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centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

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- Miura (2004) apud Me<strong>de</strong>iros e Macê<strong>do</strong> (2006), quan<strong>do</strong> traz que os cata<strong>do</strong>res<br />

não pare<strong>ce</strong>m preocupa<strong>do</strong>s com os prejuízos provoca<strong>do</strong>s à saú<strong>de</strong> pelo trabalho,<br />

estes são suplanta<strong>do</strong>s pelo fato <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> garantir sua subsistência.<br />

4.4.2.3 - “O Trabalho com o Lixo como Ne<strong>ce</strong>ssida<strong>de</strong>”<br />

Apesar <strong>de</strong> os RSD assumirem um papel <strong>ce</strong>ntral na vida <strong>de</strong> alguns<br />

entrevista<strong>do</strong>s, o trabalho tem se torna<strong>do</strong> uma verda<strong>de</strong>ira ‘obrigação’ para alguns,<br />

como se vê a seguir:<br />

“...venho pra cá porque sou obriga<strong>do</strong>, porque tem que<br />

vim pois eu tenho filho, tenho uma casa pra sustentar e<br />

tem que vim. Se não vim, morre <strong>de</strong> fome...” (Entrevista<strong>do</strong><br />

8, Integrante da Usina <strong>de</strong> triagem).<br />

“...eu venho pra cá porque é o jeito mas eu não gostaria<br />

<strong>de</strong> tá aqui não. Tô porque é o jeito, mas eu não gosto...”<br />

(Entrevista<strong>do</strong> 6, Integrante da Usina <strong>de</strong> triagem).<br />

As falas <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s - ambos da Usina <strong>de</strong> Triagem - mostram o<br />

‘<strong>de</strong>sgosto’ que o trabalho com RSD traz, mas também abrem espaço para uma<br />

discussão a<strong>ce</strong>rca da estrutura da família e das atribuições <strong>de</strong> cada membro.<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que os trabalha<strong>do</strong>res da Usina <strong>de</strong> Triagem não re<strong>ce</strong>be<br />

nenhum apoio por parte <strong>do</strong>s órgãos ambientais ou da Prefeitura, estan<strong>do</strong> guia<strong>do</strong>s à<br />

própria sorte no dia-a-dia das esteiras. Assim, a Usina tem que funcionar <strong>de</strong> forma<br />

“autogestionária”, sen<strong>do</strong> organizada por trabalho que ocupa os três turnos. Nela, não<br />

há salários fixos, apesar <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s participarem da triagem <strong>do</strong> material reciclável.<br />

Apesar da nítida carência <strong>de</strong> vida e trabalho, há uma espécie <strong>de</strong><br />

“solidarieda<strong>de</strong>” entre os cata<strong>do</strong>res da Usina e entre os da ASCAJAN. É como se eles<br />

se sentissem mais conforta<strong>do</strong>s ao saber que to<strong>do</strong> o grupo está trabalhan<strong>do</strong> naquele<br />

momento, que ninguém está acima <strong>de</strong> ninguém no trabalho das esteiras ou mesmo<br />

<strong>de</strong>ntro da Associação.<br />

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