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BIOGRAFIA DE VLADIMIR CARVALHO

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(2000), ele voltou a filmar algumas vezes no<br />

Nordeste e documentou incessantemente a vida<br />

política do Distrito Federal, sempre em estreita<br />

colaboração com os colegas professores e os alunos<br />

da Universidade de Brasília. Tudo isso está<br />

detalhado no relato autobiográfico das próximas<br />

páginas, com o pouco que consegui reproduzir<br />

da verve peculiar de Vladimir.<br />

Observações de outra natureza cabem a mim,<br />

fruto que são do reexame do conjunto da obra<br />

com vistas à preparação das entrevistas para o<br />

livro. Cabe, por exemplo, lembrar que Vladimir<br />

Carvalho é um inaugurador de veredas no documentário<br />

brasileiro. Em seu mix de admirações,<br />

há lugar para o ficcionalizante Robert Flaherty, o<br />

experimental-reflexivo Dziga Vertov, o poéticopolítico<br />

Joris Ivens e o lírico Humberto Mauro.<br />

Vale dizer: algumas das principais tendências<br />

que levaram esse tipo de cinema a se afastar do<br />

mero registro da realidade.<br />

Muito antes que a metalinguagem se instalasse<br />

na sala de visitas do documentário contemporâneo,<br />

ou seja, nos idos de 1971, já a equipe<br />

de filmagem invadia a cena em O País de São<br />

Saruê, mesclando os procedimentos de evidência<br />

documental e reconstituição ficcional. Em<br />

Mutirão (1976), a presença da equipe era enfatizada<br />

como parte de uma crítica do diretor à<br />

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