centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce
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3. A QUESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS<br />
3.1 - Consi<strong>de</strong>rações Iniciais<br />
Para melhor compreen<strong>de</strong>r a questão <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s traçamos nessa<br />
seção breves consi<strong>de</strong>rações sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento 12 a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pela<br />
gran<strong>de</strong> maioria das nações, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> seus paradigmas e posturas sobre o<br />
patrimônio vivo (e não vivo) existente na Terra e distribuí<strong>do</strong> nos espaços nacionais.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, buscamos compreen<strong>de</strong>r aspectos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo Brasil situan<strong>do</strong> nele a temática <strong>do</strong>s Resíduos Sóli<strong>do</strong>s<br />
Domiciliares (RSD) para nos remeter à discussão - mesmo que <strong>de</strong> forma resumida -<br />
<strong>de</strong> alguns aspectos da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, na perspectiva <strong>de</strong> construir um <strong>ce</strong>nário que<br />
esbo<strong>ce</strong> algumas forças motrizes responsáveis pela <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s ambientes<br />
naturais, geração <strong>de</strong> resíduos e <strong>de</strong>créscimo na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das maiorias<br />
humanas.<br />
Assim, o que será apresenta<strong>do</strong> aqui não tem o propósito <strong>de</strong> “ser algo<br />
fecha<strong>do</strong>”, mas uma “costura <strong>de</strong> idéias” que subsidiam melhor enten<strong>de</strong>r a relação<br />
RSD-ambiente-saú<strong>de</strong> e compreen<strong>de</strong>r que a problemática socioambiental <strong>do</strong>s RSD é<br />
fruto também <strong>de</strong>ssa “mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> sem limites”, que para Robert Moraes (2005,<br />
p.17) é “[...] a experiência <strong>de</strong> viver nesse mun<strong>do</strong> em constante mutação”.<br />
O termo “mutação”, utiliza<strong>do</strong> pelo autor, traz uma idéia intrínseca <strong>de</strong><br />
mudanças, alterações, etc. que nos pare<strong>ce</strong> muito a<strong>de</strong>quada aos nossos dias, pois as<br />
transformações <strong>tecnológica</strong>s e ambientais são cada vez mais enérgicas e<br />
freqüentes, com conseqüências às mais diversas instâncias da vida humana e não<br />
humana.<br />
A internacionalização da produção, distribuição e consumo, juntamente<br />
com o avanço das tecnologias da informação, tem como resulta<strong>do</strong> a<br />
globalização da economia e suas conseqüências macroeconômicas:<br />
transnacionalização empresarial, <strong>de</strong>sterritorialização da força <strong>de</strong> trabalho,<br />
<strong>de</strong>semprego estrutural, entre outras. Ao mesmo tempo, verifica-se aumento<br />
das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre os povos e os grupos sociais, a eclosão <strong>de</strong><br />
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Rigotto (2003, p.393) trás que o <strong>de</strong>senvolvimento veio a se constituir como i<strong>de</strong>ologia <strong>do</strong> capitalismo, a qual nas<strong>ce</strong>u e se<br />
expandiu junto com a burguesia, a partir <strong>do</strong> século XIV.<br />
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