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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

mo<strong>de</strong>rnismo em autores influentes como Victor Lowenfeld. Esse período acabou por<br />

<strong>de</strong>senvolver uma nova forma <strong>de</strong> se pensar a educação em artes, sobretudo pautada<br />

por um novo parâmetro: o da auto-expressão ou livre expressão pessoal em<br />

<strong>de</strong>trimento da antiga idéia <strong>de</strong> técnica. Essa mesma concepção levou praticamente à<br />

eliminação, no ensino <strong>de</strong> arte – que, importante notar, na escola sempre esteve<br />

essencialmente ligada ao <strong>de</strong>senho – do trabalho técnico, ou seja, da compreensão<br />

das linguagens artísticas em sua dimensão <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> conhecimento que envolve,<br />

<strong>de</strong>ssa forma, uma história <strong>de</strong> conceitos a serem apreendidos.<br />

No meu caso - ao buscar a discussão sobre as questões <strong>de</strong> ensino técnico<br />

em consonância com o gesto expressivo -, constato outro ponto <strong>de</strong> origem: o lugar<br />

<strong>de</strong> incerteza. Afirmo um lugar <strong>de</strong> incerteza, todavia não a incerteza como gesto <strong>de</strong><br />

insegurança, mas, ao contrário, como convicção pedagógica – e, porque não,<br />

estética – ligada à preservação do mistério em toda e qualquer reflexão científica<br />

sobre temas que envolvem arte e sensibilida<strong>de</strong>. Porque todo grupo para o qual eu<br />

pu<strong>de</strong> ter a experiência <strong>de</strong> docência acabou por modificar minha percepção como<br />

educador <strong>de</strong> mim mesmo; porque toda aula planejada era por fim modificada em<br />

forma e, algumas vezes também em conteúdo, a cada encontro e revelação <strong>de</strong> um<br />

novo grupo, que é sempre um novo organismo com novo ritmo, nova harmonia, e<br />

precisa <strong>de</strong> novos tópicos.<br />

O biólogo Humberto Maturana (2005), eu seu livro Emoções e Linguagem na<br />

Educação e na Cultura <strong>de</strong>finiu o conceito <strong>de</strong> linguagem como o “domínio das<br />

coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> conduta” (2005, p.24). Para ele, a linguagem é o<br />

elemento que nos une, e não algo a nos separar. Em consonância com o<br />

pensamento <strong>de</strong> Maturana, eu tive, sim, a atenção para o trabalho pedagógico com<br />

as chamadas “técnicas” <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho – ainda mais sob a real <strong>de</strong>manda dos alunos<br />

que buscavam o curso livre do SENAC -, contudo não sob o enfoque <strong>de</strong> algo<br />

meramente instrumental, mas como um primeiro convite à compreensão das<br />

linguagens recorrentes na história do <strong>de</strong>senho e como possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação<br />

prática do repertório <strong>de</strong> ações envolvidas no conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar.<br />

Estimular o esforço do aprendizado <strong>de</strong> conceitos e técnicas sem bloquear o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da expressão do gesto pessoal <strong>de</strong> cada aluno é o “diapasão” que<br />

não adquire fórmulas e metodologias fechadas. Se assim for, melhor seria que não<br />

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