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centro federal de educação tecnológica do ceará – cefet/ce

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na vida <strong>do</strong> gari, mas não po<strong>de</strong>mos esque<strong>ce</strong>r que esse trabalho também po<strong>de</strong> ser<br />

marca<strong>do</strong> pela ausência <strong>de</strong> direitos sociais, mal remunera<strong>do</strong> e pouco reconheci<strong>do</strong>,<br />

que po<strong>de</strong> provocar um sentimento <strong>de</strong> inutilida<strong>de</strong> no trabalha<strong>do</strong>r. Dejours (1999) apud<br />

Me<strong>de</strong>iros e Macê<strong>do</strong> (2006) evi<strong>de</strong>ncia que as conseqüências psicossociais advindas<br />

da crise atual <strong>do</strong> trabalho assalaria<strong>do</strong> são perversas, pois atacam os ali<strong>ce</strong>r<strong>ce</strong>s da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ser humano.<br />

Ainda “Conhe<strong>ce</strong>n<strong>do</strong> o Trabalho” emergiu uma discussão a<strong>ce</strong>rca das relações<br />

humanas no ambiente <strong>de</strong> trabalho. Dito <strong>de</strong> outra forma, como os sujeitos<br />

entrevista<strong>do</strong>s se relacionam e como são suas relações com seus superiores.<br />

Compreen<strong>de</strong>mos que o trabalho com os RSD tem <strong>de</strong>sgasta<strong>do</strong> relações e leva<strong>do</strong> os<br />

trabalha<strong>do</strong>res (no caso, os garis) a sofrerem fortes pressões por parte da empresa,<br />

que organizam o trabalho <strong>de</strong> forma extenuante e estabele<strong>ce</strong>m metas <strong>de</strong> produção:<br />

“...ela (empresa) pressiona <strong>de</strong>mais o coletor, pressiona,<br />

pressiona, pressiona, que tem hora que você não<br />

agüenta mais. A única <strong>de</strong>svantagem é essa, é pressão<br />

por cima <strong>de</strong> pressão tanto <strong>do</strong>s homens lá <strong>de</strong>ntro quanto<br />

<strong>do</strong> fiscal...” (Entrevista<strong>do</strong> 2, Gari).<br />

“Você tem que correr muito, cê tem que fazer uma<br />

carrada em menos <strong>de</strong> 3 horas, <strong>de</strong> 9.000 kilos, então pra<br />

isso você tá arrisca<strong>do</strong>, no setor, a ser atropela<strong>do</strong>, sob<br />

pressão não é?!. Porque se você trabalhar com calma,<br />

se não tivesse pressão, não tivesse horário pra fazer a<br />

carrada, cê ia passar uma avenida e aí olhar pros <strong>do</strong>is<br />

la<strong>do</strong>s...” (Entrevista<strong>do</strong> 5, Gari).<br />

A pressão anunciada pelo entrevista<strong>do</strong> gera comportamentos <strong>de</strong> risco porque<br />

metas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> são <strong>de</strong>terminadas pela empresa e <strong>de</strong>vem ser cumpridas<br />

pelos trabalha<strong>do</strong>res ao longo das suas rotinas <strong>de</strong> coleta. Possivelmente, essas<br />

metas não consi<strong>de</strong>ram as condições individuais, o levantamento <strong>de</strong> peso e o esforço<br />

físico que o trabalho exige.<br />

Cabe <strong>de</strong>stacar que esse <strong>ce</strong>nário emergiu também no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Velloso<br />

(1995) apud Anjos e Ferreira (2000), levan<strong>do</strong>-a a afirmar que “durante a coleta, o<br />

trabalha<strong>do</strong>r está submeti<strong>do</strong> a tensões permanentes pela presença constante <strong>de</strong><br />

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