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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

XI. Observações sobre processos individuais<br />

Foram diversos os casos <strong>de</strong> alunos que tiveram ao longo <strong>de</strong>sses quase dois<br />

meses um <strong>de</strong>senvolvimento muito gran<strong>de</strong> e que, ao se compararem os <strong>de</strong>senhos do<br />

início e os <strong>de</strong>senhos finais, a diferença em termos técnicos foi notável. A média dos<br />

alunos realizou com bom aproveitamento as ativida<strong>de</strong>s e revelaram avanço técnico<br />

expressivo na ação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar. Dentre eles, citarei alguns <strong>de</strong>les aqui.<br />

Uma das alunas – M. 19, – vinha <strong>de</strong> uma reprovação em uma disciplina da<br />

faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Design e um sentimento <strong>de</strong> humilhação diante <strong>de</strong> um professor rígido.<br />

Em primeiro momento, quis apreen<strong>de</strong>r os conceitos e, feito isto, teve <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

soltar mais seu traço estimulado pelo <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> uma colega. Ela teve uma das<br />

maiores aplicações que pu<strong>de</strong> presenciar nessas turmas e, ao final do cursos, não<br />

apenas tinha conseguido ser aprovada na disciplina, mas superou suas próprias<br />

expectativas. “Acho que minha mão soltou”, disse-me ao final do curso.<br />

Outro caso que me chamou a atenção foi a do aluno C., 49, que se empenhou<br />

durante todas as aulas, mas somente a partir da penúltima aula – <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo vivo –<br />

percebeu seu <strong>de</strong>senho crescer muito em expressão e técnica, e disse para mim na<br />

última aula, após fazer um belo <strong>de</strong>senho sobre uma foto do recém-eleito presi<strong>de</strong>nte<br />

dos Estados Unidos Barak Obama: “agora comecei a ver”.<br />

Outra aluna, F, 47, espantou-se ao ver seus <strong>de</strong>senhos feitos a partir <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo vivo projetados. Disse à classe “são meus, mas estão tão bons que não me<br />

reconheço neles!”.<br />

Ainda outro caso interessante <strong>de</strong> se relatar aqui foi o <strong>de</strong> L., 62, uma<br />

professora e doutora em Biomedicina já aposentada, mas que ainda prestava<br />

consultoria na área. Essa pessoa tinha um trabalho em pintura, porém consi<strong>de</strong>rava<br />

muito elementar o seu <strong>de</strong>senho, algo que dificultava a realização <strong>de</strong> certas <strong>de</strong> suas<br />

obras. Por essa razão, disse-me ter sempre optado pela pintura abstrata – não<br />

figurativa – e resolvera fazer o curso para <strong>de</strong>senvolver-se no <strong>de</strong>senho. Sua<br />

aplicação foi gran<strong>de</strong> e teve um avanço que diz ter, ela mesma, se surpreendido com<br />

os retratos feitos a partir <strong>de</strong> fotografias em sala <strong>de</strong> aula. Essa pessoa disse-me ter<br />

ficado muito feliz com o processo da oficina. Citei anteriormente o caso <strong>de</strong> minha<br />

aluna já formada em artes pela FAAP, e que se surpreen<strong>de</strong>u com a forma<br />

“milagrosa” que conseguiu realizar um <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> observação.<br />

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