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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

“Uma Visão Iconoclasta das Fontes <strong>de</strong> Imagem nos Desenhos das Crianças” <strong>de</strong><br />

Brent Wilson e Marjorie Wilson (1999), publicado nacionalmente no livro “Arte-<br />

educação: Leitura no Subsolo” organizado por Ana Mae Barbosa. Nesse texto, os<br />

pesquisadores <strong>de</strong>senvolvem uma visão original sobre os processos mentais<br />

envolvidos no aprendizado do <strong>de</strong>senho, e argumentam - a partir <strong>de</strong> suas pesquisas -<br />

no sentido <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>smistificação da cópia no aprendizado artístico. Em seguida,<br />

trarei três exemplos <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho buscando constatar, sob<br />

tais relatos, alguns aspectos levantados pelo artigo. Irei aqui me referir à educação<br />

do <strong>de</strong>senho, por tratar <strong>de</strong> um assunto relativo especificamente a essa área, a<br />

<strong>de</strong>speito <strong>de</strong> tal discussão po<strong>de</strong>r ser, em muitos momentos, igualmente aplicável a<br />

outras áreas da educação em artes.<br />

No contexto da educação do <strong>de</strong>senho artístico - ora na escola primária, ora no<br />

ensino <strong>de</strong> jovens e adultos – prevalece, há tempos, a resistência entre os<br />

professores <strong>de</strong> artes com relação à idéia <strong>de</strong> cópia <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>senhos em sala <strong>de</strong><br />

aula. Essa posição se enfatiza ainda mais quando se trata da influência <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos<br />

realizados por colegas <strong>de</strong> turma, e é herança do i<strong>de</strong>ário mo<strong>de</strong>rnista do início do<br />

século XX; esse que instalou no pensamento da educação artística uma nova visão<br />

contrapondo-se à lógica <strong>de</strong> um aprendizado técnico do <strong>de</strong>senho. Dessa forma, fazia<br />

crítica às i<strong>de</strong>ologias vigentes no período: dos i<strong>de</strong>ais liberais, que se afirmavam por<br />

meio <strong>de</strong> estudos dirigidos à preparação ao trabalho, e igualmente; à i<strong>de</strong>ologia<br />

positivista, que vislumbrava um ensino que preparasse sujeitos à formação<br />

científica. Desse posicionamento, um novo conceito se firmou no discurso da<br />

arte/educação, esten<strong>de</strong>ndo-se até os dias <strong>de</strong> hoje: a auto-expressão.<br />

A idéia <strong>de</strong> auto-expressão criativa acabou por cultivar essa resistência <strong>de</strong><br />

professores <strong>de</strong> arte contra a cópia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos no processo educacional, algo que<br />

parece ser principalmente fruto <strong>de</strong> uma interpretação limitada dos processos <strong>de</strong><br />

expressão individual presentes na arte e em seu aprendizado. É no intuito <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>flagrar essa visão preconceituosa das cópias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos nos meios<br />

educacionais, assim como o <strong>de</strong> dar base científica para a quebra <strong>de</strong>ssa visão, que<br />

incorrem Brent Wilson e Marjorie Wilson em seu artigo. Sem a intenção <strong>de</strong> fazer uma<br />

resenha completa do texto <strong>de</strong> Wilson e Wilson, pretendo trazer <strong>de</strong>ste as suas idéias<br />

centrais para remetê-las ao âmbito da aula <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho em si.<br />

O artigo começa por apresentar alguns dos jargões presentes no discurso da<br />

educação em artes como não dar o exemplo <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> outras crianças para<br />

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