centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce
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Cata<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Jangurussu passaram por algumas capacitações dadas por técnicos<br />
contrata<strong>do</strong>s pelo Banco <strong>do</strong> Brasil ainda no início das ativida<strong>de</strong>s (novembro <strong>de</strong> 2006)<br />
da Associação, sem contar os conhecimentos que eles adquiriram em suas próprias<br />
vivências.<br />
Como observamos em Abreu (2001) os cata<strong>do</strong>res possuem muitos<br />
conhecimentos específicos e habilida<strong>de</strong> para i<strong>de</strong>ntificar, coletar, separar e ven<strong>de</strong>r os<br />
recicláveis, mas Mello (2004, p.5) vai um pouco mais além ao discutir que os<br />
objetos, a<strong>ce</strong>ssórios, símbolos e griffes - “[...] que em teoria seriam ‘facilita<strong>do</strong>res’ ou<br />
possibilita<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s movimentos e práticas humanas” - tornam-se os ícones<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s seres humanos, e os sujeitos que vivem da cata <strong>do</strong> lixo revelam<br />
como ninguém essa sabe<strong>do</strong>ria. Nas palavras da autora, “seu olhar [referin<strong>do</strong>-se ao<br />
sujeito que cata lixo] seletivo i<strong>de</strong>ntifica marcas e símbolos <strong>do</strong> status quo, joga<strong>do</strong>s<br />
fora como ex<strong>ce</strong>sso pelos que têm muito”.<br />
Há uma compreensão clara por parte <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s da ASCAJAN que os<br />
materiais recicláveis não são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s “lixo”, sen<strong>do</strong> tal visão importantíssima <strong>do</strong><br />
ponto <strong>de</strong> vista social e ambiental, pois cada material anuncia<strong>do</strong> pelo entrevista<strong>do</strong><br />
(garrafa, papelão, papel branco, alumínio) <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> poluir o ambiente ao ser<br />
<strong>de</strong>stina<strong>do</strong> à reciclagem, além <strong>de</strong> gerar emprego e renda.<br />
Conforme Santos (2007, p.14),<br />
Entre as diversas alternativas existentes para a questão <strong>do</strong>s resíduos<br />
sóli<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ve-se priorizar a reciclagem, haja vista que ela: diminui a<br />
poluição <strong>do</strong> solo, água e ar, melhora a limpeza da cida<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida da população; prolonga a vida útil <strong>do</strong>s aterros sanitários; gera<br />
empregos para a população não qualificada e gera re<strong>ce</strong>ita com a<br />
comercialização <strong>do</strong>s recicláveis.<br />
Visão semelhante foi apresentada por Me<strong>de</strong>iros e Macê<strong>do</strong> (2006, p.69):<br />
[...] a reciclagem configura-se como importante elemento, pois possibilita o<br />
reaproveitamento <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s novamente ao circuito<br />
produtivo e traz benefícios ambientais através da economia <strong>de</strong> recursos<br />
naturais, energia e água. Além <strong>do</strong> inquestionável aspecto ambiental, a<br />
reciclagem possibilita ganhos sociais ao absorver no seu circuito produtivo<br />
os cata<strong>do</strong>res <strong>de</strong> materiais recicláveis.<br />
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