centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

pavimentadas, a circulação contínua destes veículos pesados também
contribuirá para a liberação de partículas suspensas (SISINNO, 2002,
p.33).
Os problemas ao solo, além de diversos, apresentam intensidades diferentes
que dependem do tipo de solo, do tipo de resíduo e da existência ou não de técnicas
de tratamento e/ou disposição. Assim, ao serem dispostos no solo, os RSD o poluem
pela introdução de microrganismos, pela atração de vetores, pela impermeabilização
decorrente dos materiais não biodegradáveis e pelo chorume, que é um líquido
escuro com fortes características físico-químicas e biológicas, por isso, de alto
potencial poluidor.
As áreas utilizadas para o despejo de RSD, mesmo depois de desativadas,
terão seu uso futuro comprometido devido às conseqüências da disposição
imprópria de toneladas de resíduos durante anos. Nesse contexto, Chaney (1983)
apud Sisinno (2002) afirma que “espécies químicas encontradas nos resíduos (como
metais pesados, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, etc.) poderão ser retidas
pelos solos e assimiladas pelos vegetais, não sendo recomendada, deste modo, a
utilização de culturas para alimentação”.
Os problemas à água, provenientes dos RSD, estão relacionados com a
poluição dos recursos hídricos tanto superficiais quanto subterrâneos. Ao
analisarmos os trabalhos publicados sobre o assunto, achamos relevante destacar o
desenvolvido por Oliveira (1997); que tratou da poluição das águas do Rio Cocó em
Fortaleza/CE pelo Lixão do Jangurussu instalado em suas margens, e o trabalho de
Porto et al (2004) que mencionou a contaminação das águas da Baía de Guanabara
pelos resíduos sólidos dispostos no aterro de Jardim Gramacho; o que mostra que
tal questão é singular em algumas cidades do país.
Sob o nosso ponto de vista, o grande problema de saúde pública decorrente
da poluição e/ou contaminação dos recursos hídricos pelos RSD consiste no fato de
que um elevado número de cidades brasileiras utiliza, na maioria dos casos, esses
mesmos recursos hídricos para abastecimento humano, o que levanta a
possibilidade de surtos de doenças por via indireta (hídrica).
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