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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

Ana diz que hoje é a pessoa da família que tradicionalmente veste os entes<br />

falecidos antes do enterro. Mas diz que não sabe bem como essa atração se iniciou,<br />

já que quando criança, não tinha mortos na família. Menina, tinha adoração por<br />

histórias do personagem Tintim, invenção do cartunista francês Hergé. Diz que foi<br />

profundamente influenciada pelos valores do personagem, uma <strong>de</strong> suas alegrias da<br />

infância.<br />

- Sou solicita a ponto da estupi<strong>de</strong>z por causa do Tintim. Fiquei um pequeno<br />

escoteiro. As caveiras, as bolas <strong>de</strong> cristal, po<strong>de</strong>m ter começado aí. Eu era a caçula,<br />

lia o Tintim dos outros.<br />

O tema da morte esteve presente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as memórias da infância.<br />

- Na época dos museus, eu fui a uma ala <strong>de</strong> crianças. Voltei com o<br />

pensamento da minha morte. Ainda tava na ala da infância na escola.<br />

Há uma preferência <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar os mortos. Diz ver no tema uma tradição<br />

fantástica. Recorda-se <strong>de</strong> uma foto antiga que a marcou, on<strong>de</strong> há uma mulher<br />

segurando um bebe morto. Achava fascinante o olhar da mulher. Para Ana tudo é<br />

matéria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho.<br />

- Tentei <strong>de</strong>senhar minha avó em coma, mas minha mãe ficou chocada e não<br />

continuei. Desenhei minha prima Silvia que morreu.<br />

Além <strong>de</strong> sua temática peculiar, a técnica <strong>de</strong> Ana Elisa é outro fator<br />

prepon<strong>de</strong>rante em sua obra. O <strong>de</strong>talhismo está presente nas gravuras <strong>de</strong> paisagens<br />

que produziu por diversos anos. Ana sempre começa no <strong>de</strong>senho e <strong>de</strong>pois resolve<br />

as técnicas a serem escolhidas. Passou quase três anos sem trabalhar por<br />

problemas particulares, época em que cuidou da chácara da família.<br />

- Tenho muita paisagem em gravura, da época que morava na chácara. A<br />

paisagem me força a olhar para <strong>de</strong>ntro. Mas <strong>de</strong>senhei pouco a chácara.<br />

O mesmo virtuosismo se expressa igualmente em seus auto-retratos feitos a<br />

pena e extrato <strong>de</strong> nogueira. Ana mostrou-me uma seqüência <strong>de</strong>les, do ano <strong>de</strong> 2001<br />

ao ano <strong>de</strong> 2008.<br />

- Todo ano eu faço um auto-retrato.<br />

Ela fez uma venda expressiva recentemente <strong>de</strong> suas gravuras, todavia diz ser<br />

mais complicado o mercado com retratos.<br />

- Ven<strong>de</strong>r retratos e muito mais difícil. Quem gosta <strong>de</strong> pessoas olhando para<br />

você nas pare<strong>de</strong>s? Mas eu gosto <strong>de</strong> pessoas me olhando das pare<strong>de</strong>s.<br />

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