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26.07.2013 Views

Técnica NBR 8.419 e pela NBR 13.896, ambas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e publicadas em 1984 e 2002, respectivamente. Trabalhando com os limites acima Possamai et al (2007) criaram alguns “indicadores de grau de risco” para melhor compreender os impactos ambientais dos lixões inativos de Santa Catarina e qualificaram as intensidades desses “riscos” em “baixo”, “regular” e “crítico”. No que diz respeito a distância entre os lixões e as águas superficiais, Possamai et al (2007) adotaram o seguinte parâmetro: distância acima de 200 metros: grau de risco baixo; distância entre 101 a 200 metros: grau de risco regular; e distância entre 0 a 100 metros: grau de risco crítico. Considerando as informações dos autores acima, pudemos melhor compreender a realidade dos lixões de Fortaleza/CE e observar que, hoje, a área do Lixão do Monte Castelo está afastada a mais de 200 metros do referido corpo d’água, representando baixo risco de causar poluição ao referido recurso hídrico via escoamento superficial. Entretanto, não sabemos precisar o impacto na qualidade das águas subterrâneas da região, pois precisaríamos coletar amostras da água e realizar exames laboratoriais. Os contatos informais que realizamos com a comunidade residente nas proximidades do referido espelho d’água, permitiram observar que o lixão já esteve lado-a-lado com o Açude João Lopes durante o seu período de operação, pois o açude possuía grandes proporções e Fortaleza não contava com a severa especulação imobiliária da atualidade, que aterra recursos hídricos importantes e desrespeita a legislação ambiental. É importante destacar que naquela época, Fortaleza contava com apenas 514.818 habitantes (IBGE, 2001), o que implicava em uma baixa taxa de geração de resíduos sólidos. Contudo, a capital cearense já começava a dar sinais de um crescimento urbano acentuado, pois surgiam diversos núcleos urbanos absolutamente desprovidos de infra-estrutura básica conforme Aragão (2002) 41

No que diz respeito a distância entre os lixões e as residências, a NBR 13.896 aponta que os aterros 22 devem possuir uma distância mínima de 500 metros dos núcleos populacionais. Para esse limite, Possamai et al (2007) adotaram o seguinte parâmetro e “riscos”: distância acima de 500 metros: grau de risco baixo; distância entre 251 a 500 metros: grau de risco regular; e distância entre 0 a 250 metros: grau de risco crítico. Observando a Figura 02, percebemos que as comunidades moram praticamente “em cima” da área do Lixão do Monte Castelo, portanto, o “risco” pode ser classificado como “crítico”, se tomarmos como referência os autores. De 1961 a 1965, Fortaleza dispunha seus RSD no Lixão da Barra do Ceará por meio de um sistema de coleta domiciliar à base de caçambas, carros de carroceria e tratores. Um aspecto relevante desse período é que a partir do Lixão da Barra do Ceará surgiram os primeiros catadores de recicláveis da cidade, sendo muitos deles provenientes do êxodo rural que marcou a década de 60. A Figura 3 mostra uma visão geral do bairro Barra do Ceará (3 o 43’ 24.67’ S e 38 o 33’ 24.91’’ W) onde se circulou a área do lixão outrora instalado. Observamos que hoje há uma total urbanização da área em decorrência da instalação da comunidade de Goiabeiras. Figura 3 - Imagem de Satélite da Área do Lixão da Barra do Ceará Fonte: Google Earth (2007). 22 A NBR utiliza o termo aterro, mas não o define, portanto, pode estar havendo uma confusão entre “lixão” e “aterro sanitário”. 42

Técnica NBR 8.419 e pela NBR 13.896, ambas da Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas<br />

Técnicas e publicadas em 1984 e 2002, respectivamente.<br />

Trabalhan<strong>do</strong> com os limites acima Possamai et al (2007) criaram alguns<br />

“indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> risco” para melhor compreen<strong>de</strong>r os impactos ambientais <strong>do</strong>s<br />

lixões inativos <strong>de</strong> Santa Catarina e qualificaram as intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses “riscos” em<br />

“baixo”, “regular” e “crítico”. No que diz respeito a distância entre os lixões e as<br />

águas superficiais, Possamai et al (2007) a<strong>do</strong>taram o seguinte parâmetro: distância<br />

acima <strong>de</strong> 200 metros: grau <strong>de</strong> risco baixo; distância entre 101 a 200 metros: grau <strong>de</strong><br />

risco regular; e distância entre 0 a 100 metros: grau <strong>de</strong> risco crítico.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as informações <strong>do</strong>s autores acima, pu<strong>de</strong>mos melhor<br />

compreen<strong>de</strong>r a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s lixões <strong>de</strong> Fortaleza/CE e observar que, hoje, a área <strong>do</strong><br />

Lixão <strong>do</strong> Monte Castelo está afastada a mais <strong>de</strong> 200 metros <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> corpo<br />

d’água, representan<strong>do</strong> baixo risco <strong>de</strong> causar poluição ao referi<strong>do</strong> recurso hídrico via<br />

escoamento superficial. Entretanto, não sabemos precisar o impacto na qualida<strong>de</strong><br />

das águas subterrâneas da região, pois precisaríamos coletar amostras da água e<br />

realizar exames laboratoriais.<br />

Os contatos informais que realizamos com a comunida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nte nas<br />

proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> espelho d’água, permitiram observar que o lixão já esteve<br />

la<strong>do</strong>-a-la<strong>do</strong> com o Açu<strong>de</strong> João Lopes durante o seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> operação, pois o<br />

açu<strong>de</strong> possuía gran<strong>de</strong>s proporções e Fortaleza não contava com a severa<br />

especulação imobiliária da atualida<strong>de</strong>, que aterra recursos hídricos importantes e<br />

<strong>de</strong>srespeita a legislação ambiental.<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que naquela época, Fortaleza contava com apenas<br />

514.818 habitantes (IBGE, 2001), o que implicava em uma baixa taxa <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

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crescimento urbano a<strong>ce</strong>ntua<strong>do</strong>, pois surgiam diversos núcleos urbanos<br />

absolutamente <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> infra-estrutura básica conforme Aragão (2002)<br />

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