13.07.2013 Views

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Uma História Íntima do Desenho<br />

na construção <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>senhos o diferencia em meio ao cenário do grafite: a<br />

criação <strong>de</strong> cenários em perspectiva.<br />

Paulo diz que a mãe lhe conta <strong>de</strong> seus primeiros <strong>de</strong>senhos.<br />

- Comecei no abstrato! – brinca Paulo se referindo às garatujas da primeira<br />

infância. Diz que passou ao figurativo – a <strong>de</strong>senhar figuras -, mas que,<br />

curiosamente, retornou ao “abstrato” por influência <strong>de</strong> um amigo <strong>de</strong> classe no pré-<br />

primário, aos cinco anos.<br />

Contou-me que, pouco <strong>de</strong>pois, nesse mesmo período, começou a <strong>de</strong>senhar<br />

buscando a perspectiva, buscando assimilar sua técnica já nessa fase <strong>de</strong> vida<br />

pictórica.<br />

- Crianças <strong>de</strong>senhavam carro com duas frentes. Eu achava errado...<br />

Aos <strong>de</strong>z anos, começou a fazer um curso <strong>de</strong> pintura com a artista Patrícia<br />

Mattoso e que, nos finais <strong>de</strong> ano, faziam exposições no Museu <strong>de</strong> arte Mo<strong>de</strong>rna<br />

(MAM).<br />

Morou um tempo na Itália. A mãe é arquiteta. Recorda-se do avô que se<br />

espelhava na arte acadêmica, esculpindo mulheres na areia da praia. Essa po<strong>de</strong> ter<br />

sido uma referência inicial para seu trabalho com <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> mulheres que <strong>de</strong>u a<br />

Paulo certa notorieda<strong>de</strong> no meio do grafite.<br />

- Mas eu só me lembrei disso só <strong>de</strong>pois que ele faleceu.<br />

Nunca teve aulas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho tridimensional, mas costumava pensar<br />

constantemente em como as coisas se distribuíam no espaço. Paulo contou-me que<br />

o seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho foi sempre muito autodidata.<br />

Teve, entretanto, uma parceira na infância.<br />

- Desenhava sempre com minha irmã. Ela virou cenógrafa. Era uma parceria,<br />

meio que competição.<br />

Paulo tinha a idéia <strong>de</strong> um dia vir a projetar automóveis. Paulo me disse ter<br />

começado <strong>de</strong>senhando paisagens, florestas, cenas medievais e que esse repertório<br />

apareceu mais tar<strong>de</strong> no grafite. Sua irmã <strong>de</strong>senhava “coisas <strong>de</strong> menina”.<br />

O <strong>de</strong>senhista enfatiza o fato <strong>de</strong>, em seu processo <strong>de</strong> formação do <strong>de</strong>senho,<br />

nunca ter copiado outros <strong>de</strong>senhistas. Tinha consciência <strong>de</strong> sua individualida<strong>de</strong><br />

artística <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança.<br />

- Eu nunca copiei. Achava mais legal (não copiar, <strong>de</strong>senhar <strong>de</strong> memória).<br />

Pensava que isso podia influenciar meu traço.<br />

As aulas <strong>de</strong> arte na escola eram muito livres, não havia aulas técnicas.<br />

36

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!