podem assumir algum tipo de parentesco ou sentimento de pertença<br />

a determinado contexto em comum. Os autores referem que estas interações são<br />

caracterizadas por uma união e por uma influência recíproca intensa e duradoura entre os<br />

elementos que completam o seio familiar.<br />

O dicionário de sociologia (Cabral et al., 2002) define ainda, família como um grupo<br />

social, em que conceitos como a residência, a cooperação económica e a reprodução estão<br />

instaurados de uma forma análogo a todos os elementos familiares em que as classes estão<br />

divididas a um nível parental e filial isto é, constituída pelos pais e pelos filhos (Pim,<br />

Ferreira, Rodrigues & Costa, 2006).

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