centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

sujeitos permitiu observar o reconhecimento das formas de poluição ambiental, da
importância da preservação ambiental e do quanto a não participação da população
incrementa os problemas:
“Os riscos do lixo pro meio ambiente é um pouco grave
porque botando o lixo no meio da rua fica sujo, fica
fedendo. Quando chove alaga tudo, faz enchente e
tampa bueiro que enche a rua...” (Entrevistado 10, Membro
da Associação de Catadores).
“...cê vê que a população pega o lixo e joga no meio da
rua; não dá...” (Entrevistado 3, Gari).
“...o lixo tem que ser todo tempo limpo porque atrai
muitas coisas como barata, rato, e polui a água, e a
terra vai sugando a água do lixo...” (Entrevistado 5, Gari).
“...jogando o lixo dentro d’água, jogando lixo nos
esgotos, tá infectando o meio ambiente e a própria
pessoa porque a pessoa que joga um lixo dentro de rio
ou dentro do esgoto tá prejudicando não é só ele não,
tá prejudicando é qualquer um...” (Entrevistado 6, Integrante
da Usina de Triagem).
Os trabalhadores vêem que a disposição inadequada de RSD gera todo um
conjunto de problemas para o ar, solos, águas, e para a saúde humana. Essas
perspectivas emergiram nos três setores do SGRSD de Fortaleza/CE (Coleta
Domiciliar, Usina de Triagem e Associação de Catadores), mostrando alguns riscos
inerentes aos resíduos ou ao seu inadequado manejo.
Os problemas ao ar derivam principalmente dos RSD expostos à céu aberto,
onde os processos de decomposição do material orgânico encontram-se acelerados
e onde gases (como o dióxido de carbono e metano - vilões do aquecimento global e
efeito estufa 35 ) acabam lançados na atmosfera sem nenhum tratamento.
No caso de áreas de despejo onde haja, mesmo que precariamente, algum
tipo de espalhamento, compactação e cobertura dos resíduos, as poeiras
suspensas vindas dos próprios resíduos e produzidas durante as etapas de
operação também contribuirão para a poluição do ar no local. Caso as vias
de acesso dos caminhões que transportam os resíduos não estejam
35 É fato que dióxido de carbono tem ocupado lugar de destaque na discussão do aquecimento global e do efeito estufa, mas o
gás metano tem uma capacidade, segundo Ensinas (2003), McLennan (2003) e Korhonen e Dahlbo (2007) 21 vezes maior de
agravar tais problemas globais, entretanto, ele fica praticamente “excluído” das reflexões sobre a temática e quase não é
“linkado” à questão dos resíduos sólidos.
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