centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce
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Passou uns 20 dias interna<strong>do</strong> no Frotão e <strong>de</strong>pois<br />
morreu...” (Entrevista<strong>do</strong> 5, Gari).<br />
A forma como o trabalha<strong>do</strong>r falou sobre seu colega trouxe-nos a sensação <strong>de</strong><br />
que o episódio ‘alimenta o me<strong>do</strong>’, mas também uma maneira <strong>de</strong> tentar se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong>sse me<strong>do</strong>.<br />
O atropelamento observa<strong>do</strong> em Fortaleza/CE não é um fato exclusivo da<br />
capital <strong>ce</strong>arense. No estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Miglioransa et al (2004), observamos que <strong>ce</strong>rca <strong>de</strong><br />
6,67% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> uma Empresa B <strong>de</strong> Porto Alegre, já foram atropela<strong>do</strong>s.<br />
Observamos em Velloso, Santos e Anjos (1997) uma Associação entre as causas<br />
<strong>de</strong>sses aci<strong>de</strong>ntes com o fato <strong>de</strong> os horários <strong>de</strong> coleta coincidirem com os <strong>de</strong> tráfego<br />
intenso.<br />
Para Ferreira e Anjos (2001, p.693),<br />
Aos atropelamentos estão expostos tanto os trabalha<strong>do</strong>res da coleta<br />
<strong>do</strong>miciliar e limpeza <strong>de</strong> logra<strong>do</strong>uros como os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> locais <strong>de</strong><br />
transferência e <strong>de</strong>stinação final <strong>do</strong>s resíduos, pois além <strong>do</strong>s riscos<br />
inerentes à ativida<strong>de</strong>, contribuem para esse tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte a sobrecarga<br />
e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho e o pouco respeito que os motoristas em geral<br />
têm para os limites e regras estabelecidas para o trânsito. Também <strong>de</strong>ve<br />
ser lembrada a ausência <strong>de</strong> uniformes a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s (roupas visíveis, sapatos<br />
resistentes e anti<strong>de</strong>rrapantes) como um fator <strong>de</strong> agravamento <strong>do</strong>s riscos <strong>de</strong><br />
atropelamento.<br />
Ainda “Conhe<strong>ce</strong>n<strong>do</strong> o Trabalho com o Lixo”, compreen<strong>de</strong>mos que há uma<br />
insatisfação em relação à empresa na qual trabalham. Tal insatisfação <strong>de</strong>corre <strong>do</strong><br />
fato <strong>de</strong> não possuírem Planos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, pois acreditam que a empresa tem gran<strong>de</strong>s<br />
re<strong>ce</strong>itas mensais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> arcar com esse benefício, como ilustram os<br />
pronunciamentos:<br />
“Aqui ninguém tem um plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Uma empresa<br />
<strong>de</strong>ssa que ganha milhões da Prefeitura <strong>de</strong><br />
Fortaleza...alega que têm muitas <strong>de</strong>spesas. Sim, tem<br />
muita <strong>de</strong>spesa, mas em primeiro lugar <strong>de</strong>ve se<br />
preocupar mais com o funcionário (Entrevista<strong>do</strong> 3, Gari).<br />
“...um plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dava pra ela (empresa) pagar,<br />
mas ela fala que não, que tá pagan<strong>do</strong> bem porque da<br />
<strong>ce</strong>sta básica, vale refeição...” (Entrevista<strong>do</strong> 1, Gari).<br />
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