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BIOGRAFIA DE VLADIMIR CARVALHO

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nal de Cursos de Cinema. Em tudo isso havia um<br />

sentido de missão, que contribuía para superar<br />

a solidão profissional dos que lidavam com o<br />

cinema em Brasília. A carência de interlocutores<br />

não raro gerava inseguranças e até mesmo fases<br />

de depressão. Era preciso criar uma comunidade<br />

e inventar opções de trabalho.<br />

A partir de 1971, eu já filmava para Conterrâneos<br />

Velhos de Guerra, muito embora ainda<br />

não soubesse. Aproveitava as folgas de fim<br />

de semana para registrar o movimento das feiras,<br />

a vida nas cidades-satélite, acontecimentos<br />

como a chegada do Papa, a inauguração de um<br />

estádio etc. Fazia-o sempre com alunos, entre<br />

os quais Jacques Cheuiche, Marcelo Coutinho e<br />

Alberto Roseiro Cavalcanti (um dos fotógrafos<br />

de O Evangelho Segundo Teotônio). A eles dizia:<br />

Não tem mistério em fazer filme. É o que penso,<br />

de verdade. Às vezes posso ser meio estabanado,<br />

vou errando para acertar depois – ou então jogar<br />

fora. Mas não faço pose.<br />

Sempre me dei bem com a energia dos jovens,<br />

com o vigor e o desejo de quem ainda não teve<br />

oportunidade de fazer. Para filmar o espontâneo,<br />

nada melhor que profissionais virgens, sem<br />

os vícios do ofício. Recentemente, em O Engenho<br />

de Zé Lins, estimulei João Carlos Beltrão, jovem<br />

professor da Universidade Federal da Paraíba, a<br />

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