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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

Marcelo enfatiza que a avaliação <strong>de</strong> uma obra <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da formação e da<br />

cultura do sujeito, e que não se refere a esses termos como algo ligado à sua<br />

suposta erudição, mas ao meio em que se formou e à respectiva lógica vigente.<br />

- Se fosse por causa <strong>de</strong> lógica, o pessoal todo primitivo seria jogado fora<br />

porque eles são absolutamente ilógicos quanto à tridimensionalida<strong>de</strong> e a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

quanto à temática.<br />

Marcelo explica que o apartamento em que mora é, na realida<strong>de</strong>, uma oficina<br />

constantemente <strong>de</strong>sarrumada e que assim <strong>de</strong>ve permanecer.<br />

- Se eu arrumar, no outro dia não encontro nada!<br />

Referiu-se a duas questões da arte e <strong>de</strong> seu aprendizado: a criativida<strong>de</strong> a<br />

técnica. Marcelo expressou-me acreditar que a criativida<strong>de</strong> seja algo muito relativa,<br />

associada ao repertório <strong>de</strong> influências. Sobre sua técnica, foi categórico em<br />

expressar:<br />

- Não é minha. É como se eu estivesse usando um dicionário...<br />

Não obstante, logo em seguida fez a contrapartida <strong>de</strong> seu argumento,<br />

explicando que o método pessoal acaba obe<strong>de</strong>cendo a outros processos que<br />

escapam à maneira como se apren<strong>de</strong>u.<br />

- Você intui, é tudo intuição. Você não se programa. Você até po<strong>de</strong> se<br />

programar, mas po<strong>de</strong> não dar certo.<br />

Marcelo compreen<strong>de</strong> a técnica como uma busca pessoal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

repertório <strong>de</strong> metodologias vivenciadas anteriormente. Também argumentou que a<br />

técnica é a maneira <strong>de</strong> lidar com as características do meio em si em que as<br />

questões históricas são muitas vezes pontos <strong>de</strong>terminantes para a evolução <strong>de</strong> cada<br />

técnica. Citou o inventor Conté - Nicolas-Jacques <strong>de</strong> Conté -, que <strong>de</strong>u nome ao<br />

notório lápis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, nascido em 1755, na Normandia, França.<br />

- Foi na época Napoleônica que a Inglaterra cortou o estoque (para a França)<br />

<strong>de</strong> uma pedra <strong>de</strong> grafite. Então eles ficaram sem lápis. Esse Conté, muito vivo... Ele<br />

inventou, reinventou o lápis. Usou argila com algum pigmento e fazia brotinhos para<br />

escrever e <strong>de</strong>senhar.<br />

Perguntei-lhe sobre uma fala sua que eu havia lido em certa entrevista em<br />

que dizia que, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> seu trabalho mo<strong>de</strong>rnista, o primeiro contato com a<br />

pintura <strong>de</strong> Van Gogh, na época em que cursava a escola <strong>de</strong> entalhação, não lhe<br />

agradara.<br />

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