centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce
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capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “cres<strong>ce</strong>r sem fim” 16 , via consumo exagera<strong>do</strong> e sem “senti<strong>do</strong> final”,<br />
materialização da vida, <strong>do</strong>s sentimentos e das relações humanas.<br />
Bernar<strong>de</strong>s e Ferreira (2003, p.21), ao problematizarem essa idéia, afirmam<br />
que “a era mo<strong>de</strong>rna - fascinada pela produtivida<strong>de</strong> com base na força humana -<br />
assiste ao aumento consi<strong>de</strong>rável <strong>do</strong> consumo, já que todas as coisas se tornam<br />
objetos a serem consumi<strong>do</strong>s”.<br />
Essa idéia <strong>de</strong> “coisificação” <strong>do</strong> vivo (e <strong>do</strong> não vivo) como espaço para “venda<br />
e consumo” também é criticada por Leff (2001) quan<strong>do</strong> lamenta o fato <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> po<strong>de</strong>r<br />
ser reduzi<strong>do</strong> a um valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, representa<strong>do</strong>s nos códigos <strong>do</strong> capital. Por isso,<br />
o novo discurso ambientalista, para Portilho (2005, p.15), mostra “[...] que o consumo<br />
das socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas, além <strong>de</strong> socialmente injusto e moralmente in<strong>de</strong>fensável,<br />
é ambientalmente insustentável”.<br />
Acreditamos que a autora, ao utilizar o termo “moralmente in<strong>de</strong>fensável”,<br />
pontuou claramente a força que o merca<strong>do</strong> exer<strong>ce</strong> sobre parte das pessoas,<br />
<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-as sem saídas - pelas facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compra e pagamento - e sob<br />
constante pressão visual e logística.<br />
Para Freire Dias (2003) isso leva muitas pessoas a ‘comprar por comprar’ e<br />
Portilho (2005, p.22) contesta fortemente o fato <strong>de</strong> o cidadão ser reduzi<strong>do</strong> à esfera<br />
<strong>do</strong> consumo, sen<strong>do</strong> cobra<strong>do</strong> por uma “[...] espécie <strong>de</strong> obrigação moral e cívica <strong>de</strong><br />
consumir”.<br />
Sob a lógica <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, até mesmo a “informação” passou a ser<br />
reconhecida como um valoroso recurso em todas ativida<strong>de</strong>s humanas, ou<br />
seja, ela se transformou em um recurso estratégico e <strong>de</strong> valor agrega<strong>do</strong><br />
para as ativida<strong>de</strong>s <strong>tecnológica</strong>s e, especialmente, para a transferência <strong>de</strong><br />
tecnologia (CYSNE, 1996, p.12).<br />
Entretanto, quan<strong>do</strong> estudamos os pressupostos <strong>de</strong>ssas tecnologias,<br />
observamos que a maioria <strong>de</strong>las objetivam alimentar o crescimento econômico e a<br />
16 “Cres<strong>ce</strong>r sem fim” é mera ilusão <strong>do</strong> sistema capitalista porque tu<strong>do</strong> que existe na socieda<strong>de</strong> e que estar a nossa disposição<br />
(transforma<strong>do</strong> ou não) é um ‘pedacinho’ retira<strong>do</strong> da natureza; a mesma que compõe o Planeta Terra: matriz única que sustenta<br />
todas as formas <strong>de</strong> vida, inclusive a humana, e que tem seus limites por ser um planeta vivo (Thompson, 2003). Para termos<br />
uma noção numérica <strong>de</strong>sse limite, FREIRE DIAS (2003) nos traz que se to<strong>do</strong>s os seres humanos passarem a ter um nível <strong>de</strong><br />
vida igual ao <strong>do</strong>s norte-americanos, nós precisaríamos <strong>de</strong> sete planetas Terras, portanto há limites.<br />
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