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BIOGRAFIA DE VLADIMIR CARVALHO

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mais interessantes e os levava, ao final do dia, à<br />

cidade mais próxima, para gravar uma entrevista<br />

nos pequenos estúdios das rádios ou difusoras de<br />

alto-falantes locais. Na edição, muitas vezes assumi<br />

o off dissociado do que a pessoa estava falando<br />

na imagem. E isso era tão gritante que ninguém<br />

jamais reclamou da falta de sincronia.<br />

Os grupos escolares de Sousa também tiveram<br />

fundamental importância na produção de São Saruê.<br />

Era muito comum filmarmos em lugares sem<br />

acesso à luz elétrica. No interior de casebres, por<br />

exemplo, de paredes enegrecidas pelo pucumã<br />

(fuligem da lenha queimada), só contávamos com<br />

as entradas de luz natural, que reforçávamos ora<br />

retirando telhas, ora usando rebatedores. Mas,<br />

afinal, que rebatedores? Era onde entravam as<br />

lousas dos colégios, revestidas de papel metalizado.<br />

Carregávamos os quadros-negros pela caatinga<br />

como se fôssemos professores ambulantes.<br />

Meu diretor de fotografia, embora muito talentoso,<br />

era praticamente um estreante no cinema.<br />

Repórter fotográfico do jornal A União, Manuel<br />

Clemente tinha uma capacidade de síntese tal<br />

que suas fotos, mesmo em quantidade inferior à<br />

dos colegas, davam sempre primeira página. Ele<br />

havia sido assistente de Hans Bantel em Romeiros<br />

da Guia e estava credenciado para dividir comigo<br />

a aventura do Rio do Peixe.

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