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centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

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produtivida<strong>de</strong> ou por acumulação <strong>de</strong> atesta<strong>do</strong>s”<br />

(Entrevista<strong>do</strong> 4, Gari).<br />

O segun<strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento - que representa uma <strong>de</strong>manda proveniente <strong>de</strong><br />

quadro crônico - traz a indignação <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong> a<strong>ce</strong>rca da dificulda<strong>de</strong> que<br />

enfrenta para conseguir realizar um exame (no caso, raio X). Ouvimos ainda <strong>de</strong>sse<br />

entrevista<strong>do</strong> que, ao procurar atendimento no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), ele<br />

não conseguiu fazer o exame. Como conseqüência, “ganhou” faltas no trabalho que<br />

representaram redução salarial ou <strong>de</strong> benefícios:<br />

“...cê vê que os hospitais <strong>de</strong> Fortaleza tá em uma<br />

<strong>de</strong>cadência danada, em greve. Cê chega pra ser<br />

atendi<strong>do</strong>, pega fila, <strong>de</strong>mora horas e horas. Cê sai <strong>do</strong><br />

trabalho pra ir ao médico, chega lá cê espera 2 ou 3<br />

horas na fila pra ser atendi<strong>do</strong> e tem vez que não é...”<br />

(Entrevista<strong>do</strong> 5, Gari).<br />

Quan<strong>do</strong> saímos <strong>do</strong> “mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s garis” e entramos no “mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res<br />

da Usina <strong>de</strong> Triagem” é que observamos um <strong>ce</strong>nário um pouco mais complexo, pois<br />

a ocorrência <strong>de</strong> agravos à saú<strong>de</strong> é motivo para procurar os <strong>do</strong>nos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />

material reciclável, que <strong>de</strong>cidirá em levar ou não o trabalha<strong>do</strong>r para o hospital,<br />

conforme se observa:<br />

“Se for um corte gran<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>poseiro leva a gente pro<br />

hospital, mas aqui <strong>de</strong>ntro mesmo a gente não tem quem<br />

socorre não. Se a gente levar um corte, a gente procura<br />

o <strong>de</strong>poseiro para ajudar a gente...” (Entrevista<strong>do</strong> 6,<br />

Integrante da Usina <strong>de</strong> Triagem).<br />

Esse <strong>de</strong>poimento traz à tona um pouco das relações estabelecidas entre os<br />

integrantes da Usina <strong>de</strong> Triagem e os <strong>de</strong>poseiros. Além disso, outros entrevista<strong>do</strong>s<br />

da Usina relataram que os <strong>de</strong>poseiros, <strong>de</strong> vez em quan<strong>do</strong>, emprestam dinheiro (<strong>de</strong><br />

R$ 10,00 à R$ 30,00), mas cobram juros ao re<strong>ce</strong>berem:<br />

“...tem vez que o lixo aqui tá pouco e a gente ganha<br />

pouco. Quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poseiro vem, nós pedimos um<br />

dinheiro empresta<strong>do</strong> pra <strong>de</strong>pois pagar. Pe<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pois<br />

paga mais. Paga sempre mais...” (Entrevista<strong>do</strong> 6, Membro<br />

da Associação <strong>de</strong> Cata<strong>do</strong>res).<br />

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