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Dissertação de Mestrado - Programa de de Pós-Graduação em ...

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PUC Minas<br />

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA<br />

MESTRADO EM ENGENHARIA AUTOMOTIVA<br />

<strong>Dissertação</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestrado</strong><br />

DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA DE<br />

ANÁLISE E GESTÃO ENERGÉTICA PARA<br />

GERAÇÃO DE ÁGUA QUENTE APLICADA À<br />

INDÚSTRIA AUTOMOTIVA<br />

Gabriela Batista Pinto Coelho<br />

ORIENTADORA: Profa. Elizabeth Marques Duarte Pereira, D.Sc.<br />

Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2001


PUC Minas<br />

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA<br />

MESTRADO EM ENGENHARIA AUTOMOTIVA<br />

DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA DE<br />

ANÁLISE E GESTÃO ENERGÉTICA PARA<br />

GERAÇÃO DE ÁGUA QUENTE APLICADA À<br />

INDÚSTRIA AUTOMOTIVA<br />

Banca Examinadora:<br />

<strong>Dissertação</strong> apresentada ao Departamento <strong>de</strong><br />

Engenharia Mecânica da PUC Minas pela aluna<br />

Gabriela Batista Pinto Coelho como parte dos<br />

requisitos para obtenção do título <strong>de</strong> MESTRE EM<br />

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA.<br />

Profa. Elizabeth Marques Duarte Pereira, D.Sc.- PUC Minas - Orientadora<br />

Prof. José Antônio Perrella Balestieri, D.Sc. - UNESP - Examinador Externo<br />

Prof. José Ricardo Sodré, Ph.D. - PUC Minas - Examinador Interno<br />

Prof. Sérgio <strong>de</strong> Morais Hanriot, D.Sc. - PUC Minas - Suplente<br />

Belo Horizonte, 28 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2001


RESUMO<br />

Este trabalho propõe o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma metodologia <strong>de</strong> análise e gestão<br />

energética aplicada à indústria automotiva, avaliando-se as alternativas: energia solar e<br />

cogeração, esta abrangendo turbina e motor a gás com cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação. A<br />

cogeração foi avaliada <strong>de</strong>vido à sua concepção <strong>de</strong> utilização eficiente e racional dos<br />

meios energéticos, enquanto a energia solar foi proposta como uma mudança <strong>de</strong><br />

paradigma no setor industrial. A metodologia apresentada utiliza critérios térmicos que<br />

possibilitam avaliar a influência da relação calor/potência no planejamento <strong>de</strong> uma nova<br />

central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água. Um programa computacional <strong>de</strong> diagnóstico energético<br />

foi <strong>de</strong>senvolvido para automatizar a metodologia térmica. Este programa foi uma<br />

ferramenta eficaz na avaliação do estudo <strong>de</strong> caso <strong>de</strong> uma indústria automotiva. As<br />

alternativas propostas foram, ainda, submetidas à análise <strong>de</strong> engenharia econômica <strong>de</strong><br />

retorno <strong>de</strong> investimento. Os resultados do estudo <strong>de</strong> caso apontam que para uma<br />

<strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> 240.000 litros <strong>de</strong> água quente, o aquecimento solar e a cogeração<br />

utilizando motor a gás foram as opções mais viáveis economicamente.<br />

i


ABSTRACT<br />

The main purpose of this work is to <strong>de</strong>velop an energy analysis applied to an<br />

automotive industry evaluating solar energy and cogeneration syst<strong>em</strong>s, this one with the<br />

technical options: gas turbine and reciprocating engine associated to a heat recovery<br />

steam generator. Cogeneration was evaluated due to its condition of efficient and<br />

rational use of energy, while solar energy was proposed as an industrial change of<br />

paradigm. The thermal methodology presented was based on the thermal criteria with<br />

the purpose of evaluating the influence of the heat/power rate in the planning of a new<br />

hot water generation plant. A diagnosis computational program was <strong>de</strong>veloped in or<strong>de</strong>r<br />

to automate the thermal methodology. This program has proved being an efficient tool<br />

all over the automotive industry study evaluation. The options proposed were also<br />

subjected to an economic engineering analysis. The results of the case study had<br />

presented that for 2400.000 liters of hot water per day in the industry, solar energy and<br />

cogeneration using reciprocating engine were the recommen<strong>de</strong>d economic options.<br />

ii


SUMÁRIO<br />

RELAÇÃO DE FIGURAS vi<br />

RELAÇÃO DE TABELAS viii<br />

NOMENCLATURA x<br />

Capítulo 1 – INTRODUÇÃO<br />

1.1 Motivação 1<br />

1.2 Revisão Bibliográfica 2<br />

1.3 Escopo do trabalho 4<br />

1.4 Relevância do t<strong>em</strong>a 5<br />

1.5 Objetivos gerais e específicos 5<br />

Capítulo 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

2.1 Cogeração 7<br />

2.2 Turbina a gás 9<br />

2.2.1 Análise Termodinâmica 9<br />

2.2.2. Tipos <strong>de</strong> Turbinas a Gás 11<br />

2.3 Motores <strong>de</strong> Combustão Interna 13<br />

2.4 Consi<strong>de</strong>rações gerais para seleção do ciclo 15<br />

2.4.1 Parâmetros técnicos importantes para seleção do ciclo 15<br />

2.4.2 Outros fatores importantes a ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados 17<br />

2.5 Gás Natural 18<br />

2.5.1 Gás Natural Bruto 19<br />

2.5.2 Gás Natural Associado e Não Associado 20<br />

2.5.3 Composição do Gás Natural Comercial 21<br />

2.5.4 Características do Gás Natural 26<br />

2.6 Energia Solar 28<br />

2.7 Análise Econômica 31<br />

2.7.1 Consi<strong>de</strong>rações Gerais para o projeto <strong>de</strong> cogeração 31<br />

iii


2.7.2 Parâmetros relevantes para a análise econômica da cogeração 33<br />

2.7.3 Fontes <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração 34<br />

2.7.4 Ferramentas para análise financeira <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração 35<br />

Capítulo 3 – METODOLOGIA DE TRABALHO<br />

3.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente 36<br />

3.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas catálogos 37<br />

3.3 Descrição das instalações térmicas 38<br />

3.4 Levantamento do consumo diário <strong>de</strong> energia 38<br />

3.5 Cálculo das eficiências térmicas dos equipamentos utilizados 39<br />

3.5.1 Trocador <strong>de</strong> Calor 39<br />

3.5.2 Cal<strong>de</strong>ira 39<br />

3.5.3 Consumo real <strong>de</strong> gás natural por dia 42<br />

3.6 Seleção <strong>de</strong> Alternativas 42<br />

3.6.1 Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento solar 42<br />

3.6.2 Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração 44<br />

3.7 Análise Econômica 47<br />

3.7.1 Método <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa 48<br />

3.7.2 Viabilida<strong>de</strong> Econômica 49<br />

3.7.3 Investimento <strong>de</strong> Capital 50<br />

3.7.4 Receitas 51<br />

3.7.5 Custos <strong>de</strong> Saída 51<br />

Capítulo 4– PROGRAMA COMPUTACIONAL DE DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO<br />

4.1 Fluxograma <strong>de</strong> Apoio e Decisão 53<br />

Capítulo 5 – ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E<br />

ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

5.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente 59<br />

5.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas e catálogos 60<br />

5.2.1 Consumo <strong>de</strong> água quente diário estimado 60<br />

5.3 Descrição das Instalações 60<br />

iv


5.3.1 Equipamentos 60<br />

5.4 Cálculo do consumo <strong>de</strong> energia diário para aquecer a água 62<br />

5.5 Cálculo da eficiência térmica dos equipamentos utilizados 62<br />

5.6 Energia real liberada pelo gás natural 63<br />

5.6.1 Cálculo do consumo <strong>de</strong> gás natural diário 63<br />

5.7 I<strong>de</strong>ntificação das alternativas 63<br />

5.7.1 Energia Solar 63<br />

5.7.2 Motor a gás 71<br />

5.7.3 Turbina a gás 75<br />

5.8 Análise Econômica 77<br />

5.8.1 Energia Solar 78<br />

5.8.2 Motor a gás 79<br />

5.8.3 Turbina a gás 81<br />

Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

6.1 Limitações do trabalho e recomendações 88<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Bibliografia Citada 89<br />

Bibliografia Compl<strong>em</strong>entar 92<br />

APÊNDICES<br />

Apêndice 1 Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Coletores Solar 96<br />

Apêndice 2 Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Turbinas a Gás 100<br />

Apêndice 3 Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Motores a Gás 102<br />

Apêndice 4 Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 103<br />

Apêndice 5 Resultado do <strong>Programa</strong>: Motor a gás 110<br />

Apêndice 6 Simulações Econômicas Energia Solar 113<br />

Apêndice 7 Simulações Econômicas Turbinas a Gás 114<br />

Apêndice 8 Simulações Econômicas Motor a Gás 115<br />

v


RELAÇÃO DE FIGURAS<br />

Capítulo 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Figura 2.1 – Representação esqu<strong>em</strong>ática da cogeração 7<br />

Figura 2.2 – Influência da relação potência/calor na seleção da planta <strong>de</strong> cogeração 8<br />

Figura 2.3 – Diagrama do ciclo <strong>de</strong> cogeração para turbina a gás 10<br />

Figura 2.4 – Diagrama Sankey para uma planta típica <strong>de</strong> cogeração com turbina a gás 11<br />

Figura 2.5 – Corte interno <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa 12<br />

Figura 2.6 – Vista explodida <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa 12<br />

Figura 2.7 – Turbina a gás industrial 13<br />

Figura 2.8 – Motor <strong>de</strong> combustão interna 14<br />

Figura 2.9 – Influência da modulação da relação calor/potência na seleção do ciclo 17<br />

Figura 2.10 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> gás associado e gás não associado 20<br />

Figura 2.11 – Produção <strong>de</strong> gás natural no Brasil, por estado, <strong>em</strong> 1999 (mil m 3 /dia) 23<br />

Figura 2.12 – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural 24<br />

Figura 2.13 – Principais gasodutos do Brasil 25<br />

Figura 2.14 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> uma instalação solar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte 28<br />

Figura 2.15 – Etiqueta do INMETRO 30<br />

Capítulo 3 – METODOLOGIA DE TRABALHO<br />

Figura 3.1 – Ciclo <strong>de</strong> vida do investimento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a energético 49<br />

Capítulo 4 – PROGRAMA COMPUTACIONAL DE DIAGNÓSTICO ENRGÉTICO<br />

Figura 4.1 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente 53<br />

Figura 4.2 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento diário do consumo <strong>de</strong> energia 54<br />

Figura 4.3 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento <strong>de</strong> eficiências dos equipamentos<br />

utilizados, para o cálculo da energia liberada pelo gás natural 55<br />

Figura 4.4 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para a seleção do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração<br />

Figura 4.5 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e impressão dos equipamentos viáveis<br />

56<br />

termicamente 57<br />

Capítulo 5 – ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E<br />

ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

vi


Figura 5.1 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do restaurante 65<br />

Figura 5.2 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao restaurante 66<br />

Figura 5.3 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento anual do restaurante<br />

Figura 5.4 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do vestiário, para a<br />

66<br />

configuração solar 1 67<br />

Figura 5.5 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao vestiário para a configuração<br />

solar 1 68<br />

Figura 5.6 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento anual do vestiário, para a<br />

configuração solar 1 68<br />

Figura 5.7 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do vestiário, para a<br />

configuração solar 2 69<br />

Figura 5.8 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao vestiário, para a configuração<br />

solar 2 70<br />

Figura 5.9 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento anual do vestiário, para a<br />

configuração solar 2 70<br />

Figura 5.10 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento do sist<strong>em</strong>a solar, consi<strong>de</strong>rando-<br />

se a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1% 78<br />

Figura 5.11 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, do motor <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência 80<br />

Figura 5.12 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW] 83<br />

Figura 5.13 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW], comparandose<br />

3 tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 83<br />

Figura 5.14 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1% do motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência versus energia<br />

solar 85<br />

Figura 5.15 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 2<br />

Figura 5.16 – Análise econômica e retorno <strong>de</strong> investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

86<br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 1 86<br />

vii


RELAÇÃO DE TABELAS<br />

Capítulo 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

Tabela 2.1 – Limites <strong>de</strong> operação dos motores 14<br />

Tabela 2.2 – Características <strong>de</strong> centrais para geração elétrica 15<br />

Tabela 2.3 – Dados típicos para as diferentes configurações <strong>de</strong> cogeração 16<br />

Tabela 2.4 – El<strong>em</strong>entos constituintes médios do gás natural brasileiro 21<br />

Tabela 2.5 – Reservas <strong>de</strong> gás natural no Brasil 26<br />

Tabela 2.6 – Constantes físicas dos hidrocarbonetos 27<br />

Capítulo 3 – METODOLOGIA DE TRABALHO<br />

Tabela 3.1 – Consumo <strong>de</strong> água quente típico 37<br />

Tabela 3.2 – Distribuição percentual <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> um motor <strong>de</strong> combustão interna 46<br />

Tabela 3.3 – Balanço térmico típico das turbinas a gás 47<br />

Tabela 3.4 – Taxas anuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação 51<br />

Capítulo 5 – ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E<br />

ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

Tabela 5.1 – Número <strong>de</strong> funcionários e período <strong>de</strong> utilização da água quente 59<br />

Tabela 5.2 – Horários das refeições nos restaurantes 1, 2 e 3 da indústria 59<br />

Tabela 5.3 – T<strong>em</strong>peraturas ambientes mensais estimadas 64<br />

Tabela 5.4 – Resumo das configurações solares propostas 71<br />

Tabela 5.5 – Resultados da simulação dos motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do<br />

equipamento equivalente a 35% 72<br />

Tabela 5.6 – Resultados da simulação dos motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do<br />

equipamento equivalente a 45% 73<br />

Tabela 5.7 – Resultados da simulação dos motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do<br />

equipamento equivalente a 53% 74<br />

Tabela 5.8 – Resultados da simulação das turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência do<br />

fabricante do equipamento 75<br />

Tabela 5.9 – Resultados da simulação das turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência <strong>de</strong><br />

35% do equipamento 76<br />

viii


Tabela 5.10 – Tabela resumo da análise econômica das configurações solar 1 e solar 2 a<br />

taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> 79<br />

Tabela 5.11 – Tabela resumo da análise econômica do motor <strong>de</strong> 776 [kW] a taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> 81<br />

Tabela 5.12 – Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a taxa <strong>de</strong><br />

1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se a eficiência do fabricante e a eficiência<br />

<strong>de</strong> 35% 84<br />

Tabela 5.13 – Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a taxa <strong>de</strong><br />

1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se as tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 84<br />

Apêndice 1 – BANCO DE DADOS DE COLETOR SOLAR<br />

Tabela A1 – Classificação, produção mensal <strong>de</strong> energia e eficiência dos coletores solar 97<br />

Apêndice 2 – BANCO DE DADOS DE TURBINA A GÁS<br />

Tabela A2 – Dados técnicos e econômicos das turbinas a gás <strong>de</strong> pequeno porte 100<br />

Tabela A2 – Dados técnicos e econômicos das turbinas a gás <strong>de</strong> médio porte 101<br />

Apêndice 3 – BANCO DE DADOS DE MOTOR A GÁS<br />

Tabela A3 – Dados técnicos e econômicos dos motores a gás 102<br />

Apêndice 6 – SIMULAÇÕES ECONÔMICAS DA ENERGIA SOLAR<br />

Tabela A6 – Simulação econômica anual das configurações solar 1 e 2, com taxas <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2%, para sua vida útil <strong>de</strong> 20 anos 113<br />

Apêndice 7 – SIMULAÇÕES ECONÔMICAS DA TURBINA A GÁS<br />

Tabela A7 – Simulação econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] com taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 1%, eficiência <strong>de</strong> 35% para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos 114<br />

Apêndice 8 – SIMULAÇÕES ECONÔMICAS DO MOTOR A GÁS<br />

Tabela A8 – Simulação econômica do motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW] com taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

1%, eficiência <strong>de</strong> 35% e 45% para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos 115<br />

ix


Variáveis<br />

A col área coletora [m 2 ]<br />

NOMENCLATURA<br />

A ext área externa do coletor solar [m 2 ]<br />

CGN vazão <strong>de</strong> gás natural da configuração atual [kg GN/dia]<br />

CGN i vazão <strong>de</strong> gás natural da nova configuração <strong>de</strong> cogeração [kg GN/h]<br />

c p calor específico [kJ/kg ºC]<br />

c pcomb calor específico do combustível [kJ/kg ºC]<br />

c pg calor específico dos gases <strong>de</strong> exaustão [kJ/kg ºC]<br />

E mes produção <strong>de</strong> energia solar por mês [kWh/mês]<br />

FC 0 fluxo inicial [R$]<br />

FC j valores dos fluxos <strong>de</strong> caixa da or<strong>de</strong>m j=1,2,3...,n [R$]<br />

f seg fator <strong>de</strong> segurança [adimensional]<br />

Fu fator <strong>de</strong> utilização [adimensional]<br />

h entalpia específica [kJ/kg]<br />

h ar entalpia da água à t<strong>em</strong>peratura do ar <strong>de</strong> combustão [kJ/kg]<br />

h d entalpia do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga [kJ/kg]<br />

h gs entalpia do vapor à t<strong>em</strong>peratura dos gases <strong>de</strong> saída da cal<strong>de</strong>ira [kJ/kg]<br />

h s entalpia da água <strong>de</strong> alimentação da cal<strong>de</strong>ira [kJ/kg]<br />

h v entalpia do vapor produzido [kJ/kg]<br />

H 2 volume <strong>de</strong> hidrogênio do combustível [%volumétrica]<br />

I componente da radiação solar [Wh/m 2 ]<br />

I dif componente difusa da radiação solar [Wh/m 2 ]<br />

I dir componente direta da radiação solar [Wh/m 2 ]<br />

m! c vazão mássica do combustível queimado [kgcomb/s]<br />

m! d vazão mássica do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga da cal<strong>de</strong>ira [kg/s]<br />

x


m! f vazão mássica <strong>de</strong> água fria [kg/s]<br />

m! gs vazão mássica do gás seco [kg/s]<br />

m! g vazão mássica do gás [kg/s]<br />

m! q vazão mássica <strong>de</strong> água quente [kg/s]<br />

m! v vazão mássica do vapor produzido pela cal<strong>de</strong>ira [kg/s]<br />

N número <strong>de</strong> utilizações <strong>de</strong> cada equipamento i por dia [adimensional]<br />

Nb número <strong>de</strong> banhos dos funcionários [adimensional]<br />

P gs perda térmica através do gás seco [%]<br />

P H 2O<br />

perda térmica <strong>de</strong>vido à formação <strong>de</strong> água no combustível [%]<br />

P i<br />

potência do equipamento i [kW]<br />

P nm perda térmica não medida [%]<br />

P r perda térmica por radiação [%]<br />

P u perda associada à umida<strong>de</strong> do combustível [%]<br />

q taxa real <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor [W]<br />

Q energia total consumida na central térmica [kWh/dia]<br />

Q i energia requerida para aquecimento da água no equipamento i [kWh/dia]<br />

Q cc<br />

! taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada durante a combustão [kW]<br />

q max taxa máxima possível <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor [W]<br />

Q r energia consumida no restaurante [kWh/dia]<br />

Q real energia real liberada pelo gás natural [kWh/dia]<br />

*<br />

Q energia real liberada pelo gás natural corrigida [kWh/dia]<br />

real<br />

Q rec<br />

! taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor liberada pelos gases <strong>de</strong> exaustão do<br />

equipamento [kW]<br />

Q th<br />

! energia térmica [kW]<br />

Q útil<br />

! taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor transmitida à água [kW]<br />

Q v energia consumida no vestiário [kWh/dia]<br />

r perda por radiação [%]<br />

xi


t taxa <strong>de</strong> juros <strong>de</strong> operação financeira [%]<br />

T teste <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> térmica [adimensional]<br />

T amb t<strong>em</strong>peratura ambiente [ºC]<br />

T ar t<strong>em</strong>peratura do ar [ºC]<br />

T b t<strong>em</strong>peratura da água do banho [ºC]<br />

T ef t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido frio [ºC]<br />

T eq t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido quente [ºC]<br />

T gs t<strong>em</strong>peratura do gás seco [ºC]<br />

TIR taxa interna <strong>de</strong> retorno [%]<br />

T r t<strong>em</strong>peratura da água quente no restaurante [ºC]<br />

T re<strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da re<strong>de</strong> [ºC]<br />

T s t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída dos gases <strong>de</strong> exaustão [ºC]<br />

T sf t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída do fluido frio [K e ºC]<br />

T sq t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída do fluido quente [K e ºC]<br />

u umida<strong>de</strong> do combustível [% volumétrica]<br />

V ch consumo <strong>de</strong> água quente medido no vestiário [litros/dia]<br />

V i<br />

volume <strong>de</strong> água quente consumido no equipamento i [litros/dia]<br />

VPL valor presente líquido [R$]<br />

V RT volume do reservatório térmico [litros]<br />

vv ch vazão volumétrica do chuveiro [litros/s]<br />

vv i consumo <strong>de</strong> água quente diário por equipamento <strong>em</strong> operação [litros/dia]<br />

W comp<br />

! potência consumida pelo compressor [kW]<br />

W e<br />

! potência mecânica [kW]<br />

W Liq<br />

! potência líquida gerada [kW]<br />

W tg<br />

! potência total gerada pela turbina a gás [kW]<br />

x perda não medida [%]<br />

xii


Letras Gregas<br />

∆ T diferença <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura [K e ºC]<br />

θ t<strong>em</strong>po médio <strong>de</strong> duração do banho [s]<br />

η eficiência térmica [%]<br />

η DIR eficiência térmica da cal<strong>de</strong>ira pelo método direto [%]<br />

η e eficiência térmica do equipamento [%]<br />

η ex eficiência térmica da exaustão [%]<br />

η hrsg eficiência térmica da cal<strong>de</strong>ira recuperativa [%]<br />

η INDIR eficiência térmica da cal<strong>de</strong>ira pelo método indireto [%]<br />

η tc efetivida<strong>de</strong> do trocador <strong>de</strong> calor [adimensional]<br />

η tg eficiência térmica da turbina a gás [%]<br />

η eficiência global do ciclo <strong>de</strong> cogeração [%]<br />

tg<br />

COG<br />

ρ <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água [kg/m 3 ]<br />

Abreviaturas<br />

CDT controlador diferencial <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura<br />

DNMET Departamento Nacional <strong>de</strong> Metereologia – Normas Climatológicas<br />

GN gás natural<br />

O & M operação e manutenção<br />

HPR relação calor/potência<br />

hrsg cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação<br />

LGN líquidos <strong>de</strong> gás natural<br />

PCI po<strong>de</strong>r calorífico inferior<br />

PHR relação potência/calor<br />

TG turbina a gás<br />

MG motor <strong>de</strong> combustão interna a gás<br />

UPGN unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural<br />

xiii


Siglas<br />

ANEEL Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica<br />

ANP Agência Nacional do Petróleo<br />

ASME American Society of Mechanical Engineers<br />

CEMIG Companhia Energética <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

CONPET <strong>Programa</strong> nacional da racionalização do uso dos <strong>de</strong>rivados do petróleo e do<br />

gás natural<br />

ESCO Energy Saving Company<br />

GASMIG Companhia <strong>de</strong> Gás <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

GREEN Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Energia<br />

ISO International Standards Organization<br />

INMETRO Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia, Normalização e Qualida<strong>de</strong> Industrial<br />

xiv


1.1 Motivação<br />

Capítulo 1<br />

INTRODUÇÃO<br />

Os gran<strong>de</strong>s consumidores <strong>de</strong> energia são os setores industriais e comerciais, supridos<br />

principalmente por usinas hidrelétricas e plantas <strong>de</strong> potência térmica, <strong>em</strong> níveis nacional<br />

e internacional, respectivamente. No caso brasileiro, a matriz energética, com base<br />

predominant<strong>em</strong>ente hidráulica, vinha sendo reavaliada frente ao esgotamento dos<br />

gran<strong>de</strong>s potenciais economicamente aproveitáveis, elevados custos e longos períodos <strong>de</strong><br />

t<strong>em</strong>po para sua efetiva implantação. O aumento na oferta <strong>de</strong> gás natural, ancorado no<br />

<strong>Programa</strong> Prioritário <strong>de</strong> Termelétricas, apontava para uma significativa alteração <strong>de</strong><br />

nossa matriz energética nos próximos anos.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa reavaliação estratégica tornou-se mais evi<strong>de</strong>nte com a atual crise<br />

<strong>de</strong> energia. Devido à escassez <strong>de</strong> energia elétrica, o Governo Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>cidiu pelo<br />

racionamento <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> forma indiscriminada, atingindo os setores resi<strong>de</strong>ncial,<br />

comercial e industrial que passaram a ter cotas lineares <strong>de</strong> redução no consumo mensal<br />

<strong>de</strong> energia elétrica, <strong>de</strong>nominadas metas <strong>de</strong> consumo. Caso essas metas, estabelecidas<br />

com base no consumo médio <strong>de</strong> energia praticado nos meses <strong>de</strong> maio, junho e julho <strong>de</strong><br />

2000, não sejam cumpridas, estão previstos pagamento <strong>de</strong> multas e cortes no<br />

fornecimento.<br />

Assim, para garantia <strong>de</strong> crescimento ou manutenção da ativida<strong>de</strong> econômica <strong>em</strong><br />

ambiente <strong>de</strong> elevada competitivida<strong>de</strong> industrial e mercadológica, torna-se<br />

imprescindível a maior eficiência energética <strong>de</strong> processos e plantas industriais, redução<br />

<strong>de</strong> impactos ambientais e garantia <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> insumos energéticos. Neste<br />

cenário, a cogeração torna-se significativamente atrativa.<br />

O conceito <strong>de</strong> cogeração surgiu há mais <strong>de</strong> um século e consiste, basicamente, na<br />

geração simultânea <strong>de</strong> dois insumos energéticos mais utilizados nas indústrias,<br />

eletricida<strong>de</strong> e vapor, a partir <strong>de</strong> apenas uma fonte primária <strong>de</strong> combustível. Sua<br />

utilização no Brasil é ainda discreta, estando altamente concentrada <strong>em</strong> alguns setores<br />

industriais como sucroalcooleiro, si<strong>de</strong>rurgia, papel e celulose.<br />

1


Capítulo 1 – Introdução<br />

1.2 Revisão Bibliográfica<br />

O crescimento da <strong>de</strong>manda energética, o gran<strong>de</strong> potencial para a cogeração no país,<br />

além, dos impactos positivos <strong>de</strong> sua inserção na matriz energética brasileira vêm sendo<br />

exaustivamente avaliados por Janson et alli (1997), Nascimento et alli (1997), Coelho et<br />

alli (1995), <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Hilbert et alli (1995) estudaram o ciclo combinado, seus combustíveis típicos, custos e<br />

viabilida<strong>de</strong> econômica, concluindo que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do combustível utilizado,<br />

essa alternativa é viável para geração térmica no Brasil. Barreto et alli (1999)<br />

propuseram um roteiro mínimo para avaliação crítica <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

termelétricas <strong>em</strong> ciclo combinado.<br />

Vários autores, como El-Masri (1987), Torres e Gallo (1998), Tuma et alli (1998),<br />

avaliaram o ciclo combinado com base na Primeira e Segunda Leis da Termodinâmica<br />

para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> sua eficiência energética e exergética global. Dessa forma, foram<br />

i<strong>de</strong>ntificadas as perdas do sist<strong>em</strong>a e irreversibilida<strong>de</strong>s internas, incluindo-se a redução<br />

da potência líquida gerada <strong>de</strong>vido ao aproveitamento da energia térmica, inerente ao<br />

processo <strong>de</strong> cogeração. Feng et alli (1997) incluíram uma metodologia bastante simples<br />

que permite avaliar o custo <strong>de</strong> alocação dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração.<br />

Bicalho (2001) <strong>de</strong>senvolveu um estudo sobre as oportunida<strong>de</strong>s e uso da turbina a gás<br />

para o sist<strong>em</strong>a elétrico brasileiro, ressaltando a nova função do gás natural na geração<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, assim como os <strong>de</strong>safios tecnológicos da flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> insumos<br />

energéticos, aumento da eficiência, redução das <strong>em</strong>issões <strong>de</strong> gases poluentes e<br />

manutenção da confiabilida<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong> das instalações. A análise apresentada,<br />

com base no cenário mundial, discute o estágio atual da tecnologia e faz projeções sobre<br />

avanços tecnológicos.<br />

Estão disponíveis na literatura nacional e internacional inúmeros estudos setoriais sobre<br />

a viabilida<strong>de</strong> técnica e econômica da cogeração. A título <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo, po<strong>de</strong>mos citar:<br />

Céspe<strong>de</strong>s e Júnior (1995) realizaram uma análise exergética e termoeconômica da<br />

cogeração no setor terciário e concluíram sobre as possibilida<strong>de</strong>s reais e sua utilização.<br />

Ressaltaram, ainda, a utilização do gás natural nos processos <strong>de</strong> cogeração,<br />

particularmente o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> turbinas a gás ou motores <strong>de</strong> combustão interna, como<br />

saída para o atendimento da <strong>de</strong>manda crescente <strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong> setores <strong>em</strong><br />

expansão.<br />

2


Capítulo 1 – Introdução<br />

Ramalho (1999) avaliou a r<strong>em</strong>uneração <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> auto produção do setor<br />

sucroalcooleiro, discutindo modificações ocorridas no setor elétrico.<br />

Fernan<strong>de</strong>s (1998) avaliou a cogeração no setor si<strong>de</strong>rúrgico, utilizando gases <strong>de</strong> alto<br />

forno e sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> integração com o soprador <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> enriquecimento ou com o<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> vapor. Dentre as vantagens apontadas, estão a obtenção <strong>de</strong> maior<br />

competitivida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> custos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 15 a 25%.<br />

Muniz e Andra<strong>de</strong> (2000) avaliaram o potencial presente e futuro da cogeração no setor<br />

<strong>de</strong> papel e celulose, com base na tecnologia atual. O estudo discute a implantação <strong>de</strong><br />

turbina a gás e cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor dos gases <strong>de</strong> combustão, projetando o<br />

potencial futuro da cogeração <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> substituição das cal<strong>de</strong>iras convencionais e <strong>de</strong><br />

queima do licor negro.<br />

López et alli (2000) apontaram aplicações <strong>de</strong> cogeração no setor <strong>de</strong> papel e celulose,<br />

ressaltando os elevados rendimentos das instalações, economias nos custos e segurança<br />

no fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica diante <strong>de</strong> seu expressivo potencial para cogeração .<br />

Metodologias termoeconômicas aplicadas a sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração, segundo estudos<br />

apresentados por Cerqueira e Nebra (1999) e Monteiro (2001), evi<strong>de</strong>nciaram a<br />

viabilida<strong>de</strong> econômica da geração própria e cogeração para várias configurações e<br />

diferentes relações <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> calor e energia elétrica. Como a cogeração<br />

representa uma solução <strong>de</strong> maior eficiência e, conseqüent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong> menores perdas<br />

para o meio ambiente, espera-se acesso mais fácil a créditos internacionais, benefícios<br />

tributário, além <strong>de</strong> caracterizar ações <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social.<br />

Destacam-se, no Brasil, os estudos <strong>de</strong> Balestieri (1994) e Nogueira (1996) sobre<br />

cogeração, base <strong>de</strong> conhecimento para engenheiros, pesquisadores, cientistas e<br />

estudantes, através <strong>de</strong> uma abordag<strong>em</strong> concisa que contribui para o crescimento <strong>de</strong><br />

novas questões, colaborando <strong>de</strong> forma inestimável para a renovação e recriação do setor<br />

energético brasileiro.<br />

Energia Solar<br />

O uso da energia solar para aquecimento <strong>de</strong> água terá como base os estudos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos no Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Energia da PUC Minas e os resultados já<br />

obtidos no <strong>Programa</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Etiquetag<strong>em</strong>, coor<strong>de</strong>nado pelo INMETRO, (Pereira<br />

et alli, 1997, 1998, 2001).<br />

3


Capítulo 1 – Introdução<br />

1.3 Escopo do Trabalho<br />

O presente trabalho propõe o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma metodologia <strong>de</strong> análise e gestão<br />

energética aplicada à indústria automotiva, enfatizando o consumo energético do<br />

processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> água quente. As alternativas energéticas a ser<strong>em</strong> avaliadas são:<br />

turbina e motor a gás e o aquecimento solar central. Deve-se ressaltar que não se<br />

constatou na literatura nacional e internacional estudada avaliações comparativas que<br />

incluíss<strong>em</strong> o uso da energia solar.<br />

O estudo <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>senvolvido foi aplicado a uma indústria automotiva instalada <strong>em</strong><br />

Minas Gerais <strong>de</strong>vido a fatores que antece<strong>de</strong>m o atual programa <strong>de</strong> racionamento <strong>de</strong><br />

energia do Governo Fe<strong>de</strong>ral:<br />

elevada <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 250.000 litros, para<br />

atendimento <strong>de</strong> vestiários e refeitórios;<br />

exigência <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 10% do consumo específico <strong>de</strong> energia na indústria<br />

mineira, <strong>de</strong>finido pela matriz internacional, e expresso <strong>em</strong> toneladas<br />

equivalentes <strong>de</strong> petróleo por tonelada <strong>de</strong> produto processado,<br />

controle ambiental rígido para manutenção da certificação ISO 14000.<br />

No Capítulo 2, apresenta-se a fundamentação teórica sobre cogeração com turbina e<br />

motores a gás, eficiência térmica com base na Primeira Lei da Termodinâmica,<br />

aquecimento solar central <strong>de</strong> água e conceitos básicos da análise econômica.<br />

No Capítulo 3, é <strong>de</strong>senvolvida a metodologia para seleção das alternativas proposta para<br />

uma central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água no setor industrial, incluindo-se os levantamentos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente, consumo <strong>de</strong> energia, eficiências e rendimentos típicos.<br />

No Capítulo 4, apresenta-se o programa <strong>de</strong>senvolvido, <strong>em</strong> linguag<strong>em</strong> C, para<br />

automatização da metodologia apresentada no capítulo anterior.<br />

No Capítulo 5 é realizado um estudo <strong>de</strong> caso para validação da metodologia<br />

<strong>de</strong>senvolvida e i<strong>de</strong>ntificação dos fatores significativos nos resultados finais.<br />

As conclusões finais do trabalho constam do Capítulo 6.<br />

4


Capítulo 1 – Introdução<br />

1.4 Relevância do T<strong>em</strong>a<br />

O momento atual vivido pela socieda<strong>de</strong> brasileira traz a dicotomia das gran<strong>de</strong>s crises:<br />

garantir o crescimento econômico com competitivida<strong>de</strong> e níveis <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego <strong>em</strong> um<br />

cenário bastante pessimista <strong>de</strong> escassez e falha no fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

Nesse quadro, acredita-se que o presente estudo possa ser uma contribuição para a<br />

análise e gestão energéticas <strong>em</strong> setores industriais e <strong>de</strong> serviços.<br />

O estudo sobre a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração com gás natural<br />

permitirá à indústria avaliar as vantagens <strong>de</strong> se obter energia elétrica e térmica a partir<br />

do mesmo insumo energético, hoje utilizado apenas para gerar vapor.<br />

A inclusão do estudo sobre a utilização <strong>de</strong> aquecimento solar central, além <strong>de</strong> todos os<br />

conhecidos benefícios sociais e ambientais, po<strong>de</strong> representar uma mudança <strong>de</strong><br />

paradigma para a indústria brasileira, ainda reticente ao seu uso <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> escala no<br />

setor produtivo.<br />

1.5 Objetivos Gerais e Específicos<br />

A contribuição mais significativa <strong>de</strong>sse trabalho é a sist<strong>em</strong>atização <strong>de</strong> procedimentos e<br />

tratamento das informações disponíveis sobre <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente no setor<br />

industrial, visando a criação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> eficiência energética, com ênfase à<br />

indústria automotiva.<br />

A substituição <strong>de</strong> combustíveis e processos atuais terá como base as análises energética<br />

e econômica, s<strong>em</strong> comprometimento da política ambiental da indústria. Propõe-se,<br />

ainda, a disponibilização <strong>de</strong> ferramentas que permitam à <strong>em</strong>presa a<strong>de</strong>quar<br />

procedimentos e avaliar, <strong>de</strong> forma rápida e segura, os impactos da substituição proposta.<br />

Os objetivos específicos <strong>de</strong>sse estudo são:<br />

Elaborar procedimentos para levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água<br />

quente no setor a ser avaliado, com base <strong>em</strong> normas nacionais e/ou<br />

medidas <strong>em</strong> campo;<br />

Elaborar a rotina <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda energética e eficiência dos<br />

processos envolvidos na geração <strong>de</strong> água quente, com base nos métodos<br />

direto e indireto, <strong>de</strong>finidos pela Norma ASME PTC – 4.1 (1964).<br />

Criar uma visão preliminar da base <strong>de</strong> dados para aquecedores solares,<br />

turbinas e motores a gás.<br />

5


Capítulo 1 – Introdução<br />

Desenvolver o algoritmo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> alternativas e análise econômica<br />

para a substituição <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as convencionais para aquecimento <strong>de</strong> água<br />

no setor industrial;<br />

Impl<strong>em</strong>entar o programa computacional <strong>em</strong> Linguag<strong>em</strong> C para<br />

automatização do procedimento elaborado.<br />

Avaliar a metodologia proposta para o caso da indústria automotiva<br />

selecionada.<br />

6


Capítulo 2<br />

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

Neste capítulo, apresentam-se os conceitos básicos <strong>de</strong> cogeração, energia solar, e da<br />

análise econômica a ser adotada. Muitas <strong>de</strong>duções são clássicas e foram incluídas para<br />

introdução da nomenclatura a ser adotada.<br />

2.1 Cogeração<br />

A cogeração é <strong>de</strong>finida como a geração simultânea <strong>de</strong> duas diferentes formas <strong>de</strong><br />

energia, tipicamente energia térmica e mecânica, a partir <strong>de</strong> uma única fonte <strong>de</strong> energia<br />

primária, conforme esqu<strong>em</strong>a apresentado na Fig. 2.1.<br />

Combustível<br />

Ar<br />

Planta <strong>de</strong><br />

Cogeração<br />

Figura 2.1 – Representação esqu<strong>em</strong>ática da cogeração.<br />

A potência mecânica ( e W! ) gerada po<strong>de</strong> ser usada no acionamento <strong>de</strong> alternadores para<br />

produzir eletricida<strong>de</strong>, ou <strong>em</strong> rotação <strong>de</strong> equipamentos como motores, compressores,<br />

bombas ou ventiladores. A energia térmica disponível ( th Q! ) po<strong>de</strong> ser aproveitada <strong>em</strong><br />

processos <strong>de</strong> aquecimento com aplicação direta ou indireta, como produção <strong>de</strong> vapor,<br />

água quente, ar quente, aquecedor ou <strong>em</strong> processos <strong>de</strong> resfriamento.<br />

A relação entre potência elétrica e a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor é <strong>de</strong>terminante para a<br />

seleção da planta <strong>de</strong> cogeração. Segundo estudos apresentados por Balestieri (1994),<br />

com base no catálogo da <strong>em</strong>presa ABB, essa correlação po<strong>de</strong> ser sumarizada no gráfico<br />

da Fig. 2.2.<br />

Como o escopo <strong>de</strong>sse trabalho se restringe a garantir a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia para o<br />

aquecimento <strong>de</strong> água, s<strong>em</strong> alteração significativa nos níveis atuais do consumo <strong>de</strong> gás<br />

natural pela indústria, a revisão bibliográfica trata apenas das tecnologias <strong>de</strong> turbina e<br />

motores a gás por apresentar<strong>em</strong> maior viabilida<strong>de</strong> técnica e econômica na faixa <strong>de</strong><br />

operação <strong>de</strong> interesse.<br />

7<br />

.<br />

.<br />

We<br />

Qth


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 8<br />

Figura 2.2 – Influência da relação potência/calor na seleção da planta <strong>de</strong> cogeração.<br />

Fonte: ABB, citado por Balestieri (1994).<br />

Os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração são normalmente classificados <strong>de</strong> acordo com a seqüência do<br />

uso da energia e com o projeto <strong>de</strong> operação adotado. Exist<strong>em</strong> duas configurações<br />

básicas <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração:<br />

Topping Cycle: nesta planta a energia da combustão é utilizada primeiramente para a<br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, sendo a energia térmica um subproduto do ciclo;<br />

Bottoming Cycle: neste ciclo se prioriza a <strong>de</strong>manda térmica para o processo<br />

industrial que ocorre <strong>em</strong> níveis elevados <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura. Assim, a geração <strong>de</strong><br />

potência elétrica é promovida a partir da energia exce<strong>de</strong>nte.<br />

Além disso, sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração, po<strong>de</strong>m ser classificados <strong>de</strong> acordo com o projeto <strong>de</strong><br />

operação, cuja seleção é específica para cada situação e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores, a<br />

saber:<br />

Ajuste <strong>de</strong> carga elétrica base<br />

Nesta configuração, o dimensionamento é feito <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda elétrica<br />

mínima <strong>de</strong>finida a partir <strong>de</strong> valores históricos da <strong>em</strong>presa, sendo a parcela faltante<br />

comprada da concessionária. A energia térmica local é suprida através <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

cogeração ou cal<strong>de</strong>iras adicionais. Caso a energia térmica gerada exceda à <strong>de</strong>manda<br />

atual da planta, po<strong>de</strong> ser comercializado para consumidores próximos.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 9<br />

Ajuste da carga térmica base<br />

Neste caso, o dimensionamento é orientado para suprir a energia térmica mínima<br />

requerida exigindo a instalação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras adicionais “<strong>em</strong> modo <strong>de</strong> espera” para o<br />

atendimento <strong>de</strong> picos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda.<br />

Ajuste da carga elétrica<br />

Esse ajuste torna a <strong>em</strong>presa auto-suficiente <strong>em</strong> eletricida<strong>de</strong>, exigindo elevado grau <strong>de</strong><br />

planejamento. Caso a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia térmica seja maior do que a gerada pelo<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração, será necessária a instalação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras auxiliares. No caso <strong>de</strong><br />

exce<strong>de</strong>nte, essa energia será <strong>de</strong>sperdiçada ou disponibilizada para <strong>em</strong>presas próximas.<br />

Ajuste da carga térmica<br />

Nesta configuração, o sist<strong>em</strong>a é projetado para aten<strong>de</strong>r a energia térmica necessária ao<br />

processo industrial. A diferença entre a energia elétrica gerada e a parcela efetivamente<br />

consumida <strong>de</strong>verá ser adquirida ou comercializada com a concessionária local.<br />

Neste trabalho, dar-se á ênfase ao ajuste <strong>de</strong> carga térmica, visto que as alternativas a<br />

ser<strong>em</strong> avaliadas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> fornecer a energia necessária ao aquecimento <strong>de</strong> água no setor<br />

industrial.<br />

2.2 Turbina a gás<br />

Apresenta-se, a seguir, uma discussão sucinta sobre a análise termodinâmica <strong>de</strong> ciclos<br />

<strong>de</strong> cogeração, eficiências térmicas e os tipos <strong>de</strong> turbinas a gás disponíveis.<br />

2.2.1 Análise Termodinâmica<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong> turbina a gás, cujo esqu<strong>em</strong>a é mostrado na Fig. 2.3, po<strong>de</strong>m<br />

produzir toda ou parte da energia necessária à indústria. O ar atmosférico t<strong>em</strong> sua<br />

pressão significativamente elevada no compressor (processo 1-2), dirigindo-se <strong>em</strong><br />

seguida à câmara <strong>de</strong> combustão (processo 2-3). Os produtos da combustão são<br />

expandidos na turbina (processo 3-4), gerando energia elétrica. Parte <strong>de</strong>ssa energia é<br />

utilizada pelo processo <strong>de</strong> compressão. Assim, a potência líquida gerada ( W Liq<br />

! ) e a<br />

eficiência térmica da turbina a gás ( η tg ) são dadas pelas equações :<br />

W ! = W!<br />

−W!<br />

(2.1)<br />

Liq<br />

tg<br />

comp


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 10<br />

W!<br />

Liq<br />

η tg =<br />

(2.2)<br />

Q!<br />

on<strong>de</strong>, tg W! é a potência total gerada pela turbina a gás <strong>em</strong> [kW];<br />

W comp<br />

! é a potência consumida pelo compressor <strong>em</strong> [kW];<br />

cc<br />

Q cc<br />

! é a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor, liberada durante o processo <strong>de</strong><br />

combustão[kW].<br />

Huang (1982) apresenta cálculos <strong>de</strong>talhados sobre a eficiência térmica do ciclo da<br />

turbina a gás, evi<strong>de</strong>nciando sua <strong>de</strong>pendência com as condições <strong>de</strong> pressão e t<strong>em</strong>peratura<br />

do ar à entrada do compressor e taxa <strong>de</strong> compressão. Para padronização das<br />

especificações utilizadas pela indústria <strong>de</strong> turbina a gás, são <strong>de</strong>finidas as condições<br />

padrão ISO, ou seja, t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 15ºC, pressão ambiente <strong>de</strong> 101,3 kPa e umida<strong>de</strong><br />

relativa do ar igual a 60%.<br />

Na cogeração, promove-se a recuperação <strong>de</strong> parte do calor dos gases <strong>de</strong> combustão<br />

através do uso <strong>de</strong> uma cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação, capaz <strong>de</strong> produzir vapor ou água quente,<br />

conforme Fig. 2.3. Assim, a eficiência térmica global do ciclo <strong>de</strong> cogeração com turbina<br />

a gás ( η tg )⏐cog po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida na forma:<br />

W!<br />

Liq + Q!<br />

th<br />

η tg =<br />

(2.3)<br />

COG Q!<br />

Figura 2.3 – Diagrama do ciclo <strong>de</strong> cogeração para turbina a gás.<br />

cc


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 11<br />

Valores típicos para as eficiências calculadas pelas equações 2.2 e 2.3 serão<br />

apresentados mais adiante na Tab. 2.3.<br />

Na Fig. 2.4, apresenta-se um balanço energético típico para um ciclo <strong>de</strong> cogeração com<br />

turbina a gás. Verifica-se que a eficiência inicial, calculada pela Eq. (2.2), era <strong>de</strong> 36,5%<br />

atingindo 86% quando se inclui a energia térmica útil, recuperada dos gases <strong>de</strong> exaustão<br />

<strong>de</strong> acordo com a Eq. (2.3).<br />

Figura 2.4 – Diagrama Sankey para uma planta típica <strong>de</strong> cogeração com turbina a gás.<br />

T<strong>em</strong>peraturas usuais <strong>de</strong> exaustão da turbina estão na faixa entre 500-550ºC. Após o<br />

resfriamento na cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação, estes valores não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser inferiores a 150ºC.<br />

Caso contrário, os compostos como SOx e NOx, presentes na exaustão po<strong>de</strong>m formar<br />

ácidos através <strong>de</strong> sua con<strong>de</strong>nsação, comprometendo a durabilida<strong>de</strong> dos materiais e<br />

equipamentos, (United Nations 2000).<br />

2.2.2 Tipos <strong>de</strong> Turbinas a gás<br />

Para atendimento às especificida<strong>de</strong>s dos projetos, foram <strong>de</strong>senvolvidos dois tipos <strong>de</strong><br />

turbinas a gás: aero<strong>de</strong>rivativas e industriais.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 12<br />

As características principais das turbinas aero<strong>de</strong>rivativas, mostradas nas Figs. 2.5 e 2.6,<br />

são: baixo peso específico, reduzido consumo <strong>de</strong> combustível e alta confiabilida<strong>de</strong>.<br />

Figura 2.5 – Corte interno <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa.<br />

Fonte : Allison 501-K Aero<strong>de</strong>rivativa (Orig<strong>em</strong> T56/501).<br />

Figura 2.6 – Vista explodida <strong>de</strong> uma turbina aero<strong>de</strong>rivativa .<br />

Fonte : Allison 501-K Aero<strong>de</strong>rivativa (Orig<strong>em</strong> T56/501).<br />

Apresentam, ainda, altos níveis <strong>de</strong> eficiência e compactação crescente, facilitando as<br />

operações <strong>de</strong> manutenção. Em contrapartida, essas turbinas possu<strong>em</strong> um custo <strong>de</strong><br />

investimento específico relativamente alto <strong>de</strong>finido pela relação entre custo <strong>de</strong><br />

investimento e potência elétrica gerada.<br />

Turbinas a gás industriais, cujo esqu<strong>em</strong>a é apresentado na Fig. 2.7, são unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

maior robustez, projetadas para regime estacionário <strong>em</strong> operação contínua. Apresentam


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 13<br />

menores níveis <strong>de</strong> eficiência comparada às turbinas aero<strong>de</strong>rivativas, com a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

manter<strong>em</strong> praticamente o mesmo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho por um longo período <strong>de</strong><br />

operação. Esta configuração possui um menor custo <strong>de</strong> investimento específico.<br />

Figura 2.7 – Turbina a gás industrial.<br />

Fonte: GE steam cooled Frame 9H gas turbine.<br />

Essas turbinas po<strong>de</strong>m operar com vários combustíveis como óleos leves e gás natural, o<br />

mais utilizado atualmente. Apresentam ampla faixa <strong>de</strong> operação, atingindo valores <strong>de</strong><br />

até 100MW. Nascimento (2000) propõe a seguinte classificação:<br />

Turbina a gás <strong>de</strong> pequeno porte: até 1 MW;<br />

Turbina a gás <strong>de</strong> médio porte: entre 1 MW e 15 MW;<br />

Turbina a gás <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte: acima <strong>de</strong> 15 MW.<br />

2.3 Motores <strong>de</strong> Combustão Interna<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração que utilizam motores <strong>de</strong> combustão interna, motores Diesel e<br />

Otto, apresentam maiores eficiências quando comparados a outras configurações<br />

United Nations (2000).


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 14<br />

A utilização dos motores a gás, apresentado na Fig. 2.8, é recomendada para unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong> pequeno e médio porte, sendo os limites <strong>de</strong> operação estabelecidos <strong>de</strong><br />

acordo com o combustível utilizado, ver a Tab. 2.1.<br />

Combustível Usado<br />

Figura 2.8 – Motor <strong>de</strong> Combustão Interna.<br />

Fonte: Waukesha 400 kW – Mo<strong>de</strong>l L5788GU.<br />

Tabela 2.1 – Limites <strong>de</strong> operação dos motores.<br />

Limite Inferior <strong>de</strong><br />

Operação<br />

Limite Superior <strong>de</strong><br />

Operação<br />

Gás Natural 50 kW 10 MW<br />

Diesel 50 kW 50 MW<br />

Óleo combustível Pesado 2,5 MW 50 MW<br />

Fonte: United Nations (2000)<br />

Os motores atuais operam com óleo combustível pesado ou gás natural. Esse último<br />

possui gran<strong>de</strong> penetração nas áreas urbanas, motivado pelo aumento e melhoria da<br />

distribuição do gás no país, menor custo <strong>de</strong> manutenção e níveis <strong>de</strong> <strong>em</strong>issões inferiores<br />

na exaustão.<br />

Esses motores são i<strong>de</strong>ais para operação intermitente, além <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> menos sensíveis às<br />

condições climatológicas do que as turbinas a gás. O investimento inicial <strong>de</strong>ssas<br />

máquinas é também comparativamente inferior, <strong>em</strong>bora, seus custos <strong>de</strong> manutenção<br />

sejam normalmente mais elevados.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 15<br />

Para aplicações <strong>de</strong> geração elétrica, o motor Otto utiliza diferentes combustíveis, tais<br />

com gasolina, gás natural e gás <strong>de</strong> biodigestor, com eficiência térmica <strong>de</strong> 25 a 35%.<br />

2.4 Consi<strong>de</strong>rações gerais para seleção do ciclo<br />

Definidas as características da planta, do processo e da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração, é necessário<br />

estabelecer a conexão entre o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração e o respectivo centro <strong>de</strong> consumo. O<br />

ajuste dos níveis <strong>de</strong> atendimento é realizado com base <strong>em</strong>:<br />

Estimativa da energia gerada, consumida e, eventualmente, comercializada;<br />

Periodicida<strong>de</strong>, associada ao fator <strong>de</strong> serviço da planta, disponível na Tab. 2.2;<br />

Condições atuais e cenários futuros <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos energéticos e<br />

custos.<br />

Tabela 2.2 – Características <strong>de</strong> centrais para geração elétrica.<br />

Operação Fator <strong>de</strong> serviço Configuração<br />

Contínua Acima <strong>de</strong> 90% Cogeração<br />

Base Acima <strong>de</strong> 50% Ciclo combinado<br />

Cíclica Entre 10 e 50% Ciclo combinado<br />

Picos diários / sazonais Entre 1 e 10% Turbina a gás<br />

Stand-by Abaixo <strong>de</strong> 1% Turbina a gás<br />

Fonte: Stambler, citado por Balestieri (1994).<br />

2.4.1 Parâmetros técnicos importantes para seleção do ciclo<br />

Para a correta escolha do ciclo, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar os parâmetros que auxiliam na<br />

<strong>de</strong>finição do tipo e operação das diferentes alternativas existentes. Gurney et alli (1998)<br />

citado por Balestieri (1994), propuseram um elenco <strong>de</strong> variáveis para a seleção<br />

a<strong>de</strong>quada do ciclo, a saber:<br />

razão (potência/calor) do equipamento;<br />

consumo específico <strong>de</strong> vapor [kgvapor/kWh];<br />

consumo específico <strong>de</strong> combustível [kgcomb/kWh];<br />

consumo específico <strong>de</strong> energia [kJ/kWh];


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 16<br />

eficiência térmica global do equipamento, fornecida pela Eq. (2.3);<br />

variações da eficiência sob cargas parciais;<br />

proprieda<strong>de</strong>s termodinâmicas do fluido térmico à saída do equipamento que<br />

estarão associadas à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia térmica no processo industrial;<br />

limite <strong>de</strong> rejeição do equipamento;<br />

disponibilida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong> do sist<strong>em</strong>a: os consumidores industriais <strong>de</strong><br />

energia necessitam ter garantia na geração térmica e elétrica. Caso contrário,<br />

po<strong>de</strong> ocorrer comprometimento da qualida<strong>de</strong> e custos dos produtos finais.<br />

Assim, recomenda-se a implantação <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração modulares, ou<br />

seja, constituídos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong>, United Nations (2000).<br />

Razão calor/potência<br />

Conforme visto anteriormente, a razão calor/potência é um dos parâmetros mais<br />

importantes na seleção do ciclo <strong>de</strong> cogeração, po<strong>de</strong>ndo ser ajustada às características do<br />

sist<strong>em</strong>a a ser instalado. Na Tab. 2.3, são fornecidos dados típicos para as diferentes<br />

configurações <strong>de</strong> cogeração.<br />

Tabela 2.3 – Dados típicos para as diferentes configurações <strong>de</strong> cogeração.<br />

Ciclo Razão calor/potência Eficiência do Ciclo Eficiência do Ciclo<br />

(kWth/kWe) s<strong>em</strong> cogeração (%) com cogeração (%)<br />

Turbina a vapor <strong>de</strong><br />

contrapressão<br />

Turbina a vapor <strong>de</strong><br />

con<strong>de</strong>nsação<br />

4,0 – 14,3 14 - 28 84 – 92<br />

2,0 – 10,0 22 – 40 60 – 80<br />

Turbina a gás 1,3 – 2,0 24 – 35 70 – 85<br />

Ciclo combinado 1,0 – 1,7 34 – 40 69 – 83<br />

Motor <strong>de</strong> combustão<br />

interna<br />

Fonte: – United Nations (2000).<br />

1,1 – 2,5 33 – 53 75 – 85


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 17<br />

2.4.2 Outros fatores importantes a ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados, United Nations (2000)<br />

Modulação da relação calor/potência<br />

A <strong>de</strong>manda térmica e energética do usuário afeta a seleção (tipo e tamanho do sist<strong>em</strong>a,<br />

perdas, rejeitos). Na Fig. 2.9, são mostradas duas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> modulação da<br />

relação calor/potência <strong>em</strong> <strong>em</strong>presas consumidoras <strong>de</strong> energia, conduzindo a diferentes<br />

dimensionamentos ou mesmo configurações <strong>de</strong> cogeração.<br />

Figura 2.9 – Influência da modulação da relação calor/potência na seleção do ciclo<br />

Fonte: United Nations (2000).<br />

A Fig. 2.9 acima mostra que para a situação (i) o consumo <strong>de</strong> energia térmica não<br />

possui a mesma <strong>de</strong>manda horária que a energia elétrica, enquanto na situação (ii) as<br />

<strong>de</strong>mandas térmicas e elétricas são simultâneas. Desta forma o projeto a ser conduzido<br />

para cada uma <strong>de</strong>stas situações é distinto.<br />

Disponibilida<strong>de</strong> do combustível<br />

A disponibilida<strong>de</strong> ou sazonalida<strong>de</strong> no fornecimento dos combustíveis, po<strong>de</strong><br />

comprometer a utilização <strong>de</strong> alguns sist<strong>em</strong>as potencialmente viáveis. O uso <strong>de</strong><br />

combustíveis <strong>de</strong> baixo custo ou rejeitos industriais como combustível é um dos<br />

principais fatores a ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados, pois, <strong>de</strong>termina <strong>em</strong> muitos casos, a<br />

competitivida<strong>de</strong> econômica do sist<strong>em</strong>a.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 18<br />

Sist<strong>em</strong>as Isolados ou Interligados à re<strong>de</strong><br />

Um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> malha interligado à re<strong>de</strong> possui acesso à concessionária, permitindo a<br />

comercialização <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes, enquanto o sist<strong>em</strong>a isolado respon<strong>de</strong> por toda <strong>de</strong>manda<br />

local <strong>de</strong> energia. A configuração técnica <strong>de</strong>sses sist<strong>em</strong>as será diferente para cada caso.<br />

Exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

A <strong>de</strong>cisão pela comercialização <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes energéticos produzidos e sua<br />

periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar diferentes cenários econômicos nacionais e<br />

internacionais, assim como planos <strong>de</strong> expansão da própria indústria. Tal <strong>de</strong>cisão afetará<br />

sobr<strong>em</strong>aneira o porte da planta <strong>de</strong> cogeração a ser instalada, com impacto sobre o custo<br />

<strong>de</strong> investimento específico e seu respectivo t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> retorno.<br />

“Retrofit” versus Nova instalação<br />

Os custos <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração po<strong>de</strong>m ser significativamente<br />

reduzidos, com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reaproveitamento ou “retrofit” dos equipamentos<br />

térmicos já existentes, tais como cal<strong>de</strong>iras ou trocadores <strong>de</strong> calor.<br />

Regulamentação ambiental local<br />

A legislação ambiental po<strong>de</strong> limitar a escolha dos combustíveis a ser<strong>em</strong> usados. Caso as<br />

regulamentações sejam severas, alguns combustíveis não po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>de</strong>vido ao alto custo dos equipamentos <strong>de</strong> tratamento dos gases poluentes da exaustão e,<br />

até mesmo, do próprio combustível.<br />

2.5 Gás Natural<br />

O gás natural é uma mistura <strong>de</strong> hidrocarbonetos leves que à t<strong>em</strong>peratura ambiente e<br />

pressão atmosférica permanece no estado gasoso. Devido ao seu estado gasoso e suas<br />

características físico-químicas naturais, qualquer processamento <strong>de</strong>sta substância<br />

(compressão, expansão, evaporação, variação <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura, liquefação ou transporte)<br />

exigirá um tratamento termodinâmico como qualquer outro gás.<br />

Vantagens do Gás Natural<br />

Macroeconômica<br />

Diversificação da matriz energética;<br />

Disponibilida<strong>de</strong> ampla, crescente e dispersa;


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 19<br />

Redução do uso do transporte rodo-ferroviário;<br />

Atração <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong> riscos externos;<br />

Maior competitivida<strong>de</strong> das indústrias.<br />

Ambientais e <strong>de</strong> segurança<br />

Baixíssima presença <strong>de</strong> contaminantes;<br />

Não <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> particulados;<br />

Combustão mais limpa;<br />

Rápida dispersão <strong>de</strong> vazamentos;<br />

Emprego <strong>em</strong> veículos automotivos.<br />

Para o usuário<br />

Fácil adaptação das instalações existentes;<br />

Menor investimento <strong>em</strong> armazenamento e custo <strong>de</strong> manuseio;<br />

Combustão facilmente regulável;<br />

Pagamento após o consumo;<br />

Elevado rendimento energético;<br />

Custo competitivo com outras alternativas.<br />

2.5.1 Gás Natural Bruto<br />

Os processos naturais <strong>de</strong> formação do gás natural são: a <strong>de</strong>gradação da matéria orgânica<br />

por bactérias anaeróbias, a <strong>de</strong>gradação da matéria orgânica e do carvão por t<strong>em</strong>peratura<br />

e pressão elevadas, ou a alteração térmica dos hidrocarbonetos líquidos.<br />

A matéria orgânica fóssil é também <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> querogêneo e po<strong>de</strong> ser encontrada<br />

sob as seguintes forma: querogêneo seco, quando proveniente <strong>de</strong> matéria vegetal e<br />

querogêneo gorduroso, quando oriundo <strong>de</strong> algas e matéria animal.<br />

No processo natural <strong>de</strong> formação do planeta ao longo dos milhões <strong>de</strong> anos a<br />

transformação da matéria orgânica vegetal, celulose e lignina, produziu o querogêneo<br />

seco que, ao alcançar maiores profundida<strong>de</strong>s na crosta terrestre, sofreu um processo


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 20<br />

gradual <strong>de</strong> cozimento, transformando-se <strong>em</strong> linhito, carvão negro, antracito, xisto<br />

carbonífero e metano, dando orig<strong>em</strong> às gigantescas reservas <strong>de</strong> carvão do planeta.<br />

A transformação da matéria orgânica animal ou querogêneo gordurosos não sofreu o<br />

processo <strong>de</strong> cozimento e <strong>de</strong>u orig<strong>em</strong> ao petróleo. Nos últimos estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação do<br />

querogêneo gorduroso, o petróleo apresenta-se como con<strong>de</strong>nsado volátil associado e<br />

hidrocarbonetos gasosos, com predominância do metano. Por essa razão, é muito<br />

comum encontrar<strong>em</strong>-se reservas <strong>de</strong> petróleo e gás natural associados.<br />

Na natureza, ele é encontrado <strong>em</strong> rochas porosas no subsolo, freqüent<strong>em</strong>ente<br />

acompanhado por petróleo, constituindo um reservatório.<br />

Todo hidrocarboneto ou mistura <strong>de</strong> hidrocarbonetos que permaneça <strong>em</strong> estado gasoso<br />

nas condições atmosféricas normais é extraído diretamente a partir <strong>de</strong> reservatórios<br />

petrolíferos ou gasíferos, incluindo gases úmidos, secos residuais e gases raros.<br />

2.5.2 Gás Natural Associado e Não Associado<br />

O gás natural po<strong>de</strong> ser associado ou não-associado. O gás associado no reservatório está<br />

dissolvido no óleo ou sob a forma <strong>de</strong> capa <strong>de</strong> gás. Assim, a produção <strong>de</strong> gás é<br />

<strong>de</strong>terminada basicamente pela produção <strong>de</strong> óleo. Já o gás não-associado está livre no<br />

reservatório ou <strong>em</strong> presença <strong>de</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> óleo.<br />

Figura 2.10 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> gás associado e gás não associado. Fonte: EFEI (2000).


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 21<br />

De campo para campo, a composição do gás natural po<strong>de</strong> variar bastante, <strong>de</strong>pendo <strong>de</strong><br />

estar associado ou não ao óleo e, também, <strong>de</strong> ter sido ou não processado <strong>em</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

industriais. O gás natural não-associado extraído e associado recuperado <strong>de</strong>nomina-se<br />

gás natural úmido, pois contém <strong>em</strong> suspensão pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hidrocarbonetos<br />

líquidos nas condições atmosféricas.<br />

2.5.3 Composição do gás natural comercial<br />

A composição do gás natural é variada e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da composição do gás natural bruto,<br />

do mercado atendido e do uso final.<br />

Tabela 2.4 – El<strong>em</strong>entos constituintes médios do gás natural brasileiro.<br />

El<strong>em</strong>entos<br />

Fração molar média (%)<br />

Associado Não Associado Processado<br />

Metano 68,07 91,98 87,59<br />

Etano 16,29 3,24 9,13<br />

Propano 9,36 1,15 0,36<br />

Isso-butano 1,57 0,25 -<br />

N-Butano 2,11 0,29 -<br />

Iso-Pentano 0,49 0,11 -<br />

N-Pentano 0,40 0,07 -<br />

Hexano 0,22 0,06 -<br />

Heptano e Superiores 0,08 0,04 -<br />

Nitrogênio 0,69 1,34 1,18<br />

Dióxido <strong>de</strong> Carbono 0,72 1,47 1,74<br />

Densida<strong>de</strong> Relativa 0,8127 0,6152 0,6242<br />

PCI (MJ/Nm 3 ) 46,73 35,06 35,53<br />

Fonte: EFEI (2000)


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 22<br />

As especificações do gás para consumo são regulamentadas pela Portaria n o 41/1998,<br />

<strong>em</strong>itida pela Agência Nacional do Petróleo, a qual agrupou o gás natural <strong>em</strong> 3 famílias,<br />

segundo a faixa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r calorífico. O gás comercializado no Brasil enquadra-se<br />

predominant<strong>em</strong>ente no grupo M (médio), cujas especificações são:<br />

Po<strong>de</strong>r Calorífico Superior (PCS) a 20 [ o C] e 1 [atm].: 36,843 a 42,705 [MJ/m 3 ];<br />

Densida<strong>de</strong> relativa ao ar a 20 [ o C]: 0,55 a 0,69;<br />

Enxofre total: 80 [mg/m 3 ] máximo;<br />

H2S: 20 [mg/m 3 ] máximo;<br />

CO2: 2% <strong>em</strong> volume máximo;<br />

Inertes: 4% <strong>em</strong> volume máximo;<br />

O2: 0,5% <strong>em</strong> volume máximo;<br />

Ponto <strong>de</strong> orvalho da água a 1 atm.: - 45 [ o C] (máximo).<br />

Atualmente, o gás natural consumido no país provém <strong>de</strong> jazidas nacionais e <strong>de</strong><br />

importação da Bolívia, estando <strong>em</strong> estudo a importação <strong>de</strong> gás da Argentina e da África.<br />

Para que o gás natural alcance os consumidores finais, ele <strong>de</strong>ve passar por pelo menos 5<br />

ativida<strong>de</strong>s interligadas:<br />

Exploração;<br />

Produção;<br />

Processamento;<br />

Transporte;<br />

Distribuição.<br />

Exploração<br />

A exploração é a etapa inicial do processo e consiste <strong>de</strong> duas fases: a pesquisa, para<br />

reconhecimento e estudo das estruturas propícias ao acúmulo <strong>de</strong> petróleo e/ou gás<br />

natural e, posteriormente, a perfuração do poço, para comprovar a existência <strong>de</strong>sses<br />

produtos a nível comercial.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 23<br />

Produção<br />

Inicia-se com a passag<strong>em</strong> do gás por vasos separadores para a retirada <strong>de</strong> água,<br />

hidrocarbonetos <strong>em</strong> estado líquido e partículas sólidas. Caso o gás esteja contaminado<br />

por compostos <strong>de</strong> enxofre, este será encaminhado para Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Dessulfurização,<br />

para retirada dos contaminantes presentes.<br />

Uma parte do gás é utilizada no próprio sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> produção como reinjeção e gás lift,<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a recuperação <strong>de</strong> petróleo do reservatório. O restante do<br />

gás é enviado para processamento, que consiste na separação <strong>de</strong> seus componentes <strong>em</strong><br />

produtos especificados e prontos para utilização.<br />

A produção do gás natural po<strong>de</strong> ocorrer <strong>em</strong> regiões distantes dos centros <strong>de</strong> consumo e,<br />

muitas vezes, <strong>de</strong> difícil acesso. Por esse motivo, tanto a produção como o transporte são<br />

ativida<strong>de</strong>s críticas do sist<strong>em</strong>a. Assim, <strong>em</strong> plataformas marítimas, o gás <strong>de</strong>ve ser<br />

<strong>de</strong>sidratado antes <strong>de</strong> ser enviado para terra, para evitar a formação <strong>de</strong> hidratos, os quais<br />

são compostos sólidos que po<strong>de</strong>m obstruir os gasodutos. Po<strong>de</strong> também ocorrer a<br />

reinjeção do gás para armazenamento no reservatório, se não houver consumo para o<br />

mesmo, como na Amazônia.<br />

Atualmente <strong>de</strong>z estados da Fe<strong>de</strong>ração possu<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> gás natural,<br />

sendo o Rio <strong>de</strong> Janeiro o maior produtor <strong>de</strong>les, conforme apresentado no gráfico da Fig.<br />

2.11.<br />

RN<br />

9%<br />

SE<br />

7%<br />

RJ<br />

46%<br />

SP<br />

5%<br />

AL<br />

6%<br />

Figura 2.11 - Produção <strong>de</strong> gás natural no Brasil, por estado, <strong>em</strong> 1999 (mil m 3 /dia).<br />

Fonte: CONPET (2000).<br />

AM<br />

6%<br />

BA<br />

16%<br />

CE<br />

1%<br />

PR<br />

1%<br />

ES<br />

3%


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 24<br />

Processamento<br />

Nesta etapa, o gás segue para unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural (UPGN),<br />

conforme mostrado na Fig. 2.12 abaixo, resultando <strong>de</strong> um lado gás natural seco e, <strong>de</strong><br />

outro, líquidos <strong>de</strong> gás natural (LGN). Durante o processo <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> do gás natural nas<br />

UPGN, são também r<strong>em</strong>ovidos contaminantes ou reduzidos seus teores, para aten<strong>de</strong>r às<br />

especificações <strong>de</strong> mercado.<br />

Transporte<br />

Figura 2.12 – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás natural.<br />

Fonte: EFEI (2000).<br />

No estado gasoso, o transporte do gás natural é realizado por meio <strong>de</strong> dutos ou, <strong>em</strong><br />

casos muito específicos, <strong>em</strong> cilindros <strong>de</strong> alta pressão.<br />

No estado líquido, o gás po<strong>de</strong> ser transportado por meio <strong>de</strong> navios, barcaças e<br />

caminhões criogênicos, a – 160 [ o C], e seu volume é reduzido cerca <strong>de</strong> 600 vezes,<br />

facilitando o armazenamento. Neste caso, para ser utilizado, o gás <strong>de</strong>ve ser revaporizado<br />

<strong>em</strong> equipamentos apropriados.<br />

A Fig. 2.13 abaixo apresenta os principais gasodutos por Estados do Brasil, segundo<br />

informações da Petrobrás.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 25<br />

Distribuição<br />

Figura 2.13 – Principais gasodutos do Brasil.<br />

Fonte: Petrobrás citado por CONPET (2000).<br />

A distribuição é a etapa final do sist<strong>em</strong>a, quando o gás chega ao consumidor. Nesta fase,<br />

o gás já <strong>de</strong>ve estar aten<strong>de</strong>ndo a padrões rígidos <strong>de</strong> especificação e praticamente isento<br />

<strong>de</strong> contaminantes, para não causar probl<strong>em</strong>as aos equipamentos, on<strong>de</strong> será utilizado<br />

como combustível ou matéria-prima.<br />

Reservas<br />

Na Tab. 2.5 abaixo se apresentam as reservas <strong>de</strong> gás natural no Brasil, <strong>em</strong> terra e mar.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 26<br />

Terra<br />

Mar<br />

Tabela 2.5– Reservas <strong>de</strong> gás natural no Brasil.<br />

Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração<br />

Gás Natural<br />

Reserva Provada Reserva Total<br />

(milhões <strong>de</strong> m 3 ) (milhões <strong>de</strong> m 3 )<br />

Amazonas 44.897 91.013<br />

Ceará 1 1<br />

R. G. Norte 6.171 6.675<br />

Alagoas 7.268 10.163<br />

Sergipe 925 1.026<br />

Bahia 23.705 38.108<br />

Espírito santo 2.510 3.378<br />

Paraná 0 800<br />

Sub-total: Terra 85.477 151.164<br />

Ceará 1.808 2.520<br />

R. G. Norte 17.520 19.442<br />

Alagoas 1.563 1.569<br />

Sergipe 5.385 7.368<br />

Bahia 4.183 8.768<br />

Espírito Santo 5.453 8.316<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 104.904 198.221<br />

São Paulo 4.940 4.940<br />

Paraná 0 1.562<br />

Sub-Total mar 145.756 252.706<br />

Total Nacional 231.233 403.870<br />

Fonte: ANP – Agência Nacional do Petróleo, citado por EFEI (2000).<br />

2.5.4 Características do Gás Natural<br />

O gás natural comercializável é composto <strong>em</strong> maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano e, por isso<br />

todas as análises físicas e termodinâmicas po<strong>de</strong>m ser realizadas como se este fosse o<br />

único gás presente na mistura, s<strong>em</strong> comprometimento dos resultados.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 27<br />

A Tab. 2.6 a seguir apresenta as constantes físicas dos hidrocarbonetos, para facilitar a<br />

i<strong>de</strong>ntificação das características do gás natural.<br />

Composto<br />

Ponto <strong>de</strong> Vaporização ( o C) a 1 atm<br />

Tabela 2.6 Constantes físicas dos hidrocarbonetos.<br />

Ponto <strong>de</strong> solidificação ( o C) a 1 atm<br />

T<strong>em</strong>peratura Crítica ( o C)<br />

Densida<strong>de</strong> do gás à<br />

16 o C e 1atm<br />

Densid.<br />

Relativa<br />

(Ar=1)<br />

[kg/m 3 ]<br />

Calor específico à<br />

16 o c e 1 atm<br />

[KJ/kg/ o C]<br />

Cp<br />

Cv<br />

Po<strong>de</strong>r<br />

calorífico<br />

[MJ/Nm 3 ]<br />

Superior<br />

Inferior<br />

Ar requerido para combustão<br />

[m 3 ar/m 3 combustível]<br />

Limites <strong>de</strong><br />

Inflamabililid.<br />

<strong>em</strong> mistura<br />

com o ar [%<br />

Vol.]<br />

Metano -162 -183 -82,2 0,555* 0,679 2,20 1,67 40 36 9,53 5,00 15,00<br />

Etano -89 -184 32,3 1,046* 1,286 1,71 1,45 71 64 16,7 3,22 12,45<br />

Propano -43 -188 96,8 1,547* 1,916 1,62 1,44 102 93 23,8 2,37 9,50<br />

n-Butano -11 -139 152,2 2,071* 2,534 1,66 1,51 135 124 31 1,86 8,41<br />

Isobutano -12 -160 135,0 2,067* 2,534 (1,62) 1,46 134 123 31 1,86 8,44<br />

n-Pentano 35 -130 196,9 2,491 3,050 1,66 1,55 170 157 38,1 1,80 7,80<br />

n-Hexano 68 -96 235,0 2,975 3,643 1,67 1,57 211 195 45,3 1,25 6,90<br />

n-Octano 125 -57 296,1 3,943 - 1,67 1,60 233 216 59,6 0,84 3,20<br />

n-Decano 173 -30 - 4,912 - - (1,62) 289 268 73,9 0,67 2,60<br />

Fonte: Segeler (1978).<br />

Obs.: os números <strong>em</strong> parênteses são estimados e os volumes reais <strong>de</strong> gás foram<br />

corrigidos para <strong>de</strong>svio.<br />

Deve-se <strong>de</strong>stacar como características do gás natural sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> inferior à do ar,<br />

baixo ponto <strong>de</strong> vaporização e limite <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> mistura com o ar superior a<br />

<strong>de</strong> outros gases combustíveis.<br />

Densida<strong>de</strong> – o gás natural é o único gás cuja <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> relativa é inferior à do ar, este<br />

fato têm relevância <strong>de</strong>cisiva para a segurança.<br />

Ponto <strong>de</strong> vaporização – é o ponto <strong>em</strong> que ocorre a mudança <strong>de</strong> fase do estado líquido<br />

para o gasoso <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminada condição <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e pressão. Sob pressão<br />

atmosférica, a vaporização do gás natural ocorre à t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> –162 [ o C].<br />

Limites <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> – os limites <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos como as<br />

percentagens mínima e máxima <strong>de</strong> gás combustível <strong>em</strong> composição com o ar, a partir<br />

das quais a mistura não inflamará, permanecendo <strong>em</strong> combustão. O limite inferior<br />

representa a menor proporção <strong>de</strong> gás <strong>em</strong> mistura com o ar que irá queimar s<strong>em</strong> a<br />

aplicação continua <strong>de</strong> calor <strong>de</strong> uma fonte externa. Em proporções menores ao limite<br />

inferior, a combustão cessa quando interrompida a aplicação <strong>de</strong> calor. O limite superior<br />

Inferior<br />

Superior


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 28<br />

é a proporção <strong>de</strong> gás na mistura a qual o gás age como diluente e a combustão não se<br />

autopropaga. Para o gás natural, os limites <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> inferior e superior são,<br />

respectivamente, 5% e 15% do volume.<br />

2.6 Energia solar<br />

Aquecimento Solar Central<br />

Os componentes básicos <strong>de</strong> uma instalação <strong>de</strong> aquecimento solar central <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

são mostrados, esqu<strong>em</strong>aticamente, na Fig. 2.14. Neste caso, o fluxo <strong>de</strong> água entre<br />

coletores e reservatório térmico é promovido por bombas, acionadas automaticamente<br />

por um controlador diferencial <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura – CDT. Seus sensores <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

estrategicamente instalados <strong>de</strong> forma a permitir o acionamento das bombas apenas<br />

quando a radiação solar inci<strong>de</strong>nte for superior a um valor crítico, garantindo um valor<br />

positivo para a eficiência da instalação solar, Duffie e Beckmann (1991).<br />

Figura 2.14 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> uma instalação solar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.<br />

Fonte: CEMIG (1993).


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 29<br />

Para pré-dimensionamento e avaliação <strong>de</strong> uma instalação termossolar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

foram utilizados:<br />

programa computacional SISCOS, <strong>de</strong>senvolvido por professores e estudantes do<br />

Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Energia da PUC Minas, Pereira et alli (1997);<br />

método da Carta F (F-chart) para avaliação do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho da instalação solar<br />

<strong>em</strong> médias mensais e anuais, adaptadas para Belo Horizonte e coletores<br />

certificados pelo <strong>Programa</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Etiquetag<strong>em</strong> do INMETRO por Pereira<br />

et alli (1998, 2001) e Torres Pereira (2001).<br />

O resultado <strong>de</strong> saída do método da Carta F, <strong>em</strong>pregado internacionalmente, é<br />

<strong>de</strong>nominado fração solar, que correspon<strong>de</strong> à fração da <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong> energia que<br />

será garantida pelo aquecimento solar. No Brasil, constatações práticas apontam para<br />

valores recomendados para a fração solar, <strong>em</strong> média anual, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 70%. Assim,<br />

30% da energia total requerida seria fornecida pelo aquecimento auxiliar, normalmente<br />

gás ou elétrico. Nesse trabalho, será avaliada a influência da fração solar sobre a seleção<br />

das diferentes alternativas propostas.<br />

Para a utilização dos programas e planilhas mencionadas, Pereira et alli (2001)<br />

propuseram um elenco <strong>de</strong> variáveis e pr<strong>em</strong>issas que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>finidas a priori,<br />

conforme apresentação a seguir:<br />

Coletores Solares Planos:<br />

bateria <strong>de</strong> coletores solares <strong>em</strong> um arranjo série-paralelo, previamente <strong>de</strong>finido<br />

como função da t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> operação <strong>de</strong>sejada;<br />

inclinação e orientação otimizadas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da localida<strong>de</strong> e área livre<br />

disponível para instalação dos coletores solares. Nesse trabalho, adotou-se como<br />

referência à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte, ângulo <strong>de</strong> inclinação dos coletores,<br />

medido <strong>em</strong> relação ao plano horizontal, <strong>de</strong> 25 o , e orientados para o norte<br />

verda<strong>de</strong>iro.<br />

Reservatórios Térmicos:<br />

Volume <strong>de</strong> água quente requerido <strong>de</strong>finido pelos pontos <strong>de</strong> consumo, vazões <strong>de</strong><br />

equipamentos e t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> uso efetivo. A metodologia <strong>de</strong> cálculo é apresentada<br />

no Capítulo 3;


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 30<br />

Número e parâmetros geométricos dos reservatórios térmicos a ser<strong>em</strong><br />

especificados e tipo <strong>de</strong> instalação – horizontal. Neste estudo, optou-se por<br />

volumes máximos <strong>de</strong> 15.000 litros, instalados verticalmente. Tal <strong>de</strong>cisão<br />

justifica-se pela experiência b<strong>em</strong> sucedida da maior obra particular do Estado <strong>de</strong><br />

Minas Gerais (60.000 litros <strong>de</strong> água quente por dia e 804 [m 2 ] <strong>de</strong> coletores<br />

solares planos);<br />

Posicionamento da saída <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> água quente e <strong>de</strong> instalação do<br />

termostato, para atendimento aos diferentes níveis <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura requeridos;<br />

Definição e seleção do aquecimento auxiliar.<br />

A escolha dos coletores solares <strong>de</strong>ve se restringir aos produtos ensaiados e aprovados<br />

pelo <strong>Programa</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Etiquetag<strong>em</strong> do INMETRO (www.inmetro.gov.br), cuja<br />

etiqueta é mostrada na Fig. 2.15. No caso <strong>de</strong> reservatórios, esse programa está restrito a<br />

tanques <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> entre 100 e 1.000 litros. Assim, recomenda-se que sejam<br />

consultadas as <strong>em</strong>presas fabricantes que possu<strong>em</strong> etiqueta para a faixa <strong>de</strong> reservatórios<br />

mencionada e que tenham, também, experiência <strong>em</strong> obras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.<br />

Figura 2.15 – Etiqueta do INMETRO<br />

Fonte: Pereira et alli (2001).


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 31<br />

A produção mensal <strong>de</strong> energia é resultado da extensão dos valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água<br />

quente diários para todos os dias do mês, sendo calculada pela Eq. (2.4), consi<strong>de</strong>randose<br />

que a energia produzida pelo coletor solar durante uma hora equivale ao produto <strong>de</strong><br />

sua eficiência térmica pela energia inci<strong>de</strong>nte no plano do coletor neste período. A<br />

constante 30 converte a energia gerada diária para mensal <strong>em</strong> cada intervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po.<br />

sendo: η é a eficiência térmica;<br />

1<br />

( I + I ) ⋅1h<br />

⋅ ⋅ A [kWh/mês]<br />

9<br />

Emes = ext<br />

h=<br />

1<br />

∑ 30 ⋅η<br />

dir dif<br />

(2.4)<br />

1000<br />

Idir e Idif correspon<strong>de</strong>m às componentes direta e difusa da radiação solar <strong>em</strong><br />

média horária [Wh/m 2 ];<br />

Aext é a área externa do coletor solar [m 2 ].<br />

Adotou-se como unida<strong>de</strong> básica o kWh/mês, para permitir uma melhor avaliação, por<br />

parte dos consumidores finais, da economia <strong>de</strong> energia a ser obtida com a utilização do<br />

aquecimento solar.<br />

No Apêndice 1 apresenta-se a base <strong>de</strong> dados atual, <strong>de</strong> 10/1998 a 08/2001, dos coletores<br />

solares ensaiados e etiquetados pelo INMETRO. Os valores disponíveis nas etiquetas<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser utilizados apenas como ponto <strong>de</strong> partida para as simulações a ser<strong>em</strong><br />

promovidas, conforme discutido nos Capítulos 3 e 5.<br />

2.7 Análise Econômica<br />

A implantação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração que economize fontes energéticas não<br />

garante benefícios econômicos.<br />

A viabilida<strong>de</strong> econômica da planta relaciona-se a questão dos custos <strong>de</strong> venda da<br />

energia cogerada e aos custos <strong>de</strong> cogeração.<br />

A melhor maneira <strong>de</strong> se avaliar a atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto é conduzi-lo a uma análise<br />

financeira <strong>de</strong>talhada e comparar o retorno a taxas <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> mercado <strong>em</strong><br />

projetos que apresent<strong>em</strong> riscos similares.<br />

2.7.1 Consi<strong>de</strong>rações gerais para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração<br />

Um projeto <strong>de</strong> cogeração po<strong>de</strong> ser comparado a qualquer outro projeto que possua<br />

longo período e apresente riscos financeiros. Portanto, os passos a ser<strong>em</strong> seguidos foram<br />

praticamente os mesmos <strong>em</strong>pregados para análise <strong>de</strong> investimento <strong>em</strong> qualquer projeto.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 32<br />

A análise econômica e benefícios do projeto, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser precedidos pelos parâmetros<br />

técnicos discutidos anteriormente.<br />

Um roteiro típico para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> cogeração, United Nations<br />

(2000):<br />

1. Análise Técnica;<br />

2. Estudo Econômico;<br />

3. Seleção da melhor solução;<br />

4. Planejamento financeiro;<br />

5. Decisão;<br />

6. Resultados técnicos;<br />

7. Ponto <strong>de</strong> partida;<br />

8. Resultados Técnicos e financeiros.<br />

Conforme discutido anteriormente, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong>ve ser dimensionado <strong>de</strong><br />

modo a aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda elétrica ou térmica <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada planta industrial ou<br />

comercial. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comercialização do exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> energia e o “retrofit” <strong>de</strong><br />

instalações existentes po<strong>de</strong>m proporcionar o retorno do investimento atrativo antes<br />

mesmo do redimensionamento da planta. Assim sendo, a inserção <strong>de</strong> cogeração na<br />

planilha <strong>de</strong> custos da <strong>em</strong>presa causará modificações relevantes, à concessionária ou<br />

mercado atacadista <strong>de</strong> energia, incluindo-se o exce<strong>de</strong>nte comercializado. De uma forma<br />

genérica, o exce<strong>de</strong>nte energético torna-se um produto comercializado e, como tal,<br />

regido por contrato <strong>de</strong> fornecimento e comprometimento, função dos investimentos na<br />

planta <strong>de</strong> cogeração.<br />

Rose e Mc Donald, (1991) citado por United Nations (2000) <strong>de</strong>finiram como<br />

parâmetros <strong>de</strong> análise na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes energéticos:<br />

Custo do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas térmicas do processo;<br />

Preço da eletricida<strong>de</strong> comprada na concessionária;<br />

Retorno monetário pela comercialização da energia elétrica;<br />

D<strong>em</strong>anda térmica e elétrica da <strong>em</strong>presa.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 33<br />

2.7.2 Parâmetros relevantes para a análise econômica da cogeração<br />

A cogeração é consi<strong>de</strong>rada economicamente viável quando as diferentes formas <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> energia térmica e elétrica, possuír<strong>em</strong> valores mais elevados do que os<br />

custos <strong>de</strong> investimento e operação <strong>de</strong>correntes da cogeração. (United Nations 2000).<br />

A seguir, t<strong>em</strong>-se, os principais fatores a ser<strong>em</strong> levados <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração para a avaliação<br />

<strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> cogeração,:<br />

Investimento inicial;<br />

Custos <strong>de</strong> operação e manutenção;<br />

Custo do combustível;<br />

Preço da energia comprada e vendida.<br />

O investimento inicial é a variável mais importante na <strong>de</strong>cisão pela implantação <strong>de</strong><br />

sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração, <strong>de</strong>vendo incluir o custo do pré-projeto <strong>de</strong> engenharia,<br />

consultoria externa, taxas <strong>de</strong> importação, obras civis, montag<strong>em</strong> eletro-mecânica e itens<br />

compl<strong>em</strong>entares, tais como conexões elétricas, tubulações <strong>de</strong> vapor, <strong>de</strong> água, <strong>de</strong><br />

con<strong>de</strong>nsado, torres <strong>de</strong> resfriamento, instrumentação e controle.<br />

O custo <strong>de</strong> operação e manutenção <strong>de</strong>ve incluir os custos diretos e indiretos <strong>de</strong> operação<br />

da nova instalação, tais como serviços, equipamentos <strong>de</strong> reserva, armazenamento <strong>de</strong><br />

combustíveis, substituição <strong>de</strong> peças e equipamentos. A tecnologia atual permite a<br />

automação completa <strong>de</strong> pequenas unida<strong>de</strong>s, reduzindo consi<strong>de</strong>ravelmente custos <strong>de</strong><br />

operação e manutenção.<br />

Dev<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados na análise os custos anuais incorridos, tais como seguro e<br />

imposto <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>. Estes custos são, geralmente, calculados como uma<br />

porcentag<strong>em</strong> fixa do investimento inicial.<br />

Custos <strong>de</strong>correntes do consumo <strong>de</strong> combustível são provavelmente os que representam<br />

o maior componente do consumo <strong>de</strong> energia. Se a planta <strong>de</strong> cogeração é adicionada à<br />

planta existente, consi<strong>de</strong>ra-se apenas o custo da diferença <strong>de</strong> combustível consumida<br />

para aquecimento e geração, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se exija da planta sua operação por um longo<br />

período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po. Deve-se intensificar o preço do combustível <strong>de</strong> maneira realista.<br />

O preço <strong>de</strong> energia comprada e comercializada é um parâmetro <strong>de</strong>cisivo, que inclui o<br />

valor líquido da energia térmica ou elétrica, o qual é <strong>de</strong>slocado à medida que excesso <strong>de</strong><br />

energia elétrica ou térmica é vendida.


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 34<br />

2.7.3 Fontes <strong>de</strong> Financiamento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração são projetos intensivos <strong>em</strong> capital e as fontes <strong>de</strong> financiamento<br />

<strong>de</strong> capital po<strong>de</strong>m ser usadas. É importante, portanto, conhecer a taxa <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> cada<br />

alternativa. As fontes <strong>de</strong> financiamento po<strong>de</strong>m ser uma das possibilida<strong>de</strong>s a seguir:<br />

Autofinanciamento: o capital é gerado da própria ativida<strong>de</strong> da cogeração;<br />

Empréstimo: requer seguro próprio e garantia;<br />

Leasing: a proprieda<strong>de</strong> é mantida pela companhia <strong>de</strong> leasing;<br />

Financiamento da 3 a parte: comprometido pela companhia <strong>de</strong> serviço energético;<br />

“Facility manag<strong>em</strong>ent”: redução da conta <strong>de</strong> energia para o usuário, s<strong>em</strong> capital <strong>de</strong><br />

risco.<br />

Financiamento Próprio po<strong>de</strong> ser realizado <strong>de</strong> várias formas, como por ex<strong>em</strong>plo, capital<br />

próprio, fundo <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação e lucro retido. Capital próprio é fornecido e usado pelo<br />

proprietário na expectativa <strong>de</strong> se receber um lucro mínimo. No financiamento próprio,<br />

no entanto, o proprietário não possui garantia se realmente haverá lucro ou pelo menos,<br />

o capital próprio investido será recuperado.<br />

Normalmente, uma parte do lucro oriunda do <strong>em</strong>preendimento é conservada após o<br />

pagamento dos divi<strong>de</strong>ndos a<strong>de</strong>quados aos acionistas e, então, este capital é investido<br />

novamente para a promoção no aumento dos lucros.<br />

Na realida<strong>de</strong>, o <strong>em</strong>preen<strong>de</strong>dor envolvido po<strong>de</strong> preferir guardar o capital para<br />

financiamento <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> principal, a qual passa apresentar um risco menor e ser<br />

fonte <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> financiamento.<br />

Leasing é apenas uma das várias maneiras <strong>de</strong> se obter capital <strong>de</strong> trabalho e esta <strong>de</strong>cisão<br />

po<strong>de</strong> ser baseada sobre o custo <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> capital por outros métodos.<br />

Uma das modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leasing, que merece atenção é o “lease back” (sale leasing)<br />

pelo qual o proprietário <strong>de</strong> um b<strong>em</strong> durável (máquinas ou equipamentos) transfere-o a<br />

uma instituição financeira e o toma <strong>em</strong> arrendamento. Sua maior finalida<strong>de</strong> consiste na<br />

obtenção do capital <strong>de</strong> giro, segundo Pereira (2000).<br />

Alguns custos indiretos – que são difíceis <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar <strong>em</strong> muitos casos – são<br />

associados à posse que po<strong>de</strong> não se aplicar aos equipamentos arrendados. Em muitos<br />

casos, o leasing possui um custo menor do que o investimento próprio, porém, custos


Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 35<br />

comparativos reais e outros fatores <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados anteriormente à tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão.<br />

O conceito <strong>de</strong> “facility manag<strong>em</strong>ent” não é muito distinto do financiamento por um<br />

terço, exceto pela sua facilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> relação à ESCO <strong>de</strong> ajustar a necessida<strong>de</strong> local a<br />

qual não esteja ligada a ativida<strong>de</strong> principal do cliente.<br />

“Facility Manag<strong>em</strong>ent” é, normalmente, uma modalida<strong>de</strong> viável para gran<strong>de</strong>s clientes<br />

ou para atendimento <strong>de</strong> vários clientes a ser<strong>em</strong> atendidos <strong>em</strong> uma mesma localida<strong>de</strong>,<br />

tornando-se, assim, econômico investir <strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> geração energética.<br />

2.7.4 Ferramentas para análise financeira <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração<br />

Indicadores econômicos são utilizados para se medir a atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto.<br />

Alguns indicadores são usados para a melhor escolha entre vários projetos.<br />

O dimensionamento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração é algumas vezes executado através da<br />

análise financeira nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência da concessionária <strong>em</strong> que há opção para<br />

compra/importação da eletricida<strong>de</strong> ao invés da geração própria <strong>de</strong> toda a eletricida<strong>de</strong>.<br />

Em muitas circunstâncias, o tamanho ótimo do sist<strong>em</strong>a será o correspon<strong>de</strong>nte ao menor<br />

custo anual ou também ao máximo lucro anual líquido.<br />

A avaliação da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> cogeração envolve a análise da<br />

<strong>de</strong>manda energética, a i<strong>de</strong>ntificação das opções técnicas, a otimização <strong>de</strong> cada opção<br />

técnica e ainda a análise financeira para seleção da melhor opção.


Capítulo 3<br />

METODOLOGIA DE TRABALHO<br />

Neste capítulo, apresenta-se a uma proposta metodológica para o pré-dimensionamento<br />

<strong>de</strong> uma central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água, para as diferentes alternativas discutidas no<br />

Capítulo 2. A seleção do sist<strong>em</strong>a busca minimizar custos referentes ao investimento do<br />

novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> geração energética, manutenção e operação, consi<strong>de</strong>rando-se os<br />

recursos relativos ao retorno monetário. Serão avaliadas opções da utilização própria da<br />

energia gerada, dispensando sua compra da concessionária, ou a comercialização da<br />

energia exce<strong>de</strong>nte.<br />

A metodologia proposta neste trabalho foi subdividida <strong>em</strong> etapas, apresentadas a seguir.<br />

O passo inicial será a <strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente. No caso <strong>de</strong><br />

indústrias <strong>em</strong> operação, o levantamento <strong>de</strong> campo é recomendado, pois cont<strong>em</strong>pla todas<br />

as especificida<strong>de</strong>s da indústria. Para novas instalações, esse levantamento será feito a<br />

partir <strong>de</strong> valores típicos disponíveis <strong>em</strong> normas e catálogos.<br />

Com base no consumo <strong>de</strong> água quente e das eficiências térmicas dos equipamentos<br />

envolvidos, será calculado o consumo energético requerido. As etapas seguintes tratam<br />

da seleção <strong>de</strong> alternativas e da avaliação técnico-econômica.<br />

3.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente<br />

Para a <strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong> água quente <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar :<br />

turnos <strong>de</strong> operação da indústria e respectivos horários <strong>de</strong> troca;<br />

número <strong>de</strong> funcionários por turno e estimativa do percentual <strong>de</strong> banhos diários;<br />

número <strong>de</strong> refeições servidas;<br />

utilização <strong>de</strong> água quente no processo industrial, caracterizando-se vazões e<br />

t<strong>em</strong>peratura típicas.<br />

Levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente <strong>em</strong> campo<br />

Esse levantamento <strong>de</strong>ve ser realizado nos pontos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> água quente,<br />

caracterizando-se a vazão e t<strong>em</strong>peratura da água quente requerida. Como ex<strong>em</strong>plo<br />

apresenta-se a planilha para vestiários e refeitórios industriais.<br />

36


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 37<br />

Vestiário<br />

Número <strong>de</strong> banhos dos funcionários (Nb);<br />

T<strong>em</strong>po médio <strong>de</strong> duração do banho (θ);<br />

Vazão volumétrica do chuveiro (vvch).<br />

V = Fu ⋅ Nb ⋅θ<br />

⋅ vv<br />

(3.1)<br />

ch<br />

sendo,Vch o consumo <strong>de</strong> água quente medido no vestiário [litros/dia] e Fu o fator <strong>de</strong><br />

utilização dos chuveiros por parte dos funcionários [<strong>de</strong>cimal].<br />

Cozinha e Refeitório Industriais: para cada equipamento i <strong>de</strong>ve-se medir ou estimar:<br />

Número <strong>de</strong> utilizações <strong>de</strong> cada equipamento por dia (N);<br />

Consumo <strong>de</strong> água quente <strong>em</strong> cada equipamento por operação (vvi).<br />

i<br />

i<br />

i<br />

1<br />

Obs.: O valor estimado para banhos <strong>em</strong> vestiários industriais é significativamente menor do que o apresentado na norma. Assim,<br />

estimou-se apenas um consumo <strong>de</strong> 15 litros/banho, correspon<strong>de</strong>nte a um banho <strong>de</strong> 5 minutos <strong>em</strong> chuveiro convencional (vazão <strong>de</strong> 3<br />

litros/min). Este valor foi medido <strong>em</strong> uma indústria alimentícia da região <strong>de</strong> Belo Horizonte, Pereira [1999].<br />

ch<br />

V = N ⋅ vv<br />

(3.2)<br />

Vi é o volume <strong>de</strong> água quente consumido no equipamento i [litros/dia].<br />

Assim, o consumo total é a soma dos consumos diários no vestiário e <strong>em</strong> cada<br />

equipamento do refeitório industrial, calculados pelas Eqs. (3.1). e (3.2).<br />

3.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas e catálogos<br />

A estimativa <strong>de</strong> consumo <strong>em</strong> banhos e refeitórios industriais baseou-se na norma da<br />

ABNT - NBR 7198. Os valores <strong>de</strong> interesse estão apresentados na Tab. 3.1 a seguir:<br />

Tabela 3.1 – Consumo <strong>de</strong> água quente típico. Fonte: ABNT – NBR 7198.<br />

Equipamento Consumo Típico litros/dia<br />

Alojamento provisório <strong>de</strong> obra 24 pessoa 1<br />

Residência 45 por pessoa<br />

Apartamento 60 por pessoa<br />

Quartel 45 por pessoa<br />

Hospital 125<br />

Restaurantes e similares 12 por refeição


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 38<br />

Para outros pontos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> água quente utiliza-se a Eq. (3.1) ou (3.2),<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo e características <strong>de</strong> cada equipamento.<br />

3.3 Descrição das instalações térmicas<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste it<strong>em</strong> é a avaliação da eficiência térmica dos equipamentos existentes,<br />

assim como da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “retrofit”, <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> substituição do processo atual. As<br />

informações a ser<strong>em</strong> levantadas são: <strong>de</strong>scrição sucinta do equipamento térmico,<br />

incluindo-se marca e mo<strong>de</strong>lo.<br />

Dados <strong>de</strong> placa :<br />

Tipo;<br />

Vazão mássica;<br />

Pressão máxima <strong>de</strong> trabalho, teste e operação;<br />

T<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> operação;<br />

Superfície <strong>de</strong> aquecimento;<br />

Ano <strong>de</strong> fabricação;<br />

Combustível utilizado;<br />

3.4 Levantamento do consumo diário <strong>de</strong> energia<br />

O consumo diário <strong>de</strong> energia relativo ao aquecimento <strong>de</strong> água na indústria é dado por:<br />

V. i . c p ⋅ ∆Ti<br />

Q =<br />

i 3,<br />

6<br />

ρ<br />

(3.3)<br />

sendo, Qi a energia requerida para aquecimento <strong>de</strong> água no equipamento i, <strong>em</strong><br />

[kWh/dia];<br />

ρ a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água na t<strong>em</strong>peratura média <strong>de</strong> operação, <strong>em</strong> kg/m 3 ;<br />

Vi o volume <strong>de</strong> água consumido no equipamento i, calculado pela Eq. (3.1) ou<br />

(3.2);<br />

cp o calor específico a pressão constante da água, calculado à t<strong>em</strong>peratura média<br />

<strong>de</strong> operação, <strong>em</strong> [kJ/kg o C];<br />

∆Ti a diferença entre a t<strong>em</strong>peratura da água na operação do equipamento i e a<br />

t<strong>em</strong>peratura da água <strong>de</strong> alimentação da re<strong>de</strong>, <strong>em</strong> [ o C];<br />

Assim, a energia total consumida na central <strong>de</strong> aquecimento (Q) é dada por :<br />

= ∑<br />

i Q Q<br />

i (3.4)


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 39<br />

3.5 Cálculo das eficiências térmicas dos equipamentos utilizados<br />

Na indústria a ser analisada no estudo <strong>de</strong> casos do Capítulo 5, o aquecimento <strong>de</strong> água é<br />

promovido <strong>em</strong> trocadores <strong>de</strong> calor cujo fluido quente é vapor proveniente <strong>de</strong> uma<br />

cal<strong>de</strong>ira a gás. Assim, o cálculo <strong>de</strong> eficiência térmica discutido neste it<strong>em</strong> será restrito a<br />

tais equipamentos.<br />

3.5.1 Trocador <strong>de</strong> calor<br />

A efetivida<strong>de</strong> do trocador <strong>de</strong> calor (ηtc) é <strong>de</strong>finida como a relação entre a taxa real <strong>de</strong><br />

transferência <strong>de</strong> calor no trocador <strong>de</strong> calor (q) e a taxa máxima possível (qmáx), na<br />

forma:<br />

q<br />

tc q<br />

= η (3.5)<br />

máx<br />

Incropera (1992) apresenta um estudo completo sobre a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trocadores <strong>de</strong><br />

calor que po<strong>de</strong> ser reescrita como:<br />

( T −T<br />

)<br />

[ m!<br />

f ⋅c<br />

p ⋅ sf ef ]<br />

η =<br />

(3.6)<br />

tc [( m!<br />

⋅c<br />

⋅(<br />

T −T<br />

f )]<br />

sendo, m! f a vazão mássica <strong>de</strong> água fria ,<strong>em</strong> [kg/s];<br />

m! q a vazão mássica <strong>de</strong> água quente,<strong>em</strong> [kg/s];<br />

q<br />

Teq a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido quente, <strong>em</strong> [ºC];<br />

Tsf a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída do fluido frio, <strong>em</strong> [ºC];<br />

Tef a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> entrada do fluido frio, <strong>em</strong> [ºC].<br />

3.5.2 Cal<strong>de</strong>ira<br />

p<br />

eq<br />

O rendimento <strong>de</strong> um gerador <strong>de</strong> vapor é <strong>de</strong>finido como a relação entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

calor transmitida à água durante o processo, <strong>de</strong>nominada Q útil<br />

! , e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor<br />

fornecida na combustão, Q cc<br />

! . Dois métodos distintos são usados para calcular a<br />

eficiência das cal<strong>de</strong>iras. Método Direto e o Método das Perdas: ambos os métodos são<br />

fundamentalmente eficientes, mas Dukelow (1991) avalia que o método das perdas ou<br />

e


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 40<br />

método indireto fornece resultados mais precisos. Porém, o método direto é o mais<br />

utilizado, por sua maior facilida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z, além <strong>de</strong> menor custo envolvido.<br />

A eficiência calculada pelo Método Direto (ηDIR) é dada por:<br />

m!<br />

v(<br />

hv<br />

− hs<br />

) + m!<br />

d ( hd<br />

− hs<br />

)<br />

η = 100 ⋅<br />

(3.7)<br />

m!<br />

PCI<br />

DIR ⋅<br />

sendo m! v a vazão mássica do vapor produzido, <strong>em</strong> [kg/s];<br />

m! d a vazão mássica do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, <strong>em</strong> [kg/s];<br />

m! c a vazão mássica do combustível queimado, <strong>em</strong> [kgcomb/s];<br />

hv a entalpia do vapor produzido, <strong>em</strong> [kJ/kg];<br />

hd a entalpia do vapor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, <strong>em</strong> [kJ/kg];<br />

hs a entalpia da água <strong>de</strong> alimentação da cal<strong>de</strong>ira, <strong>em</strong> [kJ/kg].;<br />

PCI o po<strong>de</strong>r calorífico inferior do combustível <strong>em</strong> [kJ/kgcomb].<br />

c<br />

Dukelow (1991) ressalta que, como este método usa três valores distintos <strong>de</strong> vazão,<br />

para que se tenha uma avaliação individual mais precisa, será imprescindível a<br />

utilização <strong>de</strong> medidores que possuam faixas <strong>de</strong> incerteza entre 1 e 2%. A incerteza <strong>de</strong>sta<br />

medição para sensores industriais t<strong>em</strong> sido estimada na faixa <strong>de</strong> 3 a 5%, constituindo-se,<br />

assim, uma das principais limitações <strong>de</strong>ste método, juntamente com a incerteza<br />

associada ao po<strong>de</strong>r calorífico do combustível.<br />

A eficiência térmica pelo Método Indireto ou Método das Perdas, segundo Dukelow<br />

(1991), é dada pela Eq. (3.8) a seguir:<br />

η = −(<br />

P + P + P + P + P )<br />

(3.8)<br />

100 gs u H O r nm<br />

IND 2<br />

sendo Pgs a perda térmica através do gás seco;<br />

Pu a perda associada à umida<strong>de</strong> do combustível;<br />

PH2O a perda térmica <strong>de</strong>vido à formação <strong>de</strong> água no combustível;<br />

Pr a perda térmica por radiação;<br />

Pnm as perdas não medidas.


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 41<br />

Os cálculos para a <strong>de</strong>terminação das perdas térmicas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> obe<strong>de</strong>cer aos<br />

procedimentos estabelecidos pela norma ASME, PTC 4.1a e 4.1b (1964), e discutidos a<br />

seguir:<br />

1. Perda térmica através do gás seco - Pgs<br />

P<br />

gs<br />

m<br />

= !<br />

gs<br />

⋅cp<br />

comb<br />

⋅(<br />

T<br />

PCI<br />

gs<br />

−T<br />

sendo m! gs a vazão mássica <strong>de</strong> gás seco, <strong>em</strong> [kg/s];<br />

Tgs a t<strong>em</strong>peratura do gás seco, <strong>em</strong> [ºC] ;<br />

Tar a t<strong>em</strong>peratura do ar, <strong>em</strong> [ºC];<br />

ar<br />

) ⋅100<br />

cpcomb o calor específico do combustível, <strong>em</strong> [kJ/kg ºC].<br />

2. Perda térmica <strong>de</strong>vido à umida<strong>de</strong> do combustível - Pu :<br />

P<br />

u<br />

(3.9)<br />

u ⋅(<br />

hgs<br />

− har<br />

)<br />

= (3.10)<br />

PCI<br />

sendo, u a umida<strong>de</strong> do combustível [% volumétrica];<br />

hgs a entalpia do vapor calculada para a t<strong>em</strong>peratura dos gases à saída da<br />

cal<strong>de</strong>ira, <strong>em</strong> [kJ/kg];<br />

har a entalpia da água à t<strong>em</strong>peratura do ar <strong>de</strong> combustão, <strong>em</strong> [kJ/kg].<br />

3. Perdas <strong>de</strong>vido à formação <strong>de</strong> H2O do H2 do combustível<br />

P<br />

H 2<br />

O<br />

9 ⋅ H 2 ⋅(<br />

hgs<br />

− har<br />

)<br />

= (3.11)<br />

PCI<br />

sendo, H2 o volume <strong>de</strong> hidrogênio do combustível [% volumétrica].<br />

4. Perdas radiantes - Pr<br />

P r<br />

sendo, r a perda por radiação.<br />

5. Perdas não medidas - Pnm<br />

100 ⋅ r<br />

= (3.12)<br />

PCI<br />

P nm<br />

100 ⋅ x<br />

= (3.13)<br />

PCI


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 42<br />

sendo, x a perda não medida (x).<br />

É necessário salientar que o procedimento <strong>de</strong> cálculo com base na norma ASME foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido consi<strong>de</strong>rando-se apenas as perdas <strong>de</strong>correntes do uso do combustível gás<br />

natural, <strong>de</strong>sprezando-se termos relativos às perdas não pertinentes a esse combustível.<br />

Consumo da energia liberada pelo gás natural para o aquecimento <strong>de</strong> água<br />

A energia real a ser liberada pelo gás natural associado ao procedimento <strong>de</strong><br />

aquecimento <strong>de</strong> água é calculada a seguir <strong>em</strong> função das eficiências dos equipamentos<br />

térmicos na forma:<br />

Q<br />

real<br />

Q<br />

= (3.14)<br />

∏⋅η<br />

sendo que o <strong>de</strong>nominador representa o produto das eficiências <strong>de</strong> todos os equipamentos<br />

utilizados na configuração convencional.<br />

3.5.3 Consumo real <strong>de</strong> gás natural por dia<br />

O consumo diário <strong>de</strong> gás natural (CGN) é dado pela Eq. (3.15) abaixo:<br />

3600 ⋅Qreal<br />

CGN =<br />

PCI<br />

(3.15)<br />

sendo PCI consi<strong>de</strong>rado constante e igual a 61.500 [kJ/kg comb]., Balestieri (1994).<br />

3.6 Seleção <strong>de</strong> alternativas<br />

3.6.1 Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento solar<br />

Para a seleção do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento solar, recomenda-se a exigência <strong>de</strong> produtos<br />

certificados pelo INMETRO, cuja etiqueta mostrada na Fig. 2.15 possui as seguintes<br />

informações:<br />

Fabricante:<br />

Mo<strong>de</strong>lo:<br />

Eficiência Média (%):<br />

Produção mensal <strong>de</strong> energia por coletor solar – Emês [kWh/mês/m 2 ]:<br />

i


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 43<br />

Informações adicionais a ser<strong>em</strong> solicitadas:<br />

Custo do coletor (R$):<br />

Custo do reservatório térmico (R$):<br />

Custo <strong>de</strong> Projeto e Instalação (R$):<br />

1. Cálculo da área coletora - Acol:<br />

Para inicialização do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da área coletora, calcula-se a área<br />

total <strong>de</strong> coletores (Acol) pela Eq. (3.23) abaixo:<br />

A<br />

col<br />

sendo, Q <strong>de</strong>terminado pela Eq. (3.4).<br />

30 ⋅Q<br />

= (3.16)<br />

E<br />

mês<br />

2. Cálculo do Volume do Reservatório Térmico - VRT<br />

O cálculo do volume <strong>de</strong> água quente a ser armazenado no reservatório térmico,<br />

consi<strong>de</strong>ra o somatório dos volumes <strong>de</strong>finidos <strong>em</strong> cada equipamento i pelas Eqs. (3.1) e<br />

(3.2), além <strong>de</strong> um fator <strong>de</strong> segurança ou <strong>de</strong> autonomia – fseg, a ser <strong>de</strong>finido pelo<br />

projetista. Assim , t<strong>em</strong>-se :<br />

V = f . ∑Vi<br />

(3.17)<br />

RT<br />

seg<br />

Além do levantamento do consumo diário <strong>de</strong> água quente e da área coletora necessária<br />

para aten<strong>de</strong>r a este consumo, é também necessário levantar<strong>em</strong>-se coor<strong>de</strong>nadas<br />

geográficas da localida<strong>de</strong>, dados climatológicos da região e também do local para<br />

alocação e arranjo (inclinação e orientação) da bateria <strong>de</strong> coletores na obra, avaliando-se<br />

ainda a presença <strong>de</strong> sombreamento no local <strong>de</strong> instalação das placas. Assim, <strong>de</strong>ve-se<br />

pesquisar os itens a seguir:<br />

Localida<strong>de</strong><br />

Latitu<strong>de</strong> geográfica;<br />

Longitu<strong>de</strong>;<br />

Altitu<strong>de</strong>.<br />

i


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 44<br />

Instalação dos coletores<br />

Inclinação;<br />

Azimutal <strong>de</strong> superfície;<br />

Refletivida<strong>de</strong> da vizinhança.<br />

Seleção do coletor solar: neste estudo foi arbitrado um mo<strong>de</strong>lo genérico da categoria B,<br />

segundo a classificação do INMETRO.<br />

Eficiência Média;<br />

Produção Mensal <strong>de</strong> Energia por [m 2 ] <strong>de</strong> área coletora.<br />

T<strong>em</strong>peratura da água<br />

Tmáx: T<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>sejada na operação;<br />

Tmín: valor mínimo da t<strong>em</strong>peratura da água aceitável;<br />

Tre<strong>de</strong>: t<strong>em</strong>peratura da água <strong>de</strong> alimentação da re<strong>de</strong>.<br />

Os cálculos da energia requerida no equipamento é feito através da Eq. (3.3) sendo<br />

∆ T = T −T<br />

.<br />

i<br />

máx<br />

re<strong>de</strong><br />

3.6.2 Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Cogeração<br />

Para atendimento à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente, consi<strong>de</strong>ra-se, a priori, instalações <strong>de</strong><br />

cogeração <strong>de</strong> menor porte. Assim, esse estudo se restringe às configurações <strong>de</strong> turbina e<br />

motores recíprocos, ambos a gás natural.<br />

1. Energia da Câmara <strong>de</strong> combustão<br />

Conforme discutido anteriormente, a <strong>de</strong>finição do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração é feita pelo<br />

ajuste <strong>de</strong> carga térmica. O cálculo da taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor Q!<br />

) requerida<br />

( cc<br />

para aquecimento <strong>de</strong> água na indústria é dada pela Eq. (3.18) a seguir:<br />

Q!<br />

=<br />

P i [ kW ]<br />

(3.18)<br />

cc<br />

ηeq<br />

sendo Pi a potência do equipamento i;<br />

ηeq correspon<strong>de</strong>nte à eficiência do equipamento, a ser fornecida pelo fabricante.


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 45<br />

2. Cálculo da energia liberada pelos gases <strong>de</strong> exaustão do equipamento<br />

! = m!<br />

⋅c<br />

⋅(<br />

T )<br />

(3.19)<br />

Qrec g pg s−150<br />

sendo m! g a vazão mássica do gás, <strong>em</strong> kg/s, dado pelo catálogo do fabricante;<br />

cpg é o calor específico dos gases <strong>de</strong> combustão, consi<strong>de</strong>rado 1,17 [kJ/kg ºC],<br />

(Machado Jr. 1993);<br />

Ts é a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> saída dos gases <strong>de</strong> exaustão do equipamento, <strong>em</strong> [ºC], do<br />

catálogo do fabricante;<br />

150 [ºC] correspon<strong>de</strong> a t<strong>em</strong>peratura mínima <strong>de</strong> saída da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação<br />

para que se evite a formação <strong>de</strong> ácidos e corrosão neste equipamento, conforme<br />

United Nations (2000).<br />

Caso a energia térmica calculada anteriormente seja inferior à energia mínima<br />

necessária, da Eq. (3.14) <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra-se a eficiência da cal<strong>de</strong>ira e calcula-se o número<br />

<strong>de</strong> equipamentos a satisfazer esta condição.<br />

3. Cálculo do consumo <strong>de</strong> gás natural para a nova configuração <strong>de</strong> cogeração<br />

O consumo <strong>de</strong> gás natural para a nova configuração <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água é calculado<br />

utilizando a Eq. (3.20) a seguir:<br />

CGN<br />

4. Cálculo da eficiência dos gases <strong>de</strong> exaustão<br />

i<br />

.<br />

3600 ⋅Qcc<br />

= [ kg GN / hora ]<br />

(3.20)<br />

PCI<br />

A eficiência dos gases <strong>de</strong> exaustão é calculada <strong>em</strong> função da potência e número <strong>de</strong><br />

equipamentos, da energia entregue na câmara <strong>de</strong> combustão conforme a Eq. (3.18):<br />

*<br />

Qreal<br />

.<br />

cc<br />

P i+<br />

η e = 1 −<br />

Q<br />

(3.21)<br />

sendo, Q * real a energia calculada pela Eq. (3.14), <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se a eficiência da<br />

cal<strong>de</strong>ira, a qual não será utilizada na configuração atual.<br />

Motor <strong>de</strong> Combustão Interna<br />

A razão potência/calor para um motor <strong>de</strong> combustão interna <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração<br />

po<strong>de</strong> ser calculada pela Eq. (3.22) a seguir:<br />

ηeq<br />

PHR = (3.22)<br />

η ⋅η<br />

e<br />

hrsg


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 46<br />

sendo, η eq é a eficiência <strong>de</strong> saída do equipamento;<br />

η e é a eficiência térmica da exaustão, <strong>de</strong>cimal;<br />

η hrsg é a eficiência da cal<strong>de</strong>ira recuperativa; <strong>de</strong> acordo com o catálogo do<br />

fabricante ou estimado na faixa <strong>de</strong> 70 a 80%.<br />

A razão calor/potência é dada pelo inverso da Eq. (3.22), assim, t<strong>em</strong>-se:<br />

ηe ⋅ηhrsg<br />

HPR = (3.23)<br />

η<br />

eq<br />

O teste <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> térmica é realizado <strong>em</strong> função da razão potência/calor (PHR), Eq.<br />

(3.22) ou analogamente através da relação calor/potência (HPR), Eq. (3.23). O intervalo<br />

<strong>de</strong> valores, para cada sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração, está mostrado na Tab. 2.3, <strong>em</strong> função do<br />

parâmetro calor/potência.<br />

T i<br />

P PHR ⋅ = (3.24)<br />

Assim, quando a Eq. (3.25), a seguir, for satisfeita, o equipamento será termicamente<br />

viável, termicamente.<br />

T > ( Qreal<br />

⋅ηcald<br />

)<br />

(3.25)<br />

Tabela 3.2 – Distribuição percentual <strong>de</strong> potência <strong>em</strong> um motor <strong>de</strong> combustão interna.<br />

Capacida<strong>de</strong><br />

Saídas 60 [kW] 230 – 840 [kW] 1.200 – 2.400 [kW]<br />

Geração Elétrica (%) 26 33 35<br />

Arrefecimento (%) 23 30 29<br />

Exaustão (%) 47 30 29<br />

Perdas (%) 4 7 7<br />

Combustível (%) 100 100 100<br />

Fonte: United Nations (2000).


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 47<br />

Turbina a gás<br />

Para turbinas a gás, os cálculos são análogos aos apresentados para motores <strong>de</strong><br />

combustão interna, levando-se <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração as perdas típicas da Tab. 3.3.<br />

Tabela 3.3 – Balanço térmico típico das turbinas a gás.<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pequeno Porte Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Médio Porte<br />

Eletricida<strong>de</strong> 21 % 29 %<br />

Energia dos gases <strong>de</strong><br />

exaustão (teoricamente<br />

recuperáveis)<br />

Energia dos gases <strong>de</strong><br />

exaustão (não recuperáveis)<br />

Perdas no gerador, óleo e<br />

radiação<br />

53 % 46 %<br />

21 % 20 %<br />

5 % 5 %<br />

Combustível 100 % 100 %<br />

Fonte: United Nations (2000).<br />

Para facilitar a seleção final dos mo<strong>de</strong>los, uma base <strong>de</strong> dados sobre turbinas a gás e<br />

motores está disponibilizada nos Apêndices 2 e 3.<br />

3.7 Análise Econômica<br />

O investimento <strong>em</strong> uma nova central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água requer uma análise<br />

técnico-econômica antes do <strong>em</strong>prego efetivo do recurso financeiro no <strong>em</strong>preendimento.<br />

A rotina <strong>de</strong> análise a ser <strong>de</strong>senvolvida possibilita a avaliação quantitativa dos métodos<br />

<strong>em</strong>pregados. Neste sentido, é interessante comparar os fatores a seguir:<br />

Capital;<br />

Taxa <strong>de</strong> juros;<br />

Preço da energia elétrica no mercado;<br />

Preço da energia elétrica gerada;


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 48<br />

Preço da energia elétrica <strong>de</strong> comercialização;<br />

Custo do combustível;<br />

Custo <strong>de</strong> operação e manutenção;<br />

Fator <strong>de</strong> carga;<br />

Impostos;<br />

Cronograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bolso;<br />

T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> construção;<br />

Financiamento;<br />

Vida útil do equipamento;<br />

Depreciação do equipamento.<br />

Levando-se <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a previsão dos reajustes <strong>de</strong>stes itens.<br />

3.7.1 Método <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa<br />

A análise <strong>de</strong> um projeto realiza-se através dos métodos do valor presente líquido (VPL)<br />

e da taxa interna <strong>de</strong> retorno (TIR). Estes métodos baseiam-se na comparação da soma<br />

algébrica dos valores presentes <strong>de</strong> cada um dos fluxos futuros <strong>de</strong> caixa (pagamentos ou<br />

recebimentos) com o valor do fluxo <strong>de</strong> caixa inicial (recebimento ou pagamento)<br />

ocorrido no período presente.<br />

1. Valor Presente Líquido - VPL<br />

Esta técnica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> caixa baseia-se no cálculo do valor presente <strong>de</strong> uma<br />

série <strong>de</strong> pagamentos iguais ou diferentes a uma taxa conhecida, <strong>de</strong>duzindo-se <strong>de</strong>ste o<br />

valor do fluxo inicial, seja este o valor do <strong>em</strong>préstimo, do financiamento ou do<br />

investimento.<br />

n FC j<br />

FC1<br />

FC2<br />

FCn<br />

VPL = ∑ − FC<br />

j 0 = + + ... + − FC<br />

1 2<br />

n<br />

j = 1(<br />

1+<br />

t ) ( 1+<br />

t ) ( 1+<br />

t ) ( 1+<br />

t )<br />

sendo, FCj os valores dos fluxos <strong>de</strong> caixa da or<strong>de</strong>m j = 1,2,3,...,n;<br />

FC0 o fluxo inicial;<br />

0<br />

(3.26)<br />

i a taxa <strong>de</strong> juros da operação financeira ou a taxa <strong>de</strong> retorno do projeto <strong>de</strong><br />

investimentos.


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 49<br />

A utilização <strong>de</strong>sta técnica divi<strong>de</strong> o período <strong>em</strong> duas fases distintas: período <strong>de</strong><br />

construção e período <strong>de</strong> operação.<br />

Ano<br />

- J - j - 1 - j - 1 0<br />

Figura 3.1 – Ciclo <strong>de</strong> vida do investimento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a energético.<br />

2. Taxa interna <strong>de</strong> retorno - TIR<br />

Esta taxa equaliza o valor presente <strong>de</strong> um ou mais equipamentos (saídas <strong>de</strong> caixa) ao<br />

valor <strong>de</strong> um ou mais recebimentos (entradas <strong>de</strong> caixa).<br />

FC<br />

n<br />

0 = ∑<br />

j = 1<br />

FC<br />

FC<br />

j<br />

( 1+<br />

t )<br />

j<br />

n<br />

0 − ∑<br />

j = 1<br />

3.7.2 Viabilida<strong>de</strong> econômica<br />

FC<br />

=<br />

( 1+<br />

t )<br />

FC<br />

Start up<br />

VPL<br />

j<br />

( 1+<br />

t )<br />

j<br />

1 2 3 j j + 1 J<br />

Fase <strong>de</strong> construção Fase <strong>de</strong> operação<br />

1<br />

1<br />

= 0<br />

FC2<br />

FC<br />

+ + ... +<br />

2<br />

( 1+<br />

t ) ( 1+<br />

t )<br />

n<br />

n<br />

T<strong>em</strong>po final<br />

<strong>de</strong> vida do<br />

equipamento<br />

(3.27)<br />

(3.28)<br />

Os parâmetros valor presente líquido (VPL) e taxa interna <strong>de</strong> retorno (TIR) são<br />

utilizados para a <strong>de</strong>cisão entre alternativas.<br />

Uma proposta é consi<strong>de</strong>rada economicamente viável se o VPL é no mínimo igual a<br />

zero. Quanto maior for o VPL maior a sua atrativida<strong>de</strong>.<br />

Além disso, a taxa interna <strong>de</strong> retorno (TIR) viabiliza um projeto se esta for superior à<br />

taxa mínima aceitável <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> capital, que po<strong>de</strong> variar para cada investidor.


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 50<br />

3.7.3 Investimento <strong>de</strong> capital<br />

O capital investido difere para cada uma das alternativas. Assim, <strong>de</strong> uma maneira geral<br />

<strong>de</strong>ve-se levantar os custos a seguir:<br />

1. Turbina a gás e motor a gás<br />

Custo do equipamento;<br />

Custo da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação;<br />

Taxa <strong>de</strong> importação do equipamento;<br />

Custo do transporte do equipamento;<br />

Custo da construção civil, montag<strong>em</strong> e engenharia;<br />

Custo <strong>de</strong> start-up;<br />

Custo <strong>de</strong> transformadores;<br />

Custo do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> distribuição, proteção e cabos;<br />

Custo <strong>de</strong> painéis.<br />

2. Energia Solar<br />

Custo do equipamento;<br />

Custo do imposto;<br />

Custo da construção civil, montag<strong>em</strong> e engenharia.<br />

Fase <strong>de</strong> construção<br />

Nesta fase consi<strong>de</strong>ra-se a carência do projeto e o cronograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bolso.<br />

Fase <strong>de</strong> operação<br />

Neste período consi<strong>de</strong>ra-se:<br />

Potência da planta;<br />

Eficiência da planta;<br />

Horas <strong>de</strong> trabalho da planta;<br />

Fator <strong>de</strong> carga da planta;<br />

Energia gerada ao ano;


Capítulo 3 – Metodologia <strong>de</strong> Trabalho 51<br />

Consumo <strong>de</strong> combustível ao ano;<br />

Preço da energia adquirida da concessionária nos horários <strong>de</strong> ponta e fora <strong>de</strong><br />

ponta;<br />

Preço da energia comercializada pela planta;<br />

Preço do combustível;<br />

Custo <strong>de</strong> operação e manutenção;<br />

Fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação.<br />

Na Tab. 3.4 abaixo se apresentam as taxas anuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> alguns projetos, <strong>de</strong><br />

acordo com a resolução da ANEEL nº 044/99.<br />

Tabela 3.4 – Taxas Anuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação.<br />

Nº Tipos <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cadastro %<br />

29 Equipamentos do ciclo térmico 4,5<br />

40 Motor <strong>de</strong> combustão interna 6,7<br />

84 Turbina a gás 5,0<br />

86 Turbogerador 4,0<br />

Fonte: Anexo à resolução ANEEL nº 044/99.<br />

3.7.4 Receitas<br />

Energia térmica gerada e sua receita;<br />

Energia elétrica gerada e receita da energia economizada (<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser<br />

comprada da concessionária); ou<br />

Receita da energia elétrica comercializada.<br />

3.7.5 Custos <strong>de</strong> saída<br />

Custos <strong>de</strong> operação e manutenção (O & M);<br />

Consumo <strong>de</strong> combustível e seu custo.


Capítulo 4<br />

<strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético<br />

Neste Capítulo apresenta-se um <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Diagnóstico Energético, <strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong><br />

Linguag<strong>em</strong> C, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> automatizar a metodologia proposta pelo Capítulo 3.<br />

A metodologia proposta no Capítulo 3 foi utilizada para dimensionar uma central <strong>de</strong><br />

aquecimento <strong>de</strong> água, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> diagnóstico energético proposto neste capítulo<br />

realiza o cálculo do consumo energético da planta e indica as opções <strong>de</strong> configuração<br />

viáveis termicamente para o dimensionamento requerido.<br />

A rotina principal do programa é a sua base, na qual <strong>de</strong>senvolve-se toda a seqüência <strong>de</strong><br />

operações, através <strong>de</strong> suas sub-rotinas. Os cálculos baseiam-se <strong>em</strong> opções <strong>de</strong><br />

metodologias <strong>de</strong> acordo com o cenário e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medições reais ou estimadas,<br />

a metodologia a ser utilizada, o tipo <strong>de</strong> equipamento analisado, assim como todo o<br />

fluxo do programa.<br />

As sub-rotinas foram utilizadas a partir do cálculo direto das variáveis ou <strong>de</strong> suas<br />

estimativas para os casos <strong>em</strong> que as medições <strong>em</strong> campo não foram possíveis. As<br />

operações mat<strong>em</strong>áticas refer<strong>em</strong>-se às equações <strong>de</strong>scritas anteriormente no Capítulo 3 -<br />

Metodologia <strong>de</strong> Trabalho. O resultado final do programa é apresentado nos Apêndices 4<br />

e 5.<br />

52


Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 53<br />

4.1 Fluxograma <strong>de</strong> apoio e <strong>de</strong>cisão<br />

O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para uma nova central energética <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do levantamento do<br />

consumo <strong>de</strong> água quente diário na planta atual; o fluxograma da Fig. 4.1 abaixo valida a<br />

metodologia proposta no it<strong>em</strong> (3.1) do Capítulo 3:<br />

Estimativa do<br />

consumo por normas<br />

INÍCIO<br />

Levantamento da <strong>de</strong>manda diária <strong>de</strong><br />

Água Quente<br />

Figura 4.1 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente.<br />

Levantamento do consumo diário <strong>de</strong> energia<br />

1<br />

Levantamento do<br />

consumo <strong>em</strong> campo<br />

O fluxograma da Fig. 4.2 mostra o algoritmo da rotina <strong>de</strong> cálculo do consumo diário <strong>de</strong><br />

energia no vestiário e restaurante relativo ao aquecimento <strong>de</strong> água na indústria, segundo<br />

a Eq. (3.3):


Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 54<br />

Estimativa do<br />

consumo por normas<br />

Levantamento do consumo<br />

diário <strong>de</strong> energia<br />

Levantamento do<br />

consumo <strong>em</strong> campo<br />

Figura 4.2 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento<br />

diário do consumo <strong>de</strong> energia.<br />

O fluxograma da Fig. 4.2 é uma continuação do fluxograma da Fig. 4.1, <strong>em</strong> que sua<br />

<strong>de</strong>cisão está na escolha <strong>de</strong> se fazer o levantamento do consumo <strong>de</strong> água quente <strong>em</strong><br />

campo ou estimar este consumo por meio <strong>de</strong> normas e catálogos.<br />

Cálculo das eficiências térmicas dos equipamentos utilizados<br />

1<br />

2<br />

Na Fig. 4.3 abaixo mostram-se as opções <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> eficiência dos equipamentos<br />

térmicos, o cálculo da eficiência da cal<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> se realizar através do método direto,<br />

Eq. (3.7), indireto, Eq. (3.8) ou por meio <strong>de</strong> estimativas <strong>de</strong> valores típicos, quando não<br />

for possível levantar as variáveis necessárias aos cálculos. A eficiência do trocador <strong>de</strong><br />

calor po<strong>de</strong> ser feita pela Eq. (3.6) ou através <strong>de</strong> estimativas, analogamente a cal<strong>de</strong>ira.


Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 55<br />

Eficiência da<br />

Cal<strong>de</strong>ira pelo<br />

Método Direto<br />

Efetivida<strong>de</strong> do<br />

Trocador <strong>de</strong> Calor<br />

Cálculo da energia entregue pelo gás<br />

natural através das eficiências dos<br />

equipamentos térmicos<br />

Estimativa da<br />

eficiência da<br />

Cal<strong>de</strong>ira<br />

Eficiência da<br />

Cal<strong>de</strong>ira pelo<br />

Método Indireto<br />

Figura 4.3 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para o levantamento <strong>de</strong> eficiências dos<br />

equipamentos utilizados, para o cálculo da energia liberada pelo gás natural.<br />

Seleção <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> equipamentos: Motor ou Turbina a gás?<br />

2<br />

Cálculo do consumo<br />

<strong>de</strong> gás natural real<br />

3<br />

Estimativa da<br />

efetivida<strong>de</strong> do<br />

Trocador <strong>de</strong> Calor<br />

Nesta fase que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as anteriormente mostradas é feita uma <strong>de</strong>cisão entre o<br />

tipo <strong>de</strong> configuração a ser simulado, motor ou turbina a gás, <strong>em</strong> que a rotina <strong>de</strong> cálculo<br />

busca os dados referentes a cada equipamento <strong>em</strong> seu banco <strong>de</strong> dados apresentado nos<br />

Apêndices 3 e 2.


Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 56<br />

Motor a gás<br />

Figura 4.4 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para a seleção do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração.<br />

Cálculo dos parâmetros térmicos do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração<br />

3<br />

Seleção <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

cogeração<br />

4<br />

Turbina a gás<br />

A Fig. 4.5 mostra a próxima fase <strong>de</strong> simulação que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos cálculos mostrados nos<br />

fluxogramas anteriores. Neste ponto é feita uma <strong>de</strong>cisão entre o tipo <strong>de</strong> configuração a<br />

ser simulado, motor ou turbina a gás, <strong>em</strong> que o cálculo dos parâmetros térmico é<br />

análogo para as duas tecnologias. Os equipamentos viáveis são impressos <strong>em</strong> um<br />

arquivo texto.<br />

Os parâmetros térmicos calculados são:<br />

Energia da câmara <strong>de</strong> combustão, Eq. (3.25);<br />

Energia liberada pelos gases <strong>de</strong> exaustão do equipamento, Eq. (3.26);<br />

Consumo <strong>de</strong> gás natural para a nova configuração, Eq. (3.27);<br />

Eficiência dos gases <strong>de</strong> exaustão, Eq. (3.28);<br />

Razão calor/potência.<br />

Da Eq. (3.32), conclui-se pela viabilida<strong>de</strong> térmica ou não do equipamento simulado.


Capítulo 4 – <strong>Programa</strong> Computacional <strong>de</strong> Diagnóstico Energético 57<br />

4<br />

Cálculo dos parâmetros térmicos do<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração escolhido<br />

Energia da câmara <strong>de</strong><br />

combustão<br />

Energia da<br />

exaustão<br />

Consumo <strong>de</strong> gás<br />

natural para a nova<br />

configuração<br />

Eficiência dos gases<br />

<strong>de</strong> exaustão<br />

Cálculo da razão<br />

calor/potência<br />

Viável?<br />

Impressão dos resultados <strong>em</strong> um<br />

arquivo texto<br />

Fim<br />

Figura 4.5 – Fluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e impressão dos<br />

equipamentos viáveis termicamente.


Capítulo 5<br />

ESTUDO DE CASO APLICADO À INDÚSTRIA<br />

AUTOMOTIVA E ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

Para validação da metodologia <strong>de</strong>senvolvida, do programa computacional <strong>de</strong> auxílio à<br />

seleção <strong>de</strong> alternativas energéticas e da planilha automatizada para análise econômica,<br />

foi proposta, como estudo <strong>de</strong> casos, a avaliação da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong><br />

uma indústria automotiva instalada <strong>em</strong> Minas Gerais.<br />

A estratégia <strong>de</strong> atuação da equipe interdisciplinar da PUC Minas e da indústria <strong>em</strong><br />

questão foi, assim, <strong>de</strong>finida:<br />

reunião <strong>de</strong> prospecção entre representante da Diretoria da <strong>em</strong>presa, engenheirochefe<br />

e assistente da área <strong>de</strong> energia e meio ambiente e orientadora do trabalho;<br />

reunião <strong>de</strong> trabalho, coor<strong>de</strong>nada pelo chefe da área <strong>de</strong> energia e meio ambiente<br />

da indústria, com a participação do engenheiro assistente e <strong>de</strong> representante do<br />

novo sócio internacional da <strong>em</strong>presa, orientadora e mestranda da PUC Minas<br />

para: i<strong>de</strong>ntificação dos procedimentos requeridos na avaliação proposta,<br />

formalização da documentação a ser apresentada à indústria, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> prazos<br />

e cronogramas, visita técnica à unida<strong>de</strong> geradora <strong>de</strong> vapor e aquecimento <strong>de</strong><br />

água (centralinas);<br />

estudo das normas nacionais e internacionais relativas aos ensaios dos<br />

equipamentos utilizados pela indústria para elaboração das planilhas<br />

experimentais a ser<strong>em</strong> aplicadas nas medidas <strong>em</strong> campo e <strong>de</strong>finição da<br />

instrumentação a ser utilizada. O planejamento experimental elaborado <strong>de</strong>u<br />

ênfase ao <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> medidas não-invasivas, no caso <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas e vazões<br />

<strong>de</strong> líquidos, e a um reduzido período <strong>de</strong> permanência na unida<strong>de</strong>. Para tal, foi<br />

selecionada uma equipe <strong>de</strong> 6 bolsistas e monitores do Grupo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong><br />

Energia – GREEN – da PUC Minas <strong>em</strong> apoio ao trabalho experimental a ser<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela mestranda. Objetivava-se, assim, minimizar eventuais<br />

probl<strong>em</strong>as ou interferências no processo produtivo;<br />

58


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 59<br />

elaboração da documentação solicitada, incluída a discriminação dos estudantes<br />

participantes do programa, equipamentos, instrumentos, placas <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />

dados e computadores, além do cronograma e prazos <strong>de</strong>finidos. A <strong>em</strong>presa<br />

concordou com os termos propostos e o início dos trabalhos foi agendado.<br />

Infelizmente, o programa foi, posteriormente, cancelado, tendo sido alegados<br />

probl<strong>em</strong>as internos <strong>de</strong>correntes do racionamento <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>cretado pelo<br />

Governo Fe<strong>de</strong>ral, cujo início coincidia com o período <strong>de</strong> medições.<br />

Assim, houve uma alteração no enfoque inicialmente proposto no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>sse estudo <strong>de</strong> casos. A análise apresentada é referente a uma indústria <strong>em</strong> fase <strong>de</strong><br />

implantação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água. Dessa forma, os levantamentos<br />

apresentados se baseiam <strong>em</strong> normas e catálogos <strong>de</strong> fabricantes, incluindo-se valores<br />

reais já disponibilizados nas reuniões iniciais e visita técnica realizada.<br />

5.1 Levantamento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente<br />

A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente é realizada seguindo-se os períodos e as situações a seguir<br />

Situações:<br />

Tabela 5.1 – Número <strong>de</strong> funcionários e período <strong>de</strong> utilização da água quente.<br />

Turno Horário Total <strong>de</strong> Funcionários<br />

1 o 6:00 às 15:18 5.000<br />

2 o 15:18 às 24:34 4.140<br />

3 o 22:30 às 6:00 460<br />

Central 8:00 às 17:30 200<br />

Total 9.800<br />

Tabela 5.2 - Horários das refeições nos restaurantes 1, 2 e 3 da indústria.<br />

Turno Horário Refeições<br />

1º 10:15 às 13:45 almoço<br />

2º 19:00 às 21:00 jantar<br />

3º 23:30 às 24:00 ceia


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 60<br />

A t<strong>em</strong>peratura da água quente utilizada no restaurante equivale a 70 [ºC] e no vestiário a<br />

50 [ºC].<br />

5.2 Estimativa do consumo <strong>de</strong> água quente através <strong>de</strong> normas e catálogos<br />

Devido à impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar<strong>em</strong> as medições <strong>em</strong> campo na indústria<br />

automotiva, tomaram-se como parâmetros estimativas do consumo <strong>de</strong> água baseando-se<br />

<strong>em</strong> normas e catálogos.<br />

5.2.1 Consumo <strong>de</strong> água quente diário estimado<br />

Vestiário<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se a Tab. 3.1, o volume <strong>de</strong> água gasto por banho equivale a 15 litros. Para<br />

um fator <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> 85% e o número total <strong>de</strong> funcionários fornecido na Tab. 5.1,<br />

<strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.1), t<strong>em</strong>-se:<br />

O consumo <strong>de</strong> água quente no vestiário, equivale a 122.400 litros.<br />

Restaurante<br />

De acordo com a Tab. 3.1, o volume <strong>de</strong> água quente consumido por refeição equivalente<br />

é <strong>de</strong> 12 litros. Supõe-se que 100% dos funcionários faz<strong>em</strong> uma refeição na <strong>em</strong>presa e<br />

assim, <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.2), t<strong>em</strong>-se:<br />

O consumo <strong>de</strong> água quente no restaurante, equivale a 117.600 litros.<br />

O consumo total <strong>de</strong> água quente diário é <strong>de</strong>: 240.000 litros.<br />

5.3 Descrição das instalações<br />

5.3.1 Equipamentos<br />

Centralina Prensa<br />

01 Cal<strong>de</strong>ira Tenge a gás; (<strong>de</strong>sligada)<br />

05 Trocadores <strong>de</strong> Calor;<br />

01 Gerador <strong>de</strong> Vapor do restaurante.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 61<br />

Centralina Montag<strong>em</strong><br />

Não há cal<strong>de</strong>ira;<br />

05 Trocadores <strong>de</strong> Calor;<br />

01 Gerador <strong>de</strong> Vapor do restaurante.<br />

Centralina Mecânica<br />

01 Cal<strong>de</strong>ira Tenge a gás; (<strong>de</strong>sligada)<br />

05 Trocadores <strong>de</strong> Calor;<br />

01 Gerador <strong>de</strong> Vapor do restaurante.<br />

Central Térmica: é composta <strong>de</strong> quatro cal<strong>de</strong>iras, mas normalmente apenas uma é<br />

utilizada sendo que no máximo duas entram <strong>em</strong> operação ao mesmo t<strong>em</strong>po, no inverno.<br />

Cal<strong>de</strong>ira 01: Cal<strong>de</strong>ira aquatubular a gás;<br />

Cal<strong>de</strong>ira 02: Cal<strong>de</strong>ira aquatubular a gás (stand by);<br />

Cal<strong>de</strong>ira 03: Cal<strong>de</strong>ira aquatubular a gás (<strong>em</strong> manutenção);<br />

Cal<strong>de</strong>ira 04: Cal<strong>de</strong>ira elétrica (<strong>de</strong>sligada).<br />

Os dados <strong>de</strong> placa das cal<strong>de</strong>iras 1 e 2 são:<br />

Marca: CBC;<br />

Tipo: 22VP-12W;<br />

Vazão mássica: 40.000 [kg/h];<br />

Pressão máxima <strong>de</strong> trabalho: 33,5 [kPa];<br />

Pressão <strong>de</strong> teste: 50,3 [kPa];<br />

Pressão <strong>de</strong> operação: 30 [kPa];<br />

Superfície <strong>de</strong> aquecimento: 500 [m 2 ];<br />

Ano <strong>de</strong> fabricação: 1.975;<br />

Combustível utilizado: gás natural.<br />

A cal<strong>de</strong>ira 3 difere das outras acima relacionadas apenas nos itens a seguir:<br />

Superfície <strong>de</strong> aquecimento: 461 m 2 ;<br />

Ano <strong>de</strong> fabricação: 1991.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 62<br />

O valor da superfície <strong>de</strong> aquecimento das cal<strong>de</strong>iras 1 e 2 é diferente da cal<strong>de</strong>ira 3,<br />

<strong>de</strong>vido alteração <strong>de</strong> combustível das cal<strong>de</strong>iras 1 e 2 que operavam anteriormente com<br />

óleo combustível 2A.<br />

5.4 Cálculo do consumo <strong>de</strong> energia diário para aquecer a água<br />

Vestiário<br />

Para este cálculo, utilizou-se a Eq. (3.3), o fator <strong>de</strong> utilização igual a 85%, e as<br />

t<strong>em</strong>peraturas abaixo:<br />

Tb = 45 [ o C]; (t<strong>em</strong>peratura do banho)<br />

Tamb = 217,<br />

[ o C]; (t<strong>em</strong>peratura ambiente no vestiário)<br />

Q v = 3.<br />

311 [kWh/dia]<br />

Restaurante<br />

Para este cálculo, utilizou-se a Eq. (3.3) e as t<strong>em</strong>peraturas:<br />

Tr = 70 [ o C]; (t<strong>em</strong>peratura da água quente no restaurante)<br />

Tamb = 217,<br />

Q r = 6.<br />

595 [kWh/dia]<br />

[ o C]; (t<strong>em</strong>peratura ambiente no refeitório)<br />

Energia Total Consumida conforme a Eq. (3.4) é:<br />

Q = 9.<br />

907 [kWh/dia]<br />

5.5 Cálculo da eficiência térmica dos equipamentos utilizados<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se que a <strong>em</strong>presa avaliada possui reduzido consumo específico <strong>de</strong><br />

energia, para este cálculo foram supostas as eficiências típicas do trocador <strong>de</strong> calor e da<br />

cal<strong>de</strong>ira:<br />

tc 0,<br />

8 = η<br />

η<br />

cal<strong>de</strong>ira = 0,<br />

8


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 63<br />

5.6 Energia real liberada pelo gás natural<br />

O cálculo da energia real liberada pelo gás natural <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das eficiências dos<br />

equipamentos sendo é dado pela Eq. (3.14) e correspon<strong>de</strong>nte a:<br />

Qreal = 15.<br />

479 [kWh/dia]<br />

O que equivale a uma taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>:<br />

Q! real = 645 [kW]<br />

5.6.1 Cálculo do consumo real <strong>de</strong> gás natural diário<br />

Neste cálculo consi<strong>de</strong>ra-se a Eq. (3.15):<br />

CGN = 906 [kg/dia]<br />

5.7 I<strong>de</strong>ntificação das alternativas<br />

5.7.1 Energia Solar<br />

Cálculo da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água quente<br />

Devido à dimensão e particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>ste projeto, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

aquecimento solar foi dividido <strong>em</strong> duas partes:<br />

Aquecimento Solar para o restaurante;<br />

Aquecimento Solar para o vestiário;<br />

O reservatório térmico <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>stes sist<strong>em</strong>as foi subdividido <strong>em</strong> 8 tanques com<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15.000 litros <strong>de</strong> água por dia.<br />

Para a simulação solar, consi<strong>de</strong>rou-se:<br />

Dados <strong>de</strong> entrada:<br />

Cida<strong>de</strong> simulada: Belo Horizonte;<br />

Latitu<strong>de</strong>: -19,91<br />

Longitu<strong>de</strong> Local: - 43,93<br />

Inclinação do coletor: 25º<br />

Azimutal <strong>de</strong> superfície: 0,850


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 64<br />

Altitu<strong>de</strong>: 850 [m]<br />

Refletivida<strong>de</strong> da vizinhança: grama.<br />

Os valores das t<strong>em</strong>peraturas ambiente, mínima, média e máxima estão disponíveis nas<br />

Normas Climatológicas do DNMET (2000).<br />

Mês<br />

Tabela 5.3 – T<strong>em</strong>peraturas ambientes mensais estimadas.<br />

T<strong>em</strong>peratura Ambiente<br />

Mínima Máxima Média<br />

Janeiro 18,8 28,2 23,5<br />

Fevereiro 19,0 28,8 23,9<br />

Março 18,8 28,6 23,7<br />

Abril 17,3 27,5 22,4<br />

Maio 15,0 26,0 20,5<br />

Junho 13,4 25,0 19,2<br />

Julho 13,1 24,6 18,9<br />

Agosto 14,4 26,5 20,4<br />

Set<strong>em</strong>bro 16,2 27,2 21,7<br />

Outubro 17,5 27,7 22,6<br />

Nov<strong>em</strong>bro 18,2 27,5 22,9<br />

Dez<strong>em</strong>bro 18,4 27,3 22,8<br />

Fonte: DNMET (2000).<br />

Dados do coletor utilizado na simulação:<br />

Eficiência: 49,7%;<br />

Classificação: B;<br />

Área do coletor: 1,99 [m 2 ];<br />

Produção Média Mensal <strong>de</strong> Energia por m 2 <strong>de</strong> área coletora : 66,37 [kWh/m 2 ].<br />

Restaurante:<br />

Dados <strong>de</strong> entrada:<br />

Tmax = 70 [ºC];<br />

Tmín = 65 [ºC];<br />

Tre<strong>de</strong> = 20 [ºC].


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 65<br />

D<strong>em</strong>anda <strong>de</strong> água quente = 117.600 litros, (8 reservatórios <strong>de</strong> 15000 litros).<br />

De acordo com a planilha <strong>de</strong> dados, foi <strong>de</strong>cidido:<br />

Número <strong>de</strong> coletores solares = 1.490<br />

Área do coletor:= 2.965,1 [m 2 ], <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.16).<br />

Dados <strong>de</strong> saída da simulação:<br />

Fração Solar = 70%;<br />

Aquecimento auxiliar = 30%;<br />

Relação volume/área: 41,3 [litros/m 2 ].<br />

kWh/mês<br />

250000,0<br />

200000,0<br />

150000,0<br />

100000,0<br />

50000,0<br />

0,0<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

Produção Mensal (kWh) 179712,1 167505,4 222459,4 202060,5 192758,5 188636,8 207509,5 191505,1 193324,5 198206,7 159935,1 150139,9<br />

D<strong>em</strong>anda Total (kWh) 196832,0 176254,4 195985,4 194988,6 209530,9 208097,1 216515,2 209742,5 197856,1 200641,7 193145,3 199583,4<br />

<br />

<br />

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Meses<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />

Figura 5.1 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do restaurante.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 66<br />

Área (m²)<br />

4500,0<br />

4000,0<br />

3500,0<br />

3000,0<br />

2500,0<br />

2000,0<br />

1500,0<br />

1000,0<br />

500,0<br />

0,0<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Área 3247,6 3120,0 2612,2 2861,3 3223,1 3271,0 3093,8 3247,5 3034,6 3001,5 3580,8 3941,6<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Decisão <strong>de</strong> Projeto 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1 2965,1<br />

Meses<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />

Figura 5.2 – Gráfico simulação da área coletora necessária ao restaurante.<br />

30%<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

70%<br />

<br />

Aquecimento Solar Aquecimento Auxiliar<br />

Figura 5.3 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong><br />

aquecimento anual do restaurante.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 67<br />

Vestiário:<br />

Dados <strong>de</strong> entrada:<br />

Tmax = 50 [ºC];<br />

Tmín = 45 [ºC];<br />

Tre<strong>de</strong> = 20 [ºC].<br />

D<strong>em</strong>anda <strong>de</strong> água quente = 122.400 litros.<br />

Simulação da configuração solar 1<br />

De acordo com a planilha <strong>de</strong> dados, foi <strong>de</strong>cidido:<br />

Número <strong>de</strong> coletores solares = 1.496<br />

Área do coletor: = 2.977 [m 2 ];<br />

Dados <strong>de</strong> saída da simulação:<br />

Fração Solar = 89,8%;<br />

Aquecimento auxiliar = 10,2%;<br />

Relação volume/área = 41,1 [litros/m 2 ].<br />

kWh/mês<br />

250000,0<br />

200000,0<br />

150000,0<br />

100000,0<br />

50000,0<br />

0,0<br />

<br />

<br />

<br />

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Meses<br />

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<br />

<br />

<br />

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />

<br />

Produção Mensal (kWh) 180435,8 168179,9 223355,2 202874,2 193534,7 189396,4 208345,1 192276,3 194103,0 199004,8 160579,1 150744,5<br />

D<strong>em</strong>anda Total (kWh) 116751,6 103861,3 115870,4 117675,4 129968,7 131318,9 137238,2 130189,0 120659,9 120716,7 115756,7 119615,3<br />

Figura 5.4 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda<br />

do vestiário, para a configuração solar 1.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 68<br />

Área (m²)<br />

3500,0<br />

3000,0<br />

2500,0<br />

2000,0<br />

1500,0<br />

1000,0<br />

500,0<br />

0,0<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Área 1926,3 1838,5 1544,4 1726,8 1999,2 2064,1 1961,0 2015,7 1850,6 1805,9 2146,1 2362,3<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Decisão <strong>de</strong> Projeto 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0 2977,0<br />

Meses<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />

Figura 5.5 – Gráfico simulação da área coletora necessária<br />

ao vestiário, para a configuração solar 1.<br />

10,2%<br />

<br />

<br />

<br />

89,8%<br />

Aquecimento Solar Aquecimento Auxiliar<br />

Figura 5.6 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento<br />

anual do vestiário, para a configuração solar 1.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 69<br />

Simulação da configuração solar 2<br />

De acordo com a planilha <strong>de</strong> dados, foi <strong>de</strong>cidido:<br />

Número <strong>de</strong> coletores solares = 820<br />

Área do coletor:= 1.631,8 [m 2 ];<br />

Dados <strong>de</strong> saída da simulação:<br />

Fração Solar = 68,8%;<br />

Aquecimento auxiliar = 31,2%;<br />

Relação volume/área = 75 [litros/m 2 ].<br />

kWh/mês<br />

160000,0<br />

140000,0<br />

120000,0<br />

100000,0<br />

80000,0<br />

60000,0<br />

40000,0<br />

20000,0<br />

0,0<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

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<br />

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<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Meses<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />

<br />

Produção Mensal (kWh) 98902,0 92184,2 122427,3 111201,1 106081,9 103813,6 114199,9 105392,1 106393,3 109080,2 88018,0 82627,3<br />

D<strong>em</strong>anda Total (kWh) 116751,6 103861,3 115870,4 117675,4 129968,7 131318,9 137238,2 130189,0 120659,9 120716,7 115756,7 119615,3<br />

Figura 5.7 – Gráfico da produção <strong>de</strong> energia mensal pela <strong>de</strong>manda do<br />

vestiário, para a configuração solar 2.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 70<br />

Área (m²)<br />

2500,0<br />

2000,0<br />

1500,0<br />

1000,0<br />

500,0<br />

0,0<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Área 1926,3 1838,5 1544,4 1726,8 1999,2 2064,1 1961,0 2015,7 1850,6 1805,9 2146,1 2362,3<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Decisão <strong>de</strong> Projeto 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8 1631,8<br />

Meses<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set<strong>em</strong>bro Outubro Nov<strong>em</strong>bro Dez<strong>em</strong>bro<br />

Figura 5.8 – Gráfico simulação da área coletora necessária<br />

31,2%<br />

ao vestiário, para a configuração solar 2.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

68,8%<br />

Aquecimento Solar Aquecimento Auxiliar<br />

Figura 5.9 – Gráfico simulação da fração solar <strong>de</strong> aquecimento<br />

anual do vestiário, para a configuração solar 2.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 71<br />

As configurações propostas po<strong>de</strong>m ser resumidas na Tab. 5.4 a seguir:<br />

Tabela 5.4 – Resumo das configurações solares propostas.<br />

Configuração Área total<br />

(m 2 )<br />

Fração Solar Aquecimento<br />

Auxiliar<br />

1 5.942,1 79,9% 20,1%<br />

2 4.596,9 69,2% 30,8%<br />

5.7.2 Motor a gás<br />

As Tabs. 5.5 a 5.7, apresentam os resultados da metodologia <strong>de</strong>senvolvida no Capítulo 3<br />

e automatizada no Capítulo 4, levando-se <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração 7 mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> motores a gás<br />

e a eficiência típica <strong>de</strong> uma cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação <strong>em</strong> 80%.<br />

Esta simulação supôs os valores <strong>de</strong> eficiência do equipamento <strong>em</strong> 35% (Tab. 5.5), 45%<br />

(Tab. 5.6) e 53% (Tab. 5.7) <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3, <strong>de</strong> modo a cobrir largo espectro<br />

<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>. O objetivo <strong>de</strong>sta simulação é avaliar a influência da variação da<br />

eficiência no cálculo do PHR.<br />

Da comparação dos valores das Tabs. 5.5, 5.7 e da Eq. (3.23), constata-se que a razão<br />

calor/potência HPR é inversamente proporcional à eficiência do equipamento. À medida<br />

que se incr<strong>em</strong>enta o valor da eficiência do equipamento, reduz-se o parâmetro HPR,<br />

convergindo a valores inclusive inferiores aos da Tab. 2.3.<br />

Como a proposta <strong>de</strong>ste estudo é a base térmica, a diminuição do parâmetro HPR po<strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> muitos casos, inviabilizar o projeto térmico. Na simulação da Tab. 5.7, <strong>em</strong> que se<br />

consi<strong>de</strong>ra a máxima eficiência da Tab. 2.3, todos os equipamentos mostraram-se<br />

inviáveis para aquecer a água <strong>em</strong> uma cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 72<br />

Tabela 5.5 - Resultados da simulação dos Motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do equipamento equivalente a 35%.<br />

P<br />

[kW]<br />

ηeq<br />

Qth<br />

[kW]<br />

Qcc<br />

[kW]<br />

Qrec<br />

[kW]<br />

CGNi<br />

[kg/h]<br />

Nº ηe<br />

PHR HPR Teste<br />

T > Qth<br />

400 0,35 3 516 1142 112 84 5 0,560 0,78 1,21 512<br />

318 0,35 3 516 908 137 66 4 0,508 0,86 1,16 369<br />

636 0,35 3 516 1817 279 133 2 0,508 0,86 1,16 739<br />

748 0,35 3 516 2137 298 156 2 0,529 0,83 1,21 905<br />

776 1<br />

0,35 3 516 2217 305 162 2 0,534 0,82 1,22 947<br />

776 2 0,35 3 516 2217 323 162 2 0,534 0,82 1,22 947<br />

912 0,35 3 516 2605 395 191 2 0,551 0,79 1,26 1149<br />

1 Rotação do motor é <strong>de</strong> 1500 rpm;<br />

2 Rotação do motor é <strong>de</strong> 1800 rpm.<br />

3 Valor <strong>de</strong> eficiência típico inferior, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 73<br />

Tabela 5.6 - Resultados da simulação dos Motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do equipamento equivalente a 45%.<br />

P<br />

[kW]<br />

ηeq<br />

Qth<br />

[kW]<br />

Qcc<br />

[kW]<br />

Qrec<br />

[kW]<br />

CGNi<br />

[kg/h]<br />

Nº ηe<br />

PHR HPR Teste<br />

T > Qth<br />

400 0,45 4 516 889 112 65 5 0,434 1,30 0,77 309<br />

318 0,45 4 516 707 137 52 4 0,367 1,53 0,65 208<br />

636 0,45 4 516 1413 279 103 2 0,367 1,53 0,65 415<br />

748 0,45 4 516 1662 298 122 2 0,395 1,42 0,70 525<br />

776 1<br />

0,45 4 516 1724 305 126 2 0,400 1,40 0,71 552<br />

776 2 0,45 4 516 1724 323 126 2 0,400 1,40 0,71 552<br />

912 0,45 4 516 2027 395 148 2 0,423 1,33 0,75 685<br />

4 Valor <strong>de</strong> eficiência típico médio, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 74<br />

Tabela 5.7 - Resultados da simulação dos Motores a gás, consi<strong>de</strong>rando a eficiência do equipamento equivalente a 53%.<br />

P<br />

[kW]<br />

ηeq<br />

400 0,535 5<br />

318 0,535 5<br />

636 0,535 5<br />

748 0,535 5<br />

7761 0,535 5<br />

7762 0,535 5<br />

912 0,535 5<br />

Qth<br />

[kW]<br />

Qcc<br />

[kW]<br />

5 Valor <strong>de</strong> eficiência típico médio, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.<br />

Qrec<br />

[kW]<br />

CGNi<br />

[kg/h]<br />

Nº ηe<br />

PHR HPR Teste<br />

T > Qth<br />

516 755 112 55 5 0,333 1,99 0,50 201<br />

516 600 137 44 4 0,255 2,60 0,38 122<br />

516 1200 279 88 2 0,255 2,60 0,38 245<br />

516 1411 298 103 2 0,287 2,31 0,43 324<br />

516 1464 305 107 2 0,294 2,25 0,44 344<br />

516 1464 323 107 2 0,294 2,25 0,44 344<br />

516 1720 395 126 2 0,320 2,07 0,48 441


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 75<br />

5.7.3 Turbina a gás<br />

As simulações <strong>de</strong> cálculos para a escolha da turbina a gás, abrangeram 8 mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>ste equipamento.<br />

Tabela 5.8 - Resultados da simulação das Turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência do fabricante do equipamento.<br />

P<br />

[kW]<br />

ηeq<br />

Qth<br />

[kW]<br />

Qcc<br />

[kW]<br />

Qrec<br />

[kW]<br />

CGNi<br />

[kg/h]<br />

Nº ηe<br />

PHR HPR Teste<br />

T > Qth<br />

420 0,231 516 1818 1276 133 1 0,49 0,60 1,68 706<br />

508 0,234 516 2170 1278 159 1 0,53 0,55 1,81 918<br />

548 0,221 516 2480 1643 181 1 0,57 0,48 2,07 1133<br />

585 0,235 516 2489 1677 182 1 0,56 0,53 1,90 1111<br />

646 0,235 516 2749 1895 201 1 0,58 0,51 1,97 1270<br />

678 0,247 516 2744 1644 201 1 0,57 0,55 1,83 1241<br />

715 0,252 516 2837 1903 201 1 0,57 0,56 1,80 1285<br />

848 0,260 516 3261 1903 239 1 0,58 0,56 1,79 1518


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 76<br />

Tabela 5.9 - Resultados da simulação das Turbinas a gás, consi<strong>de</strong>rando-se a eficiência <strong>de</strong> 35% dos equipamentos.<br />

P<br />

[kW]<br />

ηeq<br />

[<strong>de</strong>c.]<br />

420 0,35 6<br />

Qth<br />

[kW]<br />

Qcc<br />

[kW]<br />

Qrec<br />

[kW]<br />

CGNi<br />

[kg/h]<br />

Nº ηe<br />

[<strong>de</strong>c.]<br />

PHR HPR Teste<br />

T > Qth<br />

516 1200 1276 70 1 0,11 3,46 0,29 122<br />

508 0,35 6 516 1451 1278 85 1 0,21 1,89 0,53 269<br />

548 0,35 6 516 1566 1643 92 1 0,24 1,63 0,61 335<br />

585 0,35 6 516 1671 1677 98 1 0,26 1,47 0,68 397<br />

646 0,35 6 516 1846 1895 108 1 0,30 1,29 0,77 499<br />

678 0,35 6 516 1937 1644 113 1 0,32 1,23 0,82 553<br />

715 0,35 6 516 2042 1903 120 1 0,33 1,16 0,86 615<br />

848 0,35 6 516 2423 1903 142 1 0,38 1,01 0,99 837<br />

5 Valor <strong>de</strong> eficiência típico máximo para turbina a gás, <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.3.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 77<br />

Para a turbina a gás, realizou-se uma análise similar ao motor a gás, <strong>em</strong> que o parâmetro<br />

HPR se comporta <strong>de</strong> maneira análoga.<br />

É importante ressaltar apenas que as turbinas gás possu<strong>em</strong> uma maior energia <strong>de</strong><br />

recuperação, fato este atribuído à maior t<strong>em</strong>peratura e vazão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> exaustão,<br />

quando comparadas aos motores. Desta forma, é necessária a utilização <strong>de</strong> um maior<br />

número <strong>de</strong> motores para fornecer a energia térmica necessária ao aquecimento <strong>de</strong> água.<br />

Na simulação da Tab. 5.9, <strong>em</strong> que se supôs a máxima eficiência fornecida pela Tab. 2.3,<br />

as turbinas a gás <strong>de</strong> potência 420 kW, 508 kW, 548 kW, 585 kW e 646 kW, mostraram<br />

se inviáveis para aquecer o volume <strong>de</strong> água necessário à indústria através <strong>de</strong> uma<br />

cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação.<br />

Os itens inviáveis termicamente foram excluídos da análise econômica.<br />

5.8 Análise Econômica<br />

O cenário adotado para a simulação econômica das três configurações foi:<br />

“Project Finance”: consi<strong>de</strong>rou-se o autofinanciamento com simulações <strong>de</strong> taxas<br />

<strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% ao mês;<br />

Custo <strong>de</strong> combustível: o preço do gás natural é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> US$ 0,1107/kg,<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se os impostos, segundo informações da GASMIG;<br />

Custo da tarifa elétrica <strong>de</strong> fornecimento: a tarifa elétrica <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

consumidores é uma tarifa binária, assim há um valor para a energia (R$/MWh)<br />

e outro para a ponta (R$/kWh mês). A ponta é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong>manda, <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>ste critério e o custo médio da tarifa vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do fator <strong>de</strong> carga do<br />

consumidor. Quanto maior for o fator <strong>de</strong> carga do consumidor, menor será o<br />

preço médio. Neste estudo o custo médio da tarifa azul do grupo A2<br />

(consumidores <strong>de</strong> 138kV), segundo informações da concessionária local<br />

CEMIG, é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 0,08/kWh;<br />

Cotação do dólar: R$ 2,50 (cotação oficial do dia 06/08/2001).<br />

Neste cenário consi<strong>de</strong>rou-se que as tarifas <strong>de</strong> aumento da energia elétrica e do gás<br />

natural serão iguais.<br />

Os resultados das simulações econômicas encontram-se nos Apêndices 6, 7 e 8.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 78<br />

5.8.1 Energia Solar<br />

A simulação econômica supôs as seguintes condições econômico-financeiras:<br />

Cronograma <strong>de</strong> investimentos: o pagamento <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foi dividido <strong>em</strong> 10<br />

prestações mensais equivalentes a 10% do valor do investimento;<br />

Custos <strong>de</strong> operação e manutenção: 1% do valor do investimento ao ano;<br />

Custos <strong>de</strong> combustíveis: foram calculados <strong>em</strong> função do aquecimento solar para<br />

as duas configurações;<br />

Carência do projeto: 6 meses;<br />

Vida útil do investimento: 20 anos.<br />

Custo do m 2 <strong>de</strong> coletor solar: 73,60 U$ /m 2 .<br />

A simulação econômica <strong>de</strong>ste it<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rou as duas configurações do it<strong>em</strong> (5.3.6):<br />

Configuração Solar 1: 5.942,1 [m 2 ] <strong>de</strong> coletor solar e 20,1% <strong>de</strong> aquecimento<br />

auxiliar;<br />

Configuração Solar 2: 4.596,9 [m 2 ] <strong>de</strong> coletor solar e 30,8% <strong>de</strong> aquecimento<br />

auxiliar.<br />

R$<br />

R$ 2.500.000<br />

R$ 2.000.000<br />

R$ 1.500.000<br />

R$ 1.000.000<br />

R$ 500.000<br />

R$ 0<br />

-R$ 500.000<br />

-R$ 1.000.000<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20<br />

Ano<br />

Solar 1 (1%)<br />

Solar 2 (1%)<br />

Figura 5.10 – Análise econômica e retorno do investimento do sist<strong>em</strong>a solar,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 79<br />

Tabela 5.10 – Tabela resumo da análise econômica das configurações<br />

solar 1 e solar 2 a taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.<br />

Alternativa Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />

(meses)<br />

Receita Acumulada<br />

Solar 1 R$ 1.093.346 40 R$ 2.161.729<br />

Solar 2 R$ 847.872 41 R$ 1.730.809,97<br />

Diferença R$ 254.474 1 R$ 430.919,03<br />

Do gráfico da Fig. 5.10 e da Tab. 5.10, observa-se que configuração solar 1 possui um<br />

maior investimento inicial, porém, menor custo operacional <strong>de</strong>vido à sua menor<br />

<strong>de</strong>pendência do aquecimento auxiliar. Desta forma seu valor presente líquido ao final <strong>de</strong><br />

20 anos é superior ao valor da configuração solar 2 <strong>em</strong> R$ 430.919,03.<br />

O retorno <strong>de</strong> investimento das configurações 1 e 2 ocorreu no 40º e 41º mês<br />

respectivamente.<br />

5.8.2 Motor a gás<br />

Para simulação econômica <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> combustão interna adotaram-se as seguintes<br />

suposições econômicas – financeiras:<br />

Cronograma <strong>de</strong> investimentos: o pagamento <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foi dividido <strong>em</strong> 4<br />

prestações mensais <strong>de</strong>:<br />

No 1º mês pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do investimento final;<br />

No 2º mês pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do investimento final;<br />

No 3º mês pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do investimento final;<br />

No 4º mês pagamento <strong>de</strong> 2 0% do valor do investimento final.<br />

Nº <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> trabalho ao ano: 8.760 horas;<br />

Fator <strong>de</strong> serviço: 95% , valor arbitrado <strong>de</strong> acordo com a Tab. 2.2;<br />

Custo <strong>de</strong> Investimento da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação: 10% do custo do motor;<br />

(valor estimado <strong>de</strong> acordo com a porcentag<strong>em</strong> utilizada para a cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />

recuperação)


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 80<br />

Custo <strong>de</strong> construção civil e “start-up”: 3% do investimento; (valor estimado)<br />

Custos <strong>de</strong> operação e manutenção: 2% do valor do investimento ao ano; (valor<br />

estimado como o dobro da porcentag<strong>em</strong> da Turbina a gás)<br />

Custos <strong>de</strong> combustíveis: foi calculado <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.20) e da tarifa do<br />

combustível;<br />

Custo <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> 5 <strong>em</strong> 5 anos, com a parada do equipamento durante 15<br />

dias: 4% do investimento; (valor estimado como o dobro da porcentag<strong>em</strong> da<br />

Turbina a gás)<br />

Carência do projeto: 4 meses, conforme informações do fabricante GUASCOR;<br />

Vida útil do investimento: 30 anos, conforme informações do fabricante<br />

GUASCOR.<br />

Na análise econômica <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foram simuladas três configurações para valores<br />

típicos <strong>de</strong> eficiência do equipamento, adotando-se as faixas <strong>de</strong> eficiência da Tab. 2.3:<br />

Configuração 1: eficiência térmica do motor equivalente a 35%;<br />

Configuração 2: eficiência térmica do motor equivalente a 45%;<br />

Configuração 3: eficiência térmica do motor equivalente a 53%.<br />

A seguir, apresenta-se a simulação econômica, comparando-se as 3 configurações:<br />

R$<br />

R$ 4.000.000<br />

R$ 3.500.000<br />

R$ 3.000.000<br />

R$ 2.500.000<br />

R$ 2.000.000<br />

R$ 1.500.000<br />

R$ 1.000.000<br />

R$ 500.000<br />

R$ 0<br />

-R$ 500.000<br />

-R$ 1.000.000<br />

-R$ 1.500.000<br />

Motor 776<br />

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />

Ano<br />

Eficiência 35%<br />

Eficiência 45%<br />

Figura 5.11 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, do motor <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 81<br />

Tabela 5.11 - Tabela resumo da análise econômica do<br />

motor <strong>de</strong> 776 [kW] a taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.<br />

Alternativa Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />

(meses)<br />

Receita Acumulada<br />

776 [kW] (2 unid.) R$1.596.557 49 (η =35%) R$ 2.336.431<br />

776 [kW] (2 unid.) R$1.596.557 40 (η =45%) R$ 3.301.754<br />

Diferença R$0 9 meses R$ 965.323<br />

Percebe-se que o motor <strong>de</strong> 776 [kW] (Fig. 5.11), simulado a uma taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

1%, possui um período <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento para a configuração mais pessimista,<br />

(ηeq = 0,35), <strong>de</strong> 49 meses. Para a eficiência <strong>de</strong> 45% o equipamento seria pago ao final <strong>de</strong><br />

40 meses sendo a simulação para a eficiência 53% <strong>de</strong>scartada <strong>de</strong>vido à sua inviabilida<strong>de</strong><br />

térmica. Desta forma, o prazo <strong>de</strong> recuperação do investimento <strong>de</strong>ste equipamento situase<br />

entre 40 e 49 meses. Porém <strong>de</strong>ve-se criticar o fato <strong>de</strong> que foi consi<strong>de</strong>rado o mesmo<br />

investimento do equipamento para as eficiências <strong>de</strong> 35% e 45%.<br />

5.8.3 Turbina a gás<br />

Para a simulação econômica <strong>de</strong> turbinas a gás adotaram-se as seguintes suposições<br />

econômicas – financeiras:<br />

Cronograma <strong>de</strong> investimentos: o pagamento <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a foi dividido <strong>em</strong> 7<br />

prestações mensais vinculadas aos eventos do projeto, conforme comunicação<br />

pessoal com um ven<strong>de</strong>dor da ALSTOM:<br />

1º mês: “Down Payment” - pagamento <strong>de</strong> 10% do valor do investimento;<br />

2º mês: Término do projeto <strong>de</strong> engenharia – pagamento <strong>de</strong> 10% do valor<br />

do investimento;<br />

6º mês: Início da construção dos equipamentos – pagamento <strong>de</strong> 20% do<br />

valor do investimento;<br />

8º mês: 70% dos equipamentos prontos – pagamento <strong>de</strong> 25% do valor do<br />

investimento;


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 82<br />

10º mês: Entrega dos Equipamentos – pagamento <strong>de</strong> 20% do valor do<br />

investimento;<br />

12º mês: Término da montag<strong>em</strong> dos equipamentos – pagamento <strong>de</strong> 10%<br />

do valor do investimento;<br />

14º mês: Teste <strong>de</strong> performance – pagamento <strong>de</strong> 5% do valor do<br />

investimento;<br />

Nº <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> trabalho ao ano: 8.760 horas;<br />

Fator <strong>de</strong> serviço: 95%, valor arbitrado da Tab. 2.2;<br />

Custo <strong>de</strong> Investimento da cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação: 10% do custo da turbina;<br />

(alguns autores consi<strong>de</strong>ram este custo na faixa <strong>de</strong> 30%, porém <strong>de</strong>vido ao<br />

pequeno porte <strong>de</strong>ste equipamento, este custo foi estimado <strong>em</strong> 10%);<br />

Custo <strong>de</strong> construção civil e “start-up”: 3% do custo da turbina; (valor estimado)<br />

Custos <strong>de</strong> operação e manutenção: 1% do valor do investimento ao ano, segundo<br />

Nogueira e Carvalho (1996) citado por Guarinelo Júnior (1997);<br />

Custos <strong>de</strong> combustíveis: foi calculado <strong>de</strong> acordo com a Eq. (3.20) e da tarifa do<br />

combustível;<br />

Custo <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> 5 <strong>em</strong> 5 anos, com a parada do equipamento durante 15<br />

dias: 2% do investimento; (valor estimado)<br />

Carência do projeto: 14 meses;<br />

Vida útil do investimento: 30 anos, conforme Cl<strong>em</strong>entino (2000).<br />

Neste sist<strong>em</strong>a, foram simuladas duas configurações: para valores <strong>de</strong> eficiência do<br />

equipamento fornecidos pelo fabricante, e valores máximos <strong>de</strong> eficiência para esta<br />

configuração adotando-se valores <strong>de</strong> eficiência da Tab. 2.3:<br />

Configuração 1: eficiência térmica da turbina fornecida pelo fabricante;<br />

Configuração 2: eficiência térmica da turbina equivalente a 35%.<br />

As turbinas a gás <strong>de</strong> pequeno porte, conforme mostrado no gráfico da Fig. 5.12, cujas<br />

características e custos foram levantadas para este estudo, para um período <strong>de</strong> vida útil<br />

<strong>de</strong> 30 anos, mostraram-se inviáveis economicamente, consi<strong>de</strong>rando-se um<br />

autofinanciamento a uma taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1% ao mês.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 83<br />

R$<br />

R$ 400.000<br />

R$ 200.000<br />

R$ 0<br />

-R$ 200.000<br />

-R$ 400.000<br />

-R$ 600.000<br />

-R$ 800.000<br />

-R$ 1.000.000<br />

-R$ 1.200.000<br />

-R$ 1.400.000<br />

-R$ 1.600.000<br />

Turbina a gás <strong>de</strong> 715 kW<br />

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />

Eficiência do<br />

fabricante<br />

Eficiência 35%<br />

Figura 5.12 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW].<br />

R$<br />

R$ 8.000.000<br />

R$ 7.000.000<br />

R$ 6.000.000<br />

R$ 5.000.000<br />

R$ 4.000.000<br />

R$ 3.000.000<br />

R$ 2.000.000<br />

R$ 1.000.000<br />

R$ 0<br />

-R$ 1.000.000<br />

-R$ 2.000.000<br />

Turbina a gás 715 kW<br />

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />

Tarifa R$ 0,08<br />

Tarifa R$ 0,16<br />

Tarifa R$ 0,28<br />

Figura 5.13 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, da turbina a gás <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 715 [kW],<br />

comparando-se 3 tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

Ano<br />

Ano


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 84<br />

Tabela 5.12 - Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a taxa<br />

<strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se a eficiência do fabricante e a eficiência <strong>de</strong> 35%.<br />

Alternativa Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />

(meses)<br />

Receita Acumulada<br />

TG 715 [kW] R$ 1.658.383 ∞ (η = fabr.) - R$ 490.942,20<br />

TG 715 [kW] R$ 1.658.383 187 (η = 35%) R$ 272.371,30<br />

Tabela 5.13 - Tabela resumo da análise econômica da turbina a gás <strong>de</strong> 715 [kW] a<br />

taxa <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, comparando-se as tarifas <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

Alternativa<br />

(η =35%)<br />

TG 715 [kW]<br />

Tarifa EE R$ 0,08<br />

TG 715 [kW]<br />

Tarifa EE R$ 0,16<br />

TG 715 [kW]<br />

Tarifa EE R$ 0,28<br />

Investimento Total Período <strong>de</strong> retorno<br />

(meses)<br />

Receita Acumulada<br />

R$ 1.658.383 ∞ (η = fabr.) - R$ 490.942,20<br />

R$ 1.658.383 55 (η = fabr.) R$ 2.862.208,80<br />

R$ 1.658.383 32 (η = fabr.) R$ 7.891.946<br />

O gráfico da Fig. 5.12 simula o retorno <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> uma turbina a gás <strong>de</strong> 715<br />

[kW] <strong>de</strong> potência, caso este equipamento possuísse a eficiência máxima da Tab. 2.3.<br />

Percebe-se que mesmo com a eficiência máxima <strong>de</strong> 35%, o retorno do investimento iria<br />

ocorrer <strong>em</strong> um prazo b<strong>em</strong> elevado, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 187 meses, conforme Tab. 5.12, mas<br />

também criticando o fato <strong>de</strong> que foi consi<strong>de</strong>rado o mesmo investimento do equipamento<br />

para as eficiências do fabricante <strong>de</strong> 25,2% e 35%.<br />

O gráfico da Fig. 5.13 e a Tab. 5.13 mostram que para turbina gás ser economicamente<br />

viável, a tarifa média <strong>de</strong> energia elétrica precisa ser superior a R$ 0,16/kWh. E caso a<br />

tarifa <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> se iguale a tarifa do gás equivalente a R$ 0,28/kWh, este<br />

equipamento teria um retorno do investimento <strong>em</strong> 32 meses e, final <strong>de</strong> sua vida útil,<br />

uma receita <strong>de</strong> R$ 7.891.946.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 85<br />

Esta análise consi<strong>de</strong>ra os equipamentos viáveis termicamente e economicamente. O<br />

gráfico da Fig. 5.14, apresentado abaixo compara as duas configurações propostas<br />

anteriormente para o aquecimento solar com o motor <strong>de</strong> 776 [kW], por ser o mais viável<br />

economicamente, ambos à mesma taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.<br />

O gráfico da Fig. 5.14 apresentado a seguir, mostra que as configurações solares 1 e 2,<br />

assim como o motor <strong>de</strong> combustão interna com uma eficiência <strong>de</strong> 45% são as opções<br />

mais atrativas economicamente, sendo que o motor, consi<strong>de</strong>rado às eficiências <strong>de</strong> 35% e<br />

45%, ao final <strong>de</strong> 30 anos, terá acumulado uma maior receita. A configuração solar 1<br />

será paga <strong>em</strong> 40 meses, a configuração solar 2 <strong>em</strong> 41 meses e motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW],<br />

à eficiência <strong>de</strong> 45%, <strong>em</strong> 40 meses e à eficiência <strong>de</strong> 35% <strong>em</strong> 49 meses.<br />

R$<br />

R$ 4.000.000<br />

R$ 3.500.000<br />

R$ 3.000.000<br />

R$ 2.500.000<br />

R$ 2.000.000<br />

R$ 1.500.000<br />

R$ 1.000.000<br />

R$ 500.000<br />

R$ 0<br />

-R$ 500.000<br />

-R$ 1.000.000<br />

-R$ 1.500.000<br />

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29<br />

Ano<br />

Eficiência 35% Eficiência 45% Solar 1 (1%) Solar 2 (1%)<br />

Figura 5.14 – Análise econômica e retorno do investimento, consi<strong>de</strong>rando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, motor a gás <strong>de</strong> 776 [kW] <strong>de</strong> potência versus energia solar.


Capítulo 5 – Estudo <strong>de</strong> Caso e Análise dos Resultados 86<br />

R$<br />

R$ 2.500.000<br />

R$ 2.000.000<br />

R$ 1.500.000<br />

R$ 1.000.000<br />

R$ 500.000<br />

R$ 0<br />

-R$ 500.000<br />

-R$ 1.000.000<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20<br />

Ano<br />

Solar 2 (0,9%) Solar 2 (1,2%) Solar 2 (1%)<br />

Figura 5.15 – Análise econômica e retorno do investimento, comparando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 2.<br />

Os gráficos das Figs. 5.15 e 5.16 mostram que, para taxas <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> variando entre<br />

0,9% e 1,2%, o período <strong>de</strong> retorno do investimento é aproximadamente equivalente para<br />

as alternativas estudadas. Porém, quanto menor a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, maior será a<br />

receita acumulada ao final <strong>de</strong> 20 anos, como era <strong>de</strong> se esperar.<br />

R$<br />

R$ 3.000.000<br />

R$ 2.500.000<br />

R$ 2.000.000<br />

R$ 1.500.000<br />

R$ 1.000.000<br />

R$ 500.000<br />

R$ 0<br />

-R$ 500.000<br />

-R$ 1.000.000<br />

Ano<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20<br />

Solar 1 (1%) Solar 1 (0,9%) Solar 1 (1,2%)<br />

Figura 5.16 – Análise econômica e retorno do investimento, comparando-se a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% para a configuração <strong>de</strong> energia solar 1.


Capítulo 6<br />

COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES<br />

Neste trabalho foi <strong>de</strong>senvolvida uma metodologia <strong>de</strong> análise e gestão energética, <strong>em</strong> que<br />

se avaliou energia solar e cogeração.<br />

A proposta avaliou a relação calor/potência (HPR) necessária a planta industrial<br />

permitindo simular e planejar uma nova central <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água avaliando-se<br />

energia solar e cogeração, esta utilizando as tecnologias turbina a gás ou motor <strong>de</strong><br />

combustão interna com cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação.<br />

A metodologia elaborada no Capítulo 3 foi consolidada <strong>em</strong> um programa<br />

computacional, o qual, foi <strong>de</strong>senvolvido para possibilitar uma aplicação direta e<br />

imediata das alternativas possíveis.<br />

O estudo <strong>de</strong> caso adotado no Capítulo 5 possibilitou a validação da metodologia <strong>em</strong><br />

uma indústria automotiva. Neste estudo, foram simuladas duas configurações <strong>de</strong> energia<br />

solar com diferentes valores <strong>de</strong> fração solar e área coletora.<br />

A análise econômica apresentada que consi<strong>de</strong>rou o autofinanciamento e taxas <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2% mostrou que o retorno do investimento das<br />

configurações solar 1 e 2 obtiveram o prazo <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento b<strong>em</strong> próximo,<br />

variando entre 40 e 41 meses.<br />

Os motores <strong>de</strong> combustão interna foram simulados à eficiências <strong>de</strong> 35%, 45% e 53%,<br />

<strong>em</strong> que se avaliou a influência do parâmetro HPR, tendo sido verificado que à medida<br />

que se incr<strong>em</strong>entou o valor da eficiência do equipamento o valor <strong>de</strong> HPR reduziu-se<br />

convergindo a valores inferiores aos da Tab. 2.3, casos <strong>em</strong> que os equipamentos<br />

inviabilizaram o projeto.<br />

As turbinas a gás foram analisadas similarmente ao motor e às eficiências do fabricante<br />

e <strong>de</strong> 35% (valor máximo da Tab. 2.3), <strong>em</strong> que o parâmetro HPR se comportou <strong>de</strong><br />

maneira análoga ao motor.<br />

87


Capítulo 6 – Consi<strong>de</strong>rações Finais 88<br />

Deve-se ressaltar, neste estudo, que a configuração da turbina a gás mostrou possuir<br />

maior energia <strong>de</strong> recuperação. Assim, foi necessário um maior número <strong>de</strong> motores para<br />

se atingir a energia térmica necessária ao processo. A turbina <strong>de</strong> 715 [kW] foi inviável<br />

economicamente e <strong>de</strong> acordo com a simulação <strong>de</strong> tarifas <strong>de</strong> energia elétrica proposta no<br />

Capítulo 5 (Fig. 5.13 e Tab. 5.13), esta se tornaria viável para tarifas da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$<br />

0,16/kWh, <strong>em</strong> que o prazo <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento seria <strong>de</strong> 55 meses.<br />

Os menores prazos <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> investimento, <strong>de</strong>ste estudo, foram os simulados para o<br />

aquecimento solar (40 a 41 meses – Fig. 5.10 e Tab. 5.10) e utilizando o motor <strong>de</strong><br />

combustão interna e gás natural <strong>de</strong> 776 [kW] (40 a 49 meses – Fig. 5.11 e Tab. 5.11).<br />

As informações utilizadas que se refer<strong>em</strong> a custos <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser vistos<br />

com ressalva, uma vez que alguns custos foram estimados e os orçamentos <strong>de</strong>stes<br />

equipamentos variam <strong>de</strong> uma região geográfica a outra, e <strong>de</strong> fatores econômicos<br />

políticos e energéticos. Porém, este fato não invalida os resultados obtidos.<br />

6.1 Limitações do trabalho e recomendações<br />

A viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong>ve ser submetida a uma<br />

<strong>de</strong>talhada análise técnico-econômica, <strong>em</strong> que o levantamento das cargas térmicas e<br />

elétricas <strong>de</strong>ve ser o mais real possível. Dessa forma, <strong>de</strong>ve-se fazer um estudo <strong>de</strong>talhado<br />

que consi<strong>de</strong>re o levantamento das cargas elétricas e térmicas reais. Para sist<strong>em</strong>as<br />

existentes, o procedimento mais a<strong>de</strong>quado é a verificação das contas <strong>de</strong> energia por um<br />

período mínimo <strong>de</strong> 12 meses, avaliando também, os combustíveis <strong>em</strong>pregados, pico <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>manda e curva horária <strong>de</strong> consumo.<br />

Novos sist<strong>em</strong>as também necessitam do levantamento <strong>de</strong> cargas e, ainda, da<br />

consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> fatores metereológicos regionais, sazonalida<strong>de</strong> das cargas e<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos equipamentos, <strong>de</strong> acordo com Guimarães (1999).<br />

A energia produzida por um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong>ve estar <strong>em</strong> paralelo à energia da<br />

concessionária, no sentido <strong>de</strong> permitir compl<strong>em</strong>entações automáticas. Nesse caso, tornase<br />

necessário contratar da concessionária local uma <strong>de</strong>manda compl<strong>em</strong>entar <strong>de</strong> reserva a<br />

ser utilizada <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sligamento do sist<strong>em</strong>a.


Capítulo 6 – Consi<strong>de</strong>rações Finais 89<br />

6.2 Sugestões <strong>de</strong> trabalhos futuros<br />

Sugere-se como trabalho futuro a avaliação da eficiência térmica com base na 2 a Lei da<br />

Termodinâmica e utilização dos métodos exergia e mo<strong>de</strong>lo exergoeconômico.<br />

E ainda realizar um estudo <strong>de</strong> caso com os dados reais (medidos).


Classificação<br />

Apêndice 1<br />

BANCO DE DADOS COLETOR SOLAR<br />

Tabela A1 – Classificação, produção mensal <strong>de</strong> energia e<br />

Produção Mensal<br />

<strong>de</strong> Energia<br />

eficiência dos coletores solar.<br />

Área Externa<br />

97<br />

Produção<br />

Mensal por Área<br />

do coletor<br />

Eficiência<br />

[ kWh ] [ m² ] [ kWh / m² ] [ % ]<br />

A 83,10 1,055 78,77 56,80<br />

A 151,20 2,000 75,60 57,20<br />

A 253,50 1,922 131,89 57,50<br />

A 169,40 1,990 85,13 60,67<br />

A 138,70 1,720 80,64 57,26<br />

A 158,00 2,000 79,00 56,80<br />

A 157,50 2,000 78,75 56,80<br />

A 83,10 1,055 78,77 56,80<br />

A 153,50 1,922 79,86 57,50<br />

B 127,70 1,760 72,56 52,60<br />

B 132,50 2,000 66,25 49,40<br />

B 149,20 1,990 74,97 54,50<br />

B 119,70 1,790 66,87 51,40<br />

B 108,60 1,590 68,30 50,60<br />

B 148,70 1,995 74,54 52,80<br />

B 283,50 3,920 72,32 52,70<br />

B 110,30 1,640 67,26 51,20<br />

B 236,00 2,981 79,17 56,70<br />

B 121,30 1,720 70,52 50,90<br />

B 132,00 1,989 66,37 49,70<br />

B 75,30 1,003 75,07 53,20<br />

B 140,42 1,990 70,56 50,30<br />

B 147,30 2,010 73,28 53,30<br />

B 99,50 1,480 67,23 49,00


Apêndice 1 – Banco <strong>de</strong> dados Coletor Solar<br />

Classificação<br />

Produção Mensal<br />

<strong>de</strong> Energia<br />

Área Externa<br />

Produção<br />

Mensal por Área<br />

do coletor<br />

98<br />

Eficiência<br />

[ kWh ] [ m² ] [ kWh / m² ] [ % ]<br />

B 128,27 1,790 71,66 55,10<br />

B 127,58 1,900 67,15 51,50<br />

B 65,78 0,975 67,47 49,40<br />

B 99,42 1,420 70,01 51,60<br />

B 104,35 1,580 66,04 49,30<br />

B 91,12 1,390 65,55 49,98<br />

B 107,10 1,600 66,94 50,90<br />

B 114,57 1,600 71,61 52,75<br />

B 119,70 1,790 66,87 51,40<br />

B 127,70 1,760 72,56 52,60<br />

B 127,70 1,760 72,56 52,60<br />

B 127,70 1,720 74,24 52,60<br />

B 198,50 3,000 66,17 49,40<br />

B 264,60 4,000 66,15 49,40<br />

B 132,50 2,000 66,25 49,40<br />

B 197,30 2,980 66,21 49,70<br />

B 223,50 3,000 74,50 52,80<br />

B 298,00 4,000 74,50 52,80<br />

B 148,70 2,000 74,35 52,80<br />

B 355,80 4,920 72,32 52,70<br />

B 355,80 4,920 72,32 52,70<br />

B 283,50 3,920 72,32 52,70<br />

B 110,30 1,640 67,26 51,20<br />

B 121,30 1,720 70,52 50,90<br />

B 197,30 2,980 66,21 49,70<br />

B 132,00 1,990 66,33 49,70<br />

B 128,30 1,710 75,03 53,20<br />

B 207,45 2,940 70,56 50,30<br />

B 207,45 2,940 70,56 50,30<br />

B 140,42 1,990 70,56 50,30<br />

B 140,42 1,990 70,56 50,30


Apêndice 1 – Banco <strong>de</strong> dados Coletor Solar<br />

Classificação<br />

Produção Mensal<br />

<strong>de</strong> Energia<br />

Área Externa<br />

Produção<br />

Mensal por Área<br />

do coletor<br />

99<br />

Eficiência<br />

[ kWh ] [ m² ] [ kWh / m² ] [ % ]<br />

B 140,12 1,990 70,41 50,30<br />

C 114,70 1,710 67,08 48,20<br />

C 114,10 1,980 57,63 42,40<br />

C 65,54 1,010 64,89 47,70<br />

C 113,20 1,990 56,88 41,38<br />

C 119,44 1,760 67,86 47,88<br />

C 87,90 1,480 59,39 42,86<br />

C 56,93 1,000 56,93 43,40<br />

C 113,83 1,790 63,59 48,80<br />

C 64,70 1,020 63,43 47,30<br />

C 63,14 1,020 61,90 45,65<br />

C 104,04 1,660 62,67 47,97<br />

C 82,91 1,390 59,65 45,61<br />

C 104,63 1,690 61,91 48,68<br />

D 118,60 2,400 49,42 38,80<br />

D 63,10 1,300 48,54 39,04


Apêndice 2<br />

BANCO DE DADOS DE TURBINAS A GÁS<br />

Tabela A2 - Dados técnicos e econômicos das Turbinas a gás <strong>de</strong> pequeno porte.<br />

Classificação Fabricante Mo<strong>de</strong>lo Eficiência Potência Relação vazão ar T<strong>em</strong>p. Preço Preço<br />

(%) (kW) pressão (kg/s) gases (ºC) (US$) (US$/kW)<br />

Pequeno porte EBARA PW-4E 23,1 420 6,7 2,9 526 $344.834 821<br />

Pequeno porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-721(B) 23,4 508 6,6 3,0 514 $450.000 886<br />

Pequeno porte Pratt-Whitney (Pico) ST6L-721(P) 23,8 567 6,6 3,09 541 $450.000 794<br />

Pequeno porte ALSTOM ASE8-1000 22,1 548 10,6 3,6 540 $385.000 703<br />

Pequeno porte EBARA PW-6E 23,5 585 7,3 3,2 598 $480.304 821<br />

Pequeno porte KAWASAKI S2A-01 23,5 646 8,5 5,0 474 $530.387 821<br />

Pequeno porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-795(B) 24,7 678 8,5 3,2 589 $602.000 888<br />

Pequeno porte Pratt-Whitney (Pico) ST6L-795(P) 24,8 743 8,1 3,3 621 $602.000 810<br />

Pequeno porte EBARA PW-7E 25,2 715 8,1 3,8 578 $587.038 821<br />

Pequeno porte ALSTOM ST6L-813 26,0 848 8,5 3,9 567 $677.500 799<br />

Pequeno porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-813 (B) 26,0 848 8,5 3,9 566 $750.000 884<br />

100


Apêndice 2 – Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Turbinas a gás<br />

Tabela A2 - Dados técnicos e econômicos das Turbinas a gás <strong>de</strong> médio porte.<br />

Classificação Fabricante Mo<strong>de</strong>lo Eficiência Potência Relação vazão ar T<strong>em</strong>p. Preço Preço<br />

(%) (kW) pressão (kg/s) gases (ºC) (US$) (US$/kW)<br />

Médio porte ALSTOM Makila_TI 27,1 1.050 9,6 5,4 505 $880.000 838<br />

Médio porte Mitsui 5B5 27,6 1.080 10 5,0 492 $841.790 779<br />

Médio porte Motor Sich (Tmáx 825ºC) TB3 27,6 1.100 7,5 7,3 421 $857.379 779<br />

Médio porte Ishikawagima (Tmáx 686ºC) IM 150 27,6 1.100 9,4 5,4 486 $857.379 779<br />

Médio porte Pratt-Whitney (Base) ST6L-90 (B) 28,0 1.175 9,4 5,2 536 $1.043.000 888<br />

Médio porte EBARA PW-12E 26,9 1.180 7,3 6,4 598 $919.733 779<br />

Médio porte ALSTOM Saturn_20 24,3 1.210 6,8 6,5 504 $675.000 558<br />

Médio porte Pratt-Whitney (Pico) ST6L-90 (P) 28,5 1.327 6,8 5,3 565 $1.043.000 786<br />

Fonte: Gas Turbine World Handbook (2000-2001).<br />

101


Apêndice 3<br />

BANCO DE DADOS DE MOTORES A GÁS<br />

Tabela A3 - Dados técnicos e econômicos <strong>de</strong> motores a gás<br />

Fabricante Mo<strong>de</strong>lo Potência Rotação vazão gas T<strong>em</strong>p. Preço Preço<br />

(kW) Rpm (kg/s) gases (ºC) (US$) (US$/kW)<br />

GUASCOR SFGLD240(1200) 318 1200 0,476 395 $164.710 518<br />

GUASCOR SFGLD480 (1200) 636 1200 0,996 389 $261.375 411<br />

GUASCOR SFGLD560 (1200) 748 1200 1,172 367 $280.676 375<br />

GUASCOR SFGLD480 (1500) 776 1500 1,205 366 $282.576 364<br />

GUASCOR SFGLD560(1500) 912 1500 1,344 401 $301.878 331<br />

GUASCOR SFGLD480 (1800) 776 1800 1,2 380 $310.843 401<br />

Fonte: Catálogo do fabricante Guascor.<br />

102


Apêndice 4<br />

RESULTADO DO PROGRAMA: TURBINA A GÁS<br />

[CONSUMO DE ÁGUA QUENTE]<br />

***** DIAGNER *****<br />

Diagnóstico Energético da Turbina a Gás<br />

><br />

- Restaurante 117600.0 [litros/dia]<br />

- Vestiário 122400.0 [litros/dia]<br />

- Consumo Total 240000.0 [litros/dia]<br />

[EFICIÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS TÉRMICOS]<br />

- Trocador <strong>de</strong> Calor 80.0 [%]<br />

- Cal<strong>de</strong>ira 80.0 [%]<br />

[CONSUMO ENERGÉTICO ATUAL]<br />

- Energia liberada para aquecer a água 17090.1 [kW]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 1000.4 [kg/dia]<br />

[SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS VIÁVEIS AO PROCESSO]<br />

1 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.)<br />

(US$)<br />

EBARA PW-4E 420 2.9 526 6.7 0.231 344834<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 106.4 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 23.1 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 45.6 [%]<br />

103


Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 104<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.634<br />

2 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

Pratt-Whitney(B) ST6L-721(B) 508 3.0 514 6.6 0.234 450000<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 127.1 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 23.4 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 50.4 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.581<br />

3 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp<br />

Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.)<br />

(US$)<br />

ALSTOM 385000 ASE8-1000 548 3.6 540 10.6 0.221<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 145.1 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 22.1 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 54.9 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.503<br />

4 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

EBARA PW-6E 585 3.2 598 7.3 0.235 480304


Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 105<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 145.7 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 23.5 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 53.6 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.548<br />

5 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

KAWASAKI S2A-01 646 5.0 474 8.5 0.235 530387<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 160.9 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 23.5 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 55.8 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.527<br />

6 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

Pratt-Whitney(B) ST6L-795(B) 678 3.2 589 8.5 0.247 602000<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 160.7 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 24.7 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 54.5 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.566


Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 106<br />

7 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

EBARA PW-7E 715 3.8 578 8.1 0.252 587038<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 166.1 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 25.2 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 54.7 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.576<br />

8 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

ALSTOM ST6L-813 848 3.9 567 8.5 0.260 677500<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 190.9 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 26.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 56.5 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.575<br />

9 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

Pratt-Whitney(B) ST6L-813(B) 848 3.9 566 8.5 0.260 750000<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 190.9 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 26.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]


Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 107<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 56.5 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.575<br />

10 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

ALSTOM Makila_TI 1050 5.4 505 9.6 0.271 880000<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 226.8 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 27.1 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 58.2 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.582<br />

11 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

Mitsui 5B5 1080 5.0 492 10.0 0.276 841790<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 229.1 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 27.6 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 57.8 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.596<br />

12 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

Motor_Sich TB3 1100 7.3 421 7.5 0.276 857379


Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 108<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 233.3 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 27.6 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 58.1 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.594<br />

13 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

Ishikawagina IM_150 1100 5.4 486 9.4 0.276 857379<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 233.3 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 27.6 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 58.1 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.594<br />

14 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

Pratt-Whitney ST6L-90(B) 1175 5.2 536 9.4 0.280 1043000<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 245.6 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 28.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 58.4 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.599


Apêndice 4 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Turbina a gás 109<br />

15 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

EBARA PW-12E 1180 6.4 598 7.3 0.269 919733<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 256.8 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 26.9 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 60.1 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.559<br />

16 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

ALSTOM Saturn_20 1210 6.5 504 6.8 0.243 675000<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 291.5 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 24.3 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 1 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 64.3 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.473


Apêndice 5<br />

RESULTADO DO PROGRAMA: MOTOR A GÁS<br />

[CONSUMO DE ÁGUA QUENTE]<br />

***** DIAGNER *****<br />

Diagnóstico Energético do Motor a Gás<br />

><br />

- Restaurante 117600.0 [litros/dia]<br />

- Vestiário 122400.0 [litros/dia]<br />

- Consumo Total 240000.0 [litros/dia]<br />

[EFICIÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS TÉRMICOS]<br />

- Trocador <strong>de</strong> Calor 80.0 [%]<br />

- Cal<strong>de</strong>ira 80.0 [%]<br />

[CONSUMO ENERGÉTICO ATUAL]<br />

- Energia liberada para aquecer a água 15479.1 [kW]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 906.1 [kg/dia]<br />

[SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS VIÁVEIS AO PROCESSO]<br />

3 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

GUASCOR SFGLD480(1200) 636 1.0 389 11.0 0.350 261375<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 106.4 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 50.8 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.861<br />

110


Apêndice 5 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Motor a Gás 111<br />

4 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

GUASCOR SFGLD560(1200) 748 1.2 367 11.0 0.350 280676<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 125.1 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 52.9 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.827<br />

5 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

GUASCOR SFGLD480(1500) 776 1.2 366 11.0 0.350 282576<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 129.8 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 53.4 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.820<br />

6 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

GUASCOR SFGLD560(1500) 912 1.3 401 11.0 0.350 301878<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 152.5 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]


Apêndice 5 – Resultado do <strong>Programa</strong>: Motor a Gás 112<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 55.1 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.794<br />

7 - [CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO]<br />

Fábrica Mo<strong>de</strong>lo Potência V.gas T<strong>em</strong>p. rp Eficiência Preço<br />

(kW) (kg/s) (°C) (<strong>de</strong>c.) (US$)<br />

GUASCOR SFGLD480(1800) 776 1.2 380 11.0 0.350 310843<br />

- [PARÂMETROS TÉRMICOS DO EQUIPAMENTO]<br />

- Consumo <strong>de</strong> gás natural 129.8 [kg/dia]<br />

- Eficiência da Máquina 35.0 [%]<br />

- Eficiência da Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> recuperação 80.0 [%]<br />

- Número <strong>de</strong> equipamentos 2 [unid.]<br />

- Eficiência da Exaustão 53.4 [%]<br />

- RAZAO POTÊNCIA/CALOR (PHR) 0.820


Apêndice 6<br />

SIMULAÇÕES ECONÔMICAS ENERGIA SOLAR<br />

Tabela A6 - Simulação econômica anual das configurações solar 1 e 2, com taxas <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,9%, 1% e 1,2%, para sua vida útil <strong>de</strong> 2 anos<br />

Ano<br />

Solar 1<br />

(0,9%)<br />

Solar 2<br />

(0,9%)<br />

Solar 1<br />

(1%)<br />

113<br />

Solar 2<br />

(1%)<br />

Solar 1<br />

(1,2%)<br />

Solar 2<br />

(1,2%)<br />

1 -R$ 829.888 -R$ 632.300 -R$ 827.141 -R$ 630.255 -R$ 821.690 -R$ 626.199<br />

2 -R$ 447.992 -R$ 331.008 -R$ 451.766 -R$ 334.108 -R$ 458.995 -R$ 340.055<br />

3 -R$ 105.026 -R$ 60.429 -R$ 118.640 -R$ 71.293 -R$ 144.672 -R$ 92.074<br />

4 R$ 202.978 R$ 182.567 R$ 176.992 R$ 161.943 R$ 127.729 R$ 122.834<br />

5 R$ 479.585 R$ 400.793 R$ 439.351 R$ 368.927 R$ 363.801 R$ 309.079<br />

6 R$ 727.995 R$ 596.773 R$ 672.181 R$ 552.616 R$ 568.387 R$ 470.486<br />

7 R$ 951.082 R$ 772.775 R$ 878.806 R$ 715.630 R$ 745.688 R$ 610.365<br />

8 R$ 1.151.428 R$ 930.836 R$ 1.062.175 R$ 860.297 R$ 899.343 R$ 731.589<br />

9 R$ 1.331.352 R$ 1.072.784 R$ 1.224.905 R$ 988.681 R$ 1.032.504 R$ 836.645<br />

10 R$ 1.492.934 R$ 1.200.262 R$ 1.369.321 R$ 1.102.616 R$ 1.147.906 R$ 927.690<br />

11 R$ 1.636.750 R$ 1.313.724 R$ 1.496.213 R$ 1.202.726 R$ 1.246.731 R$ 1.005.656<br />

12 R$ 1.767.068 R$ 1.416.537 R$ 1.609.949 R$ 1.292.457 R$ 1.333.403 R$ 1.074.035<br />

13 R$ 1.884.102 R$ 1.508.869 R$ 1.710.885 R$ 1.372.088 R$ 1.408.516 R$ 1.133.295<br />

14 R$ 1.989.205 R$ 1.591.789 R$ 1.800.460 R$ 1.442.758 R$ 1.473.611 R$ 1.184.651<br />

15 R$ 2.083.595 R$ 1.666.257 R$ 1.879.953 R$ 1.505.473 R$ 1.530.024 R$ 1.229.157<br />

16 R$ 2.168.362 R$ 1.733.133 R$ 1.950.499 R$ 1.561.129 R$ 1.578.914 R$ 1.267.728<br />

17 R$ 2.244.488 R$ 1.793.192 R$ 2.013.106 R$ 1.610.522 R$ 1.621.283 R$ 1.301.155<br />

18 R$ 2.312.855 R$ 1.847.128 R$ 2.068.665 R$ 1.654.355 R$ 1.658.001 R$ 1.330.123<br />

19 R$ 2.374.252 R$ 1.895.567 R$ 2.117.972 R$ 1.693.255 R$ 1.689.823 R$ 1.355.228<br />

20 R$ 2.429.390 R$ 1.939.068 R$ 2.161.729 R$ 1.727.776 R$ 1.717.400 R$ 1.376.985


Apêndice 7<br />

SIMULAÇÕES ECONÔMICAS TURBINA A GÁS<br />

Tabela A7 – Simulação econômica anual da Turbina a gás 715 [kW], consi<strong>de</strong>rando a taxa <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, eficiência do fabricante e <strong>de</strong> 35%, para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos.<br />

Ano Eficiência <strong>de</strong> 35% Eficiência do<br />

fabricante<br />

1 -R$ 1.482.599 -R$ 1.482.599<br />

2 -R$ 1.369.068 -R$ 1.444.218<br />

3 -R$ 1.168.555 -R$ 1.324.550<br />

4 -R$ 990.609 -R$ 1.218.350<br />

5 -R$ 832.692 -R$ 1.124.103<br />

6 -R$ 692.548 -R$ 1.040.463<br />

7 -R$ 605.322 -R$ 1.001.220<br />

8 -R$ 494.950 -R$ 935.349<br />

9 -R$ 397.000 -R$ 876.891<br />

10 -R$ 310.074 -R$ 825.013<br />

11 -R$ 233.696 -R$ 779.429<br />

12 -R$ 185.682 -R$ 757.828<br />

13 -R$ 124.928 -R$ 721.569<br />

14 -R$ 71.011 -R$ 689.391<br />

15 -R$ 23.163 -R$ 660.835<br />

16 R$ 19.300 -R$ 635.493<br />

17 R$ 45.729 -R$ 623.602<br />

18 R$ 79.171 -R$ 603.644<br />

19 R$ 108.849 -R$ 585.931<br />

20 R$ 135.187 -R$ 570.212<br />

21 R$ 158.561 -R$ 556.263<br />

22 R$ 179.304 -R$ 543.883<br />

23 R$ 197.712 -R$ 532.897<br />

24 R$ 209.170 -R$ 527.742<br />

25 R$ 223.668 -R$ 519.090<br />

26 R$ 236.534 -R$ 511.411<br />

27 R$ 247.951 -R$ 504.597<br />

28 R$ 258.084 -R$ 498.549<br />

29 R$ 264.391 -R$ 495.712<br />

30 R$ 272.371 -R$ 490.949<br />

114


Apêndice 8<br />

SIMULAÇÕES ECONÔMICAS MOTOR A GÁS<br />

Tabela A8 - Simulação econômica anual do Motor a Gás 776 [kW], com taxas <strong>de</strong><br />

atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1%, eficiência <strong>de</strong> 35% e 45%, para sua vida útil <strong>de</strong> 30 anos.<br />

Ano Eficiência <strong>de</strong> 35% Eficiência <strong>de</strong><br />

45%<br />

1 -R$ 1.090.808 -R$ 1.090.808<br />

2 -R$ 683.526 -R$ 570.531<br />

3 -R$ 322.083 -R$ 108.812<br />

4 -R$ 1.322 R$ 300.940<br />

5 R$ 283.338 R$ 664.574<br />

6 R$ 535.959 R$ 987.281<br />

7 R$ 720.364 R$ 1.231.255<br />

8 R$ 919.320 R$ 1.485.408<br />

9 R$ 1.095.883 R$ 1.710.956<br />

10 R$ 1.252.574 R$ 1.911.118<br />

11 R$ 1.390.252 R$ 2.086.993<br />

12 R$ 1.491.758 R$ 2.221.288<br />

13 R$ 1.601.273 R$ 2.361.187<br />

14 R$ 1.698.462 R$ 2.485.340<br />

15 R$ 1.784.713 R$ 2.595.519<br />

16 R$ 1.861.256 R$ 2.693.297<br />

17 R$ 1.920.254 R$ 2.769.532<br />

18 R$ 1.980.537 R$ 2.846.539<br />

19 R$ 2.034.034 R$ 2.914.879<br />

20 R$ 2.081.511 R$ 2.975.527<br />

21 R$ 2.123.644 R$ 3.029.349<br />

22 R$ 2.161.035 R$ 3.077.114<br />

23 R$ 2.194.217 R$ 3.119.502<br />

24 R$ 2.219.794 R$ 3.152.551<br />

25 R$ 2.245.927 R$ 3.185.935<br />

26 R$ 2.269.120 R$ 3.215.562<br />

27 R$ 2.289.701 R$ 3.241.853<br />

28 R$ 2.307.967 R$ 3.265.186<br />

29 R$ 2.322.045 R$ 3.283.378<br />

30 R$ 2.336.431 R$ 3.301.754<br />

115


116


“Se as coisas são inatingíveis ... ora!<br />

Não é motivo para não querê-las ...<br />

Que tristes os caminhos, se não fora<br />

A presença distante das estrelas!”<br />

Mário Quintana<br />

Dedico este trabalho aos meus pais, ao Renato e às minhas irmãs.


AGRADECIMENTOS<br />

Em especial ao meu pai pelas informações, pelos materiais, documentos cedidos, pelo<br />

apoio e <strong>de</strong>dicação, por tudo.<br />

À minha mãe e irmãs pela amiza<strong>de</strong> e apoio.<br />

Ao Renato, que s<strong>em</strong>pre esteve disponível incentivando e apoiando a execução <strong>de</strong>sta<br />

dissertação.<br />

À Professora Elizabeth Marques, pela orientação e confiança <strong>de</strong>positada.<br />

Ao Manuel Emílio <strong>de</strong> Lima Torres pelas informações energéticas e valiosa colaboração<br />

na análise financeira.<br />

Ao amigo Eduardo Caballero, pelos conselhos, sugestões e apoio.<br />

À Valéria pela colaboração, amiza<strong>de</strong> e alegre convivência.<br />

Aos alunos do Green pela colaboração e apoio.<br />

Ao Professor Luís Otávio pelas informações da análise econômica.<br />

Ao Professor Marcelo Becker pelo fornecimento <strong>de</strong> materiais imprescindíveis.<br />

Ao Professor José Ricardo, coor<strong>de</strong>nador do <strong>Mestrado</strong>, pelo auxílio e apoio.<br />

Ao Professor José Antônio Perrella Balestieri pela disponibilida<strong>de</strong> e orientação.<br />

À Fundação Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (CAPES)<br />

pelo financiamento do trabalho.<br />

À PUC Minas e a Pró-Reitoria <strong>de</strong> Pesquisa e <strong>Pós</strong> <strong>Graduação</strong> pelo fomento à pesquisa.<br />

A todos os amigos que me incentivaram e apoiaram.

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