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BIOGRAFIA DE VLADIMIR CARVALHO

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tecnológico e das más condições de trabalho, de<br />

acordo com o figurino engajado da época.<br />

Na hora da filmagem, pensava num segmento do<br />

Saruê. Na verdade, estava filmando sem objetivo<br />

preciso. Esperava pelo recado que o próprio material<br />

iria dar. Quando montava O Sertão do Rio<br />

do Peixe, ouvi claramente aqueles dez minutos<br />

clamarem: Olha, estou aqui, não me misture!<br />

Obediente, editei-o à parte como o curta A Bolandeira.<br />

Jomar Moraes Souto também separou<br />

um trecho do seu grande poema para Saruê, deixando<br />

implícita a operação nos seguintes versos:<br />

Filho órfão da fazenda / o engenho veio depois.<br />

/ Era a roldana, a moenda / puxada em junta de<br />

bois. Para o som do carro de bois, que comenta<br />

tristemente algumas cenas, recorri a um velho<br />

arquivo de áudio já utilizado em Vidas Secas.<br />

Finalizei o curta mediante um apoio inédito da<br />

filial carioca do Banco Industrial de Campina<br />

Grande. Lançado no Festival de Brasília de 1969,<br />

o filme ganhou o Prêmio do Clube de Cinema.<br />

Em seguida, rodou por festivais em Manaus, Viña<br />

del Mar, Havana e Pesaro (Itália). No Rio, ficou<br />

em cartaz por várias semanas, acompanhando<br />

o longa norte-americano Harold and Maude –<br />

Ensina-me a Viver. O programa não podia ser<br />

mais desencontrado, mas eu me valia desse tipo<br />

de defasagem para falar do filme. Era a época<br />

de 2001, uma Odisséia no Espaço, com seus<br />

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