centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce
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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O primeiro momento da pesquisa envolveu a realização da revisão bibliográfica, por meio da qual foi possível conceituar e inter-relacionar os três grandes eixos temáticos desta pesquisa, quais sejam: trabalho com os RSD, ambiente e saúde. A realização desse primeiro momento foi importante por ter proporcionado um melhor entendimento dos achados ou observações com aquele(a)s existentes da literatura, contribuído no recorte do objeto e inspirando a definição da metodologia. Tal momento representa uma atividade imprescindível em pesquisas qualitativas sob o ponto de vista de Glazier e Powell (1992) e Dias (2000). Além disso, o trabalho de pesquisa bibliográfica evitou que os achados desta pesquisa ficassem separados da totalidade, o que é relevante em metodologias qualitativas segundo Haguette (1995). Pelo dito acima, esta pesquisa é qualitativa, a qual, na visão de Moreira (2002, p.44) “trabalha com discursos, textos, sons, imagens, símbolos, abdicando total ou quase totalmente das abordagens matemáticas no tratamento dos dados”. Aprofundando esse olhar Minayo et al (1994, p.22) nos traz que: [...] a metodologia qualitativa trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Da mesma forma, Silva e Menezes (2002, p.20) afirmam que “na pesquisa qualitativa há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”. Minayo et al (1994, p.24) nos trazem que: Ao aprofundar-se no mundo dos significados das ações e relações humanas a pesquisa qualitativa possibilita uma apreensão/aproximação de fenômenos inscritos no mundo real que muitas vezes passam desapercebidos em outros tipos de pesquisas científicas 11
Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2002) nos trazem ainda uma leitura complementar sobre a metodologia aqui empregada. Segundo os autores ela “se caracteriza pelo fato de seguir a tradição compreensivo-interpretativo, que no contexto das ciências sociais, se coloca como modelo alternativo ao positivismo”. Tal tradição, para Fraser e Gondim (2004, p.3), “parte da premissa de que a ação humana tem sempre um significado (subjetivo e intersubjetivo) que não pode ser apreendido somente do ponto de vista quantitativo e objetivo”. Fraser e Gondim (2004, p.4) ressaltam ainda que “[...] a tradição idiográfica defende o ponto de vista de que as ciências sociais têm como objetivo central a compreensão da realidade humana vivida socialmente”. Para os autores: [...] o essencial não é quantificar e mensurar e sim captar os significados. O que se busca não é explicar a relação antecedente e conseqüente (nexos causais) e sim compreender uma realidade particular na sua complexidade (influência mútua dos trabalhadores na construção de sua realidade) (FRASER e GONDIM, 2004, p.4). A nossa escolha pela perspectiva qualitativa se deu em função deste tipo de pesquisa permitir uma melhor compreensão do fenômeno no contexto em que ele ocorre a partir da interação das condições envolvidas, permitindo um aprofundamento maior sobre o tema. O segundo momento da pesquisa compreendeu o levantamento de informações junto aos órgãos competentes, especialmente, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE), a Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (EMLURB) e com a concessionária responsável pela gestão dos RSD na capital cearense. Neste sentido, cabe destacar que: i) a SEMACE é o órgão responsável pelo licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente poluidores no Estado do Ceará, e como tal, tem parcela de responsabilidade sobre o SGRSD de Fortaleza/CE, inclusive sobre o aterro sanitário que recebe os RSD coletados; 12
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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />
O primeiro momento da pesquisa envolveu a realização da revisão<br />
bibliográfica, por meio da qual foi possível con<strong>ce</strong>ituar e inter-relacionar os três<br />
gran<strong>de</strong>s eixos temáticos <strong>de</strong>sta pesquisa, quais sejam: trabalho com os RSD,<br />
ambiente e saú<strong>de</strong>.<br />
A realização <strong>de</strong>sse primeiro momento foi importante por ter proporciona<strong>do</strong> um<br />
melhor entendimento <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s ou observações com aquele(a)s existentes da<br />
literatura, contribuí<strong>do</strong> no recorte <strong>do</strong> objeto e inspiran<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finição da meto<strong>do</strong>logia.<br />
Tal momento representa uma ativida<strong>de</strong> imprescindível em pesquisas qualitativas sob<br />
o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Glazier e Powell (1992) e Dias (2000). Além disso, o trabalho <strong>de</strong><br />
pesquisa bibliográfica evitou que os acha<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta pesquisa ficassem separa<strong>do</strong>s da<br />
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Pelo dito acima, esta pesquisa é qualitativa, a qual, na visão <strong>de</strong> Moreira<br />
(2002, p.44) “trabalha com discursos, textos, sons, imagens, símbolos, abdican<strong>do</strong><br />
total ou quase totalmente das abordagens matemáticas no tratamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s”.<br />
Aprofundan<strong>do</strong> esse olhar Minayo et al (1994, p.22) nos traz que:<br />
[...] a meto<strong>do</strong>logia qualitativa trabalha com um universo <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>s,<br />
motivos, aspirações, crenças, valores e atitu<strong>de</strong>s, o que correspon<strong>de</strong> a um<br />
espaço mais profun<strong>do</strong> das relações, <strong>do</strong>s pro<strong>ce</strong>ssos e <strong>do</strong>s fenômenos que<br />
não po<strong>de</strong>m ser reduzi<strong>do</strong>s à operacionalização <strong>de</strong> variáveis.<br />
Da mesma forma, Silva e Menezes (2002, p.20) afirmam que “na pesquisa<br />
qualitativa há uma relação dinâmica entre o mun<strong>do</strong> real e o sujeito, isto é, um vínculo<br />
indissociável entre o mun<strong>do</strong> objetivo e a subjetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sujeito que não po<strong>de</strong> ser<br />
traduzi<strong>do</strong> em números”.<br />
Minayo et al (1994, p.24) nos trazem que:<br />
Ao aprofundar-se no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s das ações e relações<br />
humanas a pesquisa qualitativa possibilita uma apreensão/aproximação <strong>de</strong><br />
fenômenos inscritos no mun<strong>do</strong> real que muitas vezes passam<br />
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