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centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

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A área utilizada para o Lixão da Barra <strong>do</strong> Ceará, conforme se observa na<br />

Figura 3, apresenta em suas proximida<strong>de</strong>s o mar, entretanto, nossa visita <strong>de</strong> campo<br />

permitiu observar que, atualmente, a área dista mais <strong>de</strong> 200 metros e representa<br />

baixo risco <strong>de</strong> contaminação superficial quan<strong>do</strong> comparamos essa distância aos<br />

limites aponta<strong>do</strong>s por Rocca, Iacovone e Barrotti (1993), ABNT (1984), ABNT (2002)<br />

e Possamai et al (2007). O mesmo não po<strong>de</strong>mos dizer quanto a contaminação<br />

subterrânea.<br />

O nosso contato com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiabeiras permitiu observar que a<br />

“rampa <strong>de</strong> lixo” (como se chamava a área) ficava a menos <strong>de</strong> 200 metros <strong>do</strong> mar,<br />

portanto, representou para aquela época um ambiente <strong>de</strong> alto risco. Nos relatou um<br />

mora<strong>do</strong>r que para construir a sua casa foi ne<strong>ce</strong>ssário <strong>de</strong>s<strong>ce</strong>r mais <strong>de</strong> cinco metros<br />

<strong>de</strong> concreto na “rampa <strong>de</strong> lixo”, mas ainda hoje, os pisos <strong>do</strong>s cômo<strong>do</strong>s tremem se<br />

um transporte pesa<strong>do</strong> (caminhão, carreta, etc.) passar na frente da sua casa.<br />

Observan<strong>do</strong> a Figura 3, per<strong>ce</strong>bemos que a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiabeira se instalou<br />

praticamente “em cima” da área <strong>do</strong> Lixão da Barra <strong>do</strong> Ceará.<br />

Em termos históricos, o Lixão da Barra <strong>do</strong> Ceará surgiu durante o Governo <strong>de</strong><br />

Virgílio Távora (1963-1966) quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>u início à implantação <strong>do</strong> Distrito Industrial <strong>de</strong><br />

Fortaleza, o que in<strong>ce</strong>ntivou as pessoas a saírem <strong>do</strong> interior para a capital em busca<br />

<strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> vida. Contu<strong>do</strong>, ao chegar à Fortaleza, a baixa<br />

escolarida<strong>de</strong> propiciou o a<strong>ce</strong>sso a sub-empregos ou manteve tais pessoas<br />

<strong>de</strong>sempregadas, levan<strong>do</strong>-as, por vezes, a catação <strong>de</strong> recicláveis na Barra <strong>do</strong> Ceará.<br />

Alguns migrantes, conforme encontramos em Aragão (2002) <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong><br />

trabalhar na agricultura e começaram a catar. Assim, ganhar dinheiro catan<strong>do</strong><br />

objetos na Barra <strong>do</strong> Ceará era uma possibilida<strong>de</strong> que existia, antes mesmo <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>dicarem a essa tarefa <strong>de</strong> forma mais sistemática e <strong>de</strong> a elegerem como fonte<br />

principal <strong>de</strong> renda. Como observamos em Paixão (2005), o lixão é um ‘recurso’<br />

numa socieda<strong>de</strong> marcada pela redução na oferta <strong>de</strong> empregos e está sempre<br />

disponível, enquanto outras portas se fecham.<br />

Esclare<strong>ce</strong>mos que a saída das pessoas <strong>do</strong> interior para Fortaleza/CE,<br />

naquela época, não foi um fato exclusivo da capital <strong>ce</strong>arense. Observamos em<br />

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