Dissertação de Mestrado - Programa de de Pós-Graduação em ...
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PUC Minas<br />
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS<br />
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA<br />
MESTRADO EM ENGENHARIA AUTOMOTIVA<br />
<strong>Dissertação</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestrado</strong><br />
DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA DE<br />
ANÁLISE E GESTÃO ENERGÉTICA PARA<br />
GERAÇÃO DE ÁGUA QUENTE APLICADA À<br />
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA<br />
Gabriela Batista Pinto Coelho<br />
ORIENTADORA: Profa. Elizabeth Marques Duarte Pereira, D.Sc.<br />
Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2001
PUC Minas<br />
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS<br />
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA<br />
MESTRADO EM ENGENHARIA AUTOMOTIVA<br />
DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA DE<br />
ANÁLISE E GESTÃO ENERGÉTICA PARA<br />
GERAÇÃO DE ÁGUA QUENTE APLICADA À<br />
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA<br />
Banca Examinadora:<br />
<strong>Dissertação</strong> apresentada ao Departamento <strong>de</strong><br />
Engenharia Mecânica da PUC Minas pela aluna<br />
Gabriela Batista Pinto Coelho como parte dos<br />
requisitos para obtenção do título <strong>de</strong> MESTRE EM<br />
CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA.<br />
Profa. Elizabeth Marques Duarte Pereira, D.Sc.- PUC Minas - Orientadora<br />
Prof. José Antônio Perrella Balestieri, D.Sc. - UNESP - Examinador Externo<br />
Prof. José Ricardo Sodré, Ph.D. - PUC Minas - Examinador Interno<br />
Prof. Sérgio <strong>de</strong> Morais Hanriot, D.Sc. - PUC Minas - Suplente<br />
Belo Horizonte, 28 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2001
RESUMO<br />
Este trabalho propõe o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma metodologia <strong>de</strong> análise e gestão<br />
energética aplicada à indústria automotiva, avaliando-se as alternativas: energia solar e<br />
cogeração, esta abrangendo turbina e motor a gás com cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação. A<br />
cogeração foi avaliada <strong>de</strong>vido à sua concepção <strong>de</strong> utilização eficiente e racional dos<br />
meios energéticos, enquanto a energia solar foi proposta como uma mudança <strong>de</strong><br />
paradigma no setor industrial. A metodologia apresentada utiliza critérios térmicos que<br />
possibilitam avaliar a influência da relação calor/potência no planejamento <strong>de</strong> uma nova<br />
central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água. Um programa computacional <strong>de</strong> diagnóstico energético<br />
foi <strong>de</strong>senvolvido para automatizar a metodologia térmica. Este programa foi uma<br />
ferramenta eficaz na avaliação do estudo <strong>de</strong> caso <strong>de</strong> uma indústria automotiva. As<br />
alternativas propostas foram, ainda, submetidas à análise <strong>de</strong> engenharia econômica <strong>de</strong><br />
retorno <strong>de</strong> investimento. Os resultados do estudo <strong>de</strong> caso apontam que para uma<br />
<strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> 240.000 litros <strong>de</strong> água quente, o aquecimento solar e a cogeração<br />
utilizando motor a gás foram as opções mais viáveis economicamente.<br />
i
ABSTRACT<br />
The main purpose of this work is to <strong>de</strong>velop an energy analysis applied to an<br />
automotive industry evaluating solar energy and cogeneration syst<strong>em</strong>s, this one with the<br />
technical options: gas turbine and reciprocating engine associated to a heat recovery<br />
steam generator. Cogeneration was evaluated due to its condition of efficient and<br />
rational use of energy, while solar energy was proposed as an industrial change of<br />
paradigm. The thermal methodology presented was based on the thermal criteria with<br />
the purpose of evaluating the influence of the heat/power rate in the planning of a new<br />
hot water generation plant. A diagnosis computational program was <strong>de</strong>veloped in or<strong>de</strong>r<br />
to automate the thermal methodology. This program has proved being an efficient tool<br />
all over the automotive industry study evaluation. The options proposed were also<br />
subjected to an economic engineering analysis. The results of the case study had<br />
presented that for 2400.000 liters of hot water per day in the industry, solar energy and<br />
cogeneration using reciprocating engine were the recommen<strong>de</strong>d economic options.<br />
ii
SUMÁRIO<br />
RELAÇÃO DE FIGURAS vi<br />
RELAÇÃO DE TABELAS viii<br />
NOMENCLATURA x<br />
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO<br />
1.1 Motivação 1<br />
1.2 Revisão Bibliográfica 2<br />
1.3 Escopo do trabalho 4<br />
1.4 Relevância do t<strong>em</strong>a 5<br />
1.5 Objetivos gerais e específicos 5<br />
Capítulo 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />
2.1 Cogeração 7<br />
2.2 Turbina a gás 9<br />
2.2.1 Análise Termodinâmica 9<br />
2.2.2. Tipos <strong>de</strong> Turbinas a Gás 11<br />
2.3 Motores <strong>de</strong> Combustão Interna 13<br />
2.4 Consi<strong>de</strong>rações gerais para seleção do ciclo 15<br />
2.4.1 Parâmetros técnicos importantes para seleção do ciclo 15<br />
2.4.2 Outros fatores importantes a ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados 17<br />
2.5 Gás Natural 18<br />
2.5.1 Gás Natural Bruto 19<br />
2.5.2 Gás Natural Associado e Não Associado 20<br />
2.5.3 Composição do Gás Natural Comercial 21<br />
2.5.4 Características do Gás Natural 26<br />
2.6 Energia Solar 28<br />
2.7 Análise Econômica 31<br />
2.7.1 Consi<strong>de</strong>rações Gerais para o projeto <strong>de</strong> cogeração 31<br />
iii
2.7.2 Parâmetros relevantes para a análise econômica da cogeração 33<br />
2.7.3 Fontes <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração 34<br />
2.7.4 Ferramentas para análise financeira <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração 35<br />
Capítulo 3 – METODOLOGIA DE TRABALHO<br />
3.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente 36<br />
3.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas catálogos 37<br />
3.3 Descrição das instalações térmicas 38<br />
3.4 Levantamento do consumo diário <strong>de</strong> energia 38<br />
3.5 Cálculo das eficiências térmicas dos equipamentos utilizados 39<br />
3.5.1 Trocador <strong>de</strong> Calor 39<br />
3.5.2 Cal<strong>de</strong>ira 39<br />
3.5.3 Consumo real <strong>de</strong> gás natural por dia 42<br />
3.6 Seleção <strong>de</strong> Alternativas 42<br />
3.6.1 Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento solar 42<br />
3.6.2 Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração 44<br />
3.7 Análise Econômica 47<br />
3.7.1 Método <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa 48<br />
3.7.2 Viabilida<strong>de</strong> Econômica 49<br />
3.7.3 Investimento <strong>de</strong> Capital 50<br />
3.7.4 Receitas 51<br />
3.7.5 Custos <strong>de</strong> Saída 51<br />
Capítulo 4– PROGRAMA COMPUTACIONAL DE DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO<br />
4.1 Fluxograma <strong>de</strong> Apoio e Decisão 53<br />
Capítulo 5 – ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E<br />
ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
5.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente 59<br />
5.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas e catálogos 60<br />
5.2.1 Consumo <strong>de</strong> água quente diário estimado 60<br />
5.3 Descrição das Instalações 60<br />
iv
5.3.1 Equipamentos 60<br />
5.4 Cálculo do consumo <strong>de</strong> energia diário para aquecer a água 62<br />
5.5 Cálculo da eficiência térmica dos equipamentos utilizados 62<br />
5.6 Energia real liberada pelo gás natural 63<br />
5.6.1 Cálculo do consumo <strong>de</strong> gás natural diário 63<br />
5.7 I<strong>de</strong>ntificação das alternativas 63<br />
5.7.1 Energia Solar 63<br />
5.7.2 Motor a gás 71<br />
5.7.3 Turbina a gás 75<br />
5.8 Análise Econômica 77<br />
5.8.1 Energia Solar 78<br />
5.8.2 Motor a gás 79<br />
5.8.3 Turbina a gás 81<br />
Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
6.1 Limitações do trabalho e recomendações 88<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Bibliografia Citada 89<br />
Bibliografia Compl<strong>em</strong>entar 92<br />
APÊNDICES<br />
Apêndice 1 Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Coletores Solar 96<br />
Apêndice 2 Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Turbinas a Gás 100<br />
Apêndice 3 Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Motores a Gás 102<br />
Apêndice 4 Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 103<br />
Apêndice 5 Resultado do <strong>Programa</strong>: Motor a gás 110<br />
Apêndice 6 Simulações Econômicas Energia Solar 113<br />
Apêndice 7 Simulações Econômicas Turbinas a Gás 114<br />
Apêndice 8 Simulações Econômicas Motor a Gás 115<br />
v
RELAÇÃO DE FIGURAS<br />
Capítulo 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
Figura 2.1 – Representação esqu<strong>em</strong>ática da cogeração 7<br />
Figura 2.2 – Influência da relação potência/calor na seleção da planta <strong>de</strong> cogeração 8<br />
Figura 2.3 – Diagrama do ciclo <strong>de</strong> cogeração para turbina a gás 10<br />
Figura 2.4 – Diagrama Sankey para uma planta típica <strong>de</strong> cogeração com turbina a gás 11<br />
Figura 2.5 – Corte interno <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa 12<br />
Figura 2.6 – Vista explodida <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa 12<br />
Figura 2.7 – Turbina a gás industrial 13<br />
Figura 2.8 – Motor <strong>de</strong> combustão interna 14<br />
Figura 2.9 – Influência da modulação da relação calor/potência na seleção do ciclo 17<br />
Figura 2.10 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> gás associado e gás não associado 20<br />
Figura 2.11 – Produção <strong>de</strong> gás natural no Brasil, por estado, <strong>em</strong> 1999 (mil m 3 /dia) 23<br />
Figura 2.12 – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural 24<br />
Figura 2.13 – Principais gasodutos do Brasil 25<br />
Figura 2.14 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> uma instalação solar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte 28<br />
Figura 2.15 – Etiqueta do INMETRO 30<br />
Capítulo 3 – METODOLOGIA DE TRABALHO<br />
Figura 3.1 – Ciclo <strong>de</strong> vida do investimento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a energético 49<br />
Capítulo 4 – PROGRAMA COMPUTACIONAL DE DIAGNÓSTICO ENRGÉTICO<br />
Figura 4.1 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente 53<br />
Figura 4.2 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento diário do consumo <strong>de</strong> energia 54<br />
Figura 4.3 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento <strong>de</strong> eficiências dos equipamentos<br />
utilizados, para o cálculo da energia liberada pelo gás natural 55<br />
Figura 4.4 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para a seleção do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração<br />
Figura 4.5 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e impressão dos equipamentos viáveis<br />
56<br />
termicamente 57<br />
Capítulo 5 – ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E<br />
ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
vi
Figura 5.1 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do restaurante 65<br />
Figura 5.2 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao restaurante 66<br />
Figura 5.3 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento anual do restaurante<br />
Figura 5.4 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do vestiário, para a<br />
66<br />
configuração solar 1 67<br />
Figura 5.5 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao vestiário para a configuração<br />
solar 1 68<br />
Figura 5.6 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento anual do vestiário, para a<br />
configuração solar 1 68<br />
Figura 5.7 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do vestiário, para a<br />
configuração solar 2 69<br />
Figura 5.8 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao vestiário, para a configuração<br />
solar 2 70<br />
Figura 5.9 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento anual do vestiário, para a<br />
configuração solar 2 70<br />
Figura 5.10 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento do sist<strong>em</strong>a solar, consi<strong>de</strong>rando-<br />
se a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1% 78<br />
Figura 5.11 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, do motor <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência 80<br />
Figura 5.12 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW] 83<br />
Figura 5.13 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW], comparandose<br />
3 tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 83<br />
Figura 5.14 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1% do motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência versus energia<br />
solar 85<br />
Figura 5.15 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 2<br />
Figura 5.16 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
86<br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 1 86<br />
vii
RELAÇÃO DE TABELAS<br />
Capítulo 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />
Tabela 2.1 – Limites <strong>de</strong> operação dos motores 14<br />
Tabela 2.2 – Características <strong>de</strong> centrais para geração elétrica 15<br />
Tabela 2.3 – Dados típicos para as diferentes configurações <strong>de</strong> cogeração 16<br />
Tabela 2.4 – El<strong>em</strong>entos constituintes médios do gás natural brasileiro 21<br />
Tabela 2.5 – Reservas <strong>de</strong> gás natural no Brasil 26<br />
Tabela 2.6 – Constantes físicas dos hidrocarbonetos 27<br />
Capítulo 3 – METODOLOGIA DE TRABALHO<br />
Tabela 3.1 – Consumo <strong>de</strong> água quente típico 37<br />
Tabela 3.2 – Distribuição percentual <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> um motor <strong>de</strong> combustão interna 46<br />
Tabela 3.3 – Balanço térmico típico das turbinas a gás 47<br />
Tabela 3.4 – Taxas anuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação 51<br />
Capítulo 5 – ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E<br />
ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
Tabela 5.1 – Número <strong>de</strong> funcionários e período <strong>de</strong> utilização da água quente 59<br />
Tabela 5.2 – Horários das refeições nos restaurantes 1, 2 e 3 da indústria 59<br />
Tabela 5.3 – T<strong>em</strong>peraturas ambientes mensais estimadas 64<br />
Tabela 5.4 – Resumo das configurações solares propostas 71<br />
Tabela 5.5 – Resultados da simulação dos motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do<br />
equipamento equivalente a 35% 72<br />
Tabela 5.6 – Resultados da simulação dos motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do<br />
equipamento equivalente a 45% 73<br />
Tabela 5.7 – Resultados da simulação dos motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do<br />
equipamento equivalente a 53% 74<br />
Tabela 5.8 – Resultados da simulação das turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência do<br />
fabricante do equipamento 75<br />
Tabela 5.9 – Resultados da simulação das turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência <strong>de</strong><br />
35% do equipamento 76<br />
viii
Tabela 5.10 – Tabela resumo da análise econômica das configurações solar 1 e solar 2 a<br />
taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> 79<br />
Tabela 5.11 – Tabela resumo da análise econômica do motor <strong>de</strong> 776 [kW] a taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> 81<br />
Tabela 5.12 – Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a taxa <strong>de</strong><br />
1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se a eficiência do fabricante e a eficiência<br />
<strong>de</strong> 35% 84<br />
Tabela 5.13 – Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a taxa <strong>de</strong><br />
1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se as tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 84<br />
Apêndice 1 – BANCO DE DADOS DE COLETOR SOLAR<br />
Tabela A1 – Classificação, produção mensal <strong>de</strong> energia e eficiência dos coletores solar 97<br />
Apêndice 2 – BANCO DE DADOS DE TURBINA A GÁS<br />
Tabela A2 – Dados técnicos e econômicos das turbinas a gás <strong>de</strong> pequeno porte 100<br />
Tabela A2 – Dados técnicos e econômicos das turbinas a gás <strong>de</strong> médio porte 101<br />
Apêndice 3 – BANCO DE DADOS DE MOTOR A GÁS<br />
Tabela A3 – Dados técnicos e econômicos dos motores a gás 102<br />
Apêndice 6 – SIMULAÇÕES ECONÔMICAS DA ENERGIA SOLAR<br />
Tabela A6 – Simulação econômica anual das configurações solar 1 e 2, com taxas <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2%, para sua vida útil <strong>de</strong> 20 anos 113<br />
Apêndice 7 – SIMULAÇÕES ECONÔMICAS DA TURBINA A GÁS<br />
Tabela A7 – Simulação econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] com taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 1%, eficiência <strong>de</strong> 35% para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos 114<br />
Apêndice 8 – SIMULAÇÕES ECONÔMICAS DO MOTOR A GÁS<br />
Tabela A8 – Simulação econômica do motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW] com taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
1%, eficiência <strong>de</strong> 35% e 45% para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos 115<br />
ix
Variáveis<br />
A col área coletora [m 2 ]<br />
NOMENCLATURA<br />
A ext área externa do coletor solar [m 2 ]<br />
CGN vazão <strong>de</strong> gás natural da configuração atual [kg GN/dia]<br />
CGN i vazão <strong>de</strong> gás natural da nova configuração <strong>de</strong> cogeração [kg GN/h]<br />
c p calor específico [kJ/kg ºC]<br />
c pcomb calor específico do combustível [kJ/kg ºC]<br />
c pg calor específico dos gases <strong>de</strong> exaustão [kJ/kg ºC]<br />
E mes produção <strong>de</strong> energia solar por mês [kWh/mês]<br />
FC 0 fluxo inicial [R$]<br />
FC j valores dos fluxos <strong>de</strong> caixa da or<strong>de</strong>m j=1,2,3...,n [R$]<br />
f seg fator <strong>de</strong> segurança [adimensional]<br />
Fu fator <strong>de</strong> utilização [adimensional]<br />
h entalpia específica [kJ/kg]<br />
h ar entalpia da água à t<strong>em</strong>peratura do ar <strong>de</strong> combustão [kJ/kg]<br />
h d entalpia do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga [kJ/kg]<br />
h gs entalpia do vapor à t<strong>em</strong>peratura dos gases <strong>de</strong> saída da cal<strong>de</strong>ira [kJ/kg]<br />
h s entalpia da água <strong>de</strong> alimentação da cal<strong>de</strong>ira [kJ/kg]<br />
h v entalpia do vapor produzido [kJ/kg]<br />
H 2 volume <strong>de</strong> hidrogênio do combustível [%volumétrica]<br />
I componente da radiação solar [Wh/m 2 ]<br />
I dif componente difusa da radiação solar [Wh/m 2 ]<br />
I dir componente direta da radiação solar [Wh/m 2 ]<br />
m! c vazão mássica do combustível queimado [kgcomb/s]<br />
m! d vazão mássica do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga da cal<strong>de</strong>ira [kg/s]<br />
x
m! f vazão mássica <strong>de</strong> água fria [kg/s]<br />
m! gs vazão mássica do gás seco [kg/s]<br />
m! g vazão mássica do gás [kg/s]<br />
m! q vazão mássica <strong>de</strong> água quente [kg/s]<br />
m! v vazão mássica do vapor produzido pela cal<strong>de</strong>ira [kg/s]<br />
N número <strong>de</strong> utilizações <strong>de</strong> cada equipamento i por dia [adimensional]<br />
Nb número <strong>de</strong> banhos dos funcionários [adimensional]<br />
P gs perda térmica através do gás seco [%]<br />
P H 2O<br />
perda térmica <strong>de</strong>vido à formação <strong>de</strong> água no combustível [%]<br />
P i<br />
potência do equipamento i [kW]<br />
P nm perda térmica não medida [%]<br />
P r perda térmica por radiação [%]<br />
P u perda associada à umida<strong>de</strong> do combustível [%]<br />
q taxa real <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor [W]<br />
Q energia total consumida na central térmica [kWh/dia]<br />
Q i energia requerida para aquecimento da água no equipamento i [kWh/dia]<br />
Q cc<br />
! taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante a combustão [kW]<br />
q max taxa máxima possível <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor [W]<br />
Q r energia consumida no restaurante [kWh/dia]<br />
Q real energia real liberada pelo gás natural [kWh/dia]<br />
*<br />
Q energia real liberada pelo gás natural corrigida [kWh/dia]<br />
real<br />
Q rec<br />
! taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada pelos gases <strong>de</strong> exaustão do<br />
equipamento [kW]<br />
Q th<br />
! energia térmica [kW]<br />
Q útil<br />
! taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor transmitida à água [kW]<br />
Q v energia consumida no vestiário [kWh/dia]<br />
r perda por radiação [%]<br />
xi
t taxa <strong>de</strong> juros <strong>de</strong> operação financeira [%]<br />
T teste <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> térmica [adimensional]<br />
T amb t<strong>em</strong>peratura ambiente [ºC]<br />
T ar t<strong>em</strong>peratura do ar [ºC]<br />
T b t<strong>em</strong>peratura da água do banho [ºC]<br />
T ef t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido frio [ºC]<br />
T eq t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido quente [ºC]<br />
T gs t<strong>em</strong>peratura do gás seco [ºC]<br />
TIR taxa interna <strong>de</strong> retorno [%]<br />
T r t<strong>em</strong>peratura da água quente no restaurante [ºC]<br />
T re<strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da re<strong>de</strong> [ºC]<br />
T s t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída dos gases <strong>de</strong> exaustão [ºC]<br />
T sf t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída do fluido frio [K e ºC]<br />
T sq t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída do fluido quente [K e ºC]<br />
u umida<strong>de</strong> do combustível [% volumétrica]<br />
V ch consumo <strong>de</strong> água quente medido no vestiário [litros/dia]<br />
V i<br />
volume <strong>de</strong> água quente consumido no equipamento i [litros/dia]<br />
VPL valor presente líquido [R$]<br />
V RT volume do reservatório térmico [litros]<br />
vv ch vazão volumétrica do chuveiro [litros/s]<br />
vv i consumo <strong>de</strong> água quente diário por equipamento <strong>em</strong> operação [litros/dia]<br />
W comp<br />
! potência consumida pelo compressor [kW]<br />
W e<br />
! potência mecânica [kW]<br />
W Liq<br />
! potência líquida gerada [kW]<br />
W tg<br />
! potência total gerada pela turbina a gás [kW]<br />
x perda não medida [%]<br />
xii
Letras Gregas<br />
∆ T diferença <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura [K e ºC]<br />
θ t<strong>em</strong>po médio <strong>de</strong> duração do banho [s]<br />
η eficiência térmica [%]<br />
η DIR eficiência térmica da cal<strong>de</strong>ira pelo método direto [%]<br />
η e eficiência térmica do equipamento [%]<br />
η ex eficiência térmica da exaustão [%]<br />
η hrsg eficiência térmica da cal<strong>de</strong>ira recuperativa [%]<br />
η INDIR eficiência térmica da cal<strong>de</strong>ira pelo método indireto [%]<br />
η tc efetivida<strong>de</strong> do trocador <strong>de</strong> calor [adimensional]<br />
η tg eficiência térmica da turbina a gás [%]<br />
η eficiência global do ciclo <strong>de</strong> cogeração [%]<br />
tg<br />
COG<br />
ρ <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água [kg/m 3 ]<br />
Abreviaturas<br />
CDT controlador diferencial <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura<br />
DNMET Departamento Nacional <strong>de</strong> Metereologia – Normas Climatológicas<br />
GN gás natural<br />
O & M operação e manutenção<br />
HPR relação calor/potência<br />
hrsg cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação<br />
LGN líquidos <strong>de</strong> gás natural<br />
PCI po<strong>de</strong>r calorífico inferior<br />
PHR relação potência/calor<br />
TG turbina a gás<br />
MG motor <strong>de</strong> combustão interna a gás<br />
UPGN unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural<br />
xiii
Siglas<br />
ANEEL Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica<br />
ANP Agência Nacional do Petróleo<br />
ASME American Society of Mechanical Engineers<br />
CEMIG Companhia Energética <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
CONPET <strong>Programa</strong> nacional da racionalização do uso dos <strong>de</strong>rivados do petróleo e do<br />
gás natural<br />
ESCO Energy Saving Company<br />
GASMIG Companhia <strong>de</strong> Gás <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
GREEN Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Energia<br />
ISO International Standards Organization<br />
INMETRO Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia, Normalização e Qualida<strong>de</strong> Industrial<br />
xiv
1.1 Motivação<br />
Capítulo 1<br />
INTRODUÇÃO<br />
Os gran<strong>de</strong>s consumidores <strong>de</strong> energia são os setores industriais e comerciais, supridos<br />
principalmente por usinas hidrelétricas e plantas <strong>de</strong> potência térmica, <strong>em</strong> níveis nacional<br />
e internacional, respectivamente. No caso brasileiro, a matriz energética, com base<br />
predominant<strong>em</strong>ente hidráulica, vinha sendo reavaliada frente ao esgotamento dos<br />
gran<strong>de</strong>s potenciais economicamente aproveitáveis, elevados custos e longos períodos <strong>de</strong><br />
t<strong>em</strong>po para sua efetiva implantação. O aumento na oferta <strong>de</strong> gás natural, ancorado no<br />
<strong>Programa</strong> Prioritário <strong>de</strong> Termelétricas, apontava para uma significativa alteração <strong>de</strong><br />
nossa matriz energética nos próximos anos.<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa reavaliação estratégica tornou-se mais evi<strong>de</strong>nte com a atual crise<br />
<strong>de</strong> energia. Devido à escassez <strong>de</strong> energia elétrica, o Governo Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>cidiu pelo<br />
racionamento <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> forma indiscriminada, atingindo os setores resi<strong>de</strong>ncial,<br />
comercial e industrial que passaram a ter cotas lineares <strong>de</strong> redução no consumo mensal<br />
<strong>de</strong> energia elétrica, <strong>de</strong>nominadas metas <strong>de</strong> consumo. Caso essas metas, estabelecidas<br />
com base no consumo médio <strong>de</strong> energia praticado nos meses <strong>de</strong> maio, junho e julho <strong>de</strong><br />
2000, não sejam cumpridas, estão previstos pagamento <strong>de</strong> multas e cortes no<br />
fornecimento.<br />
Assim, para garantia <strong>de</strong> crescimento ou manutenção da ativida<strong>de</strong> econômica <strong>em</strong><br />
ambiente <strong>de</strong> elevada competitivida<strong>de</strong> industrial e mercadológica, torna-se<br />
imprescindível a maior eficiência energética <strong>de</strong> processos e plantas industriais, redução<br />
<strong>de</strong> impactos ambientais e garantia <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> insumos energéticos. Neste<br />
cenário, a cogeração torna-se significativamente atrativa.<br />
O conceito <strong>de</strong> cogeração surgiu há mais <strong>de</strong> um século e consiste, basicamente, na<br />
geração simultânea <strong>de</strong> dois insumos energéticos mais utilizados nas indústrias,<br />
eletricida<strong>de</strong> e vapor, a partir <strong>de</strong> apenas uma fonte primária <strong>de</strong> combustível. Sua<br />
utilização no Brasil é ainda discreta, estando altamente concentrada <strong>em</strong> alguns setores<br />
industriais como sucroalcooleiro, si<strong>de</strong>rurgia, papel e celulose.<br />
1
Capítulo 1 – Introdução<br />
1.2 Revisão Bibliográfica<br />
O crescimento da <strong>de</strong>manda energética, o gran<strong>de</strong> potencial para a cogeração no país,<br />
além, dos impactos positivos <strong>de</strong> sua inserção na matriz energética brasileira vêm sendo<br />
exaustivamente avaliados por Janson et alli (1997), Nascimento et alli (1997), Coelho et<br />
alli (1995), <strong>de</strong>ntre outros.<br />
Hilbert et alli (1995) estudaram o ciclo combinado, seus combustíveis típicos, custos e<br />
viabilida<strong>de</strong> econômica, concluindo que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do combustível utilizado,<br />
essa alternativa é viável para geração térmica no Brasil. Barreto et alli (1999)<br />
propuseram um roteiro mínimo para avaliação crítica <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />
termelétricas <strong>em</strong> ciclo combinado.<br />
Vários autores, como El-Masri (1987), Torres e Gallo (1998), Tuma et alli (1998),<br />
avaliaram o ciclo combinado com base na Primeira e Segunda Leis da Termodinâmica<br />
para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> sua eficiência energética e exergética global. Dessa forma, foram<br />
i<strong>de</strong>ntificadas as perdas do sist<strong>em</strong>a e irreversibilida<strong>de</strong>s internas, incluindo-se a redução<br />
da potência líquida gerada <strong>de</strong>vido ao aproveitamento da energia térmica, inerente ao<br />
processo <strong>de</strong> cogeração. Feng et alli (1997) incluíram uma metodologia bastante simples<br />
que permite avaliar o custo <strong>de</strong> alocação dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração.<br />
Bicalho (2001) <strong>de</strong>senvolveu um estudo sobre as oportunida<strong>de</strong>s e uso da turbina a gás<br />
para o sist<strong>em</strong>a elétrico brasileiro, ressaltando a nova função do gás natural na geração<br />
<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, assim como os <strong>de</strong>safios tecnológicos da flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> insumos<br />
energéticos, aumento da eficiência, redução das <strong>em</strong>issões <strong>de</strong> gases poluentes e<br />
manutenção da confiabilida<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong> das instalações. A análise apresentada,<br />
com base no cenário mundial, discute o estágio atual da tecnologia e faz projeções sobre<br />
avanços tecnológicos.<br />
Estão disponíveis na literatura nacional e internacional inúmeros estudos setoriais sobre<br />
a viabilida<strong>de</strong> técnica e econômica da cogeração. A título <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo, po<strong>de</strong>mos citar:<br />
Céspe<strong>de</strong>s e Júnior (1995) realizaram uma análise exergética e termoeconômica da<br />
cogeração no setor terciário e concluíram sobre as possibilida<strong>de</strong>s reais e sua utilização.<br />
Ressaltaram, ainda, a utilização do gás natural nos processos <strong>de</strong> cogeração,<br />
particularmente o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> turbinas a gás ou motores <strong>de</strong> combustão interna, como<br />
saída para o atendimento da <strong>de</strong>manda crescente <strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong> setores <strong>em</strong><br />
expansão.<br />
2
Capítulo 1 – Introdução<br />
Ramalho (1999) avaliou a r<strong>em</strong>uneração <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> auto produção do setor<br />
sucroalcooleiro, discutindo modificações ocorridas no setor elétrico.<br />
Fernan<strong>de</strong>s (1998) avaliou a cogeração no setor si<strong>de</strong>rúrgico, utilizando gases <strong>de</strong> alto<br />
forno e sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> integração com o soprador <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> enriquecimento ou com o<br />
sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> vapor. Dentre as vantagens apontadas, estão a obtenção <strong>de</strong> maior<br />
competitivida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> custos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 15 a 25%.<br />
Muniz e Andra<strong>de</strong> (2000) avaliaram o potencial presente e futuro da cogeração no setor<br />
<strong>de</strong> papel e celulose, com base na tecnologia atual. O estudo discute a implantação <strong>de</strong><br />
turbina a gás e cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor dos gases <strong>de</strong> combustão, projetando o<br />
potencial futuro da cogeração <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> substituição das cal<strong>de</strong>iras convencionais e <strong>de</strong><br />
queima do licor negro.<br />
López et alli (2000) apontaram aplicações <strong>de</strong> cogeração no setor <strong>de</strong> papel e celulose,<br />
ressaltando os elevados rendimentos das instalações, economias nos custos e segurança<br />
no fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica diante <strong>de</strong> seu expressivo potencial para cogeração .<br />
Metodologias termoeconômicas aplicadas a sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração, segundo estudos<br />
apresentados por Cerqueira e Nebra (1999) e Monteiro (2001), evi<strong>de</strong>nciaram a<br />
viabilida<strong>de</strong> econômica da geração própria e cogeração para várias configurações e<br />
diferentes relações <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> calor e energia elétrica. Como a cogeração<br />
representa uma solução <strong>de</strong> maior eficiência e, conseqüent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong> menores perdas<br />
para o meio ambiente, espera-se acesso mais fácil a créditos internacionais, benefícios<br />
tributário, além <strong>de</strong> caracterizar ações <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social.<br />
Destacam-se, no Brasil, os estudos <strong>de</strong> Balestieri (1994) e Nogueira (1996) sobre<br />
cogeração, base <strong>de</strong> conhecimento para engenheiros, pesquisadores, cientistas e<br />
estudantes, através <strong>de</strong> uma abordag<strong>em</strong> concisa que contribui para o crescimento <strong>de</strong><br />
novas questões, colaborando <strong>de</strong> forma inestimável para a renovação e recriação do setor<br />
energético brasileiro.<br />
Energia Solar<br />
O uso da energia solar para aquecimento <strong>de</strong> água terá como base os estudos<br />
<strong>de</strong>senvolvidos no Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Energia da PUC Minas e os resultados já<br />
obtidos no <strong>Programa</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Etiquetag<strong>em</strong>, coor<strong>de</strong>nado pelo INMETRO, (Pereira<br />
et alli, 1997, 1998, 2001).<br />
3
Capítulo 1 – Introdução<br />
1.3 Escopo do Trabalho<br />
O presente trabalho propõe o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma metodologia <strong>de</strong> análise e gestão<br />
energética aplicada à indústria automotiva, enfatizando o consumo energético do<br />
processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> água quente. As alternativas energéticas a ser<strong>em</strong> avaliadas são:<br />
turbina e motor a gás e o aquecimento solar central. Deve-se ressaltar que não se<br />
constatou na literatura nacional e internacional estudada avaliações comparativas que<br />
incluíss<strong>em</strong> o uso da energia solar.<br />
O estudo <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>senvolvido foi aplicado a uma indústria automotiva instalada <strong>em</strong><br />
Minas Gerais <strong>de</strong>vido a fatores que antece<strong>de</strong>m o atual programa <strong>de</strong> racionamento <strong>de</strong><br />
energia do Governo Fe<strong>de</strong>ral:<br />
elevada <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 250.000 litros, para<br />
atendimento <strong>de</strong> vestiários e refeitórios;<br />
exigência <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 10% do consumo específico <strong>de</strong> energia na indústria<br />
mineira, <strong>de</strong>finido pela matriz internacional, e expresso <strong>em</strong> toneladas<br />
equivalentes <strong>de</strong> petróleo por tonelada <strong>de</strong> produto processado,<br />
controle ambiental rígido para manutenção da certificação ISO 14000.<br />
No Capítulo 2, apresenta-se a fundamentação teórica sobre cogeração com turbina e<br />
motores a gás, eficiência térmica com base na Primeira Lei da Termodinâmica,<br />
aquecimento solar central <strong>de</strong> água e conceitos básicos da análise econômica.<br />
No Capítulo 3, é <strong>de</strong>senvolvida a metodologia para seleção das alternativas proposta para<br />
uma central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água no setor industrial, incluindo-se os levantamentos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente, consumo <strong>de</strong> energia, eficiências e rendimentos típicos.<br />
No Capítulo 4, apresenta-se o programa <strong>de</strong>senvolvido, <strong>em</strong> linguag<strong>em</strong> C, para<br />
automatização da metodologia apresentada no capítulo anterior.<br />
No Capítulo 5 é realizado um estudo <strong>de</strong> caso para validação da metodologia<br />
<strong>de</strong>senvolvida e i<strong>de</strong>ntificação dos fatores significativos nos resultados finais.<br />
As conclusões finais do trabalho constam do Capítulo 6.<br />
4
Capítulo 1 – Introdução<br />
1.4 Relevância do T<strong>em</strong>a<br />
O momento atual vivido pela socieda<strong>de</strong> brasileira traz a dicotomia das gran<strong>de</strong>s crises:<br />
garantir o crescimento econômico com competitivida<strong>de</strong> e níveis <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego <strong>em</strong> um<br />
cenário bastante pessimista <strong>de</strong> escassez e falha no fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica.<br />
Nesse quadro, acredita-se que o presente estudo possa ser uma contribuição para a<br />
análise e gestão energéticas <strong>em</strong> setores industriais e <strong>de</strong> serviços.<br />
O estudo sobre a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração com gás natural<br />
permitirá à indústria avaliar as vantagens <strong>de</strong> se obter energia elétrica e térmica a partir<br />
do mesmo insumo energético, hoje utilizado apenas para gerar vapor.<br />
A inclusão do estudo sobre a utilização <strong>de</strong> aquecimento solar central, além <strong>de</strong> todos os<br />
conhecidos benefícios sociais e ambientais, po<strong>de</strong> representar uma mudança <strong>de</strong><br />
paradigma para a indústria brasileira, ainda reticente ao seu uso <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> escala no<br />
setor produtivo.<br />
1.5 Objetivos Gerais e Específicos<br />
A contribuição mais significativa <strong>de</strong>sse trabalho é a sist<strong>em</strong>atização <strong>de</strong> procedimentos e<br />
tratamento das informações disponíveis sobre <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente no setor<br />
industrial, visando a criação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> eficiência energética, com ênfase à<br />
indústria automotiva.<br />
A substituição <strong>de</strong> combustíveis e processos atuais terá como base as análises energética<br />
e econômica, s<strong>em</strong> comprometimento da política ambiental da indústria. Propõe-se,<br />
ainda, a disponibilização <strong>de</strong> ferramentas que permitam à <strong>em</strong>presa a<strong>de</strong>quar<br />
procedimentos e avaliar, <strong>de</strong> forma rápida e segura, os impactos da substituição proposta.<br />
Os objetivos específicos <strong>de</strong>sse estudo são:<br />
Elaborar procedimentos para levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água<br />
quente no setor a ser avaliado, com base <strong>em</strong> normas nacionais e/ou<br />
medidas <strong>em</strong> campo;<br />
Elaborar a rotina <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda energética e eficiência dos<br />
processos envolvidos na geração <strong>de</strong> água quente, com base nos métodos<br />
direto e indireto, <strong>de</strong>finidos pela Norma ASME PTC – 4.1 (1964).<br />
Criar uma visão preliminar da base <strong>de</strong> dados para aquecedores solares,<br />
turbinas e motores a gás.<br />
5
Capítulo 1 – Introdução<br />
Desenvolver o algoritmo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> alternativas e análise econômica<br />
para a substituição <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as convencionais para aquecimento <strong>de</strong> água<br />
no setor industrial;<br />
Impl<strong>em</strong>entar o programa computacional <strong>em</strong> Linguag<strong>em</strong> C para<br />
automatização do procedimento elaborado.<br />
Avaliar a metodologia proposta para o caso da indústria automotiva<br />
selecionada.<br />
6
Capítulo 2<br />
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />
Neste capítulo, apresentam-se os conceitos básicos <strong>de</strong> cogeração, energia solar, e da<br />
análise econômica a ser adotada. Muitas <strong>de</strong>duções são clássicas e foram incluídas para<br />
introdução da nomenclatura a ser adotada.<br />
2.1 Cogeração<br />
A cogeração é <strong>de</strong>finida como a geração simultânea <strong>de</strong> duas diferentes formas <strong>de</strong><br />
energia, tipicamente energia térmica e mecânica, a partir <strong>de</strong> uma única fonte <strong>de</strong> energia<br />
primária, conforme esqu<strong>em</strong>a apresentado na Fig. 2.1.<br />
Combustível<br />
Ar<br />
Planta <strong>de</strong><br />
Cogeração<br />
Figura 2.1 – Representação esqu<strong>em</strong>ática da cogeração.<br />
A potência mecânica ( e W! ) gerada po<strong>de</strong> ser usada no acionamento <strong>de</strong> alternadores para<br />
produzir eletricida<strong>de</strong>, ou <strong>em</strong> rotação <strong>de</strong> equipamentos como motores, compressores,<br />
bombas ou ventiladores. A energia térmica disponível ( th Q! ) po<strong>de</strong> ser aproveitada <strong>em</strong><br />
processos <strong>de</strong> aquecimento com aplicação direta ou indireta, como produção <strong>de</strong> vapor,<br />
água quente, ar quente, aquecedor ou <strong>em</strong> processos <strong>de</strong> resfriamento.<br />
A relação entre potência elétrica e a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor é <strong>de</strong>terminante para a<br />
seleção da planta <strong>de</strong> cogeração. Segundo estudos apresentados por Balestieri (1994),<br />
com base no catálogo da <strong>em</strong>presa ABB, essa correlação po<strong>de</strong> ser sumarizada no gráfico<br />
da Fig. 2.2.<br />
Como o escopo <strong>de</strong>sse trabalho se restringe a garantir a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia para o<br />
aquecimento <strong>de</strong> água, s<strong>em</strong> alteração significativa nos níveis atuais do consumo <strong>de</strong> gás<br />
natural pela indústria, a revisão bibliográfica trata apenas das tecnologias <strong>de</strong> turbina e<br />
motores a gás por apresentar<strong>em</strong> maior viabilida<strong>de</strong> técnica e econômica na faixa <strong>de</strong><br />
operação <strong>de</strong> interesse.<br />
7<br />
.<br />
.<br />
We<br />
Qth
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 8<br />
Figura 2.2 – Influência da relação potência/calor na seleção da planta <strong>de</strong> cogeração.<br />
Fonte: ABB, citado por Balestieri (1994).<br />
Os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração são normalmente classificados <strong>de</strong> acordo com a seqüência do<br />
uso da energia e com o projeto <strong>de</strong> operação adotado. Exist<strong>em</strong> duas configurações<br />
básicas <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração:<br />
Topping Cycle: nesta planta a energia da combustão é utilizada primeiramente para a<br />
geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, sendo a energia térmica um subproduto do ciclo;<br />
Bottoming Cycle: neste ciclo se prioriza a <strong>de</strong>manda térmica para o processo<br />
industrial que ocorre <strong>em</strong> níveis elevados <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura. Assim, a geração <strong>de</strong><br />
potência elétrica é promovida a partir da energia exce<strong>de</strong>nte.<br />
Além disso, sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração, po<strong>de</strong>m ser classificados <strong>de</strong> acordo com o projeto <strong>de</strong><br />
operação, cuja seleção é específica para cada situação e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores, a<br />
saber:<br />
Ajuste <strong>de</strong> carga elétrica base<br />
Nesta configuração, o dimensionamento é feito <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda elétrica<br />
mínima <strong>de</strong>finida a partir <strong>de</strong> valores históricos da <strong>em</strong>presa, sendo a parcela faltante<br />
comprada da concessionária. A energia térmica local é suprida através <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />
cogeração ou cal<strong>de</strong>iras adicionais. Caso a energia térmica gerada exceda à <strong>de</strong>manda<br />
atual da planta, po<strong>de</strong> ser comercializado para consumidores próximos.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 9<br />
Ajuste da carga térmica base<br />
Neste caso, o dimensionamento é orientado para suprir a energia térmica mínima<br />
requerida exigindo a instalação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras adicionais “<strong>em</strong> modo <strong>de</strong> espera” para o<br />
atendimento <strong>de</strong> picos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda.<br />
Ajuste da carga elétrica<br />
Esse ajuste torna a <strong>em</strong>presa auto-suficiente <strong>em</strong> eletricida<strong>de</strong>, exigindo elevado grau <strong>de</strong><br />
planejamento. Caso a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia térmica seja maior do que a gerada pelo<br />
sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração, será necessária a instalação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras auxiliares. No caso <strong>de</strong><br />
exce<strong>de</strong>nte, essa energia será <strong>de</strong>sperdiçada ou disponibilizada para <strong>em</strong>presas próximas.<br />
Ajuste da carga térmica<br />
Nesta configuração, o sist<strong>em</strong>a é projetado para aten<strong>de</strong>r a energia térmica necessária ao<br />
processo industrial. A diferença entre a energia elétrica gerada e a parcela efetivamente<br />
consumida <strong>de</strong>verá ser adquirida ou comercializada com a concessionária local.<br />
Neste trabalho, dar-se á ênfase ao ajuste <strong>de</strong> carga térmica, visto que as alternativas a<br />
ser<strong>em</strong> avaliadas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> fornecer a energia necessária ao aquecimento <strong>de</strong> água no setor<br />
industrial.<br />
2.2 Turbina a gás<br />
Apresenta-se, a seguir, uma discussão sucinta sobre a análise termodinâmica <strong>de</strong> ciclos<br />
<strong>de</strong> cogeração, eficiências térmicas e os tipos <strong>de</strong> turbinas a gás disponíveis.<br />
2.2.1 Análise Termodinâmica<br />
Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong> turbina a gás, cujo esqu<strong>em</strong>a é mostrado na Fig. 2.3, po<strong>de</strong>m<br />
produzir toda ou parte da energia necessária à indústria. O ar atmosférico t<strong>em</strong> sua<br />
pressão significativamente elevada no compressor (processo 1-2), dirigindo-se <strong>em</strong><br />
seguida à câmara <strong>de</strong> combustão (processo 2-3). Os produtos da combustão são<br />
expandidos na turbina (processo 3-4), gerando energia elétrica. Parte <strong>de</strong>ssa energia é<br />
utilizada pelo processo <strong>de</strong> compressão. Assim, a potência líquida gerada ( W Liq<br />
! ) e a<br />
eficiência térmica da turbina a gás ( η tg ) são dadas pelas equações :<br />
W ! = W!<br />
−W!<br />
(2.1)<br />
Liq<br />
tg<br />
comp
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 10<br />
W!<br />
Liq<br />
η tg =<br />
(2.2)<br />
Q!<br />
on<strong>de</strong>, tg W! é a potência total gerada pela turbina a gás <strong>em</strong> [kW];<br />
W comp<br />
! é a potência consumida pelo compressor <strong>em</strong> [kW];<br />
cc<br />
Q cc<br />
! é a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor, liberada durante o processo <strong>de</strong><br />
combustão[kW].<br />
Huang (1982) apresenta cálculos <strong>de</strong>talhados sobre a eficiência térmica do ciclo da<br />
turbina a gás, evi<strong>de</strong>nciando sua <strong>de</strong>pendência com as condições <strong>de</strong> pressão e t<strong>em</strong>peratura<br />
do ar à entrada do compressor e taxa <strong>de</strong> compressão. Para padronização das<br />
especificações utilizadas pela indústria <strong>de</strong> turbina a gás, são <strong>de</strong>finidas as condições<br />
padrão ISO, ou seja, t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 15ºC, pressão ambiente <strong>de</strong> 101,3 kPa e umida<strong>de</strong><br />
relativa do ar igual a 60%.<br />
Na cogeração, promove-se a recuperação <strong>de</strong> parte do calor dos gases <strong>de</strong> combustão<br />
através do uso <strong>de</strong> uma cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação, capaz <strong>de</strong> produzir vapor ou água quente,<br />
conforme Fig. 2.3. Assim, a eficiência térmica global do ciclo <strong>de</strong> cogeração com turbina<br />
a gás ( η tg )⏐cog po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida na forma:<br />
W!<br />
Liq + Q!<br />
th<br />
η tg =<br />
(2.3)<br />
COG Q!<br />
Figura 2.3 – Diagrama do ciclo <strong>de</strong> cogeração para turbina a gás.<br />
cc
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 11<br />
Valores típicos para as eficiências calculadas pelas equações 2.2 e 2.3 serão<br />
apresentados mais adiante na Tab. 2.3.<br />
Na Fig. 2.4, apresenta-se um balanço energético típico para um ciclo <strong>de</strong> cogeração com<br />
turbina a gás. Verifica-se que a eficiência inicial, calculada pela Eq. (2.2), era <strong>de</strong> 36,5%<br />
atingindo 86% quando se inclui a energia térmica útil, recuperada dos gases <strong>de</strong> exaustão<br />
<strong>de</strong> acordo com a Eq. (2.3).<br />
Figura 2.4 – Diagrama Sankey para uma planta típica <strong>de</strong> cogeração com turbina a gás.<br />
T<strong>em</strong>peraturas usuais <strong>de</strong> exaustão da turbina estão na faixa entre 500-550ºC. Após o<br />
resfriamento na cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação, estes valores não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser inferiores a 150ºC.<br />
Caso contrário, os compostos como SOx e NOx, presentes na exaustão po<strong>de</strong>m formar<br />
ácidos através <strong>de</strong> sua con<strong>de</strong>nsação, comprometendo a durabilida<strong>de</strong> dos materiais e<br />
equipamentos, (United Nations 2000).<br />
2.2.2 Tipos <strong>de</strong> Turbinas a gás<br />
Para atendimento às especificida<strong>de</strong>s dos projetos, foram <strong>de</strong>senvolvidos dois tipos <strong>de</strong><br />
turbinas a gás: aero<strong>de</strong>rivativas e industriais.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 12<br />
As características principais das turbinas aero<strong>de</strong>rivativas, mostradas nas Figs. 2.5 e 2.6,<br />
são: baixo peso específico, reduzido consumo <strong>de</strong> combustível e alta confiabilida<strong>de</strong>.<br />
Figura 2.5 – Corte interno <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa.<br />
Fonte : Allison 501-K Aero<strong>de</strong>rivativa (Orig<strong>em</strong> T56/501).<br />
Figura 2.6 – Vista explodida <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa .<br />
Fonte : Allison 501-K Aero<strong>de</strong>rivativa (Orig<strong>em</strong> T56/501).<br />
Apresentam, ainda, altos níveis <strong>de</strong> eficiência e compactação crescente, facilitando as<br />
operações <strong>de</strong> manutenção. Em contrapartida, essas turbinas possu<strong>em</strong> um custo <strong>de</strong><br />
investimento específico relativamente alto <strong>de</strong>finido pela relação entre custo <strong>de</strong><br />
investimento e potência elétrica gerada.<br />
Turbinas a gás industriais, cujo esqu<strong>em</strong>a é apresentado na Fig. 2.7, são unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
maior robustez, projetadas para regime estacionário <strong>em</strong> operação contínua. Apresentam
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 13<br />
menores níveis <strong>de</strong> eficiência comparada às turbinas aero<strong>de</strong>rivativas, com a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />
manter<strong>em</strong> praticamente o mesmo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho por um longo período <strong>de</strong><br />
operação. Esta configuração possui um menor custo <strong>de</strong> investimento específico.<br />
Figura 2.7 – Turbina a gás industrial.<br />
Fonte: GE steam cooled Frame 9H gas turbine.<br />
Essas turbinas po<strong>de</strong>m operar com vários combustíveis como óleos leves e gás natural, o<br />
mais utilizado atualmente. Apresentam ampla faixa <strong>de</strong> operação, atingindo valores <strong>de</strong><br />
até 100MW. Nascimento (2000) propõe a seguinte classificação:<br />
Turbina a gás <strong>de</strong> pequeno porte: até 1 MW;<br />
Turbina a gás <strong>de</strong> médio porte: entre 1 MW e 15 MW;<br />
Turbina a gás <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte: acima <strong>de</strong> 15 MW.<br />
2.3 Motores <strong>de</strong> Combustão Interna<br />
Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração que utilizam motores <strong>de</strong> combustão interna, motores Diesel e<br />
Otto, apresentam maiores eficiências quando comparados a outras configurações<br />
United Nations (2000).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 14<br />
A utilização dos motores a gás, apresentado na Fig. 2.8, é recomendada para unida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong> pequeno e médio porte, sendo os limites <strong>de</strong> operação estabelecidos <strong>de</strong><br />
acordo com o combustível utilizado, ver a Tab. 2.1.<br />
Combustível Usado<br />
Figura 2.8 – Motor <strong>de</strong> Combustão Interna.<br />
Fonte: Waukesha 400 kW – Mo<strong>de</strong>l L5788GU.<br />
Tabela 2.1 – Limites <strong>de</strong> operação dos motores.<br />
Limite Inferior <strong>de</strong><br />
Operação<br />
Limite Superior <strong>de</strong><br />
Operação<br />
Gás Natural 50 kW 10 MW<br />
Diesel 50 kW 50 MW<br />
Óleo combustível Pesado 2,5 MW 50 MW<br />
Fonte: United Nations (2000)<br />
Os motores atuais operam com óleo combustível pesado ou gás natural. Esse último<br />
possui gran<strong>de</strong> penetração nas áreas urbanas, motivado pelo aumento e melhoria da<br />
distribuição do gás no país, menor custo <strong>de</strong> manutenção e níveis <strong>de</strong> <strong>em</strong>issões inferiores<br />
na exaustão.<br />
Esses motores são i<strong>de</strong>ais para operação intermitente, além <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> menos sensíveis às<br />
condições climatológicas do que as turbinas a gás. O investimento inicial <strong>de</strong>ssas<br />
máquinas é também comparativamente inferior, <strong>em</strong>bora, seus custos <strong>de</strong> manutenção<br />
sejam normalmente mais elevados.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 15<br />
Para aplicações <strong>de</strong> geração elétrica, o motor Otto utiliza diferentes combustíveis, tais<br />
com gasolina, gás natural e gás <strong>de</strong> biodigestor, com eficiência térmica <strong>de</strong> 25 a 35%.<br />
2.4 Consi<strong>de</strong>rações gerais para seleção do ciclo<br />
Definidas as características da planta, do processo e da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração, é necessário<br />
estabelecer a conexão entre o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração e o respectivo centro <strong>de</strong> consumo. O<br />
ajuste dos níveis <strong>de</strong> atendimento é realizado com base <strong>em</strong>:<br />
Estimativa da energia gerada, consumida e, eventualmente, comercializada;<br />
Periodicida<strong>de</strong>, associada ao fator <strong>de</strong> serviço da planta, disponível na Tab. 2.2;<br />
Condições atuais e cenários futuros <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos energéticos e<br />
custos.<br />
Tabela 2.2 – Características <strong>de</strong> centrais para geração elétrica.<br />
Operação Fator <strong>de</strong> serviço Configuração<br />
Contínua Acima <strong>de</strong> 90% Cogeração<br />
Base Acima <strong>de</strong> 50% Ciclo combinado<br />
Cíclica Entre 10 e 50% Ciclo combinado<br />
Picos diários / sazonais Entre 1 e 10% Turbina a gás<br />
Stand-by Abaixo <strong>de</strong> 1% Turbina a gás<br />
Fonte: Stambler, citado por Balestieri (1994).<br />
2.4.1 Parâmetros técnicos importantes para seleção do ciclo<br />
Para a correta escolha do ciclo, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar os parâmetros que auxiliam na<br />
<strong>de</strong>finição do tipo e operação das diferentes alternativas existentes. Gurney et alli (1998)<br />
citado por Balestieri (1994), propuseram um elenco <strong>de</strong> variáveis para a seleção<br />
a<strong>de</strong>quada do ciclo, a saber:<br />
razão (potência/calor) do equipamento;<br />
consumo específico <strong>de</strong> vapor [kgvapor/kWh];<br />
consumo específico <strong>de</strong> combustível [kgcomb/kWh];<br />
consumo específico <strong>de</strong> energia [kJ/kWh];
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 16<br />
eficiência térmica global do equipamento, fornecida pela Eq. (2.3);<br />
variações da eficiência sob cargas parciais;<br />
proprieda<strong>de</strong>s termodinâmicas do fluido térmico à saída do equipamento que<br />
estarão associadas à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia térmica no processo industrial;<br />
limite <strong>de</strong> rejeição do equipamento;<br />
disponibilida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong> do sist<strong>em</strong>a: os consumidores industriais <strong>de</strong><br />
energia necessitam ter garantia na geração térmica e elétrica. Caso contrário,<br />
po<strong>de</strong> ocorrer comprometimento da qualida<strong>de</strong> e custos dos produtos finais.<br />
Assim, recomenda-se a implantação <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração modulares, ou<br />
seja, constituídos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong>, United Nations (2000).<br />
Razão calor/potência<br />
Conforme visto anteriormente, a razão calor/potência é um dos parâmetros mais<br />
importantes na seleção do ciclo <strong>de</strong> cogeração, po<strong>de</strong>ndo ser ajustada às características do<br />
sist<strong>em</strong>a a ser instalado. Na Tab. 2.3, são fornecidos dados típicos para as diferentes<br />
configurações <strong>de</strong> cogeração.<br />
Tabela 2.3 – Dados típicos para as diferentes configurações <strong>de</strong> cogeração.<br />
Ciclo Razão calor/potência Eficiência do Ciclo Eficiência do Ciclo<br />
(kWth/kWe) s<strong>em</strong> cogeração (%) com cogeração (%)<br />
Turbina a vapor <strong>de</strong><br />
contrapressão<br />
Turbina a vapor <strong>de</strong><br />
con<strong>de</strong>nsação<br />
4,0 – 14,3 14 - 28 84 – 92<br />
2,0 – 10,0 22 – 40 60 – 80<br />
Turbina a gás 1,3 – 2,0 24 – 35 70 – 85<br />
Ciclo combinado 1,0 – 1,7 34 – 40 69 – 83<br />
Motor <strong>de</strong> combustão<br />
interna<br />
Fonte: – United Nations (2000).<br />
1,1 – 2,5 33 – 53 75 – 85
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 17<br />
2.4.2 Outros fatores importantes a ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados, United Nations (2000)<br />
Modulação da relação calor/potência<br />
A <strong>de</strong>manda térmica e energética do usuário afeta a seleção (tipo e tamanho do sist<strong>em</strong>a,<br />
perdas, rejeitos). Na Fig. 2.9, são mostradas duas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> modulação da<br />
relação calor/potência <strong>em</strong> <strong>em</strong>presas consumidoras <strong>de</strong> energia, conduzindo a diferentes<br />
dimensionamentos ou mesmo configurações <strong>de</strong> cogeração.<br />
Figura 2.9 – Influência da modulação da relação calor/potência na seleção do ciclo<br />
Fonte: United Nations (2000).<br />
A Fig. 2.9 acima mostra que para a situação (i) o consumo <strong>de</strong> energia térmica não<br />
possui a mesma <strong>de</strong>manda horária que a energia elétrica, enquanto na situação (ii) as<br />
<strong>de</strong>mandas térmicas e elétricas são simultâneas. Desta forma o projeto a ser conduzido<br />
para cada uma <strong>de</strong>stas situações é distinto.<br />
Disponibilida<strong>de</strong> do combustível<br />
A disponibilida<strong>de</strong> ou sazonalida<strong>de</strong> no fornecimento dos combustíveis, po<strong>de</strong><br />
comprometer a utilização <strong>de</strong> alguns sist<strong>em</strong>as potencialmente viáveis. O uso <strong>de</strong><br />
combustíveis <strong>de</strong> baixo custo ou rejeitos industriais como combustível é um dos<br />
principais fatores a ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados, pois, <strong>de</strong>termina <strong>em</strong> muitos casos, a<br />
competitivida<strong>de</strong> econômica do sist<strong>em</strong>a.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 18<br />
Sist<strong>em</strong>as Isolados ou Interligados à re<strong>de</strong><br />
Um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> malha interligado à re<strong>de</strong> possui acesso à concessionária, permitindo a<br />
comercialização <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes, enquanto o sist<strong>em</strong>a isolado respon<strong>de</strong> por toda <strong>de</strong>manda<br />
local <strong>de</strong> energia. A configuração técnica <strong>de</strong>sses sist<strong>em</strong>as será diferente para cada caso.<br />
Exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />
A <strong>de</strong>cisão pela comercialização <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes energéticos produzidos e sua<br />
periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar diferentes cenários econômicos nacionais e<br />
internacionais, assim como planos <strong>de</strong> expansão da própria indústria. Tal <strong>de</strong>cisão afetará<br />
sobr<strong>em</strong>aneira o porte da planta <strong>de</strong> cogeração a ser instalada, com impacto sobre o custo<br />
<strong>de</strong> investimento específico e seu respectivo t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> retorno.<br />
“Retrofit” versus Nova instalação<br />
Os custos <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração po<strong>de</strong>m ser significativamente<br />
reduzidos, com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reaproveitamento ou “retrofit” dos equipamentos<br />
térmicos já existentes, tais como cal<strong>de</strong>iras ou trocadores <strong>de</strong> calor.<br />
Regulamentação ambiental local<br />
A legislação ambiental po<strong>de</strong> limitar a escolha dos combustíveis a ser<strong>em</strong> usados. Caso as<br />
regulamentações sejam severas, alguns combustíveis não po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>rados<br />
<strong>de</strong>vido ao alto custo dos equipamentos <strong>de</strong> tratamento dos gases poluentes da exaustão e,<br />
até mesmo, do próprio combustível.<br />
2.5 Gás Natural<br />
O gás natural é uma mistura <strong>de</strong> hidrocarbonetos leves que à t<strong>em</strong>peratura ambiente e<br />
pressão atmosférica permanece no estado gasoso. Devido ao seu estado gasoso e suas<br />
características físico-químicas naturais, qualquer processamento <strong>de</strong>sta substância<br />
(compressão, expansão, evaporação, variação <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura, liquefação ou transporte)<br />
exigirá um tratamento termodinâmico como qualquer outro gás.<br />
Vantagens do Gás Natural<br />
Macroeconômica<br />
Diversificação da matriz energética;<br />
Disponibilida<strong>de</strong> ampla, crescente e dispersa;
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 19<br />
Redução do uso do transporte rodo-ferroviário;<br />
Atração <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong> riscos externos;<br />
Maior competitivida<strong>de</strong> das indústrias.<br />
Ambientais e <strong>de</strong> segurança<br />
Baixíssima presença <strong>de</strong> contaminantes;<br />
Não <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> particulados;<br />
Combustão mais limpa;<br />
Rápida dispersão <strong>de</strong> vazamentos;<br />
Emprego <strong>em</strong> veículos automotivos.<br />
Para o usuário<br />
Fácil adaptação das instalações existentes;<br />
Menor investimento <strong>em</strong> armazenamento e custo <strong>de</strong> manuseio;<br />
Combustão facilmente regulável;<br />
Pagamento após o consumo;<br />
Elevado rendimento energético;<br />
Custo competitivo com outras alternativas.<br />
2.5.1 Gás Natural Bruto<br />
Os processos naturais <strong>de</strong> formação do gás natural são: a <strong>de</strong>gradação da matéria orgânica<br />
por bactérias anaeróbias, a <strong>de</strong>gradação da matéria orgânica e do carvão por t<strong>em</strong>peratura<br />
e pressão elevadas, ou a alteração térmica dos hidrocarbonetos líquidos.<br />
A matéria orgânica fóssil é também <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> querogêneo e po<strong>de</strong> ser encontrada<br />
sob as seguintes forma: querogêneo seco, quando proveniente <strong>de</strong> matéria vegetal e<br />
querogêneo gorduroso, quando oriundo <strong>de</strong> algas e matéria animal.<br />
No processo natural <strong>de</strong> formação do planeta ao longo dos milhões <strong>de</strong> anos a<br />
transformação da matéria orgânica vegetal, celulose e lignina, produziu o querogêneo<br />
seco que, ao alcançar maiores profundida<strong>de</strong>s na crosta terrestre, sofreu um processo
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 20<br />
gradual <strong>de</strong> cozimento, transformando-se <strong>em</strong> linhito, carvão negro, antracito, xisto<br />
carbonífero e metano, dando orig<strong>em</strong> às gigantescas reservas <strong>de</strong> carvão do planeta.<br />
A transformação da matéria orgânica animal ou querogêneo gordurosos não sofreu o<br />
processo <strong>de</strong> cozimento e <strong>de</strong>u orig<strong>em</strong> ao petróleo. Nos últimos estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação do<br />
querogêneo gorduroso, o petróleo apresenta-se como con<strong>de</strong>nsado volátil associado e<br />
hidrocarbonetos gasosos, com predominância do metano. Por essa razão, é muito<br />
comum encontrar<strong>em</strong>-se reservas <strong>de</strong> petróleo e gás natural associados.<br />
Na natureza, ele é encontrado <strong>em</strong> rochas porosas no subsolo, freqüent<strong>em</strong>ente<br />
acompanhado por petróleo, constituindo um reservatório.<br />
Todo hidrocarboneto ou mistura <strong>de</strong> hidrocarbonetos que permaneça <strong>em</strong> estado gasoso<br />
nas condições atmosféricas normais é extraído diretamente a partir <strong>de</strong> reservatórios<br />
petrolíferos ou gasíferos, incluindo gases úmidos, secos residuais e gases raros.<br />
2.5.2 Gás Natural Associado e Não Associado<br />
O gás natural po<strong>de</strong> ser associado ou não-associado. O gás associado no reservatório está<br />
dissolvido no óleo ou sob a forma <strong>de</strong> capa <strong>de</strong> gás. Assim, a produção <strong>de</strong> gás é<br />
<strong>de</strong>terminada basicamente pela produção <strong>de</strong> óleo. Já o gás não-associado está livre no<br />
reservatório ou <strong>em</strong> presença <strong>de</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> óleo.<br />
Figura 2.10 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> gás associado e gás não associado. Fonte: EFEI (2000).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 21<br />
De campo para campo, a composição do gás natural po<strong>de</strong> variar bastante, <strong>de</strong>pendo <strong>de</strong><br />
estar associado ou não ao óleo e, também, <strong>de</strong> ter sido ou não processado <strong>em</strong> unida<strong>de</strong>s<br />
industriais. O gás natural não-associado extraído e associado recuperado <strong>de</strong>nomina-se<br />
gás natural úmido, pois contém <strong>em</strong> suspensão pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hidrocarbonetos<br />
líquidos nas condições atmosféricas.<br />
2.5.3 Composição do gás natural comercial<br />
A composição do gás natural é variada e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da composição do gás natural bruto,<br />
do mercado atendido e do uso final.<br />
Tabela 2.4 – El<strong>em</strong>entos constituintes médios do gás natural brasileiro.<br />
El<strong>em</strong>entos<br />
Fração molar média (%)<br />
Associado Não Associado Processado<br />
Metano 68,07 91,98 87,59<br />
Etano 16,29 3,24 9,13<br />
Propano 9,36 1,15 0,36<br />
Isso-butano 1,57 0,25 -<br />
N-Butano 2,11 0,29 -<br />
Iso-Pentano 0,49 0,11 -<br />
N-Pentano 0,40 0,07 -<br />
Hexano 0,22 0,06 -<br />
Heptano e Superiores 0,08 0,04 -<br />
Nitrogênio 0,69 1,34 1,18<br />
Dióxido <strong>de</strong> Carbono 0,72 1,47 1,74<br />
Densida<strong>de</strong> Relativa 0,8127 0,6152 0,6242<br />
PCI (MJ/Nm 3 ) 46,73 35,06 35,53<br />
Fonte: EFEI (2000)
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 22<br />
As especificações do gás para consumo são regulamentadas pela Portaria n o 41/1998,<br />
<strong>em</strong>itida pela Agência Nacional do Petróleo, a qual agrupou o gás natural <strong>em</strong> 3 famílias,<br />
segundo a faixa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r calorífico. O gás comercializado no Brasil enquadra-se<br />
predominant<strong>em</strong>ente no grupo M (médio), cujas especificações são:<br />
Po<strong>de</strong>r Calorífico Superior (PCS) a 20 [ o C] e 1 [atm].: 36,843 a 42,705 [MJ/m 3 ];<br />
Densida<strong>de</strong> relativa ao ar a 20 [ o C]: 0,55 a 0,69;<br />
Enxofre total: 80 [mg/m 3 ] máximo;<br />
H2S: 20 [mg/m 3 ] máximo;<br />
CO2: 2% <strong>em</strong> volume máximo;<br />
Inertes: 4% <strong>em</strong> volume máximo;<br />
O2: 0,5% <strong>em</strong> volume máximo;<br />
Ponto <strong>de</strong> orvalho da água a 1 atm.: - 45 [ o C] (máximo).<br />
Atualmente, o gás natural consumido no país provém <strong>de</strong> jazidas nacionais e <strong>de</strong><br />
importação da Bolívia, estando <strong>em</strong> estudo a importação <strong>de</strong> gás da Argentina e da África.<br />
Para que o gás natural alcance os consumidores finais, ele <strong>de</strong>ve passar por pelo menos 5<br />
ativida<strong>de</strong>s interligadas:<br />
Exploração;<br />
Produção;<br />
Processamento;<br />
Transporte;<br />
Distribuição.<br />
Exploração<br />
A exploração é a etapa inicial do processo e consiste <strong>de</strong> duas fases: a pesquisa, para<br />
reconhecimento e estudo das estruturas propícias ao acúmulo <strong>de</strong> petróleo e/ou gás<br />
natural e, posteriormente, a perfuração do poço, para comprovar a existência <strong>de</strong>sses<br />
produtos a nível comercial.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 23<br />
Produção<br />
Inicia-se com a passag<strong>em</strong> do gás por vasos separadores para a retirada <strong>de</strong> água,<br />
hidrocarbonetos <strong>em</strong> estado líquido e partículas sólidas. Caso o gás esteja contaminado<br />
por compostos <strong>de</strong> enxofre, este será encaminhado para Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Dessulfurização,<br />
para retirada dos contaminantes presentes.<br />
Uma parte do gás é utilizada no próprio sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> produção como reinjeção e gás lift,<br />
com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a recuperação <strong>de</strong> petróleo do reservatório. O restante do<br />
gás é enviado para processamento, que consiste na separação <strong>de</strong> seus componentes <strong>em</strong><br />
produtos especificados e prontos para utilização.<br />
A produção do gás natural po<strong>de</strong> ocorrer <strong>em</strong> regiões distantes dos centros <strong>de</strong> consumo e,<br />
muitas vezes, <strong>de</strong> difícil acesso. Por esse motivo, tanto a produção como o transporte são<br />
ativida<strong>de</strong>s críticas do sist<strong>em</strong>a. Assim, <strong>em</strong> plataformas marítimas, o gás <strong>de</strong>ve ser<br />
<strong>de</strong>sidratado antes <strong>de</strong> ser enviado para terra, para evitar a formação <strong>de</strong> hidratos, os quais<br />
são compostos sólidos que po<strong>de</strong>m obstruir os gasodutos. Po<strong>de</strong> também ocorrer a<br />
reinjeção do gás para armazenamento no reservatório, se não houver consumo para o<br />
mesmo, como na Amazônia.<br />
Atualmente <strong>de</strong>z estados da Fe<strong>de</strong>ração possu<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> gás natural,<br />
sendo o Rio <strong>de</strong> Janeiro o maior produtor <strong>de</strong>les, conforme apresentado no gráfico da Fig.<br />
2.11.<br />
RN<br />
9%<br />
SE<br />
7%<br />
RJ<br />
46%<br />
SP<br />
5%<br />
AL<br />
6%<br />
Figura 2.11 - Produção <strong>de</strong> gás natural no Brasil, por estado, <strong>em</strong> 1999 (mil m 3 /dia).<br />
Fonte: CONPET (2000).<br />
AM<br />
6%<br />
BA<br />
16%<br />
CE<br />
1%<br />
PR<br />
1%<br />
ES<br />
3%
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 24<br />
Processamento<br />
Nesta etapa, o gás segue para unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural (UPGN),<br />
conforme mostrado na Fig. 2.12 abaixo, resultando <strong>de</strong> um lado gás natural seco e, <strong>de</strong><br />
outro, líquidos <strong>de</strong> gás natural (LGN). Durante o processo <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> do gás natural nas<br />
UPGN, são também r<strong>em</strong>ovidos contaminantes ou reduzidos seus teores, para aten<strong>de</strong>r às<br />
especificações <strong>de</strong> mercado.<br />
Transporte<br />
Figura 2.12 – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural.<br />
Fonte: EFEI (2000).<br />
No estado gasoso, o transporte do gás natural é realizado por meio <strong>de</strong> dutos ou, <strong>em</strong><br />
casos muito específicos, <strong>em</strong> cilindros <strong>de</strong> alta pressão.<br />
No estado líquido, o gás po<strong>de</strong> ser transportado por meio <strong>de</strong> navios, barcaças e<br />
caminhões criogênicos, a – 160 [ o C], e seu volume é reduzido cerca <strong>de</strong> 600 vezes,<br />
facilitando o armazenamento. Neste caso, para ser utilizado, o gás <strong>de</strong>ve ser revaporizado<br />
<strong>em</strong> equipamentos apropriados.<br />
A Fig. 2.13 abaixo apresenta os principais gasodutos por Estados do Brasil, segundo<br />
informações da Petrobrás.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 25<br />
Distribuição<br />
Figura 2.13 – Principais gasodutos do Brasil.<br />
Fonte: Petrobrás citado por CONPET (2000).<br />
A distribuição é a etapa final do sist<strong>em</strong>a, quando o gás chega ao consumidor. Nesta fase,<br />
o gás já <strong>de</strong>ve estar aten<strong>de</strong>ndo a padrões rígidos <strong>de</strong> especificação e praticamente isento<br />
<strong>de</strong> contaminantes, para não causar probl<strong>em</strong>as aos equipamentos, on<strong>de</strong> será utilizado<br />
como combustível ou matéria-prima.<br />
Reservas<br />
Na Tab. 2.5 abaixo se apresentam as reservas <strong>de</strong> gás natural no Brasil, <strong>em</strong> terra e mar.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 26<br />
Terra<br />
Mar<br />
Tabela 2.5– Reservas <strong>de</strong> gás natural no Brasil.<br />
Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração<br />
Gás Natural<br />
Reserva Provada Reserva Total<br />
(milhões <strong>de</strong> m 3 ) (milhões <strong>de</strong> m 3 )<br />
Amazonas 44.897 91.013<br />
Ceará 1 1<br />
R. G. Norte 6.171 6.675<br />
Alagoas 7.268 10.163<br />
Sergipe 925 1.026<br />
Bahia 23.705 38.108<br />
Espírito santo 2.510 3.378<br />
Paraná 0 800<br />
Sub-total: Terra 85.477 151.164<br />
Ceará 1.808 2.520<br />
R. G. Norte 17.520 19.442<br />
Alagoas 1.563 1.569<br />
Sergipe 5.385 7.368<br />
Bahia 4.183 8.768<br />
Espírito Santo 5.453 8.316<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro 104.904 198.221<br />
São Paulo 4.940 4.940<br />
Paraná 0 1.562<br />
Sub-Total mar 145.756 252.706<br />
Total Nacional 231.233 403.870<br />
Fonte: ANP – Agência Nacional do Petróleo, citado por EFEI (2000).<br />
2.5.4 Características do Gás Natural<br />
O gás natural comercializável é composto <strong>em</strong> maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano e, por isso<br />
todas as análises físicas e termodinâmicas po<strong>de</strong>m ser realizadas como se este fosse o<br />
único gás presente na mistura, s<strong>em</strong> comprometimento dos resultados.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 27<br />
A Tab. 2.6 a seguir apresenta as constantes físicas dos hidrocarbonetos, para facilitar a<br />
i<strong>de</strong>ntificação das características do gás natural.<br />
Composto<br />
Ponto <strong>de</strong> Vaporização ( o C) a 1 atm<br />
Tabela 2.6 Constantes físicas dos hidrocarbonetos.<br />
Ponto <strong>de</strong> solidificação ( o C) a 1 atm<br />
T<strong>em</strong>peratura Crítica ( o C)<br />
Densida<strong>de</strong> do gás à<br />
16 o C e 1atm<br />
Densid.<br />
Relativa<br />
(Ar=1)<br />
[kg/m 3 ]<br />
Calor específico à<br />
16 o c e 1 atm<br />
[KJ/kg/ o C]<br />
Cp<br />
Cv<br />
Po<strong>de</strong>r<br />
calorífico<br />
[MJ/Nm 3 ]<br />
Superior<br />
Inferior<br />
Ar requerido para combustão<br />
[m 3 ar/m 3 combustível]<br />
Limites <strong>de</strong><br />
Inflamabililid.<br />
<strong>em</strong> mistura<br />
com o ar [%<br />
Vol.]<br />
Metano -162 -183 -82,2 0,555* 0,679 2,20 1,67 40 36 9,53 5,00 15,00<br />
Etano -89 -184 32,3 1,046* 1,286 1,71 1,45 71 64 16,7 3,22 12,45<br />
Propano -43 -188 96,8 1,547* 1,916 1,62 1,44 102 93 23,8 2,37 9,50<br />
n-Butano -11 -139 152,2 2,071* 2,534 1,66 1,51 135 124 31 1,86 8,41<br />
Isobutano -12 -160 135,0 2,067* 2,534 (1,62) 1,46 134 123 31 1,86 8,44<br />
n-Pentano 35 -130 196,9 2,491 3,050 1,66 1,55 170 157 38,1 1,80 7,80<br />
n-Hexano 68 -96 235,0 2,975 3,643 1,67 1,57 211 195 45,3 1,25 6,90<br />
n-Octano 125 -57 296,1 3,943 - 1,67 1,60 233 216 59,6 0,84 3,20<br />
n-Decano 173 -30 - 4,912 - - (1,62) 289 268 73,9 0,67 2,60<br />
Fonte: Segeler (1978).<br />
Obs.: os números <strong>em</strong> parênteses são estimados e os volumes reais <strong>de</strong> gás foram<br />
corrigidos para <strong>de</strong>svio.<br />
Deve-se <strong>de</strong>stacar como características do gás natural sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> inferior à do ar,<br />
baixo ponto <strong>de</strong> vaporização e limite <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> mistura com o ar superior a<br />
<strong>de</strong> outros gases combustíveis.<br />
Densida<strong>de</strong> – o gás natural é o único gás cuja <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> relativa é inferior à do ar, este<br />
fato têm relevância <strong>de</strong>cisiva para a segurança.<br />
Ponto <strong>de</strong> vaporização – é o ponto <strong>em</strong> que ocorre a mudança <strong>de</strong> fase do estado líquido<br />
para o gasoso <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminada condição <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e pressão. Sob pressão<br />
atmosférica, a vaporização do gás natural ocorre à t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> –162 [ o C].<br />
Limites <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> – os limites <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos como as<br />
percentagens mínima e máxima <strong>de</strong> gás combustível <strong>em</strong> composição com o ar, a partir<br />
das quais a mistura não inflamará, permanecendo <strong>em</strong> combustão. O limite inferior<br />
representa a menor proporção <strong>de</strong> gás <strong>em</strong> mistura com o ar que irá queimar s<strong>em</strong> a<br />
aplicação continua <strong>de</strong> calor <strong>de</strong> uma fonte externa. Em proporções menores ao limite<br />
inferior, a combustão cessa quando interrompida a aplicação <strong>de</strong> calor. O limite superior<br />
Inferior<br />
Superior
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 28<br />
é a proporção <strong>de</strong> gás na mistura a qual o gás age como diluente e a combustão não se<br />
autopropaga. Para o gás natural, os limites <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> inferior e superior são,<br />
respectivamente, 5% e 15% do volume.<br />
2.6 Energia solar<br />
Aquecimento Solar Central<br />
Os componentes básicos <strong>de</strong> uma instalação <strong>de</strong> aquecimento solar central <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />
são mostrados, esqu<strong>em</strong>aticamente, na Fig. 2.14. Neste caso, o fluxo <strong>de</strong> água entre<br />
coletores e reservatório térmico é promovido por bombas, acionadas automaticamente<br />
por um controlador diferencial <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura – CDT. Seus sensores <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />
estrategicamente instalados <strong>de</strong> forma a permitir o acionamento das bombas apenas<br />
quando a radiação solar inci<strong>de</strong>nte for superior a um valor crítico, garantindo um valor<br />
positivo para a eficiência da instalação solar, Duffie e Beckmann (1991).<br />
Figura 2.14 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> uma instalação solar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.<br />
Fonte: CEMIG (1993).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 29<br />
Para pré-dimensionamento e avaliação <strong>de</strong> uma instalação termossolar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />
foram utilizados:<br />
programa computacional SISCOS, <strong>de</strong>senvolvido por professores e estudantes do<br />
Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Energia da PUC Minas, Pereira et alli (1997);<br />
método da Carta F (F-chart) para avaliação do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho da instalação solar<br />
<strong>em</strong> médias mensais e anuais, adaptadas para Belo Horizonte e coletores<br />
certificados pelo <strong>Programa</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Etiquetag<strong>em</strong> do INMETRO por Pereira<br />
et alli (1998, 2001) e Torres Pereira (2001).<br />
O resultado <strong>de</strong> saída do método da Carta F, <strong>em</strong>pregado internacionalmente, é<br />
<strong>de</strong>nominado fração solar, que correspon<strong>de</strong> à fração da <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong> energia que<br />
será garantida pelo aquecimento solar. No Brasil, constatações práticas apontam para<br />
valores recomendados para a fração solar, <strong>em</strong> média anual, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 70%. Assim,<br />
30% da energia total requerida seria fornecida pelo aquecimento auxiliar, normalmente<br />
gás ou elétrico. Nesse trabalho, será avaliada a influência da fração solar sobre a seleção<br />
das diferentes alternativas propostas.<br />
Para a utilização dos programas e planilhas mencionadas, Pereira et alli (2001)<br />
propuseram um elenco <strong>de</strong> variáveis e pr<strong>em</strong>issas que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>finidas a priori,<br />
conforme apresentação a seguir:<br />
Coletores Solares Planos:<br />
bateria <strong>de</strong> coletores solares <strong>em</strong> um arranjo série-paralelo, previamente <strong>de</strong>finido<br />
como função da t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> operação <strong>de</strong>sejada;<br />
inclinação e orientação otimizadas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da localida<strong>de</strong> e área livre<br />
disponível para instalação dos coletores solares. Nesse trabalho, adotou-se como<br />
referência à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte, ângulo <strong>de</strong> inclinação dos coletores,<br />
medido <strong>em</strong> relação ao plano horizontal, <strong>de</strong> 25 o , e orientados para o norte<br />
verda<strong>de</strong>iro.<br />
Reservatórios Térmicos:<br />
Volume <strong>de</strong> água quente requerido <strong>de</strong>finido pelos pontos <strong>de</strong> consumo, vazões <strong>de</strong><br />
equipamentos e t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> uso efetivo. A metodologia <strong>de</strong> cálculo é apresentada<br />
no Capítulo 3;
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 30<br />
Número e parâmetros geométricos dos reservatórios térmicos a ser<strong>em</strong><br />
especificados e tipo <strong>de</strong> instalação – horizontal. Neste estudo, optou-se por<br />
volumes máximos <strong>de</strong> 15.000 litros, instalados verticalmente. Tal <strong>de</strong>cisão<br />
justifica-se pela experiência b<strong>em</strong> sucedida da maior obra particular do Estado <strong>de</strong><br />
Minas Gerais (60.000 litros <strong>de</strong> água quente por dia e 804 [m 2 ] <strong>de</strong> coletores<br />
solares planos);<br />
Posicionamento da saída <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> água quente e <strong>de</strong> instalação do<br />
termostato, para atendimento aos diferentes níveis <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura requeridos;<br />
Definição e seleção do aquecimento auxiliar.<br />
A escolha dos coletores solares <strong>de</strong>ve se restringir aos produtos ensaiados e aprovados<br />
pelo <strong>Programa</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Etiquetag<strong>em</strong> do INMETRO (www.inmetro.gov.br), cuja<br />
etiqueta é mostrada na Fig. 2.15. No caso <strong>de</strong> reservatórios, esse programa está restrito a<br />
tanques <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> entre 100 e 1.000 litros. Assim, recomenda-se que sejam<br />
consultadas as <strong>em</strong>presas fabricantes que possu<strong>em</strong> etiqueta para a faixa <strong>de</strong> reservatórios<br />
mencionada e que tenham, também, experiência <strong>em</strong> obras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.<br />
Figura 2.15 – Etiqueta do INMETRO<br />
Fonte: Pereira et alli (2001).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 31<br />
A produção mensal <strong>de</strong> energia é resultado da extensão dos valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água<br />
quente diários para todos os dias do mês, sendo calculada pela Eq. (2.4), consi<strong>de</strong>randose<br />
que a energia produzida pelo coletor solar durante uma hora equivale ao produto <strong>de</strong><br />
sua eficiência térmica pela energia inci<strong>de</strong>nte no plano do coletor neste período. A<br />
constante 30 converte a energia gerada diária para mensal <strong>em</strong> cada intervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po.<br />
sendo: η é a eficiência térmica;<br />
1<br />
( I + I ) ⋅1h<br />
⋅ ⋅ A [kWh/mês]<br />
9<br />
Emes = ext<br />
h=<br />
1<br />
∑ 30 ⋅η<br />
dir dif<br />
(2.4)<br />
1000<br />
Idir e Idif correspon<strong>de</strong>m às componentes direta e difusa da radiação solar <strong>em</strong><br />
média horária [Wh/m 2 ];<br />
Aext é a área externa do coletor solar [m 2 ].<br />
Adotou-se como unida<strong>de</strong> básica o kWh/mês, para permitir uma melhor avaliação, por<br />
parte dos consumidores finais, da economia <strong>de</strong> energia a ser obtida com a utilização do<br />
aquecimento solar.<br />
No Apêndice 1 apresenta-se a base <strong>de</strong> dados atual, <strong>de</strong> 10/1998 a 08/2001, dos coletores<br />
solares ensaiados e etiquetados pelo INMETRO. Os valores disponíveis nas etiquetas<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser utilizados apenas como ponto <strong>de</strong> partida para as simulações a ser<strong>em</strong><br />
promovidas, conforme discutido nos Capítulos 3 e 5.<br />
2.7 Análise Econômica<br />
A implantação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração que economize fontes energéticas não<br />
garante benefícios econômicos.<br />
A viabilida<strong>de</strong> econômica da planta relaciona-se a questão dos custos <strong>de</strong> venda da<br />
energia cogerada e aos custos <strong>de</strong> cogeração.<br />
A melhor maneira <strong>de</strong> se avaliar a atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto é conduzi-lo a uma análise<br />
financeira <strong>de</strong>talhada e comparar o retorno a taxas <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> mercado <strong>em</strong><br />
projetos que apresent<strong>em</strong> riscos similares.<br />
2.7.1 Consi<strong>de</strong>rações gerais para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração<br />
Um projeto <strong>de</strong> cogeração po<strong>de</strong> ser comparado a qualquer outro projeto que possua<br />
longo período e apresente riscos financeiros. Portanto, os passos a ser<strong>em</strong> seguidos foram<br />
praticamente os mesmos <strong>em</strong>pregados para análise <strong>de</strong> investimento <strong>em</strong> qualquer projeto.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 32<br />
A análise econômica e benefícios do projeto, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser precedidos pelos parâmetros<br />
técnicos discutidos anteriormente.<br />
Um roteiro típico para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> cogeração, United Nations<br />
(2000):<br />
1. Análise Técnica;<br />
2. Estudo Econômico;<br />
3. Seleção da melhor solução;<br />
4. Planejamento financeiro;<br />
5. Decisão;<br />
6. Resultados técnicos;<br />
7. Ponto <strong>de</strong> partida;<br />
8. Resultados Técnicos e financeiros.<br />
Conforme discutido anteriormente, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong>ve ser dimensionado <strong>de</strong><br />
modo a aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda elétrica ou térmica <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada planta industrial ou<br />
comercial. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comercialização do exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> energia e o “retrofit” <strong>de</strong><br />
instalações existentes po<strong>de</strong>m proporcionar o retorno do investimento atrativo antes<br />
mesmo do redimensionamento da planta. Assim sendo, a inserção <strong>de</strong> cogeração na<br />
planilha <strong>de</strong> custos da <strong>em</strong>presa causará modificações relevantes, à concessionária ou<br />
mercado atacadista <strong>de</strong> energia, incluindo-se o exce<strong>de</strong>nte comercializado. De uma forma<br />
genérica, o exce<strong>de</strong>nte energético torna-se um produto comercializado e, como tal,<br />
regido por contrato <strong>de</strong> fornecimento e comprometimento, função dos investimentos na<br />
planta <strong>de</strong> cogeração.<br />
Rose e Mc Donald, (1991) citado por United Nations (2000) <strong>de</strong>finiram como<br />
parâmetros <strong>de</strong> análise na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes energéticos:<br />
Custo do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas térmicas do processo;<br />
Preço da eletricida<strong>de</strong> comprada na concessionária;<br />
Retorno monetário pela comercialização da energia elétrica;<br />
D<strong>em</strong>anda térmica e elétrica da <strong>em</strong>presa.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 33<br />
2.7.2 Parâmetros relevantes para a análise econômica da cogeração<br />
A cogeração é consi<strong>de</strong>rada economicamente viável quando as diferentes formas <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> energia térmica e elétrica, possuír<strong>em</strong> valores mais elevados do que os<br />
custos <strong>de</strong> investimento e operação <strong>de</strong>correntes da cogeração. (United Nations 2000).<br />
A seguir, t<strong>em</strong>-se, os principais fatores a ser<strong>em</strong> levados <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração para a avaliação<br />
<strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> cogeração,:<br />
Investimento inicial;<br />
Custos <strong>de</strong> operação e manutenção;<br />
Custo do combustível;<br />
Preço da energia comprada e vendida.<br />
O investimento inicial é a variável mais importante na <strong>de</strong>cisão pela implantação <strong>de</strong><br />
sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração, <strong>de</strong>vendo incluir o custo do pré-projeto <strong>de</strong> engenharia,<br />
consultoria externa, taxas <strong>de</strong> importação, obras civis, montag<strong>em</strong> eletro-mecânica e itens<br />
compl<strong>em</strong>entares, tais como conexões elétricas, tubulações <strong>de</strong> vapor, <strong>de</strong> água, <strong>de</strong><br />
con<strong>de</strong>nsado, torres <strong>de</strong> resfriamento, instrumentação e controle.<br />
O custo <strong>de</strong> operação e manutenção <strong>de</strong>ve incluir os custos diretos e indiretos <strong>de</strong> operação<br />
da nova instalação, tais como serviços, equipamentos <strong>de</strong> reserva, armazenamento <strong>de</strong><br />
combustíveis, substituição <strong>de</strong> peças e equipamentos. A tecnologia atual permite a<br />
automação completa <strong>de</strong> pequenas unida<strong>de</strong>s, reduzindo consi<strong>de</strong>ravelmente custos <strong>de</strong><br />
operação e manutenção.<br />
Dev<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados na análise os custos anuais incorridos, tais como seguro e<br />
imposto <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>. Estes custos são, geralmente, calculados como uma<br />
porcentag<strong>em</strong> fixa do investimento inicial.<br />
Custos <strong>de</strong>correntes do consumo <strong>de</strong> combustível são provavelmente os que representam<br />
o maior componente do consumo <strong>de</strong> energia. Se a planta <strong>de</strong> cogeração é adicionada à<br />
planta existente, consi<strong>de</strong>ra-se apenas o custo da diferença <strong>de</strong> combustível consumida<br />
para aquecimento e geração, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se exija da planta sua operação por um longo<br />
período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po. Deve-se intensificar o preço do combustível <strong>de</strong> maneira realista.<br />
O preço <strong>de</strong> energia comprada e comercializada é um parâmetro <strong>de</strong>cisivo, que inclui o<br />
valor líquido da energia térmica ou elétrica, o qual é <strong>de</strong>slocado à medida que excesso <strong>de</strong><br />
energia elétrica ou térmica é vendida.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 34<br />
2.7.3 Fontes <strong>de</strong> Financiamento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração<br />
Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração são projetos intensivos <strong>em</strong> capital e as fontes <strong>de</strong> financiamento<br />
<strong>de</strong> capital po<strong>de</strong>m ser usadas. É importante, portanto, conhecer a taxa <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> cada<br />
alternativa. As fontes <strong>de</strong> financiamento po<strong>de</strong>m ser uma das possibilida<strong>de</strong>s a seguir:<br />
Autofinanciamento: o capital é gerado da própria ativida<strong>de</strong> da cogeração;<br />
Empréstimo: requer seguro próprio e garantia;<br />
Leasing: a proprieda<strong>de</strong> é mantida pela companhia <strong>de</strong> leasing;<br />
Financiamento da 3 a parte: comprometido pela companhia <strong>de</strong> serviço energético;<br />
“Facility manag<strong>em</strong>ent”: redução da conta <strong>de</strong> energia para o usuário, s<strong>em</strong> capital <strong>de</strong><br />
risco.<br />
Financiamento Próprio po<strong>de</strong> ser realizado <strong>de</strong> várias formas, como por ex<strong>em</strong>plo, capital<br />
próprio, fundo <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação e lucro retido. Capital próprio é fornecido e usado pelo<br />
proprietário na expectativa <strong>de</strong> se receber um lucro mínimo. No financiamento próprio,<br />
no entanto, o proprietário não possui garantia se realmente haverá lucro ou pelo menos,<br />
o capital próprio investido será recuperado.<br />
Normalmente, uma parte do lucro oriunda do <strong>em</strong>preendimento é conservada após o<br />
pagamento dos divi<strong>de</strong>ndos a<strong>de</strong>quados aos acionistas e, então, este capital é investido<br />
novamente para a promoção no aumento dos lucros.<br />
Na realida<strong>de</strong>, o <strong>em</strong>preen<strong>de</strong>dor envolvido po<strong>de</strong> preferir guardar o capital para<br />
financiamento <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> principal, a qual passa apresentar um risco menor e ser<br />
fonte <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> financiamento.<br />
Leasing é apenas uma das várias maneiras <strong>de</strong> se obter capital <strong>de</strong> trabalho e esta <strong>de</strong>cisão<br />
po<strong>de</strong> ser baseada sobre o custo <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> capital por outros métodos.<br />
Uma das modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leasing, que merece atenção é o “lease back” (sale leasing)<br />
pelo qual o proprietário <strong>de</strong> um b<strong>em</strong> durável (máquinas ou equipamentos) transfere-o a<br />
uma instituição financeira e o toma <strong>em</strong> arrendamento. Sua maior finalida<strong>de</strong> consiste na<br />
obtenção do capital <strong>de</strong> giro, segundo Pereira (2000).<br />
Alguns custos indiretos – que são difíceis <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar <strong>em</strong> muitos casos – são<br />
associados à posse que po<strong>de</strong> não se aplicar aos equipamentos arrendados. Em muitos<br />
casos, o leasing possui um custo menor do que o investimento próprio, porém, custos
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 35<br />
comparativos reais e outros fatores <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados anteriormente à tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão.<br />
O conceito <strong>de</strong> “facility manag<strong>em</strong>ent” não é muito distinto do financiamento por um<br />
terço, exceto pela sua facilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> relação à ESCO <strong>de</strong> ajustar a necessida<strong>de</strong> local a<br />
qual não esteja ligada a ativida<strong>de</strong> principal do cliente.<br />
“Facility Manag<strong>em</strong>ent” é, normalmente, uma modalida<strong>de</strong> viável para gran<strong>de</strong>s clientes<br />
ou para atendimento <strong>de</strong> vários clientes a ser<strong>em</strong> atendidos <strong>em</strong> uma mesma localida<strong>de</strong>,<br />
tornando-se, assim, econômico investir <strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> geração energética.<br />
2.7.4 Ferramentas para análise financeira <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração<br />
Indicadores econômicos são utilizados para se medir a atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto.<br />
Alguns indicadores são usados para a melhor escolha entre vários projetos.<br />
O dimensionamento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração é algumas vezes executado através da<br />
análise financeira nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência da concessionária <strong>em</strong> que há opção para<br />
compra/importação da eletricida<strong>de</strong> ao invés da geração própria <strong>de</strong> toda a eletricida<strong>de</strong>.<br />
Em muitas circunstâncias, o tamanho ótimo do sist<strong>em</strong>a será o correspon<strong>de</strong>nte ao menor<br />
custo anual ou também ao máximo lucro anual líquido.<br />
A avaliação da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> cogeração envolve a análise da<br />
<strong>de</strong>manda energética, a i<strong>de</strong>ntificação das opções técnicas, a otimização <strong>de</strong> cada opção<br />
técnica e ainda a análise financeira para seleção da melhor opção.
Capítulo 3<br />
METODOLOGIA DE TRABALHO<br />
Neste capítulo, apresenta-se a uma proposta metodológica para o pré-dimensionamento<br />
<strong>de</strong> uma central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água, para as diferentes alternativas discutidas no<br />
Capítulo 2. A seleção do sist<strong>em</strong>a busca minimizar custos referentes ao investimento do<br />
novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> geração energética, manutenção e operação, consi<strong>de</strong>rando-se os<br />
recursos relativos ao retorno monetário. Serão avaliadas opções da utilização própria da<br />
energia gerada, dispensando sua compra da concessionária, ou a comercialização da<br />
energia exce<strong>de</strong>nte.<br />
A metodologia proposta neste trabalho foi subdividida <strong>em</strong> etapas, apresentadas a seguir.<br />
O passo inicial será a <strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente. No caso <strong>de</strong><br />
indústrias <strong>em</strong> operação, o levantamento <strong>de</strong> campo é recomendado, pois cont<strong>em</strong>pla todas<br />
as especificida<strong>de</strong>s da indústria. Para novas instalações, esse levantamento será feito a<br />
partir <strong>de</strong> valores típicos disponíveis <strong>em</strong> normas e catálogos.<br />
Com base no consumo <strong>de</strong> água quente e das eficiências térmicas dos equipamentos<br />
envolvidos, será calculado o consumo energético requerido. As etapas seguintes tratam<br />
da seleção <strong>de</strong> alternativas e da avaliação técnico-econômica.<br />
3.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente<br />
Para a <strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar :<br />
turnos <strong>de</strong> operação da indústria e respectivos horários <strong>de</strong> troca;<br />
número <strong>de</strong> funcionários por turno e estimativa do percentual <strong>de</strong> banhos diários;<br />
número <strong>de</strong> refeições servidas;<br />
utilização <strong>de</strong> água quente no processo industrial, caracterizando-se vazões e<br />
t<strong>em</strong>peratura típicas.<br />
Levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente <strong>em</strong> campo<br />
Esse levantamento <strong>de</strong>ve ser realizado nos pontos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> água quente,<br />
caracterizando-se a vazão e t<strong>em</strong>peratura da água quente requerida. Como ex<strong>em</strong>plo<br />
apresenta-se a planilha para vestiários e refeitórios industriais.<br />
36
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 37<br />
Vestiário<br />
Número <strong>de</strong> banhos dos funcionários (Nb);<br />
T<strong>em</strong>po médio <strong>de</strong> duração do banho (θ);<br />
Vazão volumétrica do chuveiro (vvch).<br />
V = Fu ⋅ Nb ⋅θ<br />
⋅ vv<br />
(3.1)<br />
ch<br />
sendo,Vch o consumo <strong>de</strong> água quente medido no vestiário [litros/dia] e Fu o fator <strong>de</strong><br />
utilização dos chuveiros por parte dos funcionários [<strong>de</strong>cimal].<br />
Cozinha e Refeitório Industriais: para cada equipamento i <strong>de</strong>ve-se medir ou estimar:<br />
Número <strong>de</strong> utilizações <strong>de</strong> cada equipamento por dia (N);<br />
Consumo <strong>de</strong> água quente <strong>em</strong> cada equipamento por operação (vvi).<br />
i<br />
i<br />
i<br />
1<br />
Obs.: O valor estimado para banhos <strong>em</strong> vestiários industriais é significativamente menor do que o apresentado na norma. Assim,<br />
estimou-se apenas um consumo <strong>de</strong> 15 litros/banho, correspon<strong>de</strong>nte a um banho <strong>de</strong> 5 minutos <strong>em</strong> chuveiro convencional (vazão <strong>de</strong> 3<br />
litros/min). Este valor foi medido <strong>em</strong> uma indústria alimentícia da região <strong>de</strong> Belo Horizonte, Pereira [1999].<br />
ch<br />
V = N ⋅ vv<br />
(3.2)<br />
Vi é o volume <strong>de</strong> água quente consumido no equipamento i [litros/dia].<br />
Assim, o consumo total é a soma dos consumos diários no vestiário e <strong>em</strong> cada<br />
equipamento do refeitório industrial, calculados pelas Eqs. (3.1). e (3.2).<br />
3.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas e catálogos<br />
A estimativa <strong>de</strong> consumo <strong>em</strong> banhos e refeitórios industriais baseou-se na norma da<br />
ABNT - NBR 7198. Os valores <strong>de</strong> interesse estão apresentados na Tab. 3.1 a seguir:<br />
Tabela 3.1 – Consumo <strong>de</strong> água quente típico. Fonte: ABNT – NBR 7198.<br />
Equipamento Consumo Típico litros/dia<br />
Alojamento provisório <strong>de</strong> obra 24 pessoa 1<br />
Residência 45 por pessoa<br />
Apartamento 60 por pessoa<br />
Quartel 45 por pessoa<br />
Hospital 125<br />
Restaurantes e similares 12 por refeição
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 38<br />
Para outros pontos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> água quente utiliza-se a Eq. (3.1) ou (3.2),<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo e características <strong>de</strong> cada equipamento.<br />
3.3 Descrição das instalações térmicas<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste it<strong>em</strong> é a avaliação da eficiência térmica dos equipamentos existentes,<br />
assim como da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “retrofit”, <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> substituição do processo atual. As<br />
informações a ser<strong>em</strong> levantadas são: <strong>de</strong>scrição sucinta do equipamento térmico,<br />
incluindo-se marca e mo<strong>de</strong>lo.<br />
Dados <strong>de</strong> placa :<br />
Tipo;<br />
Vazão mássica;<br />
Pressão máxima <strong>de</strong> trabalho, teste e operação;<br />
T<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> operação;<br />
Superfície <strong>de</strong> aquecimento;<br />
Ano <strong>de</strong> fabricação;<br />
Combustível utilizado;<br />
3.4 Levantamento do consumo diário <strong>de</strong> energia<br />
O consumo diário <strong>de</strong> energia relativo ao aquecimento <strong>de</strong> água na indústria é dado por:<br />
V. i . c p ⋅ ∆Ti<br />
Q =<br />
i 3,<br />
6<br />
ρ<br />
(3.3)<br />
sendo, Qi a energia requerida para aquecimento <strong>de</strong> água no equipamento i, <strong>em</strong><br />
[kWh/dia];<br />
ρ a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água na t<strong>em</strong>peratura média <strong>de</strong> operação, <strong>em</strong> kg/m 3 ;<br />
Vi o volume <strong>de</strong> água consumido no equipamento i, calculado pela Eq. (3.1) ou<br />
(3.2);<br />
cp o calor específico a pressão constante da água, calculado à t<strong>em</strong>peratura média<br />
<strong>de</strong> operação, <strong>em</strong> [kJ/kg o C];<br />
∆Ti a diferença entre a t<strong>em</strong>peratura da água na operação do equipamento i e a<br />
t<strong>em</strong>peratura da água <strong>de</strong> alimentação da re<strong>de</strong>, <strong>em</strong> [ o C];<br />
Assim, a energia total consumida na central <strong>de</strong> aquecimento (Q) é dada por :<br />
= ∑<br />
i Q Q<br />
i (3.4)
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 39<br />
3.5 Cálculo das eficiências térmicas dos equipamentos utilizados<br />
Na indústria a ser analisada no estudo <strong>de</strong> casos do Capítulo 5, o aquecimento <strong>de</strong> água é<br />
promovido <strong>em</strong> trocadores <strong>de</strong> calor cujo fluido quente é vapor proveniente <strong>de</strong> uma<br />
cal<strong>de</strong>ira a gás. Assim, o cálculo <strong>de</strong> eficiência térmica discutido neste it<strong>em</strong> será restrito a<br />
tais equipamentos.<br />
3.5.1 Trocador <strong>de</strong> calor<br />
A efetivida<strong>de</strong> do trocador <strong>de</strong> calor (ηtc) é <strong>de</strong>finida como a relação entre a taxa real <strong>de</strong><br />
transferência <strong>de</strong> calor no trocador <strong>de</strong> calor (q) e a taxa máxima possível (qmáx), na<br />
forma:<br />
q<br />
tc q<br />
= η (3.5)<br />
máx<br />
Incropera (1992) apresenta um estudo completo sobre a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trocadores <strong>de</strong><br />
calor que po<strong>de</strong> ser reescrita como:<br />
( T −T<br />
)<br />
[ m!<br />
f ⋅c<br />
p ⋅ sf ef ]<br />
η =<br />
(3.6)<br />
tc [( m!<br />
⋅c<br />
⋅(<br />
T −T<br />
f )]<br />
sendo, m! f a vazão mássica <strong>de</strong> água fria ,<strong>em</strong> [kg/s];<br />
m! q a vazão mássica <strong>de</strong> água quente,<strong>em</strong> [kg/s];<br />
q<br />
Teq a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido quente, <strong>em</strong> [ºC];<br />
Tsf a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída do fluido frio, <strong>em</strong> [ºC];<br />
Tef a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido frio, <strong>em</strong> [ºC].<br />
3.5.2 Cal<strong>de</strong>ira<br />
p<br />
eq<br />
O rendimento <strong>de</strong> um gerador <strong>de</strong> vapor é <strong>de</strong>finido como a relação entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
calor transmitida à água durante o processo, <strong>de</strong>nominada Q útil<br />
! , e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor<br />
fornecida na combustão, Q cc<br />
! . Dois métodos distintos são usados para calcular a<br />
eficiência das cal<strong>de</strong>iras. Método Direto e o Método das Perdas: ambos os métodos são<br />
fundamentalmente eficientes, mas Dukelow (1991) avalia que o método das perdas ou<br />
e
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 40<br />
método indireto fornece resultados mais precisos. Porém, o método direto é o mais<br />
utilizado, por sua maior facilida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z, além <strong>de</strong> menor custo envolvido.<br />
A eficiência calculada pelo Método Direto (ηDIR) é dada por:<br />
m!<br />
v(<br />
hv<br />
− hs<br />
) + m!<br />
d ( hd<br />
− hs<br />
)<br />
η = 100 ⋅<br />
(3.7)<br />
m!<br />
PCI<br />
DIR ⋅<br />
sendo m! v a vazão mássica do vapor produzido, <strong>em</strong> [kg/s];<br />
m! d a vazão mássica do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, <strong>em</strong> [kg/s];<br />
m! c a vazão mássica do combustível queimado, <strong>em</strong> [kgcomb/s];<br />
hv a entalpia do vapor produzido, <strong>em</strong> [kJ/kg];<br />
hd a entalpia do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, <strong>em</strong> [kJ/kg];<br />
hs a entalpia da água <strong>de</strong> alimentação da cal<strong>de</strong>ira, <strong>em</strong> [kJ/kg].;<br />
PCI o po<strong>de</strong>r calorífico inferior do combustível <strong>em</strong> [kJ/kgcomb].<br />
c<br />
Dukelow (1991) ressalta que, como este método usa três valores distintos <strong>de</strong> vazão,<br />
para que se tenha uma avaliação individual mais precisa, será imprescindível a<br />
utilização <strong>de</strong> medidores que possuam faixas <strong>de</strong> incerteza entre 1 e 2%. A incerteza <strong>de</strong>sta<br />
medição para sensores industriais t<strong>em</strong> sido estimada na faixa <strong>de</strong> 3 a 5%, constituindo-se,<br />
assim, uma das principais limitações <strong>de</strong>ste método, juntamente com a incerteza<br />
associada ao po<strong>de</strong>r calorífico do combustível.<br />
A eficiência térmica pelo Método Indireto ou Método das Perdas, segundo Dukelow<br />
(1991), é dada pela Eq. (3.8) a seguir:<br />
η = −(<br />
P + P + P + P + P )<br />
(3.8)<br />
100 gs u H O r nm<br />
IND 2<br />
sendo Pgs a perda térmica através do gás seco;<br />
Pu a perda associada à umida<strong>de</strong> do combustível;<br />
PH2O a perda térmica <strong>de</strong>vido à formação <strong>de</strong> água no combustível;<br />
Pr a perda térmica por radiação;<br />
Pnm as perdas não medidas.
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 41<br />
Os cálculos para a <strong>de</strong>terminação das perdas térmicas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> obe<strong>de</strong>cer aos<br />
procedimentos estabelecidos pela norma ASME, PTC 4.1a e 4.1b (1964), e discutidos a<br />
seguir:<br />
1. Perda térmica através do gás seco - Pgs<br />
P<br />
gs<br />
m<br />
= !<br />
gs<br />
⋅cp<br />
comb<br />
⋅(<br />
T<br />
PCI<br />
gs<br />
−T<br />
sendo m! gs a vazão mássica <strong>de</strong> gás seco, <strong>em</strong> [kg/s];<br />
Tgs a t<strong>em</strong>peratura do gás seco, <strong>em</strong> [ºC] ;<br />
Tar a t<strong>em</strong>peratura do ar, <strong>em</strong> [ºC];<br />
ar<br />
) ⋅100<br />
cpcomb o calor específico do combustível, <strong>em</strong> [kJ/kg ºC].<br />
2. Perda térmica <strong>de</strong>vido à umida<strong>de</strong> do combustível - Pu :<br />
P<br />
u<br />
(3.9)<br />
u ⋅(<br />
hgs<br />
− har<br />
)<br />
= (3.10)<br />
PCI<br />
sendo, u a umida<strong>de</strong> do combustível [% volumétrica];<br />
hgs a entalpia do vapor calculada para a t<strong>em</strong>peratura dos gases à saída da<br />
cal<strong>de</strong>ira, <strong>em</strong> [kJ/kg];<br />
har a entalpia da água à t<strong>em</strong>peratura do ar <strong>de</strong> combustão, <strong>em</strong> [kJ/kg].<br />
3. Perdas <strong>de</strong>vido à formação <strong>de</strong> H2O do H2 do combustível<br />
P<br />
H 2<br />
O<br />
9 ⋅ H 2 ⋅(<br />
hgs<br />
− har<br />
)<br />
= (3.11)<br />
PCI<br />
sendo, H2 o volume <strong>de</strong> hidrogênio do combustível [% volumétrica].<br />
4. Perdas radiantes - Pr<br />
P r<br />
sendo, r a perda por radiação.<br />
5. Perdas não medidas - Pnm<br />
100 ⋅ r<br />
= (3.12)<br />
PCI<br />
P nm<br />
100 ⋅ x<br />
= (3.13)<br />
PCI
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 42<br />
sendo, x a perda não medida (x).<br />
É necessário salientar que o procedimento <strong>de</strong> cálculo com base na norma ASME foi<br />
<strong>de</strong>senvolvido consi<strong>de</strong>rando-se apenas as perdas <strong>de</strong>correntes do uso do combustível gás<br />
natural, <strong>de</strong>sprezando-se termos relativos às perdas não pertinentes a esse combustível.<br />
Consumo da energia liberada pelo gás natural para o aquecimento <strong>de</strong> água<br />
A energia real a ser liberada pelo gás natural associado ao procedimento <strong>de</strong><br />
aquecimento <strong>de</strong> água é calculada a seguir <strong>em</strong> função das eficiências dos equipamentos<br />
térmicos na forma:<br />
Q<br />
real<br />
Q<br />
= (3.14)<br />
∏⋅η<br />
sendo que o <strong>de</strong>nominador representa o produto das eficiências <strong>de</strong> todos os equipamentos<br />
utilizados na configuração convencional.<br />
3.5.3 Consumo real <strong>de</strong> gás natural por dia<br />
O consumo diário <strong>de</strong> gás natural (CGN) é dado pela Eq. (3.15) abaixo:<br />
3600 ⋅Qreal<br />
CGN =<br />
PCI<br />
(3.15)<br />
sendo PCI consi<strong>de</strong>rado constante e igual a 61.500 [kJ/kg comb]., Balestieri (1994).<br />
3.6 Seleção <strong>de</strong> alternativas<br />
3.6.1 Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento solar<br />
Para a seleção do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento solar, recomenda-se a exigência <strong>de</strong> produtos<br />
certificados pelo INMETRO, cuja etiqueta mostrada na Fig. 2.15 possui as seguintes<br />
informações:<br />
Fabricante:<br />
Mo<strong>de</strong>lo:<br />
Eficiência Média (%):<br />
Produção mensal <strong>de</strong> energia por coletor solar – Emês [kWh/mês/m 2 ]:<br />
i
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 43<br />
Informações adicionais a ser<strong>em</strong> solicitadas:<br />
Custo do coletor (R$):<br />
Custo do reservatório térmico (R$):<br />
Custo <strong>de</strong> Projeto e Instalação (R$):<br />
1. Cálculo da área coletora - Acol:<br />
Para inicialização do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da área coletora, calcula-se a área<br />
total <strong>de</strong> coletores (Acol) pela Eq. (3.23) abaixo:<br />
A<br />
col<br />
sendo, Q <strong>de</strong>terminado pela Eq. (3.4).<br />
30 ⋅Q<br />
= (3.16)<br />
E<br />
mês<br />
2. Cálculo do Volume do Reservatório Térmico - VRT<br />
O cálculo do volume <strong>de</strong> água quente a ser armazenado no reservatório térmico,<br />
consi<strong>de</strong>ra o somatório dos volumes <strong>de</strong>finidos <strong>em</strong> cada equipamento i pelas Eqs. (3.1) e<br />
(3.2), além <strong>de</strong> um fator <strong>de</strong> segurança ou <strong>de</strong> autonomia – fseg, a ser <strong>de</strong>finido pelo<br />
projetista. Assim , t<strong>em</strong>-se :<br />
V = f . ∑Vi<br />
(3.17)<br />
RT<br />
seg<br />
Além do levantamento do consumo diário <strong>de</strong> água quente e da área coletora necessária<br />
para aten<strong>de</strong>r a este consumo, é também necessário levantar<strong>em</strong>-se coor<strong>de</strong>nadas<br />
geográficas da localida<strong>de</strong>, dados climatológicos da região e também do local para<br />
alocação e arranjo (inclinação e orientação) da bateria <strong>de</strong> coletores na obra, avaliando-se<br />
ainda a presença <strong>de</strong> sombreamento no local <strong>de</strong> instalação das placas. Assim, <strong>de</strong>ve-se<br />
pesquisar os itens a seguir:<br />
Localida<strong>de</strong><br />
Latitu<strong>de</strong> geográfica;<br />
Longitu<strong>de</strong>;<br />
Altitu<strong>de</strong>.<br />
i
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 44<br />
Instalação dos coletores<br />
Inclinação;<br />
Azimutal <strong>de</strong> superfície;<br />
Refletivida<strong>de</strong> da vizinhança.<br />
Seleção do coletor solar: neste estudo foi arbitrado um mo<strong>de</strong>lo genérico da categoria B,<br />
segundo a classificação do INMETRO.<br />
Eficiência Média;<br />
Produção Mensal <strong>de</strong> Energia por [m 2 ] <strong>de</strong> área coletora.<br />
T<strong>em</strong>peratura da água<br />
Tmáx: T<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>sejada na operação;<br />
Tmín: valor mínimo da t<strong>em</strong>peratura da água aceitável;<br />
Tre<strong>de</strong>: t<strong>em</strong>peratura da água <strong>de</strong> alimentação da re<strong>de</strong>.<br />
Os cálculos da energia requerida no equipamento é feito através da Eq. (3.3) sendo<br />
∆ T = T −T<br />
.<br />
i<br />
máx<br />
re<strong>de</strong><br />
3.6.2 Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Cogeração<br />
Para atendimento à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente, consi<strong>de</strong>ra-se, a priori, instalações <strong>de</strong><br />
cogeração <strong>de</strong> menor porte. Assim, esse estudo se restringe às configurações <strong>de</strong> turbina e<br />
motores recíprocos, ambos a gás natural.<br />
1. Energia da Câmara <strong>de</strong> combustão<br />
Conforme discutido anteriormente, a <strong>de</strong>finição do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração é feita pelo<br />
ajuste <strong>de</strong> carga térmica. O cálculo da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor Q!<br />
) requerida<br />
( cc<br />
para aquecimento <strong>de</strong> água na indústria é dada pela Eq. (3.18) a seguir:<br />
Q!<br />
=<br />
P i [ kW ]<br />
(3.18)<br />
cc<br />
ηeq<br />
sendo Pi a potência do equipamento i;<br />
ηeq correspon<strong>de</strong>nte à eficiência do equipamento, a ser fornecida pelo fabricante.
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 45<br />
2. Cálculo da energia liberada pelos gases <strong>de</strong> exaustão do equipamento<br />
! = m!<br />
⋅c<br />
⋅(<br />
T )<br />
(3.19)<br />
Qrec g pg s−150<br />
sendo m! g a vazão mássica do gás, <strong>em</strong> kg/s, dado pelo catálogo do fabricante;<br />
cpg é o calor específico dos gases <strong>de</strong> combustão, consi<strong>de</strong>rado 1,17 [kJ/kg ºC],<br />
(Machado Jr. 1993);<br />
Ts é a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída dos gases <strong>de</strong> exaustão do equipamento, <strong>em</strong> [ºC], do<br />
catálogo do fabricante;<br />
150 [ºC] correspon<strong>de</strong> a t<strong>em</strong>peratura mínima <strong>de</strong> saída da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação<br />
para que se evite a formação <strong>de</strong> ácidos e corrosão neste equipamento, conforme<br />
United Nations (2000).<br />
Caso a energia térmica calculada anteriormente seja inferior à energia mínima<br />
necessária, da Eq. (3.14) <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra-se a eficiência da cal<strong>de</strong>ira e calcula-se o número<br />
<strong>de</strong> equipamentos a satisfazer esta condição.<br />
3. Cálculo do consumo <strong>de</strong> gás natural para a nova configuração <strong>de</strong> cogeração<br />
O consumo <strong>de</strong> gás natural para a nova configuração <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água é calculado<br />
utilizando a Eq. (3.20) a seguir:<br />
CGN<br />
4. Cálculo da eficiência dos gases <strong>de</strong> exaustão<br />
i<br />
.<br />
3600 ⋅Qcc<br />
= [ kg GN / hora ]<br />
(3.20)<br />
PCI<br />
A eficiência dos gases <strong>de</strong> exaustão é calculada <strong>em</strong> função da potência e número <strong>de</strong><br />
equipamentos, da energia entregue na câmara <strong>de</strong> combustão conforme a Eq. (3.18):<br />
*<br />
Qreal<br />
.<br />
cc<br />
P i+<br />
η e = 1 −<br />
Q<br />
(3.21)<br />
sendo, Q * real a energia calculada pela Eq. (3.14), <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se a eficiência da<br />
cal<strong>de</strong>ira, a qual não será utilizada na configuração atual.<br />
Motor <strong>de</strong> Combustão Interna<br />
A razão potência/calor para um motor <strong>de</strong> combustão interna <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração<br />
po<strong>de</strong> ser calculada pela Eq. (3.22) a seguir:<br />
ηeq<br />
PHR = (3.22)<br />
η ⋅η<br />
e<br />
hrsg
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 46<br />
sendo, η eq é a eficiência <strong>de</strong> saída do equipamento;<br />
η e é a eficiência térmica da exaustão, <strong>de</strong>cimal;<br />
η hrsg é a eficiência da cal<strong>de</strong>ira recuperativa; <strong>de</strong> acordo com o catálogo do<br />
fabricante ou estimado na faixa <strong>de</strong> 70 a 80%.<br />
A razão calor/potência é dada pelo inverso da Eq. (3.22), assim, t<strong>em</strong>-se:<br />
ηe ⋅ηhrsg<br />
HPR = (3.23)<br />
η<br />
eq<br />
O teste <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> térmica é realizado <strong>em</strong> função da razão potência/calor (PHR), Eq.<br />
(3.22) ou analogamente através da relação calor/potência (HPR), Eq. (3.23). O intervalo<br />
<strong>de</strong> valores, para cada sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração, está mostrado na Tab. 2.3, <strong>em</strong> função do<br />
parâmetro calor/potência.<br />
T i<br />
P PHR ⋅ = (3.24)<br />
Assim, quando a Eq. (3.25), a seguir, for satisfeita, o equipamento será termicamente<br />
viável, termicamente.<br />
T > ( Qreal<br />
⋅ηcald<br />
)<br />
(3.25)<br />
Tabela 3.2 – Distribuição percentual <strong>de</strong> potência <strong>em</strong> um motor <strong>de</strong> combustão interna.<br />
Capacida<strong>de</strong><br />
Saídas 60 [kW] 230 – 840 [kW] 1.200 – 2.400 [kW]<br />
Geração Elétrica (%) 26 33 35<br />
Arrefecimento (%) 23 30 29<br />
Exaustão (%) 47 30 29<br />
Perdas (%) 4 7 7<br />
Combustível (%) 100 100 100<br />
Fonte: United Nations (2000).
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 47<br />
Turbina a gás<br />
Para turbinas a gás, os cálculos são análogos aos apresentados para motores <strong>de</strong><br />
combustão interna, levando-se <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração as perdas típicas da Tab. 3.3.<br />
Tabela 3.3 – Balanço térmico típico das turbinas a gás.<br />
Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pequeno Porte Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Médio Porte<br />
Eletricida<strong>de</strong> 21 % 29 %<br />
Energia dos gases <strong>de</strong><br />
exaustão (teoricamente<br />
recuperáveis)<br />
Energia dos gases <strong>de</strong><br />
exaustão (não recuperáveis)<br />
Perdas no gerador, óleo e<br />
radiação<br />
53 % 46 %<br />
21 % 20 %<br />
5 % 5 %<br />
Combustível 100 % 100 %<br />
Fonte: United Nations (2000).<br />
Para facilitar a seleção final dos mo<strong>de</strong>los, uma base <strong>de</strong> dados sobre turbinas a gás e<br />
motores está disponibilizada nos Apêndices 2 e 3.<br />
3.7 Análise Econômica<br />
O investimento <strong>em</strong> uma nova central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água requer uma análise<br />
técnico-econômica antes do <strong>em</strong>prego efetivo do recurso financeiro no <strong>em</strong>preendimento.<br />
A rotina <strong>de</strong> análise a ser <strong>de</strong>senvolvida possibilita a avaliação quantitativa dos métodos<br />
<strong>em</strong>pregados. Neste sentido, é interessante comparar os fatores a seguir:<br />
Capital;<br />
Taxa <strong>de</strong> juros;<br />
Preço da energia elétrica no mercado;<br />
Preço da energia elétrica gerada;
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 48<br />
Preço da energia elétrica <strong>de</strong> comercialização;<br />
Custo do combustível;<br />
Custo <strong>de</strong> operação e manutenção;<br />
Fator <strong>de</strong> carga;<br />
Impostos;<br />
Cronograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bolso;<br />
T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> construção;<br />
Financiamento;<br />
Vida útil do equipamento;<br />
Depreciação do equipamento.<br />
Levando-se <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a previsão dos reajustes <strong>de</strong>stes itens.<br />
3.7.1 Método <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa<br />
A análise <strong>de</strong> um projeto realiza-se através dos métodos do valor presente líquido (VPL)<br />
e da taxa interna <strong>de</strong> retorno (TIR). Estes métodos baseiam-se na comparação da soma<br />
algébrica dos valores presentes <strong>de</strong> cada um dos fluxos futuros <strong>de</strong> caixa (pagamentos ou<br />
recebimentos) com o valor do fluxo <strong>de</strong> caixa inicial (recebimento ou pagamento)<br />
ocorrido no período presente.<br />
1. Valor Presente Líquido - VPL<br />
Esta técnica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> caixa baseia-se no cálculo do valor presente <strong>de</strong> uma<br />
série <strong>de</strong> pagamentos iguais ou diferentes a uma taxa conhecida, <strong>de</strong>duzindo-se <strong>de</strong>ste o<br />
valor do fluxo inicial, seja este o valor do <strong>em</strong>préstimo, do financiamento ou do<br />
investimento.<br />
n FC j<br />
FC1<br />
FC2<br />
FCn<br />
VPL = ∑ − FC<br />
j 0 = + + ... + − FC<br />
1 2<br />
n<br />
j = 1(<br />
1+<br />
t ) ( 1+<br />
t ) ( 1+<br />
t ) ( 1+<br />
t )<br />
sendo, FCj os valores dos fluxos <strong>de</strong> caixa da or<strong>de</strong>m j = 1,2,3,...,n;<br />
FC0 o fluxo inicial;<br />
0<br />
(3.26)<br />
i a taxa <strong>de</strong> juros da operação financeira ou a taxa <strong>de</strong> retorno do projeto <strong>de</strong><br />
investimentos.
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 49<br />
A utilização <strong>de</strong>sta técnica divi<strong>de</strong> o período <strong>em</strong> duas fases distintas: período <strong>de</strong><br />
construção e período <strong>de</strong> operação.<br />
Ano<br />
- J - j - 1 - j - 1 0<br />
Figura 3.1 – Ciclo <strong>de</strong> vida do investimento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a energético.<br />
2. Taxa interna <strong>de</strong> retorno - TIR<br />
Esta taxa equaliza o valor presente <strong>de</strong> um ou mais equipamentos (saídas <strong>de</strong> caixa) ao<br />
valor <strong>de</strong> um ou mais recebimentos (entradas <strong>de</strong> caixa).<br />
FC<br />
n<br />
0 = ∑<br />
j = 1<br />
FC<br />
FC<br />
j<br />
( 1+<br />
t )<br />
j<br />
n<br />
0 − ∑<br />
j = 1<br />
3.7.2 Viabilida<strong>de</strong> econômica<br />
FC<br />
=<br />
( 1+<br />
t )<br />
FC<br />
Start up<br />
VPL<br />
j<br />
( 1+<br />
t )<br />
j<br />
1 2 3 j j + 1 J<br />
Fase <strong>de</strong> construção Fase <strong>de</strong> operação<br />
1<br />
1<br />
= 0<br />
FC2<br />
FC<br />
+ + ... +<br />
2<br />
( 1+<br />
t ) ( 1+<br />
t )<br />
n<br />
n<br />
T<strong>em</strong>po final<br />
<strong>de</strong> vida do<br />
equipamento<br />
(3.27)<br />
(3.28)<br />
Os parâmetros valor presente líquido (VPL) e taxa interna <strong>de</strong> retorno (TIR) são<br />
utilizados para a <strong>de</strong>cisão entre alternativas.<br />
Uma proposta é consi<strong>de</strong>rada economicamente viável se o VPL é no mínimo igual a<br />
zero. Quanto maior for o VPL maior a sua atrativida<strong>de</strong>.<br />
Além disso, a taxa interna <strong>de</strong> retorno (TIR) viabiliza um projeto se esta for superior à<br />
taxa mínima aceitável <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> capital, que po<strong>de</strong> variar para cada investidor.
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 50<br />
3.7.3 Investimento <strong>de</strong> capital<br />
O capital investido difere para cada uma das alternativas. Assim, <strong>de</strong> uma maneira geral<br />
<strong>de</strong>ve-se levantar os custos a seguir:<br />
1. Turbina a gás e motor a gás<br />
Custo do equipamento;<br />
Custo da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação;<br />
Taxa <strong>de</strong> importação do equipamento;<br />
Custo do transporte do equipamento;<br />
Custo da construção civil, montag<strong>em</strong> e engenharia;<br />
Custo <strong>de</strong> start-up;<br />
Custo <strong>de</strong> transformadores;<br />
Custo do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> distribuição, proteção e cabos;<br />
Custo <strong>de</strong> painéis.<br />
2. Energia Solar<br />
Custo do equipamento;<br />
Custo do imposto;<br />
Custo da construção civil, montag<strong>em</strong> e engenharia.<br />
Fase <strong>de</strong> construção<br />
Nesta fase consi<strong>de</strong>ra-se a carência do projeto e o cronograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bolso.<br />
Fase <strong>de</strong> operação<br />
Neste período consi<strong>de</strong>ra-se:<br />
Potência da planta;<br />
Eficiência da planta;<br />
Horas <strong>de</strong> trabalho da planta;<br />
Fator <strong>de</strong> carga da planta;<br />
Energia gerada ao ano;
Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 51<br />
Consumo <strong>de</strong> combustível ao ano;<br />
Preço da energia adquirida da concessionária nos horários <strong>de</strong> ponta e fora <strong>de</strong><br />
ponta;<br />
Preço da energia comercializada pela planta;<br />
Preço do combustível;<br />
Custo <strong>de</strong> operação e manutenção;<br />
Fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação.<br />
Na Tab. 3.4 abaixo se apresentam as taxas anuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> alguns projetos, <strong>de</strong><br />
acordo com a resolução da ANEEL nº 044/99.<br />
Tabela 3.4 – Taxas Anuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação.<br />
Nº Tipos <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cadastro %<br />
29 Equipamentos do ciclo térmico 4,5<br />
40 Motor <strong>de</strong> combustão interna 6,7<br />
84 Turbina a gás 5,0<br />
86 Turbogerador 4,0<br />
Fonte: Anexo à resolução ANEEL nº 044/99.<br />
3.7.4 Receitas<br />
Energia térmica gerada e sua receita;<br />
Energia elétrica gerada e receita da energia economizada (<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser<br />
comprada da concessionária); ou<br />
Receita da energia elétrica comercializada.<br />
3.7.5 Custos <strong>de</strong> saída<br />
Custos <strong>de</strong> operação e manutenção (O & M);<br />
Consumo <strong>de</strong> combustível e seu custo.
Capítulo 4<br />
<strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético<br />
Neste Capítulo apresenta-se um <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Diagnóstico Energético, <strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong><br />
Linguag<strong>em</strong> C, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> automatizar a metodologia proposta pelo Capítulo 3.<br />
A metodologia proposta no Capítulo 3 foi utilizada para dimensionar uma central <strong>de</strong><br />
aquecimento <strong>de</strong> água, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> diagnóstico energético proposto neste capítulo<br />
realiza o cálculo do consumo energético da planta e indica as opções <strong>de</strong> configuração<br />
viáveis termicamente para o dimensionamento requerido.<br />
A rotina principal do programa é a sua base, na qual <strong>de</strong>senvolve-se toda a seqüência <strong>de</strong><br />
operações, através <strong>de</strong> suas sub-rotinas. Os cálculos baseiam-se <strong>em</strong> opções <strong>de</strong><br />
metodologias <strong>de</strong> acordo com o cenário e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medições reais ou estimadas,<br />
a metodologia a ser utilizada, o tipo <strong>de</strong> equipamento analisado, assim como todo o<br />
fluxo do programa.<br />
As sub-rotinas foram utilizadas a partir do cálculo direto das variáveis ou <strong>de</strong> suas<br />
estimativas para os casos <strong>em</strong> que as medições <strong>em</strong> campo não foram possíveis. As<br />
operações mat<strong>em</strong>áticas refer<strong>em</strong>-se às equações <strong>de</strong>scritas anteriormente no Capítulo 3 -<br />
Metodologia <strong>de</strong> Trabalho. O resultado final do programa é apresentado nos Apêndices 4<br />
e 5.<br />
52
Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 53<br />
4.1 Fluxograma <strong>de</strong> apoio e <strong>de</strong>cisão<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para uma nova central energética <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do levantamento do<br />
consumo <strong>de</strong> água quente diário na planta atual; o fluxograma da Fig. 4.1 abaixo valida a<br />
metodologia proposta no it<strong>em</strong> (3.1) do Capítulo 3:<br />
Estimativa do<br />
consumo por normas<br />
INÍCIO<br />
Levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong><br />
Água Quente<br />
Figura 4.1 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente.<br />
Levantamento do consumo diário <strong>de</strong> energia<br />
1<br />
Levantamento do<br />
consumo <strong>em</strong> campo<br />
O fluxograma da Fig. 4.2 mostra o algoritmo da rotina <strong>de</strong> cálculo do consumo diário <strong>de</strong><br />
energia no vestiário e restaurante relativo ao aquecimento <strong>de</strong> água na indústria, segundo<br />
a Eq. (3.3):
Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 54<br />
Estimativa do<br />
consumo por normas<br />
Levantamento do consumo<br />
diário <strong>de</strong> energia<br />
Levantamento do<br />
consumo <strong>em</strong> campo<br />
Figura 4.2 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento<br />
diário do consumo <strong>de</strong> energia.<br />
O fluxograma da Fig. 4.2 é uma continuação do fluxograma da Fig. 4.1, <strong>em</strong> que sua<br />
<strong>de</strong>cisão está na escolha <strong>de</strong> se fazer o levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente <strong>em</strong><br />
campo ou estimar este consumo por meio <strong>de</strong> normas e catálogos.<br />
Cálculo das eficiências térmicas dos equipamentos utilizados<br />
1<br />
2<br />
Na Fig. 4.3 abaixo mostram-se as opções <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> eficiência dos equipamentos<br />
térmicos, o cálculo da eficiência da cal<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> se realizar através do método direto,<br />
Eq. (3.7), indireto, Eq. (3.8) ou por meio <strong>de</strong> estimativas <strong>de</strong> valores típicos, quando não<br />
for possível levantar as variáveis necessárias aos cálculos. A eficiência do trocador <strong>de</strong><br />
calor po<strong>de</strong> ser feita pela Eq. (3.6) ou através <strong>de</strong> estimativas, analogamente a cal<strong>de</strong>ira.
Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 55<br />
Eficiência da<br />
Cal<strong>de</strong>ira pelo<br />
Método Direto<br />
Efetivida<strong>de</strong> do<br />
Trocador <strong>de</strong> Calor<br />
Cálculo da energia entregue pelo gás<br />
natural através das eficiências dos<br />
equipamentos térmicos<br />
Estimativa da<br />
eficiência da<br />
Cal<strong>de</strong>ira<br />
Eficiência da<br />
Cal<strong>de</strong>ira pelo<br />
Método Indireto<br />
Figura 4.3 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento <strong>de</strong> eficiências dos<br />
equipamentos utilizados, para o cálculo da energia liberada pelo gás natural.<br />
Seleção <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> equipamentos: Motor ou Turbina a gás?<br />
2<br />
Cálculo do consumo<br />
<strong>de</strong> gás natural real<br />
3<br />
Estimativa da<br />
efetivida<strong>de</strong> do<br />
Trocador <strong>de</strong> Calor<br />
Nesta fase que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as anteriormente mostradas é feita uma <strong>de</strong>cisão entre o<br />
tipo <strong>de</strong> configuração a ser simulado, motor ou turbina a gás, <strong>em</strong> que a rotina <strong>de</strong> cálculo<br />
busca os dados referentes a cada equipamento <strong>em</strong> seu banco <strong>de</strong> dados apresentado nos<br />
Apêndices 3 e 2.
Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 56<br />
Motor a gás<br />
Figura 4.4 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para a seleção do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração.<br />
Cálculo dos parâmetros térmicos do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração<br />
3<br />
Seleção <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />
cogeração<br />
4<br />
Turbina a gás<br />
A Fig. 4.5 mostra a próxima fase <strong>de</strong> simulação que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos cálculos mostrados nos<br />
fluxogramas anteriores. Neste ponto é feita uma <strong>de</strong>cisão entre o tipo <strong>de</strong> configuração a<br />
ser simulado, motor ou turbina a gás, <strong>em</strong> que o cálculo dos parâmetros térmico é<br />
análogo para as duas tecnologias. Os equipamentos viáveis são impressos <strong>em</strong> um<br />
arquivo texto.<br />
Os parâmetros térmicos calculados são:<br />
Energia da câmara <strong>de</strong> combustão, Eq. (3.25);<br />
Energia liberada pelos gases <strong>de</strong> exaustão do equipamento, Eq. (3.26);<br />
Consumo <strong>de</strong> gás natural para a nova configuração, Eq. (3.27);<br />
Eficiência dos gases <strong>de</strong> exaustão, Eq. (3.28);<br />
Razão calor/potência.<br />
Da Eq. (3.32), conclui-se pela viabilida<strong>de</strong> térmica ou não do equipamento simulado.
Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 57<br />
4<br />
Cálculo dos parâmetros térmicos do<br />
sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração escolhido<br />
Energia da câmara <strong>de</strong><br />
combustão<br />
Energia da<br />
exaustão<br />
Consumo <strong>de</strong> gás<br />
natural para a nova<br />
configuração<br />
Eficiência dos gases<br />
<strong>de</strong> exaustão<br />
Cálculo da razão<br />
calor/potência<br />
Viável?<br />
Impressão dos resultados <strong>em</strong> um<br />
arquivo texto<br />
Fim<br />
Figura 4.5 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e impressão dos<br />
equipamentos viáveis termicamente.
Capítulo 5<br />
ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA<br />
AUTOMOTIVA E ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
Para validação da metodologia <strong>de</strong>senvolvida, do programa computacional <strong>de</strong> auxílio à<br />
seleção <strong>de</strong> alternativas energéticas e da planilha automatizada para análise econômica,<br />
foi proposta, como estudo <strong>de</strong> casos, a avaliação da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong><br />
uma indústria automotiva instalada <strong>em</strong> Minas Gerais.<br />
A estratégia <strong>de</strong> atuação da equipe interdisciplinar da PUC Minas e da indústria <strong>em</strong><br />
questão foi, assim, <strong>de</strong>finida:<br />
reunião <strong>de</strong> prospecção entre representante da Diretoria da <strong>em</strong>presa, engenheirochefe<br />
e assistente da área <strong>de</strong> energia e meio ambiente e orientadora do trabalho;<br />
reunião <strong>de</strong> trabalho, coor<strong>de</strong>nada pelo chefe da área <strong>de</strong> energia e meio ambiente<br />
da indústria, com a participação do engenheiro assistente e <strong>de</strong> representante do<br />
novo sócio internacional da <strong>em</strong>presa, orientadora e mestranda da PUC Minas<br />
para: i<strong>de</strong>ntificação dos procedimentos requeridos na avaliação proposta,<br />
formalização da documentação a ser apresentada à indústria, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> prazos<br />
e cronogramas, visita técnica à unida<strong>de</strong> geradora <strong>de</strong> vapor e aquecimento <strong>de</strong><br />
água (centralinas);<br />
estudo das normas nacionais e internacionais relativas aos ensaios dos<br />
equipamentos utilizados pela indústria para elaboração das planilhas<br />
experimentais a ser<strong>em</strong> aplicadas nas medidas <strong>em</strong> campo e <strong>de</strong>finição da<br />
instrumentação a ser utilizada. O planejamento experimental elaborado <strong>de</strong>u<br />
ênfase ao <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> medidas não-invasivas, no caso <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas e vazões<br />
<strong>de</strong> líquidos, e a um reduzido período <strong>de</strong> permanência na unida<strong>de</strong>. Para tal, foi<br />
selecionada uma equipe <strong>de</strong> 6 bolsistas e monitores do Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong><br />
Energia – GREEN – da PUC Minas <strong>em</strong> apoio ao trabalho experimental a ser<br />
<strong>de</strong>senvolvida pela mestranda. Objetivava-se, assim, minimizar eventuais<br />
probl<strong>em</strong>as ou interferências no processo produtivo;<br />
58
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 59<br />
elaboração da documentação solicitada, incluída a discriminação dos estudantes<br />
participantes do programa, equipamentos, instrumentos, placas <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />
dados e computadores, além do cronograma e prazos <strong>de</strong>finidos. A <strong>em</strong>presa<br />
concordou com os termos propostos e o início dos trabalhos foi agendado.<br />
Infelizmente, o programa foi, posteriormente, cancelado, tendo sido alegados<br />
probl<strong>em</strong>as internos <strong>de</strong>correntes do racionamento <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>cretado pelo<br />
Governo Fe<strong>de</strong>ral, cujo início coincidia com o período <strong>de</strong> medições.<br />
Assim, houve uma alteração no enfoque inicialmente proposto no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong>sse estudo <strong>de</strong> casos. A análise apresentada é referente a uma indústria <strong>em</strong> fase <strong>de</strong><br />
implantação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água. Dessa forma, os levantamentos<br />
apresentados se baseiam <strong>em</strong> normas e catálogos <strong>de</strong> fabricantes, incluindo-se valores<br />
reais já disponibilizados nas reuniões iniciais e visita técnica realizada.<br />
5.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente<br />
A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente é realizada seguindo-se os períodos e as situações a seguir<br />
Situações:<br />
Tabela 5.1 – Número <strong>de</strong> funcionários e período <strong>de</strong> utilização da água quente.<br />
Turno Horário Total <strong>de</strong> Funcionários<br />
1 o 6:00 às 15:18 5.000<br />
2 o 15:18 às 24:34 4.140<br />
3 o 22:30 às 6:00 460<br />
Central 8:00 às 17:30 200<br />
Total 9.800<br />
Tabela 5.2 - Horários das refeições nos restaurantes 1, 2 e 3 da indústria.<br />
Turno Horário Refeições<br />
1º 10:15 às 13:45 almoço<br />
2º 19:00 às 21:00 jantar<br />
3º 23:30 às 24:00 ceia
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 60<br />
A t<strong>em</strong>peratura da água quente utilizada no restaurante equivale a 70 [ºC] e no vestiário a<br />
50 [ºC].<br />
5.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas e catálogos<br />
Devido à impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar<strong>em</strong> as medições <strong>em</strong> campo na indústria<br />
automotiva, tomaram-se como parâmetros estimativas do consumo <strong>de</strong> água baseando-se<br />
<strong>em</strong> normas e catálogos.<br />
5.2.1 Consumo <strong>de</strong> água quente diário estimado<br />
Vestiário<br />
Consi<strong>de</strong>rando-se a Tab. 3.1, o volume <strong>de</strong> água gasto por banho equivale a 15 litros. Para<br />
um fator <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> 85% e o número total <strong>de</strong> funcionários fornecido na Tab. 5.1,<br />
<strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.1), t<strong>em</strong>-se:<br />
O consumo <strong>de</strong> água quente no vestiário, equivale a 122.400 litros.<br />
Restaurante<br />
De acordo com a Tab. 3.1, o volume <strong>de</strong> água quente consumido por refeição equivalente<br />
é <strong>de</strong> 12 litros. Supõe-se que 100% dos funcionários faz<strong>em</strong> uma refeição na <strong>em</strong>presa e<br />
assim, <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.2), t<strong>em</strong>-se:<br />
O consumo <strong>de</strong> água quente no restaurante, equivale a 117.600 litros.<br />
O consumo total <strong>de</strong> água quente diário é <strong>de</strong>: 240.000 litros.<br />
5.3 Descrição das instalações<br />
5.3.1 Equipamentos<br />
Centralina Prensa<br />
01 Cal<strong>de</strong>ira Tenge a gás; (<strong>de</strong>sligada)<br />
05 Trocadores <strong>de</strong> Calor;<br />
01 Gerador <strong>de</strong> Vapor do restaurante.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 61<br />
Centralina Montag<strong>em</strong><br />
Não há cal<strong>de</strong>ira;<br />
05 Trocadores <strong>de</strong> Calor;<br />
01 Gerador <strong>de</strong> Vapor do restaurante.<br />
Centralina Mecânica<br />
01 Cal<strong>de</strong>ira Tenge a gás; (<strong>de</strong>sligada)<br />
05 Trocadores <strong>de</strong> Calor;<br />
01 Gerador <strong>de</strong> Vapor do restaurante.<br />
Central Térmica: é composta <strong>de</strong> quatro cal<strong>de</strong>iras, mas normalmente apenas uma é<br />
utilizada sendo que no máximo duas entram <strong>em</strong> operação ao mesmo t<strong>em</strong>po, no inverno.<br />
Cal<strong>de</strong>ira 01: Cal<strong>de</strong>ira aquatubular a gás;<br />
Cal<strong>de</strong>ira 02: Cal<strong>de</strong>ira aquatubular a gás (stand by);<br />
Cal<strong>de</strong>ira 03: Cal<strong>de</strong>ira aquatubular a gás (<strong>em</strong> manutenção);<br />
Cal<strong>de</strong>ira 04: Cal<strong>de</strong>ira elétrica (<strong>de</strong>sligada).<br />
Os dados <strong>de</strong> placa das cal<strong>de</strong>iras 1 e 2 são:<br />
Marca: CBC;<br />
Tipo: 22VP-12W;<br />
Vazão mássica: 40.000 [kg/h];<br />
Pressão máxima <strong>de</strong> trabalho: 33,5 [kPa];<br />
Pressão <strong>de</strong> teste: 50,3 [kPa];<br />
Pressão <strong>de</strong> operação: 30 [kPa];<br />
Superfície <strong>de</strong> aquecimento: 500 [m 2 ];<br />
Ano <strong>de</strong> fabricação: 1.975;<br />
Combustível utilizado: gás natural.<br />
A cal<strong>de</strong>ira 3 difere das outras acima relacionadas apenas nos itens a seguir:<br />
Superfície <strong>de</strong> aquecimento: 461 m 2 ;<br />
Ano <strong>de</strong> fabricação: 1991.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 62<br />
O valor da superfície <strong>de</strong> aquecimento das cal<strong>de</strong>iras 1 e 2 é diferente da cal<strong>de</strong>ira 3,<br />
<strong>de</strong>vido alteração <strong>de</strong> combustível das cal<strong>de</strong>iras 1 e 2 que operavam anteriormente com<br />
óleo combustível 2A.<br />
5.4 Cálculo do consumo <strong>de</strong> energia diário para aquecer a água<br />
Vestiário<br />
Para este cálculo, utilizou-se a Eq. (3.3), o fator <strong>de</strong> utilização igual a 85%, e as<br />
t<strong>em</strong>peraturas abaixo:<br />
Tb = 45 [ o C]; (t<strong>em</strong>peratura do banho)<br />
Tamb = 217,<br />
[ o C]; (t<strong>em</strong>peratura ambiente no vestiário)<br />
Q v = 3.<br />
311 [kWh/dia]<br />
Restaurante<br />
Para este cálculo, utilizou-se a Eq. (3.3) e as t<strong>em</strong>peraturas:<br />
Tr = 70 [ o C]; (t<strong>em</strong>peratura da água quente no restaurante)<br />
Tamb = 217,<br />
Q r = 6.<br />
595 [kWh/dia]<br />
[ o C]; (t<strong>em</strong>peratura ambiente no refeitório)<br />
Energia Total Consumida conforme a Eq. (3.4) é:<br />
Q = 9.<br />
907 [kWh/dia]<br />
5.5 Cálculo da eficiência térmica dos equipamentos utilizados<br />
Consi<strong>de</strong>rando-se que a <strong>em</strong>presa avaliada possui reduzido consumo específico <strong>de</strong><br />
energia, para este cálculo foram supostas as eficiências típicas do trocador <strong>de</strong> calor e da<br />
cal<strong>de</strong>ira:<br />
tc 0,<br />
8 = η<br />
η<br />
cal<strong>de</strong>ira = 0,<br />
8
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 63<br />
5.6 Energia real liberada pelo gás natural<br />
O cálculo da energia real liberada pelo gás natural <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das eficiências dos<br />
equipamentos sendo é dado pela Eq. (3.14) e correspon<strong>de</strong>nte a:<br />
Qreal = 15.<br />
479 [kWh/dia]<br />
O que equivale a uma taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>:<br />
Q! real = 645 [kW]<br />
5.6.1 Cálculo do consumo real <strong>de</strong> gás natural diário<br />
Neste cálculo consi<strong>de</strong>ra-se a Eq. (3.15):<br />
CGN = 906 [kg/dia]<br />
5.7 I<strong>de</strong>ntificação das alternativas<br />
5.7.1 Energia Solar<br />
Cálculo da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente<br />
Devido à dimensão e particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>ste projeto, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />
aquecimento solar foi dividido <strong>em</strong> duas partes:<br />
Aquecimento Solar para o restaurante;<br />
Aquecimento Solar para o vestiário;<br />
O reservatório térmico <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>stes sist<strong>em</strong>as foi subdividido <strong>em</strong> 8 tanques com<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15.000 litros <strong>de</strong> água por dia.<br />
Para a simulação solar, consi<strong>de</strong>rou-se:<br />
Dados <strong>de</strong> entrada:<br />
Cida<strong>de</strong> simulada: Belo Horizonte;<br />
Latitu<strong>de</strong>: -19,91<br />
Longitu<strong>de</strong> Local: - 43,93<br />
Inclinação do coletor: 25º<br />
Azimutal <strong>de</strong> superfície: 0,850
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 64<br />
Altitu<strong>de</strong>: 850 [m]<br />
Refletivida<strong>de</strong> da vizinhança: grama.<br />
Os valores das t<strong>em</strong>peraturas ambiente, mínima, média e máxima estão disponíveis nas<br />
Normas Climatológicas do DNMET (2000).<br />
Mês<br />
Tabela 5.3 – T<strong>em</strong>peraturas ambientes mensais estimadas.<br />
T<strong>em</strong>peratura Ambiente<br />
Mínima Máxima Média<br />
Janeiro 18,8 28,2 23,5<br />
Fevereiro 19,0 28,8 23,9<br />
Março 18,8 28,6 23,7<br />
Abril 17,3 27,5 22,4<br />
Maio 15,0 26,0 20,5<br />
Junho 13,4 25,0 19,2<br />
Julho 13,1 24,6 18,9<br />
Agosto 14,4 26,5 20,4<br />
Set<strong>em</strong>bro 16,2 27,2 21,7<br />
Outubro 17,5 27,7 22,6<br />
Nov<strong>em</strong>bro 18,2 27,5 22,9<br />
Dez<strong>em</strong>bro 18,4 27,3 22,8<br />
Fonte: DNMET (2000).<br />
Dados do coletor utilizado na simulação:<br />
Eficiência: 49,7%;<br />
Classificação: B;<br />
Área do coletor: 1,99 [m 2 ];<br />
Produção Média Mensal <strong>de</strong> Energia por m 2 <strong>de</strong> área coletora : 66,37 [kWh/m 2 ].<br />
Restaurante:<br />
Dados <strong>de</strong> entrada:<br />
Tmax = 70 [ºC];<br />
Tmín = 65 [ºC];<br />
Tre<strong>de</strong> = 20 [ºC].
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 65<br />
D<strong>em</strong>anda <strong>de</strong> água quente = 117.600 litros, (8 reservatórios <strong>de</strong> 15000 litros).<br />
De acordo com a planilha <strong>de</strong> dados, foi <strong>de</strong>cidido:<br />
Número <strong>de</strong> coletores solares = 1.490<br />
Área do coletor:= 2.965,1 [m 2 ], <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.16).<br />
Dados <strong>de</strong> saída da simulação:<br />
Fração Solar = 70%;<br />
Aquecimento auxiliar = 30%;<br />
Relação volume/área: 41,3 [litros/m 2 ].<br />
kWh/mês<br />
250000,0<br />
200000,0<br />
150000,0<br />
100000,0<br />
50000,0<br />
0,0<br />
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Produção Mensal (kWh) 179712,1 167505,4 222459,4 202060,5 192758,5 188636,8 207509,5 191505,1 193324,5 198206,7 159935,1 150139,9<br />
D<strong>em</strong>anda Total (kWh) 196832,0 176254,4 195985,4 194988,6 209530,9 208097,1 216515,2 209742,5 197856,1 200641,7 193145,3 199583,4<br />
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Meses<br />
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Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />
Figura 5.1 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do restaurante.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 66<br />
Área (m²)<br />
4500,0<br />
4000,0<br />
3500,0<br />
3000,0<br />
2500,0<br />
2000,0<br />
1500,0<br />
1000,0<br />
500,0<br />
0,0<br />
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<br />
Área 3247,6 3120,0 2612,2 2861,3 3223,1 3271,0 3093,8 3247,5 3034,6 3001,5 3580,8 3941,6<br />
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Decisão <strong>de</strong> Projeto 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1<br />
Meses<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />
Figura 5.2 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao restaurante.<br />
30%<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
70%<br />
<br />
Aquecimento Solar Aquecimento Auxiliar<br />
Figura 5.3 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong><br />
aquecimento anual do restaurante.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 67<br />
Vestiário:<br />
Dados <strong>de</strong> entrada:<br />
Tmax = 50 [ºC];<br />
Tmín = 45 [ºC];<br />
Tre<strong>de</strong> = 20 [ºC].<br />
D<strong>em</strong>anda <strong>de</strong> água quente = 122.400 litros.<br />
Simulação da configuração solar 1<br />
De acordo com a planilha <strong>de</strong> dados, foi <strong>de</strong>cidido:<br />
Número <strong>de</strong> coletores solares = 1.496<br />
Área do coletor: = 2.977 [m 2 ];<br />
Dados <strong>de</strong> saída da simulação:<br />
Fração Solar = 89,8%;<br />
Aquecimento auxiliar = 10,2%;<br />
Relação volume/área = 41,1 [litros/m 2 ].<br />
kWh/mês<br />
250000,0<br />
200000,0<br />
150000,0<br />
100000,0<br />
50000,0<br />
0,0<br />
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<br />
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />
<br />
Produção Mensal (kWh) 180435,8 168179,9 223355,2 202874,2 193534,7 189396,4 208345,1 192276,3 194103,0 199004,8 160579,1 150744,5<br />
D<strong>em</strong>anda Total (kWh) 116751,6 103861,3 115870,4 117675,4 129968,7 131318,9 137238,2 130189,0 120659,9 120716,7 115756,7 119615,3<br />
Figura 5.4 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda<br />
do vestiário, para a configuração solar 1.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 68<br />
Área (m²)<br />
3500,0<br />
3000,0<br />
2500,0<br />
2000,0<br />
1500,0<br />
1000,0<br />
500,0<br />
0,0<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
Área 1926,3 1838,5 1544,4 1726,8 1999,2 2064,1 1961,0 2015,7 1850,6 1805,9 2146,1 2362,3<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Decisão <strong>de</strong> Projeto 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0<br />
Meses<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />
Figura 5.5 – Gráfico simulação da área coletora necessária<br />
ao vestiário, para a configuração solar 1.<br />
10,2%<br />
<br />
<br />
<br />
89,8%<br />
Aquecimento Solar Aquecimento Auxiliar<br />
Figura 5.6 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento<br />
anual do vestiário, para a configuração solar 1.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 69<br />
Simulação da configuração solar 2<br />
De acordo com a planilha <strong>de</strong> dados, foi <strong>de</strong>cidido:<br />
Número <strong>de</strong> coletores solares = 820<br />
Área do coletor:= 1.631,8 [m 2 ];<br />
Dados <strong>de</strong> saída da simulação:<br />
Fração Solar = 68,8%;<br />
Aquecimento auxiliar = 31,2%;<br />
Relação volume/área = 75 [litros/m 2 ].<br />
kWh/mês<br />
160000,0<br />
140000,0<br />
120000,0<br />
100000,0<br />
80000,0<br />
60000,0<br />
40000,0<br />
20000,0<br />
0,0<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
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Meses<br />
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<br />
<br />
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />
<br />
Produção Mensal (kWh) 98902,0 92184,2 122427,3 111201,1 106081,9 103813,6 114199,9 105392,1 106393,3 109080,2 88018,0 82627,3<br />
D<strong>em</strong>anda Total (kWh) 116751,6 103861,3 115870,4 117675,4 129968,7 131318,9 137238,2 130189,0 120659,9 120716,7 115756,7 119615,3<br />
Figura 5.7 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do<br />
vestiário, para a configuração solar 2.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 70<br />
Área (m²)<br />
2500,0<br />
2000,0<br />
1500,0<br />
1000,0<br />
500,0<br />
0,0<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Área 1926,3 1838,5 1544,4 1726,8 1999,2 2064,1 1961,0 2015,7 1850,6 1805,9 2146,1 2362,3<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Decisão <strong>de</strong> Projeto 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8<br />
Meses<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />
Figura 5.8 – Gráfico simulação da área coletora necessária<br />
31,2%<br />
ao vestiário, para a configuração solar 2.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
68,8%<br />
Aquecimento Solar Aquecimento Auxiliar<br />
Figura 5.9 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento<br />
anual do vestiário, para a configuração solar 2.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 71<br />
As configurações propostas po<strong>de</strong>m ser resumidas na Tab. 5.4 a seguir:<br />
Tabela 5.4 – Resumo das configurações solares propostas.<br />
Configuração Área total<br />
(m 2 )<br />
Fração Solar Aquecimento<br />
Auxiliar<br />
1 5.942,1 79,9% 20,1%<br />
2 4.596,9 69,2% 30,8%<br />
5.7.2 Motor a gás<br />
As Tabs. 5.5 a 5.7, apresentam os resultados da metodologia <strong>de</strong>senvolvida no Capítulo 3<br />
e automatizada no Capítulo 4, levando-se <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração 7 mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> motores a gás<br />
e a eficiência típica <strong>de</strong> uma cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação <strong>em</strong> 80%.<br />
Esta simulação supôs os valores <strong>de</strong> eficiência do equipamento <strong>em</strong> 35% (Tab. 5.5), 45%<br />
(Tab. 5.6) e 53% (Tab. 5.7) <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3, <strong>de</strong> modo a cobrir largo espectro<br />
<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>. O objetivo <strong>de</strong>sta simulação é avaliar a influência da variação da<br />
eficiência no cálculo do PHR.<br />
Da comparação dos valores das Tabs. 5.5, 5.7 e da Eq. (3.23), constata-se que a razão<br />
calor/potência HPR é inversamente proporcional à eficiência do equipamento. À medida<br />
que se incr<strong>em</strong>enta o valor da eficiência do equipamento, reduz-se o parâmetro HPR,<br />
convergindo a valores inclusive inferiores aos da Tab. 2.3.<br />
Como a proposta <strong>de</strong>ste estudo é a base térmica, a diminuição do parâmetro HPR po<strong>de</strong><br />
<strong>em</strong> muitos casos, inviabilizar o projeto térmico. Na simulação da Tab. 5.7, <strong>em</strong> que se<br />
consi<strong>de</strong>ra a máxima eficiência da Tab. 2.3, todos os equipamentos mostraram-se<br />
inviáveis para aquecer a água <strong>em</strong> uma cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 72<br />
Tabela 5.5 - Resultados da simulação dos Motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do equipamento equivalente a 35%.<br />
P<br />
[kW]<br />
ηeq<br />
Qth<br />
[kW]<br />
Qcc<br />
[kW]<br />
Qrec<br />
[kW]<br />
CGNi<br />
[kg/h]<br />
Nº ηe<br />
PHR HPR Teste<br />
T > Qth<br />
400 0,35 3 516 1142 112 84 5 0,560 0,78 1,21 512<br />
318 0,35 3 516 908 137 66 4 0,508 0,86 1,16 369<br />
636 0,35 3 516 1817 279 133 2 0,508 0,86 1,16 739<br />
748 0,35 3 516 2137 298 156 2 0,529 0,83 1,21 905<br />
776 1<br />
0,35 3 516 2217 305 162 2 0,534 0,82 1,22 947<br />
776 2 0,35 3 516 2217 323 162 2 0,534 0,82 1,22 947<br />
912 0,35 3 516 2605 395 191 2 0,551 0,79 1,26 1149<br />
1 Rotação do motor é <strong>de</strong> 1500 rpm;<br />
2 Rotação do motor é <strong>de</strong> 1800 rpm.<br />
3 Valor <strong>de</strong> eficiência típico inferior, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 73<br />
Tabela 5.6 - Resultados da simulação dos Motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do equipamento equivalente a 45%.<br />
P<br />
[kW]<br />
ηeq<br />
Qth<br />
[kW]<br />
Qcc<br />
[kW]<br />
Qrec<br />
[kW]<br />
CGNi<br />
[kg/h]<br />
Nº ηe<br />
PHR HPR Teste<br />
T > Qth<br />
400 0,45 4 516 889 112 65 5 0,434 1,30 0,77 309<br />
318 0,45 4 516 707 137 52 4 0,367 1,53 0,65 208<br />
636 0,45 4 516 1413 279 103 2 0,367 1,53 0,65 415<br />
748 0,45 4 516 1662 298 122 2 0,395 1,42 0,70 525<br />
776 1<br />
0,45 4 516 1724 305 126 2 0,400 1,40 0,71 552<br />
776 2 0,45 4 516 1724 323 126 2 0,400 1,40 0,71 552<br />
912 0,45 4 516 2027 395 148 2 0,423 1,33 0,75 685<br />
4 Valor <strong>de</strong> eficiência típico médio, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 74<br />
Tabela 5.7 - Resultados da simulação dos Motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do equipamento equivalente a 53%.<br />
P<br />
[kW]<br />
ηeq<br />
400 0,535 5<br />
318 0,535 5<br />
636 0,535 5<br />
748 0,535 5<br />
7761 0,535 5<br />
7762 0,535 5<br />
912 0,535 5<br />
Qth<br />
[kW]<br />
Qcc<br />
[kW]<br />
5 Valor <strong>de</strong> eficiência típico médio, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.<br />
Qrec<br />
[kW]<br />
CGNi<br />
[kg/h]<br />
Nº ηe<br />
PHR HPR Teste<br />
T > Qth<br />
516 755 112 55 5 0,333 1,99 0,50 201<br />
516 600 137 44 4 0,255 2,60 0,38 122<br />
516 1200 279 88 2 0,255 2,60 0,38 245<br />
516 1411 298 103 2 0,287 2,31 0,43 324<br />
516 1464 305 107 2 0,294 2,25 0,44 344<br />
516 1464 323 107 2 0,294 2,25 0,44 344<br />
516 1720 395 126 2 0,320 2,07 0,48 441
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 75<br />
5.7.3 Turbina a gás<br />
As simulações <strong>de</strong> cálculos para a escolha da turbina a gás, abrangeram 8 mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>ste equipamento.<br />
Tabela 5.8 - Resultados da simulação das Turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência do fabricante do equipamento.<br />
P<br />
[kW]<br />
ηeq<br />
Qth<br />
[kW]<br />
Qcc<br />
[kW]<br />
Qrec<br />
[kW]<br />
CGNi<br />
[kg/h]<br />
Nº ηe<br />
PHR HPR Teste<br />
T > Qth<br />
420 0,231 516 1818 1276 133 1 0,49 0,60 1,68 706<br />
508 0,234 516 2170 1278 159 1 0,53 0,55 1,81 918<br />
548 0,221 516 2480 1643 181 1 0,57 0,48 2,07 1133<br />
585 0,235 516 2489 1677 182 1 0,56 0,53 1,90 1111<br />
646 0,235 516 2749 1895 201 1 0,58 0,51 1,97 1270<br />
678 0,247 516 2744 1644 201 1 0,57 0,55 1,83 1241<br />
715 0,252 516 2837 1903 201 1 0,57 0,56 1,80 1285<br />
848 0,260 516 3261 1903 239 1 0,58 0,56 1,79 1518
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 76<br />
Tabela 5.9 - Resultados da simulação das Turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência <strong>de</strong> 35% dos equipamentos.<br />
P<br />
[kW]<br />
ηeq<br />
[<strong>de</strong>c.]<br />
420 0,35 6<br />
Qth<br />
[kW]<br />
Qcc<br />
[kW]<br />
Qrec<br />
[kW]<br />
CGNi<br />
[kg/h]<br />
Nº ηe<br />
[<strong>de</strong>c.]<br />
PHR HPR Teste<br />
T > Qth<br />
516 1200 1276 70 1 0,11 3,46 0,29 122<br />
508 0,35 6 516 1451 1278 85 1 0,21 1,89 0,53 269<br />
548 0,35 6 516 1566 1643 92 1 0,24 1,63 0,61 335<br />
585 0,35 6 516 1671 1677 98 1 0,26 1,47 0,68 397<br />
646 0,35 6 516 1846 1895 108 1 0,30 1,29 0,77 499<br />
678 0,35 6 516 1937 1644 113 1 0,32 1,23 0,82 553<br />
715 0,35 6 516 2042 1903 120 1 0,33 1,16 0,86 615<br />
848 0,35 6 516 2423 1903 142 1 0,38 1,01 0,99 837<br />
5 Valor <strong>de</strong> eficiência típico máximo para turbina a gás, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 77<br />
Para a turbina a gás, realizou-se uma análise similar ao motor a gás, <strong>em</strong> que o parâmetro<br />
HPR se comporta <strong>de</strong> maneira análoga.<br />
É importante ressaltar apenas que as turbinas gás possu<strong>em</strong> uma maior energia <strong>de</strong><br />
recuperação, fato este atribuído à maior t<strong>em</strong>peratura e vazão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> exaustão,<br />
quando comparadas aos motores. Desta forma, é necessária a utilização <strong>de</strong> um maior<br />
número <strong>de</strong> motores para fornecer a energia térmica necessária ao aquecimento <strong>de</strong> água.<br />
Na simulação da Tab. 5.9, <strong>em</strong> que se supôs a máxima eficiência fornecida pela Tab. 2.3,<br />
as turbinas a gás <strong>de</strong> potência 420 kW, 508 kW, 548 kW, 585 kW e 646 kW, mostraram<br />
se inviáveis para aquecer o volume <strong>de</strong> água necessário à indústria através <strong>de</strong> uma<br />
cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação.<br />
Os itens inviáveis termicamente foram excluídos da análise econômica.<br />
5.8 Análise Econômica<br />
O cenário adotado para a simulação econômica das três configurações foi:<br />
“Project Finance”: consi<strong>de</strong>rou-se o autofinanciamento com simulações <strong>de</strong> taxas<br />
<strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% ao mês;<br />
Custo <strong>de</strong> combustível: o preço do gás natural é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> US$ 0,1107/kg,<br />
<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se os impostos, segundo informações da GASMIG;<br />
Custo da tarifa elétrica <strong>de</strong> fornecimento: a tarifa elétrica <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
consumidores é uma tarifa binária, assim há um valor para a energia (R$/MWh)<br />
e outro para a ponta (R$/kWh mês). A ponta é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong>manda, <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>ste critério e o custo médio da tarifa vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do fator <strong>de</strong> carga do<br />
consumidor. Quanto maior for o fator <strong>de</strong> carga do consumidor, menor será o<br />
preço médio. Neste estudo o custo médio da tarifa azul do grupo A2<br />
(consumidores <strong>de</strong> 138kV), segundo informações da concessionária local<br />
CEMIG, é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 0,08/kWh;<br />
Cotação do dólar: R$ 2,50 (cotação oficial do dia 06/08/2001).<br />
Neste cenário consi<strong>de</strong>rou-se que as tarifas <strong>de</strong> aumento da energia elétrica e do gás<br />
natural serão iguais.<br />
Os resultados das simulações econômicas encontram-se nos Apêndices 6, 7 e 8.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 78<br />
5.8.1 Energia Solar<br />
A simulação econômica supôs as seguintes condições econômico-financeiras:<br />
Cronograma <strong>de</strong> investimentos: o pagamento <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foi dividido <strong>em</strong> 10<br />
prestações mensais equivalentes a 10% do valor do investimento;<br />
Custos <strong>de</strong> operação e manutenção: 1% do valor do investimento ao ano;<br />
Custos <strong>de</strong> combustíveis: foram calculados <strong>em</strong> função do aquecimento solar para<br />
as duas configurações;<br />
Carência do projeto: 6 meses;<br />
Vida útil do investimento: 20 anos.<br />
Custo do m 2 <strong>de</strong> coletor solar: 73,60 U$ /m 2 .<br />
A simulação econômica <strong>de</strong>ste it<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rou as duas configurações do it<strong>em</strong> (5.3.6):<br />
Configuração Solar 1: 5.942,1 [m 2 ] <strong>de</strong> coletor solar e 20,1% <strong>de</strong> aquecimento<br />
auxiliar;<br />
Configuração Solar 2: 4.596,9 [m 2 ] <strong>de</strong> coletor solar e 30,8% <strong>de</strong> aquecimento<br />
auxiliar.<br />
R$<br />
R$ 2.500.000<br />
R$ 2.000.000<br />
R$ 1.500.000<br />
R$ 1.000.000<br />
R$ 500.000<br />
R$ 0<br />
-R$ 500.000<br />
-R$ 1.000.000<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20<br />
Ano<br />
Solar 1 (1%)<br />
Solar 2 (1%)<br />
Figura 5.10 – Análise econômica e retorno do investimento do sist<strong>em</strong>a solar,<br />
consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 79<br />
Tabela 5.10 – Tabela resumo da análise econômica das configurações<br />
solar 1 e solar 2 a taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.<br />
Alternativa Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />
(meses)<br />
Receita Acumulada<br />
Solar 1 R$ 1.093.346 40 R$ 2.161.729<br />
Solar 2 R$ 847.872 41 R$ 1.730.809,97<br />
Diferença R$ 254.474 1 R$ 430.919,03<br />
Do gráfico da Fig. 5.10 e da Tab. 5.10, observa-se que configuração solar 1 possui um<br />
maior investimento inicial, porém, menor custo operacional <strong>de</strong>vido à sua menor<br />
<strong>de</strong>pendência do aquecimento auxiliar. Desta forma seu valor presente líquido ao final <strong>de</strong><br />
20 anos é superior ao valor da configuração solar 2 <strong>em</strong> R$ 430.919,03.<br />
O retorno <strong>de</strong> investimento das configurações 1 e 2 ocorreu no 40º e 41º mês<br />
respectivamente.<br />
5.8.2 Motor a gás<br />
Para simulação econômica <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> combustão interna adotaram-se as seguintes<br />
suposições econômicas – financeiras:<br />
Cronograma <strong>de</strong> investimentos: o pagamento <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foi dividido <strong>em</strong> 4<br />
prestações mensais <strong>de</strong>:<br />
No 1º mês pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do investimento final;<br />
No 2º mês pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do investimento final;<br />
No 3º mês pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do investimento final;<br />
No 4º mês pagamento <strong>de</strong> 2 0% do valor do investimento final.<br />
Nº <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> trabalho ao ano: 8.760 horas;<br />
Fator <strong>de</strong> serviço: 95% , valor arbitrado <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.2;<br />
Custo <strong>de</strong> Investimento da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação: 10% do custo do motor;<br />
(valor estimado <strong>de</strong> acordo com a porcentag<strong>em</strong> utilizada para a cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />
recuperação)
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 80<br />
Custo <strong>de</strong> construção civil e “start-up”: 3% do investimento; (valor estimado)<br />
Custos <strong>de</strong> operação e manutenção: 2% do valor do investimento ao ano; (valor<br />
estimado como o dobro da porcentag<strong>em</strong> da Turbina a gás)<br />
Custos <strong>de</strong> combustíveis: foi calculado <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.20) e da tarifa do<br />
combustível;<br />
Custo <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> 5 <strong>em</strong> 5 anos, com a parada do equipamento durante 15<br />
dias: 4% do investimento; (valor estimado como o dobro da porcentag<strong>em</strong> da<br />
Turbina a gás)<br />
Carência do projeto: 4 meses, conforme informações do fabricante GUASCOR;<br />
Vida útil do investimento: 30 anos, conforme informações do fabricante<br />
GUASCOR.<br />
Na análise econômica <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foram simuladas três configurações para valores<br />
típicos <strong>de</strong> eficiência do equipamento, adotando-se as faixas <strong>de</strong> eficiência da Tab. 2.3:<br />
Configuração 1: eficiência térmica do motor equivalente a 35%;<br />
Configuração 2: eficiência térmica do motor equivalente a 45%;<br />
Configuração 3: eficiência térmica do motor equivalente a 53%.<br />
A seguir, apresenta-se a simulação econômica, comparando-se as 3 configurações:<br />
R$<br />
R$ 4.000.000<br />
R$ 3.500.000<br />
R$ 3.000.000<br />
R$ 2.500.000<br />
R$ 2.000.000<br />
R$ 1.500.000<br />
R$ 1.000.000<br />
R$ 500.000<br />
R$ 0<br />
-R$ 500.000<br />
-R$ 1.000.000<br />
-R$ 1.500.000<br />
Motor 776<br />
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />
Ano<br />
Eficiência 35%<br />
Eficiência 45%<br />
Figura 5.11 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, do motor <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 81<br />
Tabela 5.11 - Tabela resumo da análise econômica do<br />
motor <strong>de</strong> 776 [kW] a taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.<br />
Alternativa Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />
(meses)<br />
Receita Acumulada<br />
776 [kW] (2 unid.) R$1.596.557 49 (η =35%) R$ 2.336.431<br />
776 [kW] (2 unid.) R$1.596.557 40 (η =45%) R$ 3.301.754<br />
Diferença R$0 9 meses R$ 965.323<br />
Percebe-se que o motor <strong>de</strong> 776 [kW] (Fig. 5.11), simulado a uma taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
1%, possui um período <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento para a configuração mais pessimista,<br />
(ηeq = 0,35), <strong>de</strong> 49 meses. Para a eficiência <strong>de</strong> 45% o equipamento seria pago ao final <strong>de</strong><br />
40 meses sendo a simulação para a eficiência 53% <strong>de</strong>scartada <strong>de</strong>vido à sua inviabilida<strong>de</strong><br />
térmica. Desta forma, o prazo <strong>de</strong> recuperação do investimento <strong>de</strong>ste equipamento situase<br />
entre 40 e 49 meses. Porém <strong>de</strong>ve-se criticar o fato <strong>de</strong> que foi consi<strong>de</strong>rado o mesmo<br />
investimento do equipamento para as eficiências <strong>de</strong> 35% e 45%.<br />
5.8.3 Turbina a gás<br />
Para a simulação econômica <strong>de</strong> turbinas a gás adotaram-se as seguintes suposições<br />
econômicas – financeiras:<br />
Cronograma <strong>de</strong> investimentos: o pagamento <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foi dividido <strong>em</strong> 7<br />
prestações mensais vinculadas aos eventos do projeto, conforme comunicação<br />
pessoal com um ven<strong>de</strong>dor da ALSTOM:<br />
1º mês: “Down Payment” - pagamento <strong>de</strong> 10% do valor do investimento;<br />
2º mês: Término do projeto <strong>de</strong> engenharia – pagamento <strong>de</strong> 10% do valor<br />
do investimento;<br />
6º mês: Início da construção dos equipamentos – pagamento <strong>de</strong> 20% do<br />
valor do investimento;<br />
8º mês: 70% dos equipamentos prontos – pagamento <strong>de</strong> 25% do valor do<br />
investimento;
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 82<br />
10º mês: Entrega dos Equipamentos – pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do<br />
investimento;<br />
12º mês: Término da montag<strong>em</strong> dos equipamentos – pagamento <strong>de</strong> 10%<br />
do valor do investimento;<br />
14º mês: Teste <strong>de</strong> performance – pagamento <strong>de</strong> 5% do valor do<br />
investimento;<br />
Nº <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> trabalho ao ano: 8.760 horas;<br />
Fator <strong>de</strong> serviço: 95%, valor arbitrado da Tab. 2.2;<br />
Custo <strong>de</strong> Investimento da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação: 10% do custo da turbina;<br />
(alguns autores consi<strong>de</strong>ram este custo na faixa <strong>de</strong> 30%, porém <strong>de</strong>vido ao<br />
pequeno porte <strong>de</strong>ste equipamento, este custo foi estimado <strong>em</strong> 10%);<br />
Custo <strong>de</strong> construção civil e “start-up”: 3% do custo da turbina; (valor estimado)<br />
Custos <strong>de</strong> operação e manutenção: 1% do valor do investimento ao ano, segundo<br />
Nogueira e Carvalho (1996) citado por Guarinelo Júnior (1997);<br />
Custos <strong>de</strong> combustíveis: foi calculado <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.20) e da tarifa do<br />
combustível;<br />
Custo <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> 5 <strong>em</strong> 5 anos, com a parada do equipamento durante 15<br />
dias: 2% do investimento; (valor estimado)<br />
Carência do projeto: 14 meses;<br />
Vida útil do investimento: 30 anos, conforme Cl<strong>em</strong>entino (2000).<br />
Neste sist<strong>em</strong>a, foram simuladas duas configurações: para valores <strong>de</strong> eficiência do<br />
equipamento fornecidos pelo fabricante, e valores máximos <strong>de</strong> eficiência para esta<br />
configuração adotando-se valores <strong>de</strong> eficiência da Tab. 2.3:<br />
Configuração 1: eficiência térmica da turbina fornecida pelo fabricante;<br />
Configuração 2: eficiência térmica da turbina equivalente a 35%.<br />
As turbinas a gás <strong>de</strong> pequeno porte, conforme mostrado no gráfico da Fig. 5.12, cujas<br />
características e custos foram levantadas para este estudo, para um período <strong>de</strong> vida útil<br />
<strong>de</strong> 30 anos, mostraram-se inviáveis economicamente, consi<strong>de</strong>rando-se um<br />
autofinanciamento a uma taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1% ao mês.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 83<br />
R$<br />
R$ 400.000<br />
R$ 200.000<br />
R$ 0<br />
-R$ 200.000<br />
-R$ 400.000<br />
-R$ 600.000<br />
-R$ 800.000<br />
-R$ 1.000.000<br />
-R$ 1.200.000<br />
-R$ 1.400.000<br />
-R$ 1.600.000<br />
Turbina a gás <strong>de</strong> 715 kW<br />
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />
Eficiência do<br />
fabricante<br />
Eficiência 35%<br />
Figura 5.12 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW].<br />
R$<br />
R$ 8.000.000<br />
R$ 7.000.000<br />
R$ 6.000.000<br />
R$ 5.000.000<br />
R$ 4.000.000<br />
R$ 3.000.000<br />
R$ 2.000.000<br />
R$ 1.000.000<br />
R$ 0<br />
-R$ 1.000.000<br />
-R$ 2.000.000<br />
Turbina a gás 715 kW<br />
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />
Tarifa R$ 0,08<br />
Tarifa R$ 0,16<br />
Tarifa R$ 0,28<br />
Figura 5.13 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW],<br />
comparando-se 3 tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />
Ano<br />
Ano
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 84<br />
Tabela 5.12 - Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a taxa<br />
<strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se a eficiência do fabricante e a eficiência <strong>de</strong> 35%.<br />
Alternativa Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />
(meses)<br />
Receita Acumulada<br />
TG 715 [kW] R$ 1.658.383 ∞ (η = fabr.) - R$ 490.942,20<br />
TG 715 [kW] R$ 1.658.383 187 (η = 35%) R$ 272.371,30<br />
Tabela 5.13 - Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a<br />
taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se as tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />
Alternativa<br />
(η =35%)<br />
TG 715 [kW]<br />
Tarifa EE R$ 0,08<br />
TG 715 [kW]<br />
Tarifa EE R$ 0,16<br />
TG 715 [kW]<br />
Tarifa EE R$ 0,28<br />
Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />
(meses)<br />
Receita Acumulada<br />
R$ 1.658.383 ∞ (η = fabr.) - R$ 490.942,20<br />
R$ 1.658.383 55 (η = fabr.) R$ 2.862.208,80<br />
R$ 1.658.383 32 (η = fabr.) R$ 7.891.946<br />
O gráfico da Fig. 5.12 simula o retorno <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> uma turbina a gás <strong>de</strong> 715<br />
[kW] <strong>de</strong> potência, caso este equipamento possuísse a eficiência máxima da Tab. 2.3.<br />
Percebe-se que mesmo com a eficiência máxima <strong>de</strong> 35%, o retorno do investimento iria<br />
ocorrer <strong>em</strong> um prazo b<strong>em</strong> elevado, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 187 meses, conforme Tab. 5.12, mas<br />
também criticando o fato <strong>de</strong> que foi consi<strong>de</strong>rado o mesmo investimento do equipamento<br />
para as eficiências do fabricante <strong>de</strong> 25,2% e 35%.<br />
O gráfico da Fig. 5.13 e a Tab. 5.13 mostram que para turbina gás ser economicamente<br />
viável, a tarifa média <strong>de</strong> energia elétrica precisa ser superior a R$ 0,16/kWh. E caso a<br />
tarifa <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> se iguale a tarifa do gás equivalente a R$ 0,28/kWh, este<br />
equipamento teria um retorno do investimento <strong>em</strong> 32 meses e, final <strong>de</strong> sua vida útil,<br />
uma receita <strong>de</strong> R$ 7.891.946.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 85<br />
Esta análise consi<strong>de</strong>ra os equipamentos viáveis termicamente e economicamente. O<br />
gráfico da Fig. 5.14, apresentado abaixo compara as duas configurações propostas<br />
anteriormente para o aquecimento solar com o motor <strong>de</strong> 776 [kW], por ser o mais viável<br />
economicamente, ambos à mesma taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.<br />
O gráfico da Fig. 5.14 apresentado a seguir, mostra que as configurações solares 1 e 2,<br />
assim como o motor <strong>de</strong> combustão interna com uma eficiência <strong>de</strong> 45% são as opções<br />
mais atrativas economicamente, sendo que o motor, consi<strong>de</strong>rado às eficiências <strong>de</strong> 35% e<br />
45%, ao final <strong>de</strong> 30 anos, terá acumulado uma maior receita. A configuração solar 1<br />
será paga <strong>em</strong> 40 meses, a configuração solar 2 <strong>em</strong> 41 meses e motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW],<br />
à eficiência <strong>de</strong> 45%, <strong>em</strong> 40 meses e à eficiência <strong>de</strong> 35% <strong>em</strong> 49 meses.<br />
R$<br />
R$ 4.000.000<br />
R$ 3.500.000<br />
R$ 3.000.000<br />
R$ 2.500.000<br />
R$ 2.000.000<br />
R$ 1.500.000<br />
R$ 1.000.000<br />
R$ 500.000<br />
R$ 0<br />
-R$ 500.000<br />
-R$ 1.000.000<br />
-R$ 1.500.000<br />
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />
Ano<br />
Eficiência 35% Eficiência 45% Solar 1 (1%) Solar 2 (1%)<br />
Figura 5.14 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência versus energia solar.
Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 86<br />
R$<br />
R$ 2.500.000<br />
R$ 2.000.000<br />
R$ 1.500.000<br />
R$ 1.000.000<br />
R$ 500.000<br />
R$ 0<br />
-R$ 500.000<br />
-R$ 1.000.000<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20<br />
Ano<br />
Solar 2 (0,9%) Solar 2 (1,2%) Solar 2 (1%)<br />
Figura 5.15 – Análise econômica e retorno do investimento, comparando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 2.<br />
Os gráficos das Figs. 5.15 e 5.16 mostram que, para taxas <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> variando entre<br />
0,9% e 1,2%, o período <strong>de</strong> retorno do investimento é aproximadamente equivalente para<br />
as alternativas estudadas. Porém, quanto menor a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, maior será a<br />
receita acumulada ao final <strong>de</strong> 20 anos, como era <strong>de</strong> se esperar.<br />
R$<br />
R$ 3.000.000<br />
R$ 2.500.000<br />
R$ 2.000.000<br />
R$ 1.500.000<br />
R$ 1.000.000<br />
R$ 500.000<br />
R$ 0<br />
-R$ 500.000<br />
-R$ 1.000.000<br />
Ano<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20<br />
Solar 1 (1%) Solar 1 (0,9%) Solar 1 (1,2%)<br />
Figura 5.16 – Análise econômica e retorno do investimento, comparando-se a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 1.
Capítulo 6<br />
COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES<br />
Neste trabalho foi <strong>de</strong>senvolvida uma metodologia <strong>de</strong> análise e gestão energética, <strong>em</strong> que<br />
se avaliou energia solar e cogeração.<br />
A proposta avaliou a relação calor/potência (HPR) necessária a planta industrial<br />
permitindo simular e planejar uma nova central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água avaliando-se<br />
energia solar e cogeração, esta utilizando as tecnologias turbina a gás ou motor <strong>de</strong><br />
combustão interna com cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação.<br />
A metodologia elaborada no Capítulo 3 foi consolidada <strong>em</strong> um programa<br />
computacional, o qual, foi <strong>de</strong>senvolvido para possibilitar uma aplicação direta e<br />
imediata das alternativas possíveis.<br />
O estudo <strong>de</strong> caso adotado no Capítulo 5 possibilitou a validação da metodologia <strong>em</strong><br />
uma indústria automotiva. Neste estudo, foram simuladas duas configurações <strong>de</strong> energia<br />
solar com diferentes valores <strong>de</strong> fração solar e área coletora.<br />
A análise econômica apresentada que consi<strong>de</strong>rou o autofinanciamento e taxas <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% mostrou que o retorno do investimento das<br />
configurações solar 1 e 2 obtiveram o prazo <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento b<strong>em</strong> próximo,<br />
variando entre 40 e 41 meses.<br />
Os motores <strong>de</strong> combustão interna foram simulados à eficiências <strong>de</strong> 35%, 45% e 53%,<br />
<strong>em</strong> que se avaliou a influência do parâmetro HPR, tendo sido verificado que à medida<br />
que se incr<strong>em</strong>entou o valor da eficiência do equipamento o valor <strong>de</strong> HPR reduziu-se<br />
convergindo a valores inferiores aos da Tab. 2.3, casos <strong>em</strong> que os equipamentos<br />
inviabilizaram o projeto.<br />
As turbinas a gás foram analisadas similarmente ao motor e às eficiências do fabricante<br />
e <strong>de</strong> 35% (valor máximo da Tab. 2.3), <strong>em</strong> que o parâmetro HPR se comportou <strong>de</strong><br />
maneira análoga ao motor.<br />
87
Capítulo 6 – Consi<strong>de</strong>rações Finais 88<br />
Deve-se ressaltar, neste estudo, que a configuração da turbina a gás mostrou possuir<br />
maior energia <strong>de</strong> recuperação. Assim, foi necessário um maior número <strong>de</strong> motores para<br />
se atingir a energia térmica necessária ao processo. A turbina <strong>de</strong> 715 [kW] foi inviável<br />
economicamente e <strong>de</strong> acordo com a simulação <strong>de</strong> tarifas <strong>de</strong> energia elétrica proposta no<br />
Capítulo 5 (Fig. 5.13 e Tab. 5.13), esta se tornaria viável para tarifas da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$<br />
0,16/kWh, <strong>em</strong> que o prazo <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento seria <strong>de</strong> 55 meses.<br />
Os menores prazos <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento, <strong>de</strong>ste estudo, foram os simulados para o<br />
aquecimento solar (40 a 41 meses – Fig. 5.10 e Tab. 5.10) e utilizando o motor <strong>de</strong><br />
combustão interna e gás natural <strong>de</strong> 776 [kW] (40 a 49 meses – Fig. 5.11 e Tab. 5.11).<br />
As informações utilizadas que se refer<strong>em</strong> a custos <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser vistos<br />
com ressalva, uma vez que alguns custos foram estimados e os orçamentos <strong>de</strong>stes<br />
equipamentos variam <strong>de</strong> uma região geográfica a outra, e <strong>de</strong> fatores econômicos<br />
políticos e energéticos. Porém, este fato não invalida os resultados obtidos.<br />
6.1 Limitações do trabalho e recomendações<br />
A viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong>ve ser submetida a uma<br />
<strong>de</strong>talhada análise técnico-econômica, <strong>em</strong> que o levantamento das cargas térmicas e<br />
elétricas <strong>de</strong>ve ser o mais real possível. Dessa forma, <strong>de</strong>ve-se fazer um estudo <strong>de</strong>talhado<br />
que consi<strong>de</strong>re o levantamento das cargas elétricas e térmicas reais. Para sist<strong>em</strong>as<br />
existentes, o procedimento mais a<strong>de</strong>quado é a verificação das contas <strong>de</strong> energia por um<br />
período mínimo <strong>de</strong> 12 meses, avaliando também, os combustíveis <strong>em</strong>pregados, pico <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>manda e curva horária <strong>de</strong> consumo.<br />
Novos sist<strong>em</strong>as também necessitam do levantamento <strong>de</strong> cargas e, ainda, da<br />
consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> fatores metereológicos regionais, sazonalida<strong>de</strong> das cargas e<br />
<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos equipamentos, <strong>de</strong> acordo com Guimarães (1999).<br />
A energia produzida por um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong>ve estar <strong>em</strong> paralelo à energia da<br />
concessionária, no sentido <strong>de</strong> permitir compl<strong>em</strong>entações automáticas. Nesse caso, tornase<br />
necessário contratar da concessionária local uma <strong>de</strong>manda compl<strong>em</strong>entar <strong>de</strong> reserva a<br />
ser utilizada <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sligamento do sist<strong>em</strong>a.
Capítulo 6 – Consi<strong>de</strong>rações Finais 89<br />
6.2 Sugestões <strong>de</strong> trabalhos futuros<br />
Sugere-se como trabalho futuro a avaliação da eficiência térmica com base na 2 a Lei da<br />
Termodinâmica e utilização dos métodos exergia e mo<strong>de</strong>lo exergoeconômico.<br />
E ainda realizar um estudo <strong>de</strong> caso com os dados reais (medidos).
Classificação<br />
Apêndice 1<br />
BANCO DE DADOS COLETOR SOLAR<br />
Tabela A1 – Classificação, produção mensal <strong>de</strong> energia e<br />
Produção Mensal<br />
<strong>de</strong> Energia<br />
eficiência dos coletores solar.<br />
Área Externa<br />
97<br />
Produção<br />
Mensal por Área<br />
do coletor<br />
Eficiência<br />
[ kWh ] [ m² ] [ kWh / m² ] [ % ]<br />
A 83,10 1,055 78,77 56,80<br />
A 151,20 2,000 75,60 57,20<br />
A 253,50 1,922 131,89 57,50<br />
A 169,40 1,990 85,13 60,67<br />
A 138,70 1,720 80,64 57,26<br />
A 158,00 2,000 79,00 56,80<br />
A 157,50 2,000 78,75 56,80<br />
A 83,10 1,055 78,77 56,80<br />
A 153,50 1,922 79,86 57,50<br />
B 127,70 1,760 72,56 52,60<br />
B 132,50 2,000 66,25 49,40<br />
B 149,20 1,990 74,97 54,50<br />
B 119,70 1,790 66,87 51,40<br />
B 108,60 1,590 68,30 50,60<br />
B 148,70 1,995 74,54 52,80<br />
B 283,50 3,920 72,32 52,70<br />
B 110,30 1,640 67,26 51,20<br />
B 236,00 2,981 79,17 56,70<br />
B 121,30 1,720 70,52 50,90<br />
B 132,00 1,989 66,37 49,70<br />
B 75,30 1,003 75,07 53,20<br />
B 140,42 1,990 70,56 50,30<br />
B 147,30 2,010 73,28 53,30<br />
B 99,50 1,480 67,23 49,00
Apêndice 1 – Banco <strong>de</strong> dados Coletor Solar<br />
Classificação<br />
Produção Mensal<br />
<strong>de</strong> Energia<br />
Área Externa<br />
Produção<br />
Mensal por Área<br />
do coletor<br />
98<br />
Eficiência<br />
[ kWh ] [ m² ] [ kWh / m² ] [ % ]<br />
B 128,27 1,790 71,66 55,10<br />
B 127,58 1,900 67,15 51,50<br />
B 65,78 0,975 67,47 49,40<br />
B 99,42 1,420 70,01 51,60<br />
B 104,35 1,580 66,04 49,30<br />
B 91,12 1,390 65,55 49,98<br />
B 107,10 1,600 66,94 50,90<br />
B 114,57 1,600 71,61 52,75<br />
B 119,70 1,790 66,87 51,40<br />
B 127,70 1,760 72,56 52,60<br />
B 127,70 1,760 72,56 52,60<br />
B 127,70 1,720 74,24 52,60<br />
B 198,50 3,000 66,17 49,40<br />
B 264,60 4,000 66,15 49,40<br />
B 132,50 2,000 66,25 49,40<br />
B 197,30 2,980 66,21 49,70<br />
B 223,50 3,000 74,50 52,80<br />
B 298,00 4,000 74,50 52,80<br />
B 148,70 2,000 74,35 52,80<br />
B 355,80 4,920 72,32 52,70<br />
B 355,80 4,920 72,32 52,70<br />
B 283,50 3,920 72,32 52,70<br />
B 110,30 1,640 67,26 51,20<br />
B 121,30 1,720 70,52 50,90<br />
B 197,30 2,980 66,21 49,70<br />
B 132,00 1,990 66,33 49,70<br />
B 128,30 1,710 75,03 53,20<br />
B 207,45 2,940 70,56 50,30<br />
B 207,45 2,940 70,56 50,30<br />
B 140,42 1,990 70,56 50,30<br />
B 140,42 1,990 70,56 50,30
Apêndice 1 – Banco <strong>de</strong> dados Coletor Solar<br />
Classificação<br />
Produção Mensal<br />
<strong>de</strong> Energia<br />
Área Externa<br />
Produção<br />
Mensal por Área<br />
do coletor<br />
99<br />
Eficiência<br />
[ kWh ] [ m² ] [ kWh / m² ] [ % ]<br />
B 140,12 1,990 70,41 50,30<br />
C 114,70 1,710 67,08 48,20<br />
C 114,10 1,980 57,63 42,40<br />
C 65,54 1,010 64,89 47,70<br />
C 113,20 1,990 56,88 41,38<br />
C 119,44 1,760 67,86 47,88<br />
C 87,90 1,480 59,39 42,86<br />
C 56,93 1,000 56,93 43,40<br />
C 113,83 1,790 63,59 48,80<br />
C 64,70 1,020 63,43 47,30<br />
C 63,14 1,020 61,90 45,65<br />
C 104,04 1,660 62,67 47,97<br />
C 82,91 1,390 59,65 45,61<br />
C 104,63 1,690 61,91 48,68<br />
D 118,60 2,400 49,42 38,80<br />
D 63,10 1,300 48,54 39,04
Apêndice 2<br />
BANCO DE DADOS DE TURBINAS A GÁS<br />
Tabela A2 - Dados técnicos e econômicos das Turbinas a gás <strong>de</strong> pequeno porte.<br />
Classificação Fabricante Mo<strong>de</strong>lo Eficiência Potência Relação vazão ar T<strong>em</strong>p. Preço Preço<br />
(%) (kW) pressão (kg/s) gases (ºC) (US$) (US$/kW)<br />
Pequeno porte EBARA PW-4E 23,1 420 6,7 2,9 526 $344.834 821<br />
Pequeno porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-721(B) 23,4 508 6,6 3,0 514 $450.000 886<br />
Pequeno porte Pratt-Whitney (Pico) ST6L-721(P) 23,8 567 6,6 3,09 541 $450.000 794<br />
Pequeno porte ALSTOM ASE8-1000 22,1 548 10,6 3,6 540 $385.000 703<br />
Pequeno porte EBARA PW-6E 23,5 585 7,3 3,2 598 $480.304 821<br />
Pequeno porte KAWASAKI S2A-01 23,5 646 8,5 5,0 474 $530.387 821<br />
Pequeno porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-795(B) 24,7 678 8,5 3,2 589 $602.000 888<br />
Pequeno porte Pratt-Whitney (Pico) ST6L-795(P) 24,8 743 8,1 3,3 621 $602.000 810<br />
Pequeno porte EBARA PW-7E 25,2 715 8,1 3,8 578 $587.038 821<br />
Pequeno porte ALSTOM ST6L-813 26,0 848 8,5 3,9 567 $677.500 799<br />
Pequeno porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-813 (B) 26,0 848 8,5 3,9 566 $750.000 884<br />
100
Apêndice 2 – Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Turbinas a gás<br />
Tabela A2 - Dados técnicos e econômicos das Turbinas a gás <strong>de</strong> médio porte.<br />
Classificação Fabricante Mo<strong>de</strong>lo Eficiência Potência Relação vazão ar T<strong>em</strong>p. Preço Preço<br />
(%) (kW) pressão (kg/s) gases (ºC) (US$) (US$/kW)<br />
Médio porte ALSTOM Makila_TI 27,1 1.050 9,6 5,4 505 $880.000 838<br />
Médio porte Mitsui 5B5 27,6 1.080 10 5,0 492 $841.790 779<br />
Médio porte Motor Sich (Tmáx 825ºC) TB3 27,6 1.100 7,5 7,3 421 $857.379 779<br />
Médio porte Ishikawagima (Tmáx 686ºC) IM 150 27,6 1.100 9,4 5,4 486 $857.379 779<br />
Médio porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-90 (B) 28,0 1.175 9,4 5,2 536 $1.043.000 888<br />
Médio porte EBARA PW-12E 26,9 1.180 7,3 6,4 598 $919.733 779<br />
Médio porte ALSTOM Saturn_20 24,3 1.210 6,8 6,5 504 $675.000 558<br />
Médio porte Pratt-Whitney (Pico) ST6L-90 (P) 28,5 1.327 6,8 5,3 565 $1.043.000 786<br />
Fonte: Gas Turbine World Handbook (2000-2001).<br />
101
Apêndice 3<br />
BANCO DE DADOS DE MOTORES A GÁS<br />
Tabela A3 - Dados técnicos e econômicos <strong>de</strong> motores a gás<br />
Fabricante Mo<strong>de</strong>lo Potência Rotação vazão gas T<strong>em</strong>p. Preço Preço<br />
(kW) Rpm (kg/s) gases (ºC) (US$) (US$/kW)<br />
GUASCOR SFGLD240(1200) 318 1200 0,476 395 $164.710 518<br />
GUASCOR SFGLD480 (1200) 636 1200 0,996 389 $261.375 411<br />
GUASCOR SFGLD560 (1200) 748 1200 1,172 367 $280.676 375<br />
GUASCOR SFGLD480 (1500) 776 1500 1,205 366 $282.576 364<br />
GUASCOR SFGLD560(1500) 912 1500 1,344 401 $301.878 331<br />
GUASCOR SFGLD480 (1800) 776 1800 1,2 380 $310.843 401<br />
Fonte: Catálogo do fabricante Guascor.<br />
102
Apêndice 4<br />
RESULTADO DO PROGRAMA: TURBINA A GÁS<br />
[CONSUMO DE ÁGUA QUENTE]<br />
***** DIAGNER *****<br />
Diagnóstico Energético da Turbina a Gás<br />
><br />
- Restaurante 117600.0 [litros/dia]<br />
- Vestiário 122400.0 [litros/dia]<br />
- Consumo Total 240000.0 [litros/dia]<br />
[EFICIÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS TÉRMICOS]<br />
- Trocador <strong>de</strong> Calor 80.0 [%]<br />
- Cal<strong>de</strong>ira 80.0 [%]<br />
[CONSUMO ENERGÉTICO ATUAL]<br />
- Energia liberada para aquecer a água 17090.1 [kW]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 1000.4 [kg/dia]<br />
[SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS VIÁVEIS AO PROCESSO]<br />
1 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.)<br />
(US$)<br />
EBARA PW-4E 420 2.9 526 6.7 0.231 344834<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 106.4 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 23.1 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 45.6 [%]<br />
103
Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 104<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.634<br />
2 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
Pratt-Whitney(B) ST6L-721(B) 508 3.0 514 6.6 0.234 450000<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 127.1 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 23.4 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 50.4 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.581<br />
3 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp<br />
Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.)<br />
(US$)<br />
ALSTOM 385000 ASE8-1000 548 3.6 540 10.6 0.221<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 145.1 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 22.1 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 54.9 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.503<br />
4 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
EBARA PW-6E 585 3.2 598 7.3 0.235 480304
Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 105<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 145.7 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 23.5 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 53.6 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.548<br />
5 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
KAWASAKI S2A-01 646 5.0 474 8.5 0.235 530387<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 160.9 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 23.5 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 55.8 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.527<br />
6 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
Pratt-Whitney(B) ST6L-795(B) 678 3.2 589 8.5 0.247 602000<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 160.7 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 24.7 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 54.5 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.566
Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 106<br />
7 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
EBARA PW-7E 715 3.8 578 8.1 0.252 587038<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 166.1 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 25.2 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 54.7 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.576<br />
8 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
ALSTOM ST6L-813 848 3.9 567 8.5 0.260 677500<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 190.9 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 26.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 56.5 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.575<br />
9 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
Pratt-Whitney(B) ST6L-813(B) 848 3.9 566 8.5 0.260 750000<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 190.9 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 26.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]
Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 107<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 56.5 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.575<br />
10 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
ALSTOM Makila_TI 1050 5.4 505 9.6 0.271 880000<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 226.8 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 27.1 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 58.2 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.582<br />
11 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
Mitsui 5B5 1080 5.0 492 10.0 0.276 841790<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 229.1 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 27.6 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 57.8 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.596<br />
12 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
Motor_Sich TB3 1100 7.3 421 7.5 0.276 857379
Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 108<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 233.3 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 27.6 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 58.1 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.594<br />
13 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
Ishikawagina IM_150 1100 5.4 486 9.4 0.276 857379<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 233.3 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 27.6 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 58.1 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.594<br />
14 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
Pratt-Whitney ST6L-90(B) 1175 5.2 536 9.4 0.280 1043000<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 245.6 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 28.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 58.4 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.599
Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 109<br />
15 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
EBARA PW-12E 1180 6.4 598 7.3 0.269 919733<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 256.8 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 26.9 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 60.1 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.559<br />
16 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
ALSTOM Saturn_20 1210 6.5 504 6.8 0.243 675000<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 291.5 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 24.3 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 64.3 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.473
Apêndice 5<br />
RESULTADO DO PROGRAMA: MOTOR A GÁS<br />
[CONSUMO DE ÁGUA QUENTE]<br />
***** DIAGNER *****<br />
Diagnóstico Energético do Motor a Gás<br />
><br />
- Restaurante 117600.0 [litros/dia]<br />
- Vestiário 122400.0 [litros/dia]<br />
- Consumo Total 240000.0 [litros/dia]<br />
[EFICIÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS TÉRMICOS]<br />
- Trocador <strong>de</strong> Calor 80.0 [%]<br />
- Cal<strong>de</strong>ira 80.0 [%]<br />
[CONSUMO ENERGÉTICO ATUAL]<br />
- Energia liberada para aquecer a água 15479.1 [kW]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 906.1 [kg/dia]<br />
[SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS VIÁVEIS AO PROCESSO]<br />
3 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
GUASCOR SFGLD480(1200) 636 1.0 389 11.0 0.350 261375<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 106.4 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 50.8 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.861<br />
110
Apêndice 5 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Motor a Gás 111<br />
4 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
GUASCOR SFGLD560(1200) 748 1.2 367 11.0 0.350 280676<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 125.1 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 52.9 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.827<br />
5 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
GUASCOR SFGLD480(1500) 776 1.2 366 11.0 0.350 282576<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 129.8 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 53.4 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.820<br />
6 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
GUASCOR SFGLD560(1500) 912 1.3 401 11.0 0.350 301878<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 152.5 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]
Apêndice 5 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Motor a Gás 112<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 55.1 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.794<br />
7 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />
Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />
(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />
GUASCOR SFGLD480(1800) 776 1.2 380 11.0 0.350 310843<br />
- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />
- Consumo <strong>de</strong> gás natural 129.8 [kg/dia]<br />
- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />
- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />
- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />
- Eficiência da Exaustão 53.4 [%]<br />
- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.820
Apêndice 6<br />
SIMULAÇÕES ECONÔMICAS ENERGIA SOLAR<br />
Tabela A6 - Simulação econômica anual das configurações solar 1 e 2, com taxas <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2%, para sua vida útil <strong>de</strong> 2 anos<br />
Ano<br />
Solar 1<br />
(0,9%)<br />
Solar 2<br />
(0,9%)<br />
Solar 1<br />
(1%)<br />
113<br />
Solar 2<br />
(1%)<br />
Solar 1<br />
(1,2%)<br />
Solar 2<br />
(1,2%)<br />
1 -R$ 829.888 -R$ 632.300 -R$ 827.141 -R$ 630.255 -R$ 821.690 -R$ 626.199<br />
2 -R$ 447.992 -R$ 331.008 -R$ 451.766 -R$ 334.108 -R$ 458.995 -R$ 340.055<br />
3 -R$ 105.026 -R$ 60.429 -R$ 118.640 -R$ 71.293 -R$ 144.672 -R$ 92.074<br />
4 R$ 202.978 R$ 182.567 R$ 176.992 R$ 161.943 R$ 127.729 R$ 122.834<br />
5 R$ 479.585 R$ 400.793 R$ 439.351 R$ 368.927 R$ 363.801 R$ 309.079<br />
6 R$ 727.995 R$ 596.773 R$ 672.181 R$ 552.616 R$ 568.387 R$ 470.486<br />
7 R$ 951.082 R$ 772.775 R$ 878.806 R$ 715.630 R$ 745.688 R$ 610.365<br />
8 R$ 1.151.428 R$ 930.836 R$ 1.062.175 R$ 860.297 R$ 899.343 R$ 731.589<br />
9 R$ 1.331.352 R$ 1.072.784 R$ 1.224.905 R$ 988.681 R$ 1.032.504 R$ 836.645<br />
10 R$ 1.492.934 R$ 1.200.262 R$ 1.369.321 R$ 1.102.616 R$ 1.147.906 R$ 927.690<br />
11 R$ 1.636.750 R$ 1.313.724 R$ 1.496.213 R$ 1.202.726 R$ 1.246.731 R$ 1.005.656<br />
12 R$ 1.767.068 R$ 1.416.537 R$ 1.609.949 R$ 1.292.457 R$ 1.333.403 R$ 1.074.035<br />
13 R$ 1.884.102 R$ 1.508.869 R$ 1.710.885 R$ 1.372.088 R$ 1.408.516 R$ 1.133.295<br />
14 R$ 1.989.205 R$ 1.591.789 R$ 1.800.460 R$ 1.442.758 R$ 1.473.611 R$ 1.184.651<br />
15 R$ 2.083.595 R$ 1.666.257 R$ 1.879.953 R$ 1.505.473 R$ 1.530.024 R$ 1.229.157<br />
16 R$ 2.168.362 R$ 1.733.133 R$ 1.950.499 R$ 1.561.129 R$ 1.578.914 R$ 1.267.728<br />
17 R$ 2.244.488 R$ 1.793.192 R$ 2.013.106 R$ 1.610.522 R$ 1.621.283 R$ 1.301.155<br />
18 R$ 2.312.855 R$ 1.847.128 R$ 2.068.665 R$ 1.654.355 R$ 1.658.001 R$ 1.330.123<br />
19 R$ 2.374.252 R$ 1.895.567 R$ 2.117.972 R$ 1.693.255 R$ 1.689.823 R$ 1.355.228<br />
20 R$ 2.429.390 R$ 1.939.068 R$ 2.161.729 R$ 1.727.776 R$ 1.717.400 R$ 1.376.985
Apêndice 7<br />
SIMULAÇÕES ECONÔMICAS TURBINA A GÁS<br />
Tabela A7 – Simulação econômica anual da Turbina a gás 715 [kW], consi<strong>de</strong>rando a taxa <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, eficiência do fabricante e <strong>de</strong> 35%, para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos.<br />
Ano Eficiência <strong>de</strong> 35% Eficiência do<br />
fabricante<br />
1 -R$ 1.482.599 -R$ 1.482.599<br />
2 -R$ 1.369.068 -R$ 1.444.218<br />
3 -R$ 1.168.555 -R$ 1.324.550<br />
4 -R$ 990.609 -R$ 1.218.350<br />
5 -R$ 832.692 -R$ 1.124.103<br />
6 -R$ 692.548 -R$ 1.040.463<br />
7 -R$ 605.322 -R$ 1.001.220<br />
8 -R$ 494.950 -R$ 935.349<br />
9 -R$ 397.000 -R$ 876.891<br />
10 -R$ 310.074 -R$ 825.013<br />
11 -R$ 233.696 -R$ 779.429<br />
12 -R$ 185.682 -R$ 757.828<br />
13 -R$ 124.928 -R$ 721.569<br />
14 -R$ 71.011 -R$ 689.391<br />
15 -R$ 23.163 -R$ 660.835<br />
16 R$ 19.300 -R$ 635.493<br />
17 R$ 45.729 -R$ 623.602<br />
18 R$ 79.171 -R$ 603.644<br />
19 R$ 108.849 -R$ 585.931<br />
20 R$ 135.187 -R$ 570.212<br />
21 R$ 158.561 -R$ 556.263<br />
22 R$ 179.304 -R$ 543.883<br />
23 R$ 197.712 -R$ 532.897<br />
24 R$ 209.170 -R$ 527.742<br />
25 R$ 223.668 -R$ 519.090<br />
26 R$ 236.534 -R$ 511.411<br />
27 R$ 247.951 -R$ 504.597<br />
28 R$ 258.084 -R$ 498.549<br />
29 R$ 264.391 -R$ 495.712<br />
30 R$ 272.371 -R$ 490.949<br />
114
Apêndice 8<br />
SIMULAÇÕES ECONÔMICAS MOTOR A GÁS<br />
Tabela A8 - Simulação econômica anual do Motor a Gás 776 [kW], com taxas <strong>de</strong><br />
atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, eficiência <strong>de</strong> 35% e 45%, para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos.<br />
Ano Eficiência <strong>de</strong> 35% Eficiência <strong>de</strong><br />
45%<br />
1 -R$ 1.090.808 -R$ 1.090.808<br />
2 -R$ 683.526 -R$ 570.531<br />
3 -R$ 322.083 -R$ 108.812<br />
4 -R$ 1.322 R$ 300.940<br />
5 R$ 283.338 R$ 664.574<br />
6 R$ 535.959 R$ 987.281<br />
7 R$ 720.364 R$ 1.231.255<br />
8 R$ 919.320 R$ 1.485.408<br />
9 R$ 1.095.883 R$ 1.710.956<br />
10 R$ 1.252.574 R$ 1.911.118<br />
11 R$ 1.390.252 R$ 2.086.993<br />
12 R$ 1.491.758 R$ 2.221.288<br />
13 R$ 1.601.273 R$ 2.361.187<br />
14 R$ 1.698.462 R$ 2.485.340<br />
15 R$ 1.784.713 R$ 2.595.519<br />
16 R$ 1.861.256 R$ 2.693.297<br />
17 R$ 1.920.254 R$ 2.769.532<br />
18 R$ 1.980.537 R$ 2.846.539<br />
19 R$ 2.034.034 R$ 2.914.879<br />
20 R$ 2.081.511 R$ 2.975.527<br />
21 R$ 2.123.644 R$ 3.029.349<br />
22 R$ 2.161.035 R$ 3.077.114<br />
23 R$ 2.194.217 R$ 3.119.502<br />
24 R$ 2.219.794 R$ 3.152.551<br />
25 R$ 2.245.927 R$ 3.185.935<br />
26 R$ 2.269.120 R$ 3.215.562<br />
27 R$ 2.289.701 R$ 3.241.853<br />
28 R$ 2.307.967 R$ 3.265.186<br />
29 R$ 2.322.045 R$ 3.283.378<br />
30 R$ 2.336.431 R$ 3.301.754<br />
115
116
“Se as coisas são inatingíveis ... ora!<br />
Não é motivo para não querê-las ...<br />
Que tristes os caminhos, se não fora<br />
A presença distante das estrelas!”<br />
Mário Quintana<br />
Dedico este trabalho aos meus pais, ao Renato e às minhas irmãs.
AGRADECIMENTOS<br />
Em especial ao meu pai pelas informações, pelos materiais, documentos cedidos, pelo<br />
apoio e <strong>de</strong>dicação, por tudo.<br />
À minha mãe e irmãs pela amiza<strong>de</strong> e apoio.<br />
Ao Renato, que s<strong>em</strong>pre esteve disponível incentivando e apoiando a execução <strong>de</strong>sta<br />
dissertação.<br />
À Professora Elizabeth Marques, pela orientação e confiança <strong>de</strong>positada.<br />
Ao Manuel Emílio <strong>de</strong> Lima Torres pelas informações energéticas e valiosa colaboração<br />
na análise financeira.<br />
Ao amigo Eduardo Caballero, pelos conselhos, sugestões e apoio.<br />
À Valéria pela colaboração, amiza<strong>de</strong> e alegre convivência.<br />
Aos alunos do Green pela colaboração e apoio.<br />
Ao Professor Luís Otávio pelas informações da análise econômica.<br />
Ao Professor Marcelo Becker pelo fornecimento <strong>de</strong> materiais imprescindíveis.<br />
Ao Professor José Ricardo, coor<strong>de</strong>nador do <strong>Mestrado</strong>, pelo auxílio e apoio.<br />
Ao Professor José Antônio Perrella Balestieri pela disponibilida<strong>de</strong> e orientação.<br />
À Fundação Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (CAPES)<br />
pelo financiamento do trabalho.<br />
À PUC Minas e a Pró-Reitoria <strong>de</strong> Pesquisa e <strong>Pós</strong> <strong>Graduação</strong> pelo fomento à pesquisa.<br />
A todos os amigos que me incentivaram e apoiaram.