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centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

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atravessa<strong>do</strong>res sempre “estão por perto” para pesar e estabele<strong>ce</strong>r o preço a ser<br />

pago aos cata<strong>do</strong>res. Enquanto isso, seus <strong>de</strong>pósitos vão acumulan<strong>do</strong> toneladas <strong>de</strong><br />

materiais recicláveis para servir às indústrias. Para Viana (2000) apud Me<strong>de</strong>iros e<br />

Macê<strong>do</strong> (2006),<br />

a existência <strong>do</strong>s atravessa<strong>do</strong>res po<strong>de</strong> ser explicada por <strong>do</strong>is fatores<br />

principais: primeiro, pela “dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção” <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res <strong>de</strong> lixo<br />

para entregar o material nas indústrias <strong>de</strong> reciclagem e, segun<strong>do</strong>, pelas<br />

vantagens que esse sistema ofere<strong>ce</strong> às indústrias.<br />

Compreen<strong>de</strong>mos que a indústria também alimenta o “ciclo da exploração”,<br />

on<strong>de</strong> o cata<strong>do</strong>r <strong>de</strong> material reciclável da Usina <strong>de</strong> Triagem participa como elemento<br />

base <strong>de</strong> um pro<strong>ce</strong>sso produtivo bastante lucrativo, no entanto, para<strong>do</strong>xalmente,<br />

trabalha em condições precárias, subumanas e não obtém ganho que lhe assegure<br />

uma sobrevivência digna.<br />

Reflexão semelhante foi feita por Nascimento (2003), David <strong>de</strong> Oliveira (2003)<br />

e por Me<strong>de</strong>iros e Macê<strong>do</strong> (2006), ao analisarem a posição <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res e <strong>do</strong> seu<br />

trabalho na ca<strong>de</strong>ia produtiva da reciclagem. Segun<strong>do</strong> o primeiro autor, os cata<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> papel ou lixo em geral, estão inseri<strong>do</strong>s no pro<strong>ce</strong>sso produtivo, ocupan<strong>do</strong> a base<br />

<strong>de</strong> uma hierarquia <strong>de</strong> negócios, cujo ápi<strong>ce</strong> é ocupa<strong>do</strong> por indivíduos ricos, que se<br />

apropriam <strong>do</strong>s valores produzi<strong>do</strong>s na base.<br />

De acor<strong>do</strong> David <strong>de</strong> Oliveira (2003), o cata<strong>do</strong>r é aquele em que mais se<br />

projeta a situação <strong>de</strong> sobrexploração da mão-<strong>de</strong>-obra. Já Me<strong>de</strong>iros e Macê<strong>do</strong> (2006,<br />

p.69) trazem:<br />

Esses trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sempenham um papel prepon<strong>de</strong>rante para o<br />

pro<strong>ce</strong>sso <strong>de</strong> reciclagem, pois, atualmente, o fruto <strong>de</strong> seu trabalho é ponto<br />

<strong>de</strong> partida para o abastecimento, com matérias-primas, das indústrias <strong>de</strong><br />

reciclagem. Apesar disso, ativida<strong>de</strong> é executada em condições<br />

extremamente precárias e informais <strong>de</strong> trabalho e remuneração, o que<br />

evi<strong>de</strong>ncia o caráter perverso da inclusão que essa ativida<strong>de</strong> possibilita.<br />

Entre as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> triagem, cata<strong>do</strong>res <strong>de</strong> rua, intermediários e<br />

empresas, observa-se uma relação prevista <strong>de</strong> comércio, on<strong>de</strong> a<br />

integração se dá como uma engrenagem mecânica, cujo objetivo é o lucro.<br />

A empresa dita o merca<strong>do</strong>, compra os resíduos <strong>do</strong>s intermediários, que por<br />

sua vez os compram <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> triagem (ZANETI,<br />

2006, p.218).<br />

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