centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

Problematizando o fato de existirem Resíduos de Serviços de Saúde no meio
dos RSD de Fortaleza/CE, cabe lembrar que tais resíduos possuem características
biológicas que requerem cuidados específicos, pois:
- Machado, Ambrôsio e Moreno (1993) identificaram uma série de
microrganismos presentes na massa de resíduos como Salmonella thyphi,
Pseudonomas sp., Streptococcus aureus e Candida albicans, além de vírus
responsáveis por Hepatite A e B.
- Pruss, Giroult e Rushbrook (1999) demonstraram a possibilidade de
sobrevivência do vírus da Hepatite B ou C durante uma semana, em uma gota de
sangue retirada de uma agulha hipodérmica.
Um outro aspecto relevante dos depoimentos construídos se refere ao fato de
fetos e animais mortos (no caso, cachorros) estarem sendo dispostos como RSD
pela população; o que também emergiu na pesquisa de Zaneti (2006). Tal realidade,
materializada do terceiro ao quinto depoimentos, desmascara a face perversa da
sociedade atual e favorece um questionamento acerca dos destinos da sociedade,
sem contar o potencial que todo esse material orgânico tem na proliferação de
microrganismos que podem afetar a saúde.
Além de lidarem com fetos e animais mortos, os entrevistados relataram a
desagradável sensação de ficarem durante a rotina de trabalho inalando fétidos
odores provenientes da degradação do lixo domiciliar ou mesmo das fezes que
escorrem dos sacos plásticos:
“...a gente pode se prejudicar por causa do mau cheiro
do lixo. Eles (supervisores) podiam se reunir e ajeitar
esse negócio dos equipamentos de segurança...”
(Entrevistado 2, Gari).
“...o que eu acho ruim também é o fedor do lixo...a
gente vai pra casa e leva o fedor pra dento de casa...”
(Entrevistado 8, Integrante da Usina de Triagem).
O incômodo que os odores do lixo representa para os entrevistados, é
característico de gases como o azoto (N2), o amoníaco (NH3) e o sulfídrico - H2S
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