centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce
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indireto) com diversos tipos de resíduos sólidos e pouco se conhece sobre as repercussões desses resíduos na saúde dessas pessoas e no ambiente. Os RSD, por conterem uma parcela de cada material que chega ao interior das residências (absorventes higiênicos, lenços de papel, fraldas, sobras de alimentos, pilhas, baterias, óleos, vasilhames de solventes, tintas, produtos de limpeza, cosméticos, remédios, vidros, papéis, plásticos, metais, etc.) podem abrigar um amplo espectro de organismos patogênicos, elementos tóxicos ou serem por si só um risco para a saúde dos trabalhadores que realizam a coleta, a segregação, o transporte ou mesmo o aterramento sanitário. Apesar deste reconhecimento, são escassas as pesquisas realizadas na capital cearense sobre o assunto. Isto se dá, em parte, pelo fato de existirem poucos centros de pesquisas que lidam com a questão dos resíduos sólidos municipais, e também pelo fato de que, na maioria das vezes, os trabalhos desenvolvidos - Marques (1999), Filho (2001), Soares (2004) e Firmeza (2005) - não voltaram seus objetivos para esse “olhar”, ou seja, para a tríade RSD-ambiente-saúde. Sob tal cenário, esta pesquisa se apresenta como relevante por: i) preencher parte da lacuna deixada na literatura pertinente, notadamente na local; ii) proporcionar que seus resultados sirvam de apoio à formulação de um novo sistema de gestão de resíduos ou ao aprimoramento do existente; iii) fomentar reflexões para o desenvolvimento de programas voltados à saúde dos trabalhadores envolvidos no “trabalho com o lixo 9 ” iv) fornecer e sistematizar todo um histórico da problemática dos RSD de Fortaleza/CE em termos de ambiente e saúde importante para práticas de educação ambiental. 9 Utilizamos aqui a expressão ‘trabalho com o lixo” porque ela é comum à gestão pública local. Portanto, o termo “Resíduos Sólidos Domiciliares - RSD” não é utilizado e isso significa, na melhor das hipóteses, que a gestão pública possui uma arcaica visão acerca daquilo que é descartado pela população, que todo o universo de potencialidades inerentes à cadeia produtiva dos RSD é desprezado e que o início de uma nova cultura sobre “os excessos” não tem apoio público. 5
Nesse sentido, os problemas advindos dos RSD são aqueles que podem causar impactos negativos (diretos ou indiretos) ao ar, solo, água, fauna, flora e a saúde humana. Portanto, “os resíduos não devem ser desprezados no estudo da estrutura epidemiológica, uma vez que pela sua variada composição, podem conter agentes biológicos patogênicos e/ou substâncias químicas que podem alcançar o ser humano” (SISINNO, 2002, p.35). A qualidade de vida humana pode ser afetada pelos RSD de várias formas: quando os RSD transmitem doenças diretamente ou por vetores abrigados; quando causam acidentes (tanto terrestres quanto marítimos e aéreos); quando adentram nas residências em decorrências de inundações; quando exalam odores ao se degradarem; quando os RSD são ingeridos pelas comunidades de catadores e; quando esses resíduos limitam a aquisição de recursos para o município em decorrência do descaso com o tema. A Figura 1 traz um esquema das vias de contato lixo-homem segundo Heller (1998) e sinteticamente explica as trajetórias a partir das quais pode ocorrer transmissão de doenças oriundas da disposição inadequada do RSD. Notamos que, dada à diversidade de vias e, especialmente, a ação dos vetores - biológicos e mecânicos - o raio de influência dos resíduos é muito extenso. Figura 1 - Esquemas das vias de contato homem-lixo. Fonte: NAJM (s.d.) apud Heller (1998) /(*) Adaptado por Heller. 6
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Os RSD, por conterem uma par<strong>ce</strong>la <strong>de</strong> cada material que chega ao interior<br />
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i) preencher parte da lacuna <strong>de</strong>ixada na literatura pertinente, notadamente na local;<br />
ii) proporcionar que seus resulta<strong>do</strong>s sirvam <strong>de</strong> apoio à formulação <strong>de</strong> um novo<br />
sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos ou ao aprimoramento <strong>do</strong> existente;<br />
iii) fomentar reflexões para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas volta<strong>do</strong>s à saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
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iv) forne<strong>ce</strong>r e sistematizar to<strong>do</strong> um histórico da problemática <strong>do</strong>s RSD <strong>de</strong><br />
Fortaleza/CE em termos <strong>de</strong> ambiente e saú<strong>de</strong> importante para práticas <strong>de</strong> <strong>educação</strong><br />
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9 Utilizamos aqui a expressão ‘trabalho com o lixo” porque ela é comum à gestão pública local. Portanto, o termo “Resíduos<br />
Sóli<strong>do</strong>s Domiciliares - RSD” não é utiliza<strong>do</strong> e isso significa, na melhor das hipóteses, que a gestão pública possui uma arcaica<br />
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