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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

outras e não <strong>de</strong>ixá-las copiar imagens sob nenhuma circunstância. Os autores<br />

refutam a idéia <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento natural da arte pelas crianças e enfatizam a<br />

fatal influência do universo imagético que as envolve. Citando Geertz, dizem que<br />

“<strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> perceber que somos todos afetados pelos costumes <strong>de</strong> nosso próprio<br />

tempo e lugar” (1999, p.58). Afirmam, <strong>de</strong>ssa maneira, que os <strong>de</strong>senhos copiados<br />

po<strong>de</strong>m servir como reveladores da verda<strong>de</strong>ira natureza do aprendizado artístico.<br />

Wilson e Wilson aceitam a idéia <strong>de</strong> que a arte infantil <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> dois a<br />

oito anos pareça ser espontânea e, por essa razão, explicam que as observações<br />

sobre o processo <strong>de</strong> aprendizado costumam ser feitas durante esse período <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Em contrapartida, os autores acreditam, por isso mesmo, que as<br />

crianças <strong>de</strong> oito anos em diante começam a viver a etapa mais importante do que<br />

qualquer outra no “processo <strong>de</strong> aquisições <strong>de</strong> convenções”, exatamente por essa<br />

permanecer “operacional durante toda a vida”. Os autores se respaldam em suas<br />

investigações realizadas por vários anos em que observaram o processo <strong>de</strong> diversas<br />

crianças, e que acabaram por revelar que as mais bem-dotadas “<strong>de</strong>senhavam<br />

primariamente a partir <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> medias populares e <strong>de</strong> ilustrações” (1999,<br />

p.59).<br />

Wilson e Wilson refutam também idéias <strong>de</strong> duas influentes teorias – as <strong>de</strong><br />

Dale Harris e <strong>de</strong> Rudolf Arhein - que buscam explicar o processo e a natureza do<br />

<strong>de</strong>senho, ambas <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a idéia <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>senho é uma representação da<br />

realida<strong>de</strong>. As concepções <strong>de</strong>sses autores relacionam o <strong>de</strong>senho do sujeito à sua<br />

“capacida<strong>de</strong> cognitiva e sua maturida<strong>de</strong> intelectual” (1999, p.59). Sob esse ponto <strong>de</strong><br />

vista, <strong>de</strong>senhos infantis seriam meramente más réplicas da realida<strong>de</strong>. Essas teorias<br />

tratam o <strong>de</strong>senho como<br />

ato <strong>de</strong> invenção, <strong>de</strong> observação dos objetos do mundo, inventando<br />

equivalências mentais abstratas para esses objetos e então reproduzindo as<br />

equivalências como configurações gráficas que representam a percepção<br />

original do objeto (1999, p.60).<br />

Baseando-se em conceitos <strong>de</strong> Morse Peckam, Wilson e Wilson negam as<br />

duas teorias afirmando que o <strong>de</strong>senho das crianças não seria jamais uma<br />

representação, mas um signo. Afirmam assim que “um <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> uma nuvem<br />

representa uma nuvem não mais do que a palavra nuvem”. Não há relação<br />

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