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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

conhecimento dos problemas da arte e dos artistas (1987, p.43). Mais adiante, no<br />

capítulo Drawing from Memory, eles afirmam que os artistas <strong>de</strong>senvolvem um<br />

“vocabulário visual <strong>de</strong> formas, padrões, temas e objetos” (117) criando uma espécie<br />

<strong>de</strong> banco <strong>de</strong> memória por meio do qual os artistas “po<strong>de</strong>m pensar, planejar e<br />

projetar idéias no espaço da folha <strong>de</strong> papel” (1987, p.117). Isto tem consonância<br />

com a fala <strong>de</strong> Ana Elisa Dias Batista em que ela chama a capacida<strong>de</strong> adquirida no<br />

<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> corpos como um “vocabulário”; ou seja, trata-se <strong>de</strong> um<br />

repertório <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos anteriormente realizados que seriam como palavras<br />

aprendidas e que nos ajudam a construir frases gramaticais e estruturar nossas<br />

idéias.<br />

Conhecer as questões estéticas dos <strong>de</strong>senhistas e a evolução da linguagem<br />

ao longo da história pelo olhar é uma maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da apreciação; no<br />

entanto conhecer essa evolução pelo próprio gesto feito pelo artista po<strong>de</strong> ser ainda<br />

mais formativo em um processo <strong>de</strong> estudo em um contexto do fazer artístico.<br />

Po<strong>de</strong>mos lembrar o momento da fala <strong>de</strong> Guto Lacaz quando ele conta que, para<br />

copiar Steinberg, começou a usar pena e nanquim; afirmou categoricamente que<br />

não seria possível copiar Steinberg sem pena e nanquim. Ao copiar Steinberg,<br />

Lacaz pô<strong>de</strong>, muito além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a técnica com pena (mas também fazendo<br />

isto), compreen<strong>de</strong>r os jogos <strong>de</strong> linguagem – acerca da linha - propostos pelo artista<br />

norte-americano.<br />

A discussão sobre a cópia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong>monstra ao menos como novas<br />

formas <strong>de</strong> pesquisas e práticas <strong>de</strong> ensino e aprendizagem po<strong>de</strong>m servir para<br />

ampliar a percepção acerca dos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento artístico. Nesse<br />

trecho <strong>de</strong> meu texto, pretendi retomar a discussão aberta pela teoria <strong>de</strong> Brent Wilson<br />

e Marjorie Wilson e trazê-la para a discussão sobre a prática <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho –<br />

sobre a qual os autores afirmam não ter realizado experiências específicas -, e em<br />

busca <strong>de</strong> novos caminhos para o pensamento estético e pedagógico na área do<br />

<strong>de</strong>senho. Creio que os métodos <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>vem respeitar os métodos pessoais <strong>de</strong><br />

aprendizagem, sendo respeitados os ritmos e processos individuais envolvidos na<br />

construção das linguagens artísticas.<br />

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