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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

- Infelizmente eu fui aquela criança que os professores elogiaram (o<br />

<strong>de</strong>senho). Você acaba <strong>de</strong>senhando nos ca<strong>de</strong>rnos. Quando eu era muito pequena,<br />

eu fazia os mesmos <strong>de</strong>senhos das outras crianças.<br />

Perguntei-lhe sobre algum processo mais sistemático que lhe po<strong>de</strong>ria ter<br />

ajudado a <strong>de</strong>senvolver o traço na infância.<br />

- Meninas sempre vão sendo empurradas para escolas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho. Na<br />

adolescência comecei a fazer cursos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho tradicionais.<br />

Teve um repertório <strong>de</strong> imagens enorme na infância. Quando criança, sua mãe<br />

a levou para <strong>de</strong>senhar mo<strong>de</strong>los, objetos, <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> naturezas<br />

mortas. Disse não haver nas ativida<strong>de</strong>s propostas a ela nessa fase nenhuma<br />

preocupação com linha e espaço.<br />

- Fiquei <strong>de</strong>sestimulada <strong>de</strong>pois disso. Acho que é possível introduzir (o<br />

trabalho com linha expressiva) com a criança.<br />

Perguntei-lhe se já havia lecionado na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho. Disse-me que não,<br />

mas que tivera experiência na área da gravura.<br />

- Tinha um atelier com varias artistas, fiz assistência na área <strong>de</strong> gravura.<br />

Infernizava alunas, eu que dava as bases. Polir chapas, se não aparecer o cílio dos<br />

seus olhos não tem branco! Hoje eu pego marca <strong>de</strong> polir <strong>de</strong> automóvel e mando<br />

bala. Não quero saber <strong>de</strong> nada do q eu ensinava.<br />

Ana pensa que a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se trabalhar técnica e expressivida<strong>de</strong> com<br />

alunos iniciantes precisa ser enfrentada, e que não se <strong>de</strong>ve ter uma em <strong>de</strong>trimento<br />

da outra, temendo se per<strong>de</strong>r algo sempre importante do processo da arte.<br />

- Deveria haver um meio termo entre o preciosismo e a linha expressiva pro<br />

iniciante. Algo que é muito difícil. É possível já buscar um “clima’ com o iniciante.<br />

Você quer algo que não seja sempre reconhecido como paisagem ou retrato, mas<br />

uma impressão.<br />

Questionei-lhe sobre o significado <strong>de</strong> “clima” que havia citado.<br />

- O clima eu aprendi com o Celo (Marcelo Grassmann).<br />

Explicou-me que “o clima” é o fator que dá espaço para o sonho na imagem<br />

produzida. Um sentimento <strong>de</strong> algo não completamente finalizado. Prosseguiu<br />

explicando que, para atingir esse clima na obra, po<strong>de</strong>-se parar on<strong>de</strong> quiser. Acha<br />

que o cinema <strong>de</strong> hoje tem um verismo <strong>de</strong>snecessário. Levou-me para ver uma<br />

pintura em seu quarto on<strong>de</strong> o pintor <strong>de</strong>ixa inacabada a pintura, <strong>de</strong>ixa partes da tela.<br />

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