centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

50,0% dos funcionários da coleta urbana de RSD de uma Empresa A e B de Porto
Alegre.
Na visão de Robassi et al (1992) apud Anjos e Ferreira (2000) “essas
condições indicam a necessidade de avaliação da carga de trabalho, por ser uma
atividade aparentemente extenuante, com repercussões importantes na saúde dos
trabalhadores envolvidos”. Cabe destacar que os tais autores foram bastante
complacentes ao se referirem ao trabalho dos garis utilizando “aparentemente”.
A maioria dos coletores de lixo entrevistados por Nunes e Cunha (2004),
54,5%, relatou que se sente muito cansada durante o exercício de sua tarefa. Em
Velloso (2005), a maioria dos pesquisados afirma também se sentir muito cansada
ao final da tarefa e consideram o ritmo de trabalho acelerado.
Madruga (2002) desenvolveu um estudo em uma empresa de coleta de lixo
da grande Florianópolis com objetivo de analisar as cargas de trabalho dos coletores
de RSD. Segundo a autora (p.35),
69,29% dos trabalhadores se afastaram das suas atividades em 2002 por
motivo de saúde em geral, sendo que destes, 57,29% dos afastamentos
observados foram decorrentes de seqüelas de acidentes de trabalho.
Dentre estes, verificou-se que 21,29% se afastaram por motivo de entorses
generalizados (torção de joelhos e tornozelos) e distensão muscular;
21,75% dos afastamentos foram por seqüelas de acidentes como objetos
perfuro-cortantes em geral; 14,25% por excesso de peso devido a
procedimentos incorretos no levantamento de lixo e 12% de exposição a
intempéries (resfriados comuns).
Os problemas de saúde anunciados, segundo Ferreira (1997) apud Anjos e
Ferreira (2000), [...] decorrem do fato de a coleta de lixo domiciliar exigir do
trabalhador esforços diferenciados ao longo do dia para andar, correr, subir/descer
ladeiras e pegar pesos.
Nessa mesma linha de raciocínio, Velloso, Valadares e Santos (1998, p.150),
afirmam que [...] o processo de coleta de lixo domiciliar é constituído de uma
tecnologia primária, praticamente manual, onde o corpo do trabalhador transformase
em instrumento de carregar lixo. Afirmam ainda (p.144) que “a vivência concreta
dessa situação, isto é, o identificar-se com um instrumento de transporte de dejetos,
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