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SÃO PAULO, QUARTA-FEIRA, 20 DE FEVEREIRO DE 2013
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Revalida em
discussão
Medicina. Validação do diploma estrangeiro pode mudar.
Governo discute alternativas para facilitar a aprovação dos
candidatos estrangeiros e aumentar o número de médicos no país
No ano passado, 782 médicos
com diplomas obtidos
no exterior fizeram o Revalida
(Exame Nacional de
Revalidação de Diplomas
Médicos Expedidos por Instituições
de Educação Superior
Estrangeiras). Desses,
apenas 77 foram aprovados
para clinicar no Brasil.
O baixo índice de aprovação
verificado ao longo
dos últimos anos (em 2010,
por exemplo, apenas 0,4%
dos candidatos foram aprovados)
levou o governo a
discutir uma alternativa para
facilitar a validação desses
diplomas.
Entre as principais razões
para tal preocupação está a
falta de profissionais que
atuem, sobretudo, nas regiões
mais afastadas do país.
De acordo com o projeto
em discussão, o padrão
de dificuldade das questões
deixará de ser definido por
professores e médicos, como
ocorre atualmente. A proposta
é que candidatos estrangeiros
sejam submetidos
ao mesmo teste aplicado
a estudantes de medicina no
país e apresentem o mesmo
nível para que sejam aprovados.
Outra proposta que está
Análise
As mudanças
não são
positivas
É difícil expressar com
firmeza e convicção a
qualificação dos médicos
diplomados no exterior.
Esses profissionais não
devem ter conhecimento
do nosso Código de Ética
Médica, das leis vigentes
no Brasil, sobretudo
da Constituição Federal
e domínio do SUS na sua
essência. Por isso, acredito
que mudanças na metodologia
do Revalida
não são positivas.
DALVÉLIO
MADRUGA
Diretor e membro da
comissão de ética do CFM
em análise pelos Ministérios
da Saúde e da Educação é a
de dispensar o candidato do
exame de validação, desde
que faça um estágio de dois
anos no SUS (Sistema Único
de Saúde).
Para os defensores da
mudança, a flexibilização
do Revalida aumentará, em
curto prazo, o número de
profissionais atuantes.
Por outro lado, as principais
entidades da área de saúde
são contra as mudanças
no Revalida. “A qualidade e a
infraestrutura dos cursos de
medicina na Argentina, Bolívia
e Equador são inferiores
às das universidades nacionais.
Por isso, o índice de
aprovação no Revalida é baixo”,
diz Florisval Meinão, presidente
da APM (Associação
Paulista de Medicina).
“O Revalida é de nível
mediano e, até, mais fácil
do que a nossa prova de residência
médica. Ao facilitar
o exame estamos desvalorizando
os médicos formados
no Brasil e colocando em risco
a população”, diz Renato
Azevedo Júnior, presidente
do Cremesp (Conselho Regional
de Medicina do Estado
de São Paulo). METRO
Análise
Mudança
garantirá
igualdade
A flexibilização do Revalida
não diminuirá a qualidade
dos médicos no
país. Vai é garantir igualdade
para que as regras
para o médico formado
fora do Brasil sejam
iguais às aplicadas para
os médicos formados no
país. Se o médico brasileiro
tem competências,
o estrangeiro, como será
submetido ao mesmo
grau de avaliação, terá o
mesmo padrão.
ROGÉRIO
CARVALHO (PT- SE)
Deputado e apoiador
da mudança