Eremitismo em Portugal na época Moderna : homens e imagens ...
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<strong>Er<strong>em</strong>itismo</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> 103<br />
Optimo da Igreja, S. Hieronymo» e, dentre as <strong>imagens</strong>, no altar mor, «hüa<br />
devota imag<strong>em</strong> de Christo Crucificado, e outra de S. Paulo, primeiro Er<strong>em</strong>ita,<br />
cuja festa celebrava todos os annos com sol<strong>em</strong>nidade, convidando a ella todos<br />
os Ermitões da Beira. E inflammado <strong>na</strong> Paixão do Senhor, a exprimio alli toda<br />
ao vivo, <strong>em</strong> devotas figuras de vulto, obradas por sua mão, com singular<br />
perfeição, e spirito». Fez ainda a imag<strong>em</strong> da Virg<strong>em</strong> que se venera <strong>em</strong> Sandim.<br />
«Por sua muita velhice», nos últimos t<strong>em</strong>pos de vida admitio companheiro que<br />
devia suceder-lhe...<br />
† 1615<br />
J. Cardoso, Agiologio Lusitano, II, 313-314, 319 75 .<br />
C. 1614 - 1630 – P. Diogo da Madre de Deus, <strong>na</strong>tural de Faro,<br />
sacerdote, que tendo deixado, por motu proprio de Sisto V, a Ord<strong>em</strong> de S.<br />
Francisco, <strong>em</strong> S. Francisco de Xabregas e sido capelão do Hospital real de<br />
Lisboa, «com desejos da solidão, e amor da vida cont<strong>em</strong>plativa, avendo<br />
engeitado vários sitios que lhe offerecerão, lhe deparou Deos o das Fur<strong>na</strong>s [<strong>na</strong><br />
ilha de S. Miguel] onde, com licença do Bispo de Angra, D. Agostinho Ribeiro<br />
se recolheo <strong>em</strong> Maio de 1614, e viveo alli perto de des annos <strong>em</strong> companhia de<br />
outros Sacerdotes, e varões de vida aprovada que se lhe aggregarão, guardando<br />
com summo rigor a pobreza evangelica, trajando çaragoça à raiz da carne,<br />
mendigando o quotidiano sustento, mortificando o corpo com asperezas,<br />
jejuando a maior parte do anno, dormindo no chão sobre vil esteira, observando<br />
inviolavel silencio, orando perpetuamente com grande fervor, e celebrando<br />
todos os dias com igual spirito, e devoção...».<br />
† 1624<br />
J. Cardoso, Agiologio Lusitano, II, 514, 520.<br />
1614 -1630 – P. Manuel da Consolação [Anunciação?], <strong>na</strong>tural de<br />
Elvas, companheiro do anterior Diogo da Madre de Deus, no ermo das Fur<strong>na</strong>s e<br />
seu zelozo imitador.<br />
† 1630<br />
J. Cardoso, Agiologio Lusitano, II, 514-515, 520<br />
< 1655 – Francisco, «ermitão castelhano, grande servo de Deos, e que<br />
fazia hüa vida muito penitente, e austera, com que o d<strong>em</strong>onio muito se<br />
75 É outro caso que poderia dizer-se relevar do ermitão que não do er<strong>em</strong>ita; no entanto, o texto não<br />
fornece indícios de que Fr. Gaspar da Encar<strong>na</strong>ção se ocupasse da ermida – levantada, possivelmente<br />
com licença papal – enquanto seu encarregado (ermitão). O seu estilo de vida e a festa que celebra<br />
desti<strong>na</strong>da unicamente a outros er<strong>em</strong>itas, pois não há alusões a outros peregrinos, parec<strong>em</strong> garanti-lo.<br />
Se mal não l<strong>em</strong>os, Jorge Cardoso ao referir «a grande devoção com que o povo a ella concorre»<br />
(319), alude aos peregrinos que, à volta dos anos <strong>em</strong> que redigia a notícia, visitavam a ermida <strong>em</strong><br />
que Gaspar da Piedade solitariamente viveu e morreu.