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o SR. ZAOA.RIAS: - Se os votantes prestam para a.lguma cousa, sendo<br />
devidamente classificados, prestam para eleger o deputa:do ou o senador<br />
e não sómente para eleger o eleitor.<br />
O SR. BARROS BARRETO: - Teremos o· facto da Guaratiba na administração<br />
nacional.<br />
O SR. ZAOARIAS : - Entende que o nobre senador não deve referir-se<br />
á eleição de Guaratiba, porque é historia de uma administração a que<br />
S. Elr. pertenclill.<br />
O SR. BARROS BARRETO: - Eu não.<br />
O Sllr. ZA.OA.RIAS: - Occorreu esse facto durante a administração que<br />
acabou ha pouco, a de 7 de Março, que o nobre senador pelo menos<br />
sinceramente apoiava. E' verdade que o ex-ministro do Imperio já<br />
alludiu na camara ao facto da Guaratiba, como'o nobre ex-ministro da<br />
guElrra levantou-se em uma das ultimas sessões. e pediu ao nobre ministro<br />
da fazenda que cuidasse no Banco do Brasil, o qual recebe do<br />
governo muitos favores e'não os paga. Não ha excl!ntricidade maior do<br />
que o Sr. João Alfredo faUar de Guaratiba e o nobre ex-ministro da<br />
guerra faUar dos favores feitos ao Banco do Brasil, favores feitos com<br />
prodigalidade pelo ex-ministro da fazenda e combatidos pela opposição<br />
do senado. Foi esta uma censura grave, de que o orador se occupará<br />
opportunamente, feita pelo nobre ex-ministro da guerra ao ex-ministro<br />
da fazenda: acabou-se já o coUeguismo e S. Ex. deu-lhe alfinetadas.<br />
Mas disse hontem o honrado ex-ministro da guerra, que a opposição<br />
tem a eleição directa como uma panacéa. Quem o disse? Onde o nobre<br />
senador achou isso? E quando em apartes foi chamado á lealdade de<br />
argumentação, respondeu S. Ex. : « Se eu estou alterando, melhor para<br />
a resposta. )'<br />
Mas não é assim. Em todo o caso á necessario que haja lealdade na<br />
exposição dos factos, dos argumentos, porque de outra maneu'a o debate<br />
azeda-se e não se podem evitar os apartes. E' muito natural que o enador,<br />
a quem se empresta uma proposição inteiramente diversa da que<br />
enunciou, não se cale quando está ouvindo sobre essa proposição falsa<br />
instituir-se uma argumentação.<br />
Portanto, estava o orader no seu direito hontem, como hoje está, de<br />
perguntar: « Quem é que disse que a eleição directa é uma panacéa ? »<br />
O SR.. NUNES GONÇALVES: -Todos teem protestado contra isto.<br />
O SR. ZA.OARllS: - Não é uma panacéa ; cura um mal. O mal é o<br />
rebaL"'{amento do povo, é a aniquilação do espirito publico, é a indifferença<br />
do paiz pelos seus negocios (Apoiados). A reforma eleitoral directa<br />
tende a estimular, o espirito publico, a fazeI-o apparecer, prjlcisamente