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centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

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Ainda segun<strong>do</strong> tais autores,<br />

[...] existem 1.21% <strong>de</strong> metal, 2.40% <strong>de</strong> caixa e papelão, 3.64% <strong>de</strong> papel,<br />

2.84% <strong>de</strong> embalagem plástica, 5.38% <strong>de</strong> saco plástico e 1.35% <strong>de</strong> vidro<br />

entre os resíduos gera<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res da Regional II e per<strong>ce</strong>ntuais<br />

sempre menores nas outras regionais <strong>de</strong> Fortaleza, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a<br />

potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal regional para a coleta seletiva e reciclagem<br />

(SANTOS, ZANELLA e SILVA, 2008, p.56).<br />

É interessante <strong>de</strong>stacar que os trabalha<strong>do</strong>res da Usina <strong>de</strong> Triagem <strong>do</strong><br />

Jangurussu bem per<strong>ce</strong>bem essas diferenças na composição <strong>do</strong>s resíduos. Na<br />

realida<strong>de</strong>, eles “lêem” as formas <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s fortalezenses pelos resíduos que<br />

re<strong>ce</strong>bem, ten<strong>do</strong> sempre bem claro os “melhores dias” para se trabalhar, pela<br />

“qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s” <strong>de</strong>speja<strong>do</strong>s no pátio e que percorrem as esteiras.<br />

Zaneti (2006) também <strong>de</strong>stacou essa questão nas falas <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

entrevista<strong>do</strong>s em sua pesquisa. Segun<strong>do</strong> ela, “a representação simbólica <strong>do</strong>s<br />

resíduos nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> triagem passa <strong>do</strong> <strong>de</strong>svelar da intimida<strong>de</strong> das pessoas”. Na<br />

visão <strong>de</strong> Mello (2004, p.8),<br />

“[...] os cata<strong>do</strong>res realizam leituras indiciárias <strong>do</strong> social pelo lixo produzi<strong>do</strong><br />

por outros grupos sociais. Fazem uma leitura das formas <strong>de</strong> ser e <strong>de</strong> ter<br />

<strong>do</strong>s sujeitos diversos - i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelas áreas urbanas on<strong>de</strong> habitam,<br />

mas fazem também uma leitura <strong>do</strong> próprio ex<strong>ce</strong>sso. Leitura política da<br />

distinção entre falta e ex<strong>ce</strong>sso; leitura econômica <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

classes que têm injustos critérios <strong>de</strong> distribuição da riqueza. E, o mais<br />

irônico, é que toda a riqueza <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> vai, num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento,<br />

pôr-se a sua disposição, quan<strong>do</strong> os ‘ricos’ não querem mais.<br />

Para Velloso (2004, p.2), “os ricos consomem e <strong>de</strong>sperdiçam, enquanto os<br />

pobres, <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, sobrevivem <strong>do</strong>s restos”. Assim, os<br />

resíduos são o elo entre o que não serve mais para uns e o que para outros<br />

representa trabalho e sobrevivência (ZANETI, 2006) ou a única forma <strong>de</strong> unir ricos e<br />

podres (BURSZTYN, 2000).<br />

Retoman<strong>do</strong> à questão da Usina <strong>de</strong> Triagem, Santos (2007, p.45) nos explica<br />

que ela foi estruturada com 05 esteiras rolantes <strong>de</strong> 30 metros <strong>de</strong> comprimento cada,<br />

03 BOB-CAT’S, que alimentavam as esteiras com resíduos sóli<strong>do</strong>s e 05 prensas.<br />

Porém, nossas visitas permitiram observar que, hoje, apenas 3 esteiras (Figura 14)<br />

funcionam e que as <strong>de</strong>mais máquinas tiveram fim <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> o pro<strong>ce</strong>sso<br />

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