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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

Voltei a conversa para seu processo do <strong>de</strong>senho. A narrativa, o auto-retrato e<br />

o trabalho incessante <strong>de</strong> linhas na construção das imagens das gravuras eram<br />

fatores visíveis <strong>de</strong> sua formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhista. Ana, como tantos <strong>de</strong>senhistas,<br />

buscou inspiração e exercícios na renascença.<br />

- Eu gostava muito <strong>de</strong> copiar livros <strong>de</strong> anatomia <strong>de</strong> Da Vinci. Copiava,<br />

copiava, copiava. E formas viraram um alfabeto conhecido – anatomia, ossos,<br />

músculos.<br />

Ana diz não ver cláusulas fechadas no ensino <strong>de</strong> artes. A respeito das cópias<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, Ana teceu suas impressões respaldando-se no período renascentista.<br />

- O pessoal da renascença estabeleceu a cópia e ficou mais legal. Partiu a um<br />

pensamento. Rembrandt, Michelangelo. Começaram as escavações entre Pompéia<br />

e Herculano, os artistas começaram a copiar. Aí começa a cópia. E para guardar os<br />

projetos, ornamentações, é nesse afã <strong>de</strong> querer registra que nasce a gravura. A<br />

renascença assimilou a cópia <strong>de</strong> artistas para compreen<strong>de</strong>r. Um olhar científico.<br />

Como Rembrandt, faz só um trecho e está pronto. O <strong>de</strong>senho ficou mais legal<br />

<strong>de</strong>pois da renascença, dá para ver...<br />

Ana acredita no trabalho <strong>de</strong> grafismo acima <strong>de</strong> tudo, contudo não se diz<br />

capaz <strong>de</strong> se livrar da narrativa que lhe é particular como <strong>de</strong>senhista. Fez a crítica<br />

das escolas <strong>de</strong> arte.<br />

- O grafismo vai absorvendo a imagem. Vai chegar uma hora que vou mexer<br />

para que coisas sejam reconhecidas. Tenho uma veia narrativa.<br />

Alguns <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>senhos saem do rascunho e viram <strong>de</strong>senhos em tamanhos<br />

gran<strong>de</strong>s. Argumentei-lhe que era comum a utilização <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>rnos entre os diversos<br />

<strong>de</strong>senhistas, algo que Ana fez uma ressalva.<br />

- A solução do ca<strong>de</strong>rno é uma problemática para vida prática do artista. Você<br />

acaba fazendo (<strong>de</strong>senhos) nas costas da folha.<br />

A artista me disse que gosta muito <strong>de</strong> preparar os papéis em que vai<br />

trabalhar. Com isto, quer dizer que escolhe um tipo <strong>de</strong> papel como um simples<br />

canson <strong>de</strong> 200g e faz uma mão em tinta látex, da cor que preferir no momento. Diz<br />

que o papel fabriano recebe muito bem o extrato <strong>de</strong> nogueira, mas que muitas vezes<br />

não trabalha com papéis caros. Mostrou-me alguns testes que fez com folhas <strong>de</strong><br />

ouro. Seus <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> 1984 quando estava na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> artes nos trouxeram<br />

novamente para a questão da formação <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senho. Ana disse não po<strong>de</strong>r me<br />

ajudar muito a compreen<strong>de</strong>r seu processo.<br />

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