centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

(odor do ovo podre), especialmente. Ferreira (2002. p.3) observou que “[...] além do
‘cheiro’ do lixo incomodar relativamente aos trabalhadores da coleta domiciliar no Rio
de Janeiro, ele causa um ardor na vista”, conforme anunciaram 36,4% dos seus
entrevistados. 55% dos entrevistados por Nunes e Cunha (2004) afirmaram que o
‘cheiro’ causa doenças.
Gorni e Paiva (1998) desenvolveram um estudo que procurou evidenciar o
desconforto e os graves problemas de saúde que podem advir da inalação das
substâncias voláteis presentes no lixo em decomposição focando a realidade dos
trabalhadores da coleta de lixo. Segundo os autores,
A mistura de substâncias que compõem o lixo coletado diariamente pelos
funcionários, são extremamente tóxicas aos seres humanos. A toxicidade
destas substâncias podem resultar em conseqüências gravíssimas para
aqueles que estão em contato direto com elas. Dentre os compostos
sintéticos presentes na composição da mistura em que se transforma o lixo,
as dioxinas são as substâncias que apresentam o maior grau de toxicidade.
Pode-se citar como exemplo de dioxinas presentes no lixo, os chamados
dibenzo-p-dioxinas policloradas (PCDDs), os dibenzofuronas policloradas
(PCDFs), os bifelinas policlorados (PCBs) e os hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos - PAHs (GORNI e PAIVA, 1998, p.4).
Gorni e Paiva nos trazem ainda que:
O trabalho da coleta de lixo requer o manuseio e, consequentemente, a
exposição do trabalhador a vários tipos de situações que propiciam a
inalação que propiciam a inalação dessas várias substâncias com odores
desagradáveis e muito danosas à saúde. Esta situação se agrava quando o
veículo está em movimento, aumentando a intensidade com que os gases
atingem o rosto do trabalhador, penetrando em sua pele e suas mucosas
(GORNI e PAIVA, 1998, p.2).
Nunes e Cunha (2004), ao realizarem exames parasitológicos em coletores de
lixo, levantaram a prevalência de enteroparasitoses em 14 (63,6%) dos 22
trabalhadores investigados. Das 14 ocorrências de parasitas ou comensais na
população de coletores de lixo da cidade de Patrocínio (Minas Gerais), 78,6% (11)
corresponderam a protozoários e 21,4% (3) a helmintos. O comensal Entamoeba coli
foi o responsável por maior número de ocorrências, tendo sido verificado em 31,8%
dos coletores.
Para Ferreira e Anjos (2001, p.692) “o odor emanado dos resíduos pode
causar mal estar, cefaléias e náuseas em trabalhadores e pessoas que se encontrem
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